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Aula_10_-_Contestação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Processo nº ...
CLAUDIA, brasileira, casada, profissão..., portador do RG... e CPF..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., no bairro de..., Rio de Janeiro/RJ, CEP..., vem por meio de seu advogado legalmente habilitado, com base no art. 39, inciso I do CPC, no endereço profissional na Rua..., nº..., no bairro de..., Cidade/UF, CEP..., onde recebe intimações, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, com base no art. 300 e seguintes do Código de Processo Civil, oferecer:
CONTESTAÇÃO,
a ação de cobrança pelo rito ordinário, movida pelo HOSPITAL CUIDAMOS DE VOCÊ LTDA., já devidamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, pelas seguintes razões a seguir expostos.
DAS PRELIMINARES
Da incompetência absoluta em razão da matéria.
Verifica-se na ação proposta a incompetência absoluta em razão da matéria, posto que, a competência para analisar e julgar a matéria é da Vara Cível e não da Vara da Fazenda Pública como fora proposta.
Desta forma com base nos artigos 301, inciso II, 91 e 113 todos do Código de Processo Civil, os autos devem ser remetidos à vara competente, qual seja Vara Civil.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
II - incompetência absoluta;
Art. 91. Regem a competência em razão do valor e da matéria as normas de organização judiciária, ressalvados os casos expressos neste Código.
Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.
§ 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas.
§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente.
DA SINTESE DA INICIAL
 Em 17 de setembro de 2013, Cláudia acompanhou o seu marido, Diego, ao Hospital Cuidamos de Você Ltda, por ter sofrido fratura exposta na perna direita, sendo necessária a realização de uma cirurgia de emergência, conforme comprova diagnóstico médico. O plano de Saúde Minha Vida, conveniado ao hospital, arcou com os custos de todo o procedimento médico. 
Para a realização do procedimento cirúrgico, mesmo após a autorização do plano de saúde, a direção do hospital exigiu de Cláudia um cheque caução no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), como garantia de pagamento dos serviços médicos que seriam prestados a Diego. 
 DA VERDADE DOS FATOS
O plano de Saúde Minha Vida, conveniado ao hospital, autorizou a realização do procedimento cirúrgico do marido de Claudia.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no art. 6º, dispõe que um dos direitos sociais, garantido a todo brasileiro, a saúde, tendo como objetivo o bem-estar e a justiça social:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
No art. 196, da Carta Magna, dispõe que a saúde não é só um direito de todos mais também um dever do Estado:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Claudia, tendo o seu marido com fratura exposta e com a noticia do diagnostico médico da necessidade de procedimento cirúrgico em caráter de emergência, devido a grave situação em que se encontrava, sendo obrigada a se submeter às exigências do Hospital, que vendo a sua fragilidade diante da situação em que se encontrava, aproveitou-se dela, caracterizando estado de necessidade, o Código do Direito do Consumidor em seu art. 39, inciso IV, proíbe essa prática: 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
(...)
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
A atitude do Hospital em exigir de Claudia um cheque caução para o procedimento cirúrgico do marido, Diego, é considerado como crime no Código Penal, além de ferir o fundamento da dignidade da pessoa humana que se encontra no art. 1º, inciso III, da Carta Magna:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:
o acolhimento da preliminar de incompetência absoluta em razão de matéria, devendo o processo ser remetido para vara cível (art. 301, inciso II do CPC);
no mérito, a improcedência dos pedidos autorais (art. 269 do CPC);
a condenação do autor no pagamento dos ônus sucumbenciais (art. 20 do CPC).
DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 332 e seguintes do CPC, em especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local..., ... de ... de ...
Advogado
OAB/UF

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