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ACORDO DE LENIÊNCIA NA IMPROBIDADE EMPRESARIAL- Acordo J&F SA.pdf

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1
ACORDO DE LENIÊNCIA NA IMPROBIDADE EMPRESARIAL:
Acordo da J&F S/A. 1
André Luiz Matos Bezerra2
Luiz André de Carvalho Macena 3
RESUMO: O IBGE constatou nos anos de 2015 e 2016 deficit total do PIB em 7,2%.
Apontada como a pior recessão da história deste país, isto decorre da apuração de vários
esquemas de corrupção envolvendo empresas privadas e agentes públicos, na prática de
improbidades empresariais com contrapartida de recebimento de propinas. Os dirigentes da
J&F S/A, em acordo de leniência com a MPF, apresentaram atas de reunião, termos
clandestinos de compromissos como provas contra si e agentes públicos e políticos
corrompidos. Este esboço focará na compreensão da estrutura desse acordo firmado. Assim
como, na colaboração e responsabilização da investigada. Esmiuçará a origem da lei
anticorrupção ou de improbidade empresarial. A abordagem da pesquisa será descritiva, para
apresentar as conclusões e “visões de mundo” advindas da análise doutrinária e das normas
em estudo. O método utilizado será o analítico e o dedutivo. 
PALAVRAS CHAVES: Corrupção, Lei Anticorrupção, improbidade, leniência, livre
iniciativa.
INTRODUÇÃO.
Adentrar no tema Acordo de Leniência, previsto na Lei 12.846 de 2013, como benesse
de sanções administrativas e cíveis, em contrapartida de colaboração da pessoa jurídica
privada na apuração dos fatos, essencialmente está no estudo do microssistema jurídico de
improbidades.
1Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso na pós-graduação lato sensu em Direito Empresarial,
na Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, para obtenção do título de especialista em direito empresarial.
2 Pós-graduando em Direito Empresarial e bacharel em Direito, ambos pela Universidade Católica Dom Bosco-
UCDB, Advogado inscrito na Ordem dos advogados do Brasil - OAB, seccional de Mato Grosso do Sul - MS,
sob o n. 18.856.
3 Mestre em Direito pela Universidade de Marília - UNIMAR - São Paulo - Área de concentração em
Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e Mudança Social (2013)- Especialista em Direito Civil e
Processual Civil pela Escola Paulista de Direito com Metodologia Jurídica e do Trabalho Científico e Didática
de Ensino Superior (2007) - Graduado em Direito pela Universidade São Judas Tadeu - São Paulo (2002).
Professor na Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
2
O microssistema jurídico de improbidades tem sua formação histórica no combate à
corrupção, objetivando tratar do tenaz problema que a corrupção ocasiona na sociedade.
Assim construíram no ordenamento jurídico nacional a Lei nº8.429/92 (responsabilidade de
agentes públicos) e a lei nº 8.666/93 (atos licitatórios e contratos), e inseriam as Convenções
internacionais de Combate a corrupção.
Nasceu a Lei nº 12.846 de 2013, proposta pela Controladoria Geral da União- CGU,
chamando-a superficialmente de Lei Anticorrupção, desinente de tratados internacionais em
que o Brasil está signatário, os quais abarcam a criação de mecanismos de combate a
corrupção e de planejamento de medidas impeditivas. 
Essa Lei pormenoriza o tema de práticas de condutas de improbidades de agentes de
pessoas jurídicas privadas, traz esse ar de anticorrupção justamente por completar um sistema
existente de vedação à improbidade, tendo enfoque nas condutas praticadas pelas pessoas
jurídicas privadas na relação com o poder público ou com empresas de capital estatal.
Mais a frente, propõem-se através do caso em evidência de acordo de leniência da J&F
S/A com o Ministério Público Federal MPF analise realizada no apontamento do instituto para
que se viabilize a identificação de competências dos sujeitos do acordo, os efeitos do acordo
na apuração dos fatos.
A abordagem da pesquisa será qualitativa, buscando-se apresentar as conclusões e
“visões de mundo” advindas da análise doutrinária e das normas em estudo, e o método
utilizado será o analítico e o dedutivo, já que o estudo partirá do todo às partes, do geral para
o particular. Quanto a coleta de dados a pesquisa será realizada com base em revisão
bibliográfica e análise documental.
Este esboço focará no acordo firmado entre investigadores e investigadas, para
compreensão da estrutura do documento firmado de responsabilização do grupo J&F S/A,
proprietária da JBS S/A (uma das maiores produtora do mundo de alimentos originários de
proteína animal). Portanto, a pesquisa buscará demonstrar o instituto jurídico em sua base
legal de improbidade empresarial inovada na Lei 12.846 de 2013.
1. A CORRUPÇÃO E EFEITOS NO COTIDIANO.
O acordo de Leniência está em voga nos noticiários brasileiros em decorrência das
apurações de fraude nas licitações e práticas de corrupção na PETROBRAS S/A, tendo como
3
envolvidas as principais empreiteiras deste País: Odrebecht, Mendes Junior, Camargo Correa,
Queiroz Galvão, entre outras. 
As notícias foram vinculadas diurnalmente nas diversas fases da operação Lava jato.
Nessas foram identificadas grandes redes de benesses às autoridades politicas para privilegiar
os grupos de empreiteiras e/ou políticos e seus partidos políticos. Evidenciou-se um ciclo
maléfico.
 Antes do estopim da crise, mensurava-se por meio de dados da organização
Transparência Internacional e da Federação da Indústria do Estado de São Paulo FIESP que a
corrupção no Brasil correspondia 26% de todo dinheiro de corrupção movimentado pelo
mundo, e, num cenário mais negativo, essa dedução poderia chegar à alarmantes 43% de todo
dinheiro de corrupção corrente pelo mundo (BATISTA, 2011).
Os frutos da apuração dos fatos pela “Operação lava jato”, facilitados pela colaboração
através das Delações e dos Acordos de Leniência, até dezembro de 2015 foi possível
identificar deficit de 2,5% no Produto Interno Bruto PIB brasileiro, acarretando natural
paralisação dos investimentos (COSTAS, 2015).
Em relatório do Fundo Monetário Internacional – FMI abordou que as apurações de
corrupção na PETROBRAS, e as ingerências governamentais resultou no agravamento do
cenário de crise. Assim decorreram cortes nas notas de confiança de investidores
internacionais tanto da maior empresa brasileira, PETROBRAS, quanto de seu mais forte
acionista, tesouro brasileiro, gerido pela União (ESTADÃO, 2015).
Os números da recessão medidos pelo Instituto Brasileiro de Gestão Estatística IBGE
acumulados em dois anos consecutivos alcançou os 7,2% de deficit do PIB, através de soma
no recuo econômico brasileiro nos anos de 2015 e 2016, obtidos negativamente 3,6% e 3,8%.
Apontada como a pior recessão da história deste país (CAMPOS e TORRES, 2017).
Além da corrupção, a tramoia impediu a sadia formação de concorrência, ao lesionar
não só os direitos e patrimônio da empresa de economia mista, PETROBRAS, como também
de pretensos concorrentes que poderiam se desenvolver com a mesma atividade. Porém de
forma limpa.
O necessário aclareamento investigatório ocasionou corte nos investimentos privados,
assim como de investimentos públicos (CAMPOS e TORRES, 2017), destarte, a ausência de
investimentos daquele período repercutiram na geração de emprego, com recorde de
4
despregados em 14 milhões de pessoas, no primeiro trimestre de 2017, segundo IBGE
(CONCEIÇÃO, 2017).
Outras ramificações também foram identificadas atingindo empresas estatais e
membros da federação, no envolvimento de pessoas jurídicas privadas, sendo citados nomes
de parlamentares e nomes de membros de poderes executivos que ainda estão em depuração.
A operação Lava jato se ramificou em várias outras operações para apurar os fatos em
outros conluiosderivados, sendo operações Irmandade e Pripyat no Rio de Janeiro/RJ,
operações Tabela Periódica e O Recebedor em Goiais/GO, operação Custo Brasil em São
Paulo/SP, operação Crátons em Rondônia/RO (POLÍCIA FEDERAL, 2016).
Segundo delação de dirigentes da J&F Investimentos S/A e da empresa JBS S/A,
apresentando atas de reunião com agentes públicos e termos clandestinos de compromissos, as
propinas eram pagas aos agentes públicos, na maioria das vezes depositados na simulação de
doação para campanhas eleitorais de políticos e partidos políticos, tendo em troca que esses
beneficiados continuassem trabalhando aprovando leis e autorizando manobras
administrativas públicas no favorecimento direto das empresas do mesmo grupo empresarial
(EM, 2017). 
Outro esquema de pagamento de propina envolvendo a mesmo grupo empresarial está
na sua base de produção, na fiscalização pelo órgão Sistema de Inspeção Federal S.I.F,
subordinado ao Ministério da Agricultura e Pecuária MAPA, responsável pela fiscalização da
qualidade dos produtos de origem animal, havendo indícios de que seus agentes de
fiscalização recebiam propinas para emitir certificado de qualidade sem qualquer inspeção
prévia (NUNES, 2017).
Autoridade policial responsável pela deflagração da Operação chamada “Carne
Fraca”, pela Polícia Federal, em março de 2017, verificou haver provas de que parte do
dinheiro oriundo de propina seriam destinados a partidos políticos, coordenadores do esquema
envolvendo agentes públicos do órgão de inspeção SIF do MAPA repassavam esse dinheiro
(ALESSI, 2017).
No entanto, o que mais repercutiu, foi a gravação de áudio pelo presidente da J&F
Investimento S/A, numa reunião extraoficial, no palácio do Jaburu, onde residia maior
representante do poder executivo Federal, estando o mesmo participando da conversa, a qual
findou em prisão em flagrante de agente politico e apreensão de mala guarnecida de notas em
5
espécie no valor total de 500 mil reais para pagamento de ex-deputado, ex-presidente da
Câmara dos Deputados, condenado e preso em uma das celas de presídio federal na cidade de
Curitiba/PR (VAZ, 2017).
No dia 28 de Agosto de 2017, o acordo de leniência firmando entre o Ministério
Público Federal MPF e a J&F Investimentos S/A, controladora do grupo empresarial a qual
pertence a JBS S/A, foi homologado pela 5ª Câmara e Coordenação e Revisão do MPF, sendo
firmado compromissos para ressarcimento de 10 bilhões de reais, dos quais 8 bilhões
destinados aos órgãos públicos prejudicados pelo grande esquema de pagamento de propinas
a vários agentes públicos, no prazo de 25 anos, dos quais o valor corrigido monetariamente
poderá chegar ao total de 20 bilhões de reais (AGÊNCIA BRASIL EBC, 2017).
O massivo aporte de delações e de acordos de Leniência, como mecanismos de
combate à corrupção, são impactantes para sociedade brasileira. Impactantes por causa da
importância das empresas envolvidas. Como também, por causa do deficit econômico
ocasionado pela corrupção. Além da recuperação da imagem ética do país.
1.1 ALGUMAS DEFINIÇÕES PARA CORRUPÇÃO E ACORDO DE LENIÊNCIA.
 Observa-se que o desvio ético intrinsecamente ligada a cultura do jeitinho brasileiro
constitui a argumentação de que esses agentes públicos e políticos envolvidos em corrupção
são fiéis representantes de seus mandatários, porque esses não se desviam de buscar
vantagens para si em detrimentos dos outros, ao “furar” uma fila, ao deixarem de declarar
renda extra, entre outras atitudes tidas como sinal esperteza. 
Segundo Érico Fathi Córdoba de Lima, em dissertação de mestrado, o jeitinho
brasileiro pode ser dividido em positivo, no qual o indivíduo encontra razão de assim agir por
causa da ausência de contraprestação estatal e da desigualdade socioeconômica, fruto
principalmente de corrupção e outras adversidades sociais, e, em negativo, as quais são
ligadas as condutas fomentadores de crimes (LIMA, 2016).
Lima cita o sociólogo Roberto da Mata, identificando que a expressão jeitinho
brasileiro está na necessidade do brasileiro de enfrentar diversas dificuldades para sobreviver
em uma sociedade, tornando-se alheio as leis vigentes. Conclui que trata-se de essencial ao
6
individuo brasileiro construído no decorrer de séculos de formação da sociedade (LIMA,
2016).
 Todavia, ressalta-se a diferenciação de um jeitinho negativo, do qual acarretará o
cometimento de uma conduta tipificada e caracterizadora de grave lesão ao bem jurídico
tutelado, merecedora de toda sorte de censura e punição de seus agentes, de outro lado, o
modo intrínseco dos brasileiros, jeitinho positivo, que nada mais se trata de meios
justificadores do fim de sobrevivência as adversidades impostas (LIMA, 2016)4.
Corrupção caracteriza-se pelas condutas antidemocráticas, sendo que ocorrem
manobras de apropriação de verbas que poderiam propiciar o mínimo de direitos
fundamentais (MOREIRA NETO, p,1), pois nega-se a máxima da Supremacia do interesses
públicos sobre os interesses particulares, mitigando o “bem comum” na prevalência do
individualismo. Define-se bem comum como a finalidade da reunião de pessoas para
constituir uma sociedade (DALARI, P.13, 1998), em que todos de certa proporção sejam
atendidos e satisfeitos.
O significado de corrupção5 traz vários termos, tendo em vista a existência de amplas
condutas consubstanciadoras de corrupção. Destarte, os tratados internacionais e a lei
nº12.846/2013 não buscam exaurir o significado da palavra corrupção, elenca-se várias
condutas que visam atingir essa finalidade maléfica, assim deixa tipificação aberta com a
necessidade de complementação6. 
4[...]difere aqui o jeitinho brasileiro positivo do negativo é o aceite da sociedade. Às vezes, a conduta praticada
pelo agente é criminosa, mas aos olhos da sociedade e de acordo com a política criminal adotada pelo Estado a
conduta deixa de ser considerada criminosa, pois nela se inscreve a questão da sobrevivência. É o caso da mãe
desesperada que não tendo como alimentar seu filho adentra em um mercado e furta uma lata de leite. É uma
atitude tipificada como crime? Sim. Furto, segundo o previsto no artigo 155 do (CÓDIGO PENAL, 1940), mas
em razão do princípio tido como bagatela ou por insignificância do valor e da situação social na qual se encontra,
tal atitude deixa de ser tida como crime, é uma excludente de ilicitude supra legal,conforme conceitua o
Glossário Jurídico do STF (LIMA, 2016).
5Pontua-se Corrupção como: “1. Suborno. 2. Ação de depravar ou induzir alguém a praticar crimes. 3. Ato de
deteriorar substância alimentícia ou medicinal. 4. Ato de corromper. 5. Devassidão.”, segundo Maria Helena
Diniz citada por LIMA (2016, p.47). Por sua vez o respeitável dicionário Aurélio ratifica os mesmos sentidos:
“1-Depravação.2-Suborno.3-Alteração.4 – Sedução”(AURÉLIO Online, 2018). 
6Exemplo disso são itens 1º e 2º do Artigo 1º da Convenção sobre o combate a Corrupção de Funcionário
Públicos Estrangeiros em transações Internacionais da OCDE:1. [...] oferecer, prometer ou dar qualquer
vantagem pecuniária indevida ou de outra natureza, seja diretamente ou por intermediários, a um
funcionário público estrangeiro, para esse funcionário ou para terceiros, causando a ação ou a omissão do
funcionário no desempenho de suas funções oficiais, com a finalidade de realizar ou dificultar transações
ou obter outra vantagem ilícita na condução de negócios internacionais.2. Cada Parte deverá tomar todas as
medidas necessárias ao estabelecimento de que a cumplicidade, inclusivepor incitamento, auxílio ou
encorajamento, ou a autorização de ato de corrupção de um funcionário público [...] (grifo não original).
7
Como exemplo, o artigo 5º da Lei 12.846/2013, que em seu caput deixa aberto no
seguinte trecho: “constituem atos lesivos à administração”,para seus incisos complementarem
o significado trazendo os seguintes verbos: prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente
vantagem indevida, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou
dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados,
dificultar atividade de investigação ou fiscalização (Art.5º incisos I, II, III e V da Lei nº12.846
de 2013).
As características da corrupção por ser ampla com diversas condutas e esferas de
atuação torna-se adequada a abertura do texto legal, desse modo, permite “oscilação entre
esses dois extremos: a necessidade de certeza e a necessidade de deixar certas questões em
aberto para serem apreciadas no tempo adequado”, segundo Noel Struchiner citado por
Zanetti (ZANETTI, p.39,2016).
Na estrutura de combate à corrupção se destaca nas investigações de improbidades
empresariais as colaborações de empresas investigadas para os órgãos ou entidades de
investigação, a qual está nominada na legislação como acordo de leniência. 
O acordo de leniência no começo de sua aplicação no Brasil estava caracterizado como
transação, em fase investigativa, entre pessoas jurídicas privadas e o poder público na trativa
para ser extinta a punibilidade ou para que a pena fosse reduzida, ambas mediante
colaboração com informações para desestruturar organizações anticoncorrenciais ilegais
(OLIVEIRA, p.9, 2015). 
Nesse matiz, Ferraz observa que o acordo de Leniência ferramenta hábil de retificar
contratos em andamento decorrente de fiscalização de Controladorias do poder executivo e
Tribunais de Contas auxiliares do poder executivo, sob prévio consenso e participação da
pessoa jurídica privada acordante, na figura de Termos de Ajustamento de Gestão TAG
(FERRAZ, p.40, 2015).
Importante esse entendimento, porque extingue as condutas de corrupção, mantêm o
fornecimento de produto ou prestação de serviço em que a gestão pública necessita e por
outro lado mantêm o fomento da livre iniciativa promovido por esse contrato devidamente
retificado, o qual continuaria ser fonte de tributos e de vagas de empregos.
(BRASIL, Decreto nº 3.678 de 2000).
8
Desse modo, insurge a necessidade de crescente utilização de ferramentas de
“complience” ou programas de integridade no dia-dia das pessoas jurídicas privadas quer
quando das negociações com a administração pública(ZANETTI, 2016), como também nos
contratos das relações privadas em virtude dos dispositivos desse instituto de combate à
corrupção.
A definição de corrupção está nas condutas que busca ela como finalidade. As
condutas caracterizam egoismo intolerável na manutenção do estado democrático de direito.
O acordo de leniência se apresenta como solução para o desvendar e cessar estas condutas. 
2. ACORDO DE LENIÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA LEGISLAÇÃO
ANTICORRUPÇÃO.
 Na apresentação de cartilhas de combate a corrupção do Ministério da Transparência
e Controladoria-Geral da União (em 2007 e em 2016), salientam as três convenções
internacionais em que o Brasil está signatário: a Convenção Interamericana contra a
Corrupção, a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e a Convenção sobre o
combate a Corrupção de Funcionário Públicos Estrangeiros em transações Internacionais da
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. 
Nas mesmas cartilhas, arguiu-se que o problema da corrupção não se trata
exclusivamente do Brasil ou da cultura do brasileiro, assim como, falou-se de etapas para
organizar o planos de governo para combate à corrupção (BRASIL, 2016 e pág. 05, BRASIL,
2007).
Certa a informação trazida pela CGU em cartilha, uma vez que os estados que
participaram dessas Convenções tornaram-se signatários motivados pela necessidade de
encarar o problema da corrupção unidos, por trata-se de um problema em comum. As medidas
tomadas no Brasil segue os mesmos caminhos da comunidade internacional para que as
sanções das ilicitudes de fulcro econômico sejam consideradas mais grave, no
aperfeiçoamento de normas desse cunho para que haja respeito a norma e não o seu
descumprimento (ZANETTI, 2016. p.36).
O Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial
– IBRADEMP, em estudo denominado Comentários ao Projeto de Lei nº 6.826 de 2010,
9
denotou que o combate a corrupção foi mais embatido pelo Brasil após a assinatura das três
Convenções Internacionais de Combate a corrupção (IBRADEMP, p.5,2011).
Bem verdade que a corrupção não se trata de apenas de problema específico de um
povo, uma sociedade e um estado. Exemplo disto, cita CAMPOS (2014), o emblemático caso
Wartegate nos Estados Unidos da América, no qual buscou subornar membros de estados
estrangeiros para que empresa americana obtivesse vantagens, assim, no fim da década de
setenta culminou na origem da lei chamada de “Foreign Corrupt Practices Act-FCPA”.
A lei FCPA umas das primeiras legislações que introduziu vedação as pessoas
jurídicas americanas no suborno de funcionários de governos estrangeiros, políticos e partidos
políticos estrangeiros, servindo está legislações de exemplo para as posteriores. 
Essa legislação foi importante para criação da Convenção internacional de combate à
corrupção haja vista pressão das pessoas jurídicas privadas americanas no intuito que as
mesmas regras fossem aplicadas às empresas estrangeiras para que não ocorresse competição
desleal.
Sabe-se que a FCPA já trazia restrições e responsabilizações as práticas de corrupção
de agentes públicos estrangeiros, obrigando as empresas a manterem registros contábeis e
sistema de controles internos. E o descumprimento acarretaria medidas cíveis pela Comissão
de Valores Mobiliários norte-americana, e, medidas cíveis e criminais perante o
Departamento de justiça norte-americano, para a empresa e seus empregados (IBRADEMP,
2011).
A Convenção sobre o combate a Corrupção de Funcionário Públicos Estrangeiros em
transações Internacionais da OCDE foi decorrente e inspirada na Lei FCPA americana, sendo
assinada na sede da OCDE em París-França, no ano de 1997, pelos estados-membros, com
vigência internacional a partir de 1999. Como também houve assinatura por estados
convidados, no caso do Brasil, que ratificou no ano de 2000, introduzindo no ordenamento
jurídico por meio do Decreto nº 3.678 de 2000. 
O combate a corrupção tomou mais ênfase em 2003 quando a Convenção da OCDE
bem como outras Convenções internacionais de combate a corrupção foram adotados pela
Organização das Nações Unidas – ONU, sendo promulgado em assembleia da ONU
Convenção Contra a Corrupção, assinado pelo Brasil em 31 de outubro de 2003, a qual
adentrou o sistema jurídico brasileiro através do Decreto nº 5.687 de 2006.
10
Salienta-se que o projeto de Lei nº 6.826, ainda em votação, foi aditada com o instituto
do Acordo de Leniência em razão do Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto
Brasileiro de Direito Empresarial – IBRADEMP, em estudo no “Comentários ao Projeto de
Lei nº 6.826 de 2010”, porque mesmo não previsto no corpo das Convenções, possui
abrangente aplicação na Lei FCPA, na qual decorre inspiração para o combate a corrupção
corporativa desde 1977 (IBRADEMP,p.23,20117).
O Acordo de Leniência está previsto em nosso ordenamento jurídico inicialmente na
Lei nº 8.884 de 1994 após inserção dos artigos 35-B e 35-C pela medida provisória nº2.055 de
2000, convertida em Lei nº10.149 de 2000, autorizou ao CADE - Conselho Administrativo de
Defesa Econômica firmar acordo com empresas que se entregasse espontaneamente e
ajudasse nas investigações de ilegalidade ensejadoras de práticas anticoncorrenciais.
 Desde então, há mais de uma década, esse instituto se consolida na apuração de
responsabilização na via administrativa das ilegalidades cometidas contra a Ordem
Econômica, na atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, contando com a
participação do Ministério Público Federal, sendo recentemente reformulado na Lei nº12.529
de 2011.
O projeto de Lei nº 6.826 de 2010 tornou-se a Lei nº 12.846 de agosto de 2013,
vigente 180 dias após sua publicação, desde janeiro de 2014, busca como diz em seu
preâmbulo, a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública, nacional ou estrangeira, suprindo lacuna legislativa,
precisamente no microssistema de improbidades nas esferas cíveis e administrativas, o qual
pertencem as Leis nº8.429/92 (responsabilidade de agentes públicos) e nº 8.666/93 (atos
licitatórios e responsabilidade por desrespeito).
A promulgação da nova lei de combate à corrupção aconteceu pelo contexto de
reaproximação com a OCDE e reafirmação do compromisso de combate a corrupção
(BRASIL), como também, por causa da pressão exercidas pelas grandes manifestações
contrárias a corrupção nas ruas de todo o país em meados de 2013.
7In verbis:“Em concordância com modelos de sucesso de legislações anticorrupção adotados por outros países,
especialmente pelos Estados Unidos, entendemos que devem constar no PL dispositivos que permitam a
celebração de acordos de leniência e compromissos de cessação. Tais dispositivos deveriam ser inseridos em
Capítulo próprio do PL e aplicáveis tanto para as condutas sujeitas à responsabilização administrativa, como para
as sujeitas à responsabilização judicial.”(IBRADEMP, 2011).
11
A nova lei trouxe em um de seus dispositivos a expressa responsabilidade objetiva da
pessoa jurídica em razão de ato de improbidade administrativa praticado por qualquer
funcionário ou dirigente para beneficiar a mesma8. Novel legislação encontra semelhança na
responsabilidade objetiva prevista nos artigos 932, inciso III, e 933, ambos do Código Civil.
Anterior a Lei 12.846 de 2013, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça STJ já
firmava responsabilidade objetiva da pessoa jurídica na conduta de seus subordinados, foi
expresso na ementa do acórdão do julgamento no RESP 970393 CE 2007/0158591-4, que se
“as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas condenadas por atos ímprobos, é de se concluir
que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma demanda de improbidade”
(STJ. Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, Julgamento: 21/06/2012, T1 - PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 29/06/2012).
Supriu lacuna legal. Cabe lembrar do Princípio da Legalidade que a Constituição
Federal estampa em seu artigo o art. 5º, inciso II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”(CONSTITUIÇÃO). Ou como ensina Lenza;
“pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade”
(LENZA, 2014).
Assim, até aquele momento, não havia expresso em lei vedação dos atos de
improbidade por pessoas privadas contra a administração pública nas esferas administrativas e
cíveis. Uma vez que, a Convenção sobre o combate a Corrupção de Funcionário Públicos
Estrangeiros em transações Internacionais da OCDE adentrou o sistema jurídico com o
decreto nº 3.678 de 2000, seus dispositivos tratam dos compromissos assumidos pelo estado
signatário, no qual havia como uma de suas concretizações a aplicação da Lei nº 12.846. 
Salutar mencionar que antes da Lei nº12.846 havia previsão legal na esfera criminal
para responsabilização das condutas improbas praticadas por particulares, tendo previsão legal
no “Título XI Dos Crimes Contra A Administração”, no Capítulo II Dos Crimes Cometidos
por Particulares contra a Administração Pública, com a previsão da Corrupção Ativa no artigo
333 do Código Penal.
Por sua vez a Lei 8.666 de 1993 enfatiza a figura do agente público sendo ele
funcionário público ou empregado público ou por qualquer motivo na ocasião dos fatos esteja
8Nos seguintes termos da Lei 12.846: Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos
âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não (grifo nosso)(BRASIL, 2013).
12
nas funções da atividade pública, no entanto, caso particular cometa conduta lesiva à
administração pública, as mesmas são tipificas como prática de crimes previstos na Seção III,
artigos 89 a 99.
FERRAZ sintetiza a previsão de microssistema jurídico que aborda as improbidades
em seus víeis, no qual o papel da Lei nº12.846 não atrapalha a aplicação das demais
legislações, da mesma forma que as demais não atrapalham a aplicação da Lei improbidade
empresarial (Lei nº 12.846), disse mais, concluiu que a Lei nº 12.846 e a Lei nº 8.429 de 1992
(Lei de improbidade administrativa) são irmãs siamesas, uma vez que tratam de improbidade,
mas tratam de cabeças diferentes (FERRAZ, 2014. p.36).
Ocorreu ao longo das últimas décadas o fortalecimento no ordenamento jurídico
brasileiro com a assinatura de convenções de combate à corrupção e a criação de leis nesse
sentido. A lei de improbidades empresariais complementa o combate à corrupção e trouxe
previsão legal para instituto de acordo de leniência trabalhar na mesma área.
3. O ACORDO DE LENIÊNCIA DA J&F S/A. Capacidade do MPF de ser parte e
critérios para o quantum ressarcitório.
Importante destacar a relevância da livre iniciativa na composição da sociedade
brasileira. A Livre iniciativa está como fundamento do estado democrático de direito, gravado
no inciso IV do artigo 1º da Carta Magna. Diante disto, figura o papel social da propriedade
(art. 5º inciso XXIII da CF) no rol das garantias e direitos fundamentais.
Ademais, na cabeça do Título de Ordem Econômica e Financeira na Constituição
Federal, tendo uns de seus fundamentos a livre iniciativa, abarca como princípios a
propriedade privada, a função social da propriedade, a livre concorrência, a busca do pleno
emprego (Art. 170, incisos II, III, IV e VIII). 
A interpretação dos princípios expressos acima com o princípio da Dignidade da
pessoa humana resulta na função social da empresa. A empresa visando lucro promove a
geração de valores, produz e movimenta riquezas, assim como oferta vagas de empego
(HAMDAN, LEAL JÚNIOR., PEREIRA E FREITAS FILHO, 2008). 
Isto se dá em razão de que a constituição de uma sociedade necessariamente precisará
de formação econômica anterior a sua existência, como uma força natural, sendo condição
13
propicia para formação de democracia com valores fundamentais na liberdade e na igualdade
dos indivíduos que à compõe, lhes permitindo a organização da produção e do consumo
(FERREIRA FILHO, p. 305, 2012).
Entretanto, cada estado em sua formação histórica e Constitucional experimenta a
centralização ou a descentralização de atividades econômicas, como também especifica graus
de interferências nas atividades econômicas ou quase nenhuma interferência(FERREIRA
FILHO,p. 311, 2012) .
Nessa formação, a Constituição do estado democrático brasileiro preferiu
interferência na organização descentralizada da ordem econômica, ou seja, o particular em
regra prática a atividade e o estado aplica delimitações na justificativa de preservar o bem
comum.
O mecanismo do acordo de leniência se encaixa na preservação dos princípios da
ordem econômica acima entabulados porque permiti que a economia se torne harmônica e
saudável. O acordo de leniência propicia o desmonte da prática ilegal e a preservação de
atividade econômica de pessoa jurídica privada retificado-a.
Porém na prática o acordo de leniência apresentou algumas celeumas, dentre elas está
o papel do Ministério Público na competência de firmar acordo mesmo sendo expresso no
caput do artigo 16 da Lei 122.846 de 2013, às autoridades máximas de cada órgãos ou
entidade poderá firmar o acordo (BRASIL, 2018).
Na vigência da Medida Provisoria nº 703 de 2015 estava previsto acréscimo de
previsão expressa de competência em conjunto do Ministério Público ou Advocacia Pública
com entes da federação, com suas autoridades máximas em cada órgão ou entidade. Contudo,
retificadora medida provisória não foi convertida em Lei pelo Congresso Nacional (BRASIL,
lei 12.846).
Na cláusula 1ª do acordo de leniência entre o Ministério Público Federal e a J&F
Investimentos S/A, enfatiza que a competência para ser parte do acordo de leniência está nas
suas prerrogativas de função previstas na Constituição, na proteção do patrimônio público e
social como parte ativa de inquérito e ação civil pública, de seu Termo de Ajustamento de
Conduta (art. 5º, § 6º, da Lei 7.347/85), na promoção privativa de ação penal pública, da sua
independência por ser vedada a representação dos interesses de entidades e órgãos públicos.
(artigo 129, incisos I, III e IX, da CF). 
14
Na mesma cláusula menciona a lei de combate a lavagem de direito e o instituto da
colaboração prevista na mesma lei, atenuante de penalidade (art. 1º, §5º, da Lei nº 9.613/98).
Elenca, também, as Convenções de Palermo (Combate ao Crime Organizado, no art. 26, do
Decreto nº5.015 de 2004 ) e Mérida ( no art. 37Decreto nº 5.678 de 2006, De Combate à
Corrupção da ONU) a estimulação por parte do estado às investigadas colaborarem com os
investigadores, e, a cooperação entre essas autoridades para se fazer cumprir a lei.
A homologação ocorreu após termo de aditamento, no qual acresceram as
participações do Tribunal de Contas da União TCU, da Controladoria-Geral da União CGU,
da Comissão de Valores Mobiliários CVM, da Superintendência de Previdência
Complementar PREVIC, da Receita Federal e da PETROBRAS, da Caixa Econômica Federal
CEF e dos fundos de pensão (ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – MPF, agosto de 2017).
 Ocorre que no mesmo mês de homologação desse acordo de leniência a 3ª Turma do
4º Tribunal Regional Federal fixou em acórdão no julgamento do Agravo de Instrumento
5023972-66.2017.4.04.0000 que o Ministério Público no acordo com a empreiteira
ODEBRECHT S/A, não teria competência para firmar acordo de leniência envolvendo atos de
improbidade pública prevista na Lei nº 12.846 (CANÁRIO, 2017).
E mais, concluiu que apenas a Controladoria Geral da União, judicialmente
representada pela Advocacia-Geral da União teria prerrogativa, pela literalidade expressa no
artigo 16 da lei 12.846 de 2013, de firmar acordo de leniência com as empresas que as
procurassem seguindo os critérios objetivos previstos em lei (CANÁRIO, 2017).
Em seu voto, o desemb. Roberto Favoreto, da 3ª Turma do TRF da 4ª Região, enfatiza
a ausência de competência do MPF em firmar acordo de leniência nas esferas cíveis e
administrativa representando a União, de acordo com a literalidade do art.16 da lei nº
12.846/13. Entretanto, salientou a possibilidade do MPF pactuar nas atribuições do inquérito
civil, de natureza sui generis, no plano dos Termos de Ajustamento de Condutas – TACs. 
No entanto, no voto da relatora desemb. Vânia Hack de Almeida, foi orientado pela
possibilidade de manutenção do acordo mediante re-ratificação pela CGU, que seria parte
condutora do acordo representando a União, permitindo participação do MPF (BOLETIM
JURÍDICO 183, 2017).
A advogada Geral da União, ministra Grace Mendonça, no Agravo de Instrumento nº
5023972-66.2017.4.04.0000 (PR) – TRF4, argumenta que para segurança jurídica às empresas
15
interessadas em acordo de leniência, todos os órgãos e entidades de regulamentação e controle
trabalhem em parceria na fixação de novas combinações atenuantes de improbidade
empresarial (AGU, 2017). 
Não foram esgotados os recursos contra essa decisão referente ao acordo de leniência
entre MPF e ODEBRECHT S/A, a qual poderá estabelecer a solidificação da segurança
jurídica em relações semelhantes, como é o caso do acordo de leniência entre MPF e J&F
Investimentos S/A.
O MPF esclarece que o acordo de leniência entre MPF e J&F S/A possui validade em
razão de homologação pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF (5CCR/MPF), no dia
24 de agosto, sobre os aspectos cíveis, assim como foi homologado sobre os aspectos penais
na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, mesmo juízo em que foram deflagrados as
operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono (Lava Jato) e Carne Fraca, nas quais investigam os
crimes relatados no acordo9 (MPF, 2017).
Outra polêmica foi criada na mensuração de valores a serem pagos no ressarcimento
ao erário, haja vista que o MPF não poderia aplicar em seus acordos de leniência as multas
previstas na legislação de direito administrativo sancionador, expressa vedação constitucional
de representar ou prestar consultoria as entidades ou órgãos públicos (do inciso IX do Art.129
da CF). 
O acordo de leniência da J&F S/A e MPF não exclui o direito de órgãos e entidades
públicas destinatárias das multas e dos ressarcimentos pactuadas, posteriormente cobrá-las,
contudo, limita em até 80% do quantum acordado para ser descontados, vedando o direito de
restituição em caso de pagamento superior, assim como, no montante devido a União
referente a multas tributárias, administrativas e penais, quando pagas em sua integralidade,
limita-se aos mesmos 80% para desconto no valor do acordo, sem direito a restituição do
quantum quando o valor seja acima (Cláusula 16, parágrafos 3º e 5º do Acordo).
9A homologação do acordo entre MPF e J&F está previsto na Cláusula 26. O Acordo de Leniência, após
assinado pelas partes, será encaminhado pela força-tarefa das Operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono para
homologação na 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, acompanhado dos anexos
produzidos pela colaboradora e declarações dos Aderentes e de outros documentos que se entendam necessários
a sua perfeita compreensão. Parágrafo único. Poderá ser promovida também a homologação do Acordo de
Leniência e dos Termos de Adesão de Preposto ao Acordo de Leniência perante a 10ª Vara Federal da Seção
Judiciária do Distrito Federal, para fins penais.”
16
Outra previsão expressa no acordo é que o mesmo não tem força de impedir que
lesados procurem ressarcimento com outros instrumentos, em juízo ou em arbitragem, se
julgarem insuficiente o quantum estabelecido no acordo, remetendo a regra de abatimento
prevista nos parágrafos 3º e 5º da mesma cláusula (Cláusula 16, parágrafo 11).
Mesmo descrevendo no caput da cláusula 16 o termo multa e ressarcimento, o mesmo
denota distinção, nos parágrafos da mesma cláusula, das outras multas e ressarcimentos caso
partes alheias ao acordo queiram recebê-los, mesmo estando como destinatários. Fixando,no
entanto limitando, ressarcimento de até 80% do quantum estipulado em acordo.
Assim, MPF reconhece no corpo do acordo a necessidade de tratativa com outras
entidades públicas e órgão referente aos dispositivos engendrados no acordo, e se atribui
convencionar com esses terceiros interessados, sendo os mesmos objetos de investigação
tratados no acordo (Cláusula 17 do acordo)10.
Importante previsão no Acordo MPF e J&F S/A de prioridade de pagamento de
dívidas para manutenção de suas atividades, em respeito aos princípios já citados previstos no
Título de Ordem Econômica da CF, caso haja risco de não pagamento de outras obrigações de
empresas será permitido por força do parágrafo 8º, mediante aditamento, a suspensão do
pagamento das parcelas ora pactuadas para cumprimento do acordo.
Outra previsão do acordo está na possibilidade de distribuição de lucros e dividendos
durante a vigência entre as partes, no qual estipula apenas retiradas quando do pagamento
integral da última parcela prevista (§9 da cláusula 16), ressalvando o mínimo de 25%
entabulado no §2º do art. 202 da Lei das S/A nº 6.404/76.
Consequentemente, a aplicação correta do acordo com o devido ressarcimento dos
órgãos e entidades públicas, mesmo não sendo a parte devidamente autorizada por lei, cumpre
o que é fundamental para a lei, a colaboração da investigada desmantelando as condutas de
corrupção.
10XVII – Compromissos do Ministério Público Federal Cláusula 17. Considerando a gravidade e a repercussão
social dos fatos apurados, e a eficácia da colaboração acordada, o Ministério Público Federal, nas atribuições da
Força-Tarefa das Operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono e dos demais membros que assinam o presente
Acordo, compromete-se:I – A empreender diálogo ativo com outras autoridades ou entidades públicas com as
quais a COLABORADORA venha a entabular tratativas para a celebração de acordos tendo como objeto os
mesmos fatos revelados no âmbito deste Acordo, tais como o Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controle (MTFC, antiga Controladoria Geral da União – CGU), autoridades dos Estados e Municípios
competentes para a instauração dos processos de responsabilização nos termos da Lei 12.846/13, Tribunal de
Contas da União, dos Estados e dos Municípios, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE,
Advocacia Geral da União.
17
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A corrupção contrária o bem comum pelo simples fato de que se baseia negando a
máxima da Supremacia do interesses públicos sobre os interesses particulares. Na prevalência
do individualismo mitiga o direito de todos de certa proporção serem atendidos e satisfeitos
como mínimo de direitos fundamentais na sociedade. 
As condutas que buscam corrupção na atividade da pessoa jurídica são de egoismo
intolerável na manutenção do estado democrático de direito. São as pessoas jurídicas
principais exercentes da livre iniciativa, a qual é essencial para sociedade. As pessoas
jurídicas são fundamentais na liberdade e na igualdade dos indivíduos que à compõe, porque
visam a geração de valores na produção, circulação de mercadorias e geração de riquezas e de
empregos.
O acordo de leniência se apresenta como solução para o desvendar e cessar as
condutas de corrupção das pessoas jurídicas. Constatou-se que o instituto faz parte de um
fortalecimento no ordenamento jurídico brasileiro, no qual ao longo das últimas décadas, na
assinatura de convenções de combate à corrupção e na criação de leis nesse sentido busca
cessar e desmantelar as condutas ilícitas com apoio das investigadas.
Entretanto, até em razão de sua recente criação legal, o acordo de leniência gravado na
lei de improbidades empresariais apresentou desajustes quanto sua aplicabilidade pelo
ministério público. Mesmo sendo o Ministério Público figura essencial nas ações e inquéritos
civis públicos para proteção do patrimônio público e social. 
O primeiro acordo de leniência existente em nosso ordenamento, ainda em pleno
vigor, encontra aplicação no Conselho Administrativo Defesa Econômica, o qual permite a
participação do Ministério Público como parte do acordo de leniência de antitruste, mesmo
possuindo representação jurídica própria e autonomia.
Com o devido ressarcimento dos órgãos e entidades públicas a aplicação correta do
acordo de leniência de improbidades empresariais, mesmo não sendo a parte devidamente
autorizada por lei, cumpre o que é fundamental para o microssistema de improbidades, o
combate à corrupção. 
Portanto, a colaboração da investigada desmantela as condutas de corrupção, faz
cessar as atividades ilícitas. E melhor, permite a continuidade da pessoa jurídica, agora
18
devidamente retificada, na prática da livre iniciativa cumprindo sua função social auxiliando
na manutenção da sociedade.
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