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ELEMENTOS: TEÓRICO-METODOLOGICOS DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
 PUC-GOIÁS
DOUTORADO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: ELEMENTOS: TEÓRICO-METODOLOGICOS DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO
1º SEMESTRE DE 2014
Profa. Dra. Beatriz Aparecida Zanatta
Profa. Maria Esperança Fernandes Carneiro
QUESTÕES:
1- O que é pesquisa?
R: A pesquisa é um dos pilares da atividade acadêmica. É um processo sistemático para a construção do conhecimento humano, gerando novos conhecimentos, podendo também desenvolver, corroborar, reproduzir, refutar, ampliar, detalhar, atualizar, algum conhecimento pré-existente, servindo basicamente tanto para o indivíduo ou grupo de indivíduos que a realiza quanto para a sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejadas pela busca de um conhecimento, em que os pesquisadores têm como objetivo produzir conhecimento para uma disciplina acadêmica, contribuindo para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social. A palavra pesquisa deriva do termo em latim perquirere, que significa "procurar com perseverança". Uma parte importante de qualquer pesquisa é o recolhimento de dados, e por isso um pesquisador deve buscar por informações com diligência. A pesquisa científica consiste em um processo metódico de investigação, recorrendo a procedimentos científicos para encontrar respostas para um problema. Para esta pesquisa, é obrigatório avaliar se o problema apresenta interesse para a comunidade científica e se constitui um trabalho que irá produzir resultados novos e relevantes para o interesse social. 
2- O que se pretende com a pesquisa?
R: É usada para estabelecer ou confirmar fatos, reafirmar os resultados de trabalhos anteriores, resolver problemas novos ou já existentes, apoiar teoremas e desenvolvimento de novas teorias. Um projeto de pesquisa também pode ser uma expansão do trabalho passado no campo. Para testar a validade de instrumentos, procedimentos ou experiências, a pesquisa pode replicar elementos de projetos anteriores, ou o projeto como um todo. Os principais objetivos da pesquisa básica (em oposição à pesquisa aplicada) são documentação, descoberta , interpretação , ou a pesquisa e desenvolvimento de métodos e sistemas para o avanço do ser humano conhecimentos. Abordagens para investigação dependem epistemologias, que variam consideravelmente dentro e entre ciências humanas e ciências. Existem várias formas de pesquisa: bibliográfica, descritiva, laboratorial, empírica, de campo, acadêmica, científica, de humanidades, artística, econômica, social, de negócios, de marketing , pesquisa praticante, estatística, etc.
3-Qual é, ou deve ser o propósito da pesquisa em educação?
R: A pesquisa em educação apresenta uma reflexão sobre a educação, levantando algumas questões diante dos desafios que o pesquisador enfrenta em seu exercício investigativo. Procurando respostas para as questões propostas. Busca situar a presença dos referenciais teóricos, interpretativista e crítico bem como observar a evolução da pesquisa em educação no Brasil. Tendo como finalidade da investigação a explicação, o
controle, a predição, a formulação de leis gerais e considerando a realidade como objetiva e apreensível, entende a relação do sujeito conhecedor com o objeto de pesquisa como neutra, independente de valores. E por fim busca contribuir com dados, discussão e novos posicionamentos sobre o tema estudado. 
4-Quais as principais abordagens teórico-metodológicas que fundamentam a pesquisa em educação? Como eles se diferenciam na relação sujeito/objeto de pesquisa?
R: Metodologia científica é o estudo dos métodos ou dos instrumentos necessários para a elaboração de um trabalho científico. É o conjunto de técnicas e processos empregados para a pesquisa e a formulação de uma produção científica. A metodologia é o estudo dos métodos, especialmente dos métodos das ciências. É um processo utilizado para dirigir uma investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar um fim determinado. A Metodologia científica aborda as principais regras para uma produção científica, fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor desempenho e qualidade de um trabalho científico. A pesquisa é uma das atividades primordiais para a elaboração dos trabalhos realizados com base na metodologia científica. É a fase da investigação e da coleta de dados sobre o tema a ser estudado.
Quanto à abordagem do problema, a metodologia da pesquisa pode ser:
Quantitativa: método de pesquisa que recorre a diferentes técnicas estatísticas para quantificar opiniões e informações.
Qualitativa: é uma pesquisa descritiva que explora as particularidades e os traços subjetivos considerando a experiência pessoal do entrevistado.
Quanto aos objetivos pretendidos, a pesquisa se classifica em:
Exploratória: envolve uma maior proximidade com tudo o que está relacionado com o objeto de pesquisa. São exemplos, os Estudos de Caso (estudo exaustivo e detalhado) e as Pesquisas Bibliográficas (consulta a livros e outros materiais já publicados).
Descritiva: levantamento de dados recorrendo a técnicas padronizadas de coleta, como o questionário ou a observação sistemática.
Explicativa: procura explicar os fatores que ocasionam os fenômenos. Nas ciências naturais é usado o método experimental, enquanto nas ciências sociais recorre-se ao método observacional.
5-Como escolher ou privilegiar uma determinada abordagem de pesquisa?
R: A abordagem da pesquisa está intrinsecamente ligada à finalidade da própria pesquisa. A escolha do tema, bem como o objeto estudado, a delimitação do assunto e os sujeitos envolvidos. 
6-Qual a relação método, teoria, problema e metodologia da pesquisa?
R: O Método (do Grego methodos, met' hodos que significa, literalmente, "caminho para chegar a um fim"). Na esfera científica (teórica - Filosofia da Ciência), temos o método que delimita o modus da obtenção do conhecimento: a epistemologia. A Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme] ciência; λόγος [logos] estudo de), também chamada teoria/filosofia do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade do conhecimento. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência, pois, em uma de suas vertentes, avalia a consistência lógica de teorias e suas credenciais científicas. Este fato torna-a uma das principais áreas da filosofia (à medida que prescreveria "correções" à ciência). A sua problemática compreende a questão da possibilidade do conhecimento nomeadamente, se é possível ao ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, dos limites do conhecimento (haveria realmente uma distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível) e da origem do conhecimento (Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori). O método científico parte da observação sistemática de fatos, seguido da realização de experiências, das deduções lógicas e da comprovação científica dos resultados obtidos. Para diversos autores o método científico é a lógica aplicada à ciência. O método científico é um trabalho sistemático, na busca de respostas às questões estudadas, é o caminho que se deve seguir para levar à formulação de uma teoria científica. É um trabalho cuidadoso, que segue um caminho sistemático, na busca de respostas às questões estudadas. O método científico é a ferramenta do pesquisador, que no fim de seu processo de pesquisa, explica e prevê um conjunto de ocorrências provenientes da aplicação de suas teses. Um artigo científico é o resultado de um estudo realizado e comprovado através do método científico. O método científico é uma forma de comprovar a veracidade de algumas teses desacreditadas pelo ceticismo. Em contraposição ao método científico, está o método empírico, que é baseado unicamente na experiência, sem nenhum processo científico. O método científico refere-se a um aglomerado de regras básicas de como deve ser o procedimentoa fim de produzir conhecimento dito científico, quer seja este um novo conhecimento, quer seja este fruto de uma totalidade, correção (evolução) ou um aumento da área de incidência de conhecimentos anteriormente existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências empíricas verificáveis baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo - e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência. Metodologia científica literalmente refere-se ao estudo dos pormenores dos métodos empregados em cada área científica específica, e em essência dos passos comuns a todos estes métodos, ou seja, do método da ciência em sua forma geral, que se supõe universal. Embora procedimentos variem de uma área da ciência para outra (as disciplinas científicas), diferenciadas por seus distintos objetos de estudo, consegue-se determinar certos elementos que diferenciam o método científico de outros métodos encontrados em áreas não científicas. A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi posteriormente desenvolvido empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton. Descartes propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica. Compreendendo-se os sistemas mais simples, gradualmente-se incorpora mais e mais variáveis, em busca da descrição do todo. O Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de verificação e o método indutivo. Karl Popper demonstrou que nem a verificação nem a indução sozinhas serviam ao propósito em questão o de compreender a realidade conforme esta é e não conforme gostaria-se que fosse, pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não apenas evidências de que ela está certa, mas sobretudo evidências de que ela está errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi falseada. Caso não, diz-se que foi corroborada. Popper afirmou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos. Nunca se prova uma teoria científica. Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas. O método científico é construído de forma que a ciência e suas teorias evoluam com o tempo. Não apenas recentemente mas desde os primórdios a metodologia científica tem sido alvo de inúmeros debates de ordem filosófica, sendo criticada por vários pensadores aversos ao pensamento cartesiano, a citarem-se as críticas elaboradas pelo filósofo francês Edgar Morin. Morin propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da complexidade (complexidade entendida como abraçar o todo). Embora tal paradigma não implique a rigor na invalidade do método científico em sua forma geral, este certamente propõe uma nova forma de se aplicá-lo no que se refere às particularidades de cada área quanto ao objetivo é compreender a realidade na melhor forma possível. Os métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico são: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo,método dialético, método fenomenológico, etc. 
Método dedutivo: método racionalista, que pressupõe a razão com a única forma de chegar ao conhecimento verdadeiro; utiliza uma cadeia de raciocínio descendente, da análise geral para a particular, até a conclusão; utiliza o silogismo: de duas premissas retira‐se uma terceira logicamente decorrente.  
Todo homem é mortal (premissa maior)
Pedro é homem (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal (conclusão)
Método indutivo: método empirista, o qual considera o conhecimento como baseado na
experiência; a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta e são
elaboradas a partir de constatações particulares.
Pedro é moral
João é mortal
José é mortal.
…
Carlos é mortal.
Ora, Pedro, João, José… e Carlos são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
Método hipotético dedutivo (Poper, K.): se o conhecimento é insuficiente para explicar um fenômeno, surge o problema; para expressar as dificuldades do problema são formuladas hipóteses; das hipóteses deduzem‐se consequências a serem testadas ou falseadas (tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses); enquanto o método dedutivo procura confirmar a hipótese, o hipotético‐dedutivo procura evidências empíricas para derrubá‐las.
Método dialético (Hegel, G.): empregado em pesquisa qualitativa, considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social; as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que requerem soluções.
Método fenomenológico (Husserl, E.): empregado em pesquisa qualitativa, não é dedutivo nem indutivo, preocupa‐se com a descrição direta da experiência como ela é; a realidade é construída socialmente e entendida da forma que é interpretada; a realidade não é única, existem tantas quantas forem suas interpretações.
Classificação das pesquisas: Do ponto de vista de sua natureza: Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos para avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem ao problema: Pesquisa quantitativa: considera que tudo é quantificável, o que significa traduzir opiniões e números em informações as quais serão classificadas e analisadas. Pesquisa qualitativa: considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito que não pode ser traduzida em números; a pesquisa é descritiva, o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente.
Do ponto de vista dos objetivos: 
Pesquisa exploratória: objetiva proporcionar maior familiaridade com um problema; envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos; assume em geral a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
Pesquisa descritiva: objetiva descrever as características de certa população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis; envolvem técnicas de coleta de dados padronizadas (questionário, observação); assume em geral a forma de levantamento. Pesquisa explicativa: objetiva identificar os fatores que determinam fenômenos, explica o porquê das coisas; assume em geral as formas de pesquisa experimental e pesquisa ex‐post‐facto.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos:
Pesquisa bibliográfica: elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, Internet, etc;
Pesquisa documental: elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico;
Pesquisa experimental: pesquisa em que se determina um objeto de estudo, selecionam‐se variáveis que o influenciam, definem‐se as formas de controle e de observação dos efeitos que as variáveis produzem no objeto;
Levantamento: pesquisa que envolve questionamento direto das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer;
Estudo de caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o amplo e detalhado conhecimento;
Pesquisa ex‐post‐facto: quando o experimento se realiza depois dos fatos;
Pesquisa ação: pesquisa concebida em associação com uma ação; os pesquisadores e participantes da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo;
Pesquisa participante: pesquisa desenvolvida pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigada.
7-Qual a importância do referencial teórico para a pesquisa em educação?
R: Serão os conceitos utilizados na pesquisa. Os autores que embasarão o estudo, e sob que bases teóricas se sustentarão o trabalho cientifico.  Este referencial teóricoé que possibilita fundamentar, dar consistência a todo o estudo. Tem a função de nortear a pesquisa, apresentando um embasamento da literatura já publicada sobre o mesmo tema, demonstrando que o(a) pesquisador(a) tem conhecimento suficiente em relação a pesquisas relacionadas e a tradições teóricas que apóiam e cercam o estudo.
8-O objetivo de conhecimento é a realidade como aparece aos sentidos a experiência?
R: No desenvolvimento do trabalho de pesquisa, uma questão importante, pois define, de forma objetiva e direta, o desenvolvimento da investigação e, indiretamente, o resultado da pesquisa é a questão sobre o objeto a ser conhecido. A pesquisa sempre busca conhecer o real. Independente do tipo de real, natural ou social, histórico, cultural, o seu objeto é sempre o real. No entanto, afirmar que o objeto da investigação científica é a realidade, embora pareça uma afirmação óbvia, simples, sem problemas, não o é. Concretamente, no cotidiano da pesquisa, a forma como o real é entendido indica diferenças epistemológicas importantes. São essas diferenças que, de modo subjacente, vão orientar o desenvolvimento do trabalho de pesquisa e indicar os seus resultados. O estudo sobre a temática realidade sempre foi alvo de grande polêmica entre os cientistas que se dispuseram a observá-la. Entender a realidade é uma necessidade do homem, esperando desta forma dominar os aspectos da vida e alcançar a felicidade. 
9-Como o real pode ser transformado em objeto de conhecimento?
R: O homem não age diretamente sobre as coisas. Sempre há um intermediário, um instrumento entre ele e seus atos. Isto também acontece quando faz ciência, quando investiga cientificamente. Ora, não é possível fazer um trabalho científico sem conhecer os instrumentos. E esses constituem de uma série de termos e conceitos que devem ser claramente distinguidos, de conhecimentos a respeito das atividades cognoscitivas que nem sempre entram na constituição da ciência, de processos metodológicos que devem ser seguidos, a fim de chegar-se a resultados de cunho científico e, finalmente, é preciso imbuir-se de espírito científico. O conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido. No processo de conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo, do sujeito conhecido. Se a apropriação é física, sensível, por exemplo, a representação de uma onda luminosa, de um som, o que acarreta uma modificação de um órgão corporal do sujeito cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Tal tipo de conhecimento é encontrado tanto em animais quanto no homem. Se a representação não é sensível, o que ocorre com realidades tais como conceitos, verdades, princípios e leis, tem-se então o conhecimento intelectual. O conhecimento sempre implica uma dualidade de realidades: de um lado, o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, que está possuído, de certa maneira, pelo cognoscente. O objeto conhecido pode, às vezes, fazer parte do sujeito que conhece. Pode-se conhecer a si mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus pensamentos. Mas nem todo conhecimento é pensamento. O pensamento é conhecimento intelectual. Pelo conhecimento o homem penetra nas diversas áreas da realidade para dela tomar posse. Ora, a própria realidade apresenta níveis de estruturas diferentes em sua própria constituição. Assim, a partir de um ente, fato ou fenômeno isolado, pode-se subir até situá-lo dentro de um contexto mais complexo, ver seu significado e função, sua natureza aparente e profunda, sua origem, sua finalidade, sua subordinação a outros entes, enfim, sua estrutura fundamental com todas as implicações daí resultantes. Esta complexidade do real, objeto de conhecimento, ditará, necessariamente, formas diferentes de apropriação por parte do sujeito cognescente. Essas formas darão os diversos níveis de conhecimento segundo o grau de penetração do conhecimento e consequente posse mais ou menos eficaz da realidade, levando ainda em conta a área ou estrutura considerada. Tem-se assim, quatro espécies de considerações sobre a mesma realidade; o homem, consequentemente o pesquisador, está se movendo dentro de quatro níveis diferentes de conhecimento. O mesmo pode ser feito com outro objetos de investigação.
	Tem-se, então, conforme o caso:
conhecimento empírico;
conhecimento científico;
conhecimento filosófico;
conhecimento teológico.
10-O que compõe o referencial ou as referências teóricas da pesquisa?
R: A revisão de literatura refere-se ao levantamento do assunto do tema pesquisado. Abrange artigos com resultados de pesquisas, pontos de vista diversificados de autores, livros técnicos, etc. O levantamento deve cobrir o assunto a ser pesquisado. Uma forma prática de fazer isso, é levantar os conceitos-chave da pesquisa e, depois, tratar cada conceito aprofundando nos aspectos etimológicos (origem da palavra), históricos, evolução, significado atual e mostrar resultados de pesquisas sobre o conceito. Na revisão de literatura, é comum observar várias citações literais, isto é, tal qual é apresentada no texto lido.  O referencial teórico relaciona-se à seleção do significado de cada conceito-chave tratado na pesquisa e, em consonância com a linha de pesquisa e teoria adotadas pelo autor/pesquisador. 
11-O que é problematização?
R: Problematizar é trazer a baila, ou a tona uma abordagem contextualizada. Contextualizar é problematizar. É uma forma de abordar o conteúdo. Problematizar o assunto que irá ser tratado, convidando os alunos à reflexão. Perguntas bem colocadas, sem dúvida, promovem o interesse do aluno, que se sente desafiado a mobilizar seus conhecimentos para resolvê-las e, mais importante, estimulado a aprender mais a respeito a fim de construir explicações satisfatórias. No processo todo, o estudante provavelmente irá abandonar, complementar ou reformular suas hipóteses iniciais, substituindo-as por outras mais adequadas.  Problematização é como Foucault definiu sua pesquisa: é um jeito de olhar para objetos e situações comuns com um distanciamento necessário para que haja uma desnaturalização, uma desconstrução das noções de verdadeiro/falso, certo/errado, bonito/feio, etc. Esse distanciamento nos permite repensar o que é normativo, questionar de onde surgiu e como essa normatividade não é uma verdade absoluta, e sim algo criado a partir das vivências, é algo criado por nós em certa época sob certa circunstância,criado socialmente,  algo que perderá seu significado com a passagem do tempo. O distanciamento normalmente implica um afastamento temporal, pois a passagem do tempo traz a desnaturalização e o desprendimento necessário para enxergarmos a produção daquele determinado momento histórico como apenas uma produção, e não como uma verdade absoluta. Foucault, a partir do conceito de Problematização, sugere que façamos essa desnaturalização diariamente, enxergando os padrões não mais como referências, uma vez que não havendo verdade, não podemos nos guiar por nada então produzido. Problematizar é desprender-se criando uma distância crítica que nos permita não ser mais engolidos nem escravizados pelo que produzimos: é ter consciência de que nós produzimos essas "verdades", e que, sendo assim, verdades de fato não existem. O método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem descobertos devem, por sua vez, guiar o uso do método. Entretanto, como já foi dito, o método é apenas um meio de acesso: só a inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos realmente são. O método científico segue o caminho da dúvida sistemática, metódica que não se confunde com a dúvida universal dos céticos, que é impossível. O cientista, sempre que lhe falta evidência como arrimo, precisa questionar e interrogar a realidade. O método científico mesmo aplicado no campo das ciências sociais deve ser aplicado de modo positivo, e não de um modo normativo, isto é, a pesquisa positiva deve preocupar-se com o que é e não com o que se pensa que se deve ser. Toda investigação nasce de um problema observado ousentido, de tal modo que não pode prosseguir, a menos que se faça uma seleção da matéria a ser tratada. Essa seleção requer alguma hipótese ou pressuposição que irá guiar e, ao mesmo tempo, delimitar o assunto a ser investigado. Daí o conjunto de processo ou etapas de que se serve o método científico, tais como observação e coleta de todos os dados possíveis, a hipótese que procura explicar provisoriamente todas as observações de maneira simples e viável, a experimentação que dá ao método científico também o nome de método experimental, a indução da lei que fornece a explicação ou o resultado de todo o trabalho de investigação, a teoria que insere o assunto tratado num complexo mais amplo.
12-Quais os delineamentos da pesquisa qualitativa?
R: As pesquisas quantitativas visam descrever e explicar fenômenos que produzem regularidades mensuráveis são recorrentes e exteriores ao sujeito (objetivos), na pesquisa qualitativa o observador (sujeito) é da mesma natureza que o objeto de sua análise e, ele próprio, uma parte da sua observação (o subjetivo). É importante ter em mente que as pesquisas científicas se relacionam com modelos, com uma constelação de pressupostos e hipóteses, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, ou seja, a um paradigma válido à época em consideração. Qualitativa: é uma pesquisa descritiva que explora as particularidades e os traços subjetivos considerando a experiência pessoal do entrevistado.
13-Como elaborar procedimentos válidos para a pesquisa?
R: Para elaborar uma pesquisa cientifica com procedimentos válidos. É importante utilizar o método científico que consiste nos seguintes aspectos: A observação pode ser feita de forma simples, ou seja, é realizada a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados. Todavia, deve ser controlada com o objetivo de que seus resultados correspondam à verdade e não a ilusões advindas das deficiências inerentes próprias dos sentidos humanos em obter a realidade. Descrição: o experimento necessita ser replicável (capaz de ser reproduzido). É importante especificar que fala-se aqui dos procedimentos necessários para testarem-se as hipóteses, e não dos fatos em si, que não precisam ser antropogenicamente reproduzidos, mas apenas verificáveis. A Previsão: as hipóteses precisam ser tidas e declaradas como válidas para observações realizadas no passado, no presente e no futuro. Controle: para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas que permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado. Falseabilidade: toda hipótese deve conter a testabilidade, e por tal falseabilidade ou refutabilidade. Isso não quer dizer que a hipótese seja falsa, errada ou tão pouco dúbia ou duvidosa, mas sim que ela pode ser verificada, contestada. Ou seja, ela deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a contradição com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a demonstrá-lo. Explicação das Causas: em todas as áreas da ciência a causalidade é fator chave, e não tem-se teoria científica ao menos até a presente data que viole a causalidade. Nessas condições os seguintes requisitos são vistos como importantes no entendimento científico: Identificação das causas: Correlação dos eventos: as causas precisam ser condizentes com as observações, e as correlações entre observações e evidências devem realmente implicar relação de causa efeito. Ordem dos eventos: as causas precisam preceder no tempo os efeitos observados. Observe-se que nem todas as hipóteses podem ser facilmente confirmadas ou refutadas por experimentos ou evidências e que em muitas áreas do conhecimento o recolhimento de dados e as tentativas de interpretá-los já é uma grande tarefa como nas ciências humanas e jurídicas (criminologia), contudo a necessidade de fazê-lo é inerente à ciência. A limitação ética da realização de experimentos com seres humanos, o estudo das subjetividades ou do essencialmente subjetivo, individual e particular psiquismo humano, ou a natureza histórica do objeto das ciências sociais, conduziram os pensadores a distintos caminhos ou proposições de estudo para o método científico. As principais divergências na análise dos resultados de pesquisas em ciências sociais ou humanas se dão no plano da contextualização dos dados ou informações obtidas em campo nos diversos sistemas teóricos, ou seja, conjunto de teorias e leis reconhecidas como consensuais em distintos momentos históricos e/ou segmentos das comunidades científicas. 
14-Quais os principais obstáculos que enfrenta comumente o pesquisador e como enfrenta-los?
R: A sua análise categórica, métrica, preocupada com os entraves que aparecem para o pesquisador na construção de sua pesquisa científica, desde a análise do fato até a construção do objeto científico, é de fundamental relevância para a construção do trabalho que se realiza na pesquisa científica.
15-Qual o nosso compromisso como educadores e pesquisadores?
R: Realizar uma pesquisa que atenda e contribua para a discussão da educação e dos problemas que a cercam, trazendo dados, informações relevante e obsevando um compromisso ético cientifico de transparência, idoneidade e responsabilidade pelas informações prestadas. O cientista deve ser imparcial na interpretação dos resultados. Sobre a objetividade, que consiste em atenter às propriedades do objeto em estudo e não às do sujeito que as estuda (subjetividade).
16-Como se define o que é uma boa pesquisa?
R: Primeiramente é aquela que atende ao que se propõe. Em segundo lugar aquela que traz significativas contribuições para a sociedade.

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