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ONLINE 10
A CONSTRUÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS – NOVOS DESAFIOS
Introdução
Em 1839, os escravos que saíram da atual Serra Leoa estavam sendo levados (ilegalmente) para Cuba, quando se revoltaram e tomaram o navio. A embarcação ficou a deriva por alguns dias, até que foi interceptada pelos ingleses, que faziam o policiamento das águas do Atlântico, para que o tráfico da carne não ocorresse. Como estavam próximos da costa estadunidense, toda a tripulação foi levada para os Estados Unidos, e lá, começou uma implacável batalha jurídica para decidir qual seria o destino daqueles africanos escravizados. A história verídica é muito interessante e vale a pena ser conhecida mais a fundo. Mas, no que diz respeito ao estudo da história da África no século XX, o que ocorreu no La Amistad aponta as principais mudanças que o tráfico sofreu no século XIX e suas consequências.
Premissa
Caro aluno, esta aula não pode ser um fim. Os estudos de História da África ainda carecem de dedicação e principalmente o entendimento da sociedade brasileira de sua vinculação com a história social, cultural e política do continente.  
 Se quisermos pensar no bom e velho caminho das origens, é certo que teremos que pensar sobre a quantidade, as marcas da tradição africana em nossa sociedade.
Antes de avançarmos, leia este breve texto: Representações e imprecisões didáticas de Anderson Ribeiro Oliva.
Representações e imprecisões didáticas
Anderson Ribeiro Oliva
A mudança dessa perspectiva começou a ocorrer um pouco antes das lutas pelas independências, nos anos 1950 e 1960, e se estenderia até o final da década de 1970. De uma forma geral, pode-se afirmar que, na segunda metade do século XX, aconteceu uma espécie de revolução nos estudos sobre a África. As investigações se diversificaram e ampliaram suas abordagens.
Em um primeiro momento, a fragmentação política do Continente forçava a construção de histórias nacionais para cada região “inventada” pelos europeus e reinventada pelos africanos.
De forma geral, a independência criou, por parte de uma nova elite política e intelectual, a necessidade da elaboração das identidades africanas dentro do continente, e deste perante o mundo. Para isso, era imprescindível retornar ao passado em busca de elementos legitimadores da nova realidade e encontrar heróis fundadores e feitos maravilhosos dos novos países africanos e da própria África.
Por essa visão, o continente possuiria uma história tão rica e diversificada quanto à europeia.
Segundo o filósofo africano Kwame Appiah, era preciso ter qualidades e forças em um mundo competitivo e em uma África submersa em problemas dos mais diversos tipos. Para ele, entre esses primeiros pensares pós-independência estaria o aparecimento de ideologias que defendiam e (re)significavam a identidade africana: o pan-africanismo e a negritude. Ambas, com intensidades e objetivos diferentes, buscavam enfatizar a existência de uma identidade comum africana, que serviria como sinal distintivo e de qualificação, muitas vezes apaixonada, dos africanos com relação ao resto da humanidade (Appiah, 1997: 19-53). Essas correntes tiveram uma grande influência nos estudos ali organizados até o final dos anos 1970, e na própria articulação e crescimento dos movimentos negros do outro lado do Atlântico.
Uma das principais gerações de pensadores desse grupo foi a dos intelectuais liderados pelos africanos Joseph Ki-Zerbo e Cheikh Anta Diop. A maior parte dos historiadores ligados a esse movimento supervalorizou o argumento de que a África também tinha sua história. 
Tal iniciativa fez com que Carlos Lopes chamasse esse grupo de “Pirâmide Invertida”, ou Corrente da Superioridade Africana. Para Lopes, não seria difícil entender ou justificar este nome, já que eles estavam ligados à iniciativa de modificar as leituras e visões sobre a África, procurando redimensionar sua história, inclusive colocando-a como o ponto de partida para explicar a História Ocidental (Lopes, 1995: 25-26).
As investigações deveriam, portanto, focar a África em sua própria trajetória. As histórias dos reinos e civilizações africanas foram utilizadas como exemplo da capacidade de organização, transformação e produção africanas, que em nada ficava a dever para os padrões europeus. Assim como os vestígios materiais deixados do passado — técnicas de cultivo, padrões de estética da arte estatuária, ruínas dos mais diversos matizes — foram usados para evidenciar as qualidades do Continente. 
No entanto, os autores que abordam o período são unânimes em afirmar que os esforços dessa vertente resvalaram (INCIDIAM) em erros anteriormente cometidos. Um dos mais evidentes era a ação desproporcional de enaltecer as características histórico-culturais da África. A imprecisão, aqui, foi cometer o mesmo erro dos estudos europeus, só que agora nãoutilizando o eurocentrismo, mas sim o afrocentrismo.
Em alguns estudos os africanos passaram a ser percebidos como meras vítimas das ações externas, perdendo novamente o papel como agentes históricos.
Precisamos nos perguntar sobre o motivo de tão pouco interesse
Um brasileiro sonha em ir a Europa, a maioria que teve estudo conhece Platão, mas quantos de nós já lemos sobre os escritores contemporâneos africanos?
Quantos de nós conhecemos de fato a sociedade e as dinâmicas que marcam a África hoje?
Imaginamos somente bebês famélicos, violência, e armas...  Por quê?
Temos que pensar que o mundo viveu, nas décadas de 1960 até 1980, um forte quadro de tensão mundial. 
Pense em sua cidade hoje, na criminalidade; pense no quanto você já viu de armas pesadas, para guerra.
O planeta viu uma escalada das armas em todos os níveis, tornando-se um comércio que se alimenta dos conflitos e da guerra.
É a mesma sociedade que tem orgulho da criação de um fuzil, uma arma das mais fatais, com a ideia de uma arma popular!  
Difusão da violência
A violência está difundida, em morros, favelas, periferias. Cria-se um modelo em que é estimulado o conflito por algum motivo, seja ele qual for. 
Homens muito poderosos vivem deste sistema que se retroalimenta e faz vítimas no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Nova York e na África.  
As terras africanas sofreram muito (como as brasileiras), pelas práticas etnocentristas; sociedades ganharam funções em uma ordem mundial onde sua cultura já não importava, mas o seu desenvolvimento de ordem tecnológica; o novo fetiche mundial é a busca.  
Estamos diante de um novo mundo, não há dúvida.
Medimos uma sociedade pelos princípios apresentados, e vemos todo mundo mergulhar e buscar este mesmo processo.
É acidental?
Não, somos frutos de disputas de conglomerados econômicos que objetivam lutar, se manter.
Repare, não estamos tratando de teorias da conspiração, mas de realidades, empresas que determinam os preços, estimulam carestias, mantêm e dirigem governos.
Vivemos neste momento a chamada Primavera Árabe com movimentos que não podemos deixar de observar vinculados à África. 
Egito e Líbia, entre outros, estão abrindo mão de seus governos ditatoriais, vivendo híbridos de poderes difíceis (MULÇUMANOS TRADICIONAIS, GRUPOS POLÍTICO- MILITARES) e uma massa nova com a velocidade da informação, buscam a democracia e as reformas políticas e sociais.
Leia a primavera do mundo árabe-sunita: o islã árabe-sunita entre o wahhabismo conservador e o espírito crítico, entre a política do petróleo e a independência econômica.
Inserção de outras culturas no continente africano
A cultura e a sociedade africana foram ocidentalizadas e não devem ser pensadas como na busca de um retorno, um purismo, as sociedades são dinâmicas e desta forma, hoje a África vive um paradoxo.
As independências, como no caso do Congo são emblemáticas. Os Estados Unidos entendiam que a posição estratégica militar garantia sua preponderância na estrutura política.
Quando falamos no governo de Mobutu (foto), e seus 30 anos à frente do governo da República do Congo, presenciamos um chefe de Estado mantido pelo governo norte-americano,que manteve, em torno de uma política de homicídios, o controle, a área para o investimento de empresas norte-americanas, e a dinâmica de ser um fornecedor de cacau e café, interesses diretos nas commodities americanas.   
O modelo de governo que foi conservado por essa nova forma de imperialismo pode ser bem entendida se considerarmos que Mobutu tinha uma fortuna estimada em 700 milhões de dólares, em bancos europeus, em 1997.
Mas Mobutu não foi o único imperador mantido pelas potências europeias que em seu modelo constituía um sistema no qual consolidava uma pequena elite local e pela relação simbiótica com esta elite, mandando-os estudar nos seus principais centros, conservando o suporte de empresas estrangeiras e o apoio do governo, garantindo proteção contra as massas mais pobres.  
Em troca deste apoio eram dadas armas, inserção em um mercado negro que garantia sua perpetuação. 
No âmbito da Guerra Fria, então, estes quadros são exaltados.
Vejamos o exemplo de Roberto Mugabe
Segundo relatos dos jornais, em seu aniversário de 85 anos foram consumidas 8 mil lagostas, 3 mil patos, 8 mil caixas de chocolate Ferrero Rocher, além de 5 mil garrafas de uísque.
E O PAÍS? O país? Zimbábue que hoje tem 94% da população sem emprego formal; surtos de epidemias, como AIDS e cólera têm matado constantemente; e a inflação diária é de 98%.  
Sua história, como a de muitos líderes, é iniciada contra a minoria branca colonialista, ainda na Rodésia, sendo um dos fundadores da União Popular Africana do Zimbábue.  
Buscando o nome do antigo reino da região, ao que tudo indica era rico e organizado. Mugabe se aproxima dos interesses norte-americanos, assumindo, em 1980, como Primeiro Ministro e, posteriormente, como Presidente, o grande problema é o sistema de controle e a manutenção de pequenos grupos como representantes do centro de poder.
Reformas foram tentadas, mas seu poder, um misto de carismático e um forte tom policialesco, tem se mantido no comando sobre uma falsa imagem de liderança.
Omar al-Bashir
Omar al-Bashir é um dos mais conhecidos, presentes na discussão da Primavera Árabe, sua carreira política esteve envolvida nas disputas do Norte da África, seja das lutas de Egito e Israel, até os golpes militares que se sucederam no Sudão.   
Em 1989, assume o poder ao lado de uma junta militar e inicia um governo de perseguição e negação do Ocidente, valorizando elementos de um fundamentalismo, ainda que alguns defendam que de fato seu governo atuava nos dois sentidos, negociando e buscando constantemente se manter no poder.
A revista Time colocou-o na lista dos 5 ditadores mais cruéis do pós-Segunda Guerra Mundial.
Na sua apresentação, escreveu: “As suas guerras fizeram mais de 2,5 milhões de mortos (no Sul do Sudão e na região do Darfur); mais de 7 milhões de deslocados forçados pelas suas táticas de terra queimada (só no Darfur 1500 aldeias foram reduzidas a cinzas)”.
“Alguns comentaristas chamam-lhe o diabo, disseram ao britânico The Observer, Julie Flint e Alex Wall, autores de um livro sobre o Sudão nas últimas décadas. Mas isto é uma simplificação. Al-Bashir é um líder pragmático, mas também um homem orgulhoso e teimoso que responde enraivecido a quem puser em causa a sua dignidade.”
Ruanda e Burundi
Uma das lutas mais conhecidas da história da África se dá pela discussão sobre as etnias diversas presentes neste espaço, os hutus e os tutsis.  
 Os dois grupos, apesar de conviverem, não têm clareza de identificações étnicas e culturais. 
Língua e aspectos físicos eram diversos e isso ainda foi mais confuso, pois os belgas, que dominavam a região, entregaram o controle político, tutelado, para os tutsis, que compunham 15% da população.  
São os tutsis que iniciam o processo de independência, estabelecendo um reino, controlando e mantendo a estrutura de dominação, este processo gerou um movimento de revolta, iniciado em 1959 e acabando por separar o país.
A paz era, no entanto, uma realidade distante, uma vez que em 1963, tutsis exilados no Burundi organizaram um exército e atacaram Ruanda, sendo massacrados pelos hutus.   
A vingança, fruto deste quadro, levou a sucessivas disputas até que, em 1973, Juvénal Habyarimana, de etnia hutu, chegou ao poder, estabelecendo um período de paz.
Em 1993, o governo de Ruanda, liderado pelos hutus, assinou um acordo de paz com a liderança tutsi, pelo qual os refugiados poderiam voltar ao país e participar do governo.
Mas a situação, quando parecia próxima ao seu fim, viu os líderes morrerem em um acidente aéreo e as disputas pelo poder retornaram, e o mundo ficou chocado com o quadro apresentado pelas televisões dos campos de refugiados; mensura-se que 10% da população estava nos chamados “campos de reagrupamento”. Outros 700 mil refugiados seguiram para as fronteiras do país gerando sérios problemas para os vizinhos.
Biafra
Este caso mostra um pouco do quadro que foi criado com partilhas desastradas e a reconstrução africana, tendo que se reinventar em diversas regiões. O exemplo é o da Nigéria, na República de Biafra, que possui um enorme número de etnias.  
 Em meados de 1966, os ibos, por golpe militar, alcançam o poder, provocando o aumento das disputas contra os iorubás e os hauçás. Assim, as guerras começam, os ibos foram massacrados onde eram minoria no país, gerando uma migração no sentido Leste da Nigéria.  
Os ibos – o grupo passa a lutar por sua independência (financiado pelos soviéticos) e a guerra civil foi declarada até 1970, só sendo parada quando a OPEP estabelece um boicote que acaba por financiar a guerra entre as etnias, gerando um tenso acordo de paz.
Angola e Moçambique
Como já vimos, os portugueses foram um dos grupos que lutaram mais intensamente contra a independência de suas colônias, gerando um desastre que não impactou somente a África, mas também Portugal.
Em Angola, o movimento contra a colônia acaba por ser um dos principais palcos africanos da Guerra Fria. Os grupos locais buscaram aproximar-se do apoio de cubanos e angolanos, contra os grupos liberais, apoiados pelos americanos.
O Movimento Popular Pela Libertação de Angola (MPLA)
Movimento de esquerda alçado ao poder, com José Eduardo dos Santos. 
Entretanto, Jonas Savimbi, seu opositor de direita, não reconheceu o resultado, e a guerra civil recomeçou. 
O trágico saldo da guerra civil de mais de 2 décadas é um país arrasado em toda a sua infraestrutura, afetado por doenças que matam centenas de pessoas por dia e que se tornou o detentor do maior percentual mundial de pessoas mutiladas por minas terrestres. Além de mutilar as minas dificultam a prática da agricultura.
Com a morte de Jonas Savimbi durante um combate, em abril de 2002, seu grupo foi finalmente desarticulado, abrindo caminho para um processo de paz mais duradouro.
Consequentemente, Angola é um dos países mais pobres do mundo, em que cerca de 60% da população é analfabeta e somente 40% fala o português, língua oficial do país.
O caso de Moçambique, outra ex-colônia portuguesa, não difere muito do angolano. Em 1975, Moçambique conseguiu a independência, a Frente de Libertação de Moçambique( FREMILO), de orientação marxista, chegou ao poder com um sistema de partido único, e o seu líder, Samora Machel, tornou-se presidente do país.
A FRELIMO, apoiada pelos governos socialistas, enfrentaria a Resistência Nacional Moçambicana( RENAMO), que tinha como principais aliados os Estados Unidos e a África do Sul.
Em 1992 a FRELIMO e a RENAMO assinaram o acordo de paz, dando esperança de dias melhores para os moçambicanos.
Em 1994, foram realizadas eleições pluripartidárias, e a FRELIMO saiu vitoriosa por meio da eleição de Joaquim Alberto Chissano. A RENAMO permaneceu como a segunda força política do país, optando pelo caminho das armas.
Em 1999, Chissano foi reeleito, apesar das denúncias de fraudes, feitas pela oposição, que não foram comprovadas.
A África do século XXI
A Guerra Fria chegou ao fim, as democracias começam a se consolidar, ainda que frutode lutas como as que estamos vendo agora, a África, apesar de sua estabilidade e de suas diferenças, tem sido redescoberta pelo mundo, seu papel hoje ainda está vinculado a figura das commodities.
O Brasil, explora petróleo em Angola, detectando uma melhoria dos índices econômicos. A fome, a doença, a falta de estrutura ainda é uma leitura visível, no entanto áreas como Marrocos e África do Sul têm transformado o cotidiano em uma luta de integração social e valorização de modelos que dialoguem com a democracia.  
Recentemente foi realizado um novo congresso africano, comemorando os 50 anos da União Africana, um dos órgãos mais importantes da história recente do continente.
José Flávio Sombra Saraiva (foto) tem feito uma discussão sobre o papel da África, na política internacional, que é de fato um exercício de reflexão diverso. 
A África, que tradicionalmente foi chamada de Negra, apesar de entender a proposta, e apesar de ser a região mais pobre do mundo hoje, tem tido crescimento econômico superior a 4% nos últimos 5 anos.
Há preocupação de que, na verdade, ainda estejamos sob os velhos prismas em que não estamos tratando de um crescimento, uma transformação social, mas sim uma continuidade do modelo de commodities que criaram no passado esta velha proposta. 
Mas alguns indícios são animadores como, por exemplo, a redução, nos últimos 20 anos, de 13 para 5 os países envolvidos em guerras, apesar do drama de Dafur.
O drama de Darfur
Mais de 200 mil pessoas morreram nos últimos quatro anos em bombardeios, incêndios e outras ações bárbaras que violentam mulheres, velhos e crianças nesse rincão africano. Para piorar o conflito, o desequilíbrio ecológico amplia a seca, e os rebeldes de Darfur disputam comida e água a balas.
Meninos esquálidos, uma terra amarela, tendas e árvores ressecadas. Esse é o retrato que conhecemos do povo de Darfur, mas o campo de refugiados que vem captando a atenção do planeta é apenas o epicentro do drama. Mais de 200 mil pessoas já morreram desde 2003, início do atual conflito, e cerca de 2,5 milhões abandonaram essa província sudanesa, com 6,5 milhões de habitantes, espalhados numa extensão equivalente à da França. Só para o Chade, país de fronteira, já se dirigiram 200 mil desabrigados. Envolvendo as principais tribos que compõem Darfur, o conflito tem contornos ampliados pela crise ecológica. O deserto de Saara avança por áreas de cultivo e reduz dramaticamente o acesso à água. A luta por espaço vital é a primeira dimensão contemporânea da tragédia. A segunda pode ter nuanças econômicas: Darfur está situada no oeste do maior país da África, o Sudão, que tem petróleo em grande quantidade, a ponto de ser comparado com a Arábia Saudita (clique e veja o quadro). Além disso, possui gás natural, urânio e cobre. É um território cobiçado, onde os chineses já estão presentes explorando 60% do petróleo e interessados em outros minérios. A superfície arenosa oferece o cenário para cenas de horror, em que milícias montadas a cavalo e camelo põem fogo em vilarejos e templos, confiscam gado e matam crianças e velhos. As mulheres que sobrevivem se tornam prisioneiras e denunciam a organizações como o Human Rights Watch que vivem sob exploração sexual, submetidas a estupros diários. A região tem rios, montanhas e também algumas cidades, como Nyala. Um camponês chamado Awad perdeu sua casa e plantação e internou-se com a mulher num campo de refugiados. Todos os dias, ele caminha até a cidade em busca de emprego. "A maioria fica nos abrigos porque já está muito velha e cansada para seguir lutando", revela. O país já passou por outras guerras civis, uma delas opondo o norte muçulmano ao sul cristão e animista. Darfur, em árabe, significa terra dos fur, uma das tribos da região. As outras são os masalits e os zaghawas. Há quatro anos, sentindo-se abandonados pelo governo, dois grupos distintos, o Justiça e Liberdade e o Exército de Libertação do Sudão, se lançaram na luta armada contra o poderio de Cartum, a capital sudanesa. Os rebeldes afirmam que o governo central privilegia as tribos árabes e empobrece as outras. Muitos pensam que a guerra em Darfur é entre muçulmanos e não-muçulmanos, como houve no passado. Agora, a maioria é muçulmana, e o distúrbio pretende questionar o poder dos árabes também na cúpula do governo. Instalado o conflito, o Exército atacou a região. O modelo bélico era lançar bombas do alto e deixar que, no solo, as milícias destruíssem os adversários. Essas milícias são os janjaweeds, guerreiros muçulmanos recrutados nas tribos árabes. Segundo vítimas, eles usam fardas do Exército sudanês. Como estão sempre montados, ganharam esse nome, que significa cavaleiros em árabe. Já houve uma tentativa de paz numa conferência em Abuja, na Nigéria. Tudo parecia resolvido, e um dos líderes do Exército de Libertação do Sudão, Minni Minnawi, chegou a assinar o documento de trégua, mas os outros setores do seu grupo se recusaram a apoiá-lo. A fragmentação dos rebeldes é enorme. Embora sejam apenas duas grandes siglas, elas abarcam 18 diferentes facções.
Descolonização da Argélia
No século XIX, a onda neocolonialista impeliu os franceses a empreenderem a dominação do território argelino. Valendo-se de débeis justificativas ligadas à ação de piratas na região e o respeito às suas autoridades, o governo francês desenvolveu a invasão da Argélia em 1830. Já nesse momento, a resistência da população local impôs uma delicada situação de conflito que só veio a ser estabilizada a partir de 1848.
Ao longo do processo de colonização, observamos que colonos de várias nações europeias ocuparam a região norte da Argélia à procura das terras férteis disponíveis naquele espaço. O processo de desapropriação dos nativos impôs a primeira diferenciação entre os argelinos e europeus, que eram costumeiramente chamados de “pés pretos” por conta da qualidade das terras que conquistaram.
Durante sua estada no controle da Argélia, os franceses cooptavam as elites locais oferecendo importantes cargos de chefia e abrindo a porta de suas instituições de ensino aos filhos dessa elite. Com o passar do tempo, essa elite educada sob os moldes europeus organizou um discurso político contrário à presença francesa em território argelino. Foi daí que o processo de independência conquistava seus primeiros passos.
Resistindo ao fortalecimento desse movimento autonomista, a França resolveu conceder, em 1947, a extensão da cidadania francesa a todos os argelinos e permitir que muçulmanos também ocupassem cargos públicos. Apesar da ação, esse mesmo ano foi marcado pela fundação da Frente de Libertação Nacional (FLN), que alimentava a realização de uma luta pela independência do povo argelino.
Entre os anos de 1954 e 1955, o movimento de independência acabou alimentando diversas situações de conflito que aproveitavam da derrota francesa na guerra do Vietnã e o apoio da opinião internacional. Inicialmente, o governo francês tentou resistir à situação realizando prisões arbitrárias, torturas e ações de natureza terrorista. Contudo, mediante a resistência, o presidente Charles de Gaulle aceitou a independência argelina ao assinar um termo que reconhecia a soberania política da Argélia, em 1962.
A partir de então, a Argélia se transformou na República Popular Democrática da Argélia e tem como presidente eleito Ahmed Bem Bella. Fundado em princípios socialistas, o novo governo conta com a participação única da Frente de Libertação Nacional como partido político. Ainda hoje, as disputas políticas e a miséria impedem o desenvolvimento desta nação norte-africana.
Descolonização da África e da Ásia: Questões de Vestibulares
Postado por Jarlison Augusto
1. (Mackenzie) "Cremos como verdades evidentes, por si próprias, que todos os homens nasceram iguais, que receberam do seu Criador alguns direitos inalienáveis; que entre esses direitos estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade; que é para assegurar esses direitos que os Governos foram instituídos..."(Declaração de Independência dos EUA - 04.07.1776).
Esta declaração inspirou-se nos ideais do:
a) Neoliberalismo.
b) Absolutismo.
c) Iluminismo.
d) Positivismo.
e) Estoicismo.
2. (Cesgranrio) "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz."
                               (Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a):
a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung.
b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente.
d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50.
e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais.
3. (Cesgranrio) "A Conferência está de acordo em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente."
                 (DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BANDUNG, abril de 1955)
Após a Segunda Guerra Mundial, a dominação ocidental no continente asiático e no continente africano foi contestada por movimentos locais de confronto com as nações imperialistas, em prol da independência e da autodeterminação dos povos desses continentes. Dentre os fatores que possibilitaram o processo de descolonização afro-asiático, NÃO podemos apontar a(o):
a) influência da doutrina socialista, principalmente nas áreas coloniais que sofreram transformações revolucionárias, tais como o Vietnã e Angola.
b) transferência para as áreas coloniais de uma ideologia humanista e antinacionalista, expressa na organização doutrinária do Bloco dos Não-Alinhados.
c) deslocamento dos centros hegemônicos das decisões políticas internacionais da Europa para os EUA e a U.R.S.S.
d) enfraquecimento das potências coloniais européias provocado por sua participação na Segunda Guerra Mundial.
e) fim do mito da inferioridade dos povos afro-asiáticos, em virtude das vitórias japonesas contra os ocidentais na guerra do Pacífico.
4. (Fatec) A descolonização do Oriente Médio enfrentou sérias dificuldades decorrentes, entre outras razões, das arbitrariedades cometidas na demarcação dos territórios de cada uma das novas nações. Esse procedimento, ao tentar solucionar os problemas dos ex-dominadores, dividiu grupos tradicionais, tirando-lhes regiões ricas ou estratégicas, colocando, com isso, os nascentes Estados em rivalidade permanente e levando, algumas vezes, ao surgimento de guerras como a Guerra dos Seis Dias (1967).
Esse conflito trouxe como principal problema para aquela região:
a) o boicote petrolífero determinado pela OPEP contra os países do Ocidente.
b) a guerra civil no Líbano após a queda de Nasser no Egito.
c) a ocupação por Israel de vários territórios árabes, principalmente a margem ocidental do rio Jordão.
d) a internacionalização de Jerusalém e a ocupação israelense em Golan.
e) o fechamento do Canal de Suez e a ocupação egípcia da região do Sinai.
5. (Fgv) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos dependentes..."
A conferência a que o texto se refere é apontada como um
a) indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam sofrendo as conseqüências do processo de industrialização na Europa.
b) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos.
c) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes.
d) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação.
e) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.
6. (Fgv) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as características das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos.
7. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre:
a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial européia se encerrou logo após a segunda guerra mundial.
b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente.
d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micro-nacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir novas.
8. (Fuvest) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente:
a) da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na Argélia.
b) da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na região.
c) da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço.
d) da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados Unidos.
e) da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial.
9. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes. Isto se explica
a) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias.
b) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral.
c) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência.
d) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação.
e) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974.
10. (Fuvest) Na década de 1950, dois países islâmicos tomaram decisões importantes: em 1951, o governo iraniano de Mossadegh decreta a nacionalização do petróleo; em 1956, o presidente egípcio, Nasser, anuncia a nacionalizaçãodo canal de Suez. Esses fatos estão associados
a) às lutas dos países islâmicos para se livrarem da dominação das potências Ocidentais.
b) ao combate dos países árabes contra o domínio militar norte-americano na região.
c) à política nacionalista do Irã e do Egito decorrente de uma concepção religiosa fundamentalista.
d) aos acordos dos países árabes com o bloco soviético, visando à destruição do Estado de Israel.
e) à organização de um Estado unificado, controlado por religiosos islâmicos sunitas.
11. (Puc-rio) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o mapa político mundial na segunda metade do século XX. As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de uma. Qual?
a) A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos de governo ocidentais inspirados nas experiências de suas metrópoles.
b) Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade política sólida, o que permitiu a organização do movimento dos países "não-alinhados", em Bandung, na Indonésia.
c) Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de modernização e crescimento econômico com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional.
d) Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções sociais, os novos Estados tenderam para o modelo soviético.
e) Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as antigas metrópoles, os exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por desempenhar um papel de destaque na política nacional dos novos Estados.
12. (Pucmg) Na segunda metade do século XX, após décadas de dominação européia, os povos da África conseguem se libertar. São marcas dos Estados Africanos hoje, EXCETO:
a) o domínio exercido por uma elite africana em lugar do antigo dominador.
b) o falso desenvolvimento econômico realizado em proveito do capital externo.
c) a independência formal associada à manutenção do domínio de "tipo colonial".
d) a solidariedade dos povos negros em luta contra os resíduos da europeização.
e) a tendência autoritária e violenta dos pequenos Estados recém-formados.
13. (Pucsp) "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas taxas de inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela ausência ou fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns países não tiveram nem durante o colonialismo".
                Leila Leite Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615.
O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência na segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que:
a) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes blocos econômicos.
b) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a contenção dos gastos públicos.
c) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e político-administrativos das antigas metrópoles.
d) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre todo o planeta.
e) deriva sobretudo do desperdício provocado pelas guerras internas no continente africano, que tiveram sua origem no período anterior à colonização européia e se reacenderam em meio às lutas de independência e ao processo de formação nacional.
14. (Uerj) A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi.
                               (Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)
Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente africano é:
a) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes
b) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de guerras localizadas
c) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista
d) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades
15. (Ufmg) "O colonialismo em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente."
Os argumentos dessa reinvidicação, expressa na Conferência de Bandung (1955), estavam fundamentados
a) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem.
b) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano II.
c) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais.
d) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano.
e) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo.
16. (Ufrn) Em relação ao processo de descolonização afro-asiático, é correto afirmar:
a) As potências européias, fortalecidas com o fim da 2� Guerra Mundial, investiram recursos na luta contra os movimentos de libertação que explodiam nas colônias.
b) A Organização das Nações Unidas tornou-se o parlamento no qual muitos países condenavam o neocolonialismo, dado que proclamava a autodeterminação dos povos.
c) A Guerra Fria dificultou a descolonização, em virtude da oposição de soviéticos e americanos, que viam no processo uma limitação de seu poder de influência na África e na Ásia.
d) As nações que optaram por guerra e luta armada foram as únicas que conquistaram independência e autonomia política frente à dominação dos países europeus.
  
17. (Ufv) O vasto império colonial português na África, cujas origens se encontram na expansão ultramarina no século XV, começou a ruir a partir da década de 50 do século XX, quando suas colônias iniciam as lutas pela independência. Esse processo estava associado ao fim do Imperialismo e do Colonialismo, com a emancipação das colônias européias na África e na Ásia. Dentre as opções abaixo, assinale aquela que NÃO está diretamente associada ao fim do Imperialismo e do Colonialismo. afro-asiático:
a) A ampliação do poder econômico e político dos Estados Unidos e da União Soviética.
b) As transformações políticas, econômicas, sociais e ideológicas causadas pela Segunda Grande Guerra.
c) A ampliação dos movimentos de caráter nacionalista.
d) O declínio da hegemonia européia iniciado na Primeira Guerra Mundial.
e) As pressões da China comunista pela ampliação de sua área de influência na Ásia e na África ocidental.
18. (Unesp) A Inglaterra, detentora do mais rico e poderoso império marítimo, chegou ao auge de sua supremacia no Século XIX. A decadência do Império Britânico e o processo de descolonização nas colônias oriundas de povoamento inglês, relacionam-se com
a) a educação política veiculada pelos dominadores, procurando desenvolver a consciência antiimperialista dos dominados.
b) a transformação de alguns domínios em comunidades autônomas e iguais, não subordinadas umas às outras, embora unidas por uma fidelidade comum à Coroa Britânica e livremente associadas.
c) o controle administrativo direto das terras árabes, segundo fundamentos filantrópicos e zelo missionário.
d) o prolongado governo pela força e sem nenhum graude autonomia dos domínios do Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
e) a transferência de tecnologia para os domínios da África e da Ásia, a fim de assegurar imediata independência econômica.
19. (Unirio) A descolonização do continente africano, a partir de 1950, libertou nações do imperialismo. Entretanto, não solucionou os problemas estruturais de diversos países do continente. Sobre os países africanos descolonizados, é correto afirmar-se que:
a) em Ruanda, ao processo de independência, conquistada em 1962, seguiu-se a criação de um governo de coalizão popular que, apoiado por investimentos ocidentais, extinguiu as rivalidades étnicas e as guerras tribais.
b) em Angola, a prolongada guerra civil após a independência, em 1975, provocou a intervenção da ONU no conflito, com a participação de soldados brasileiros, cujo objetivo é desarmar a guerrilha e auxiliar na reconstrução do país.
c) em Moçambique, que alcançou a independência em 1975, o movimento guerrilheiro de inspiração socialista FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), apoiado pela União Soviética, conquistou a gestão das regiões auríferas da Rodésia.
d) na Argélia, independente em 1962, após o fracasso das tentativas de estabelecimento da democracia com as recentes eleições, ocorreu o golpe de estado dos fundamentalistas muçulmanos.
e) na Namíbia, a fraqueza política e econômica dos governos posteriores à independência, ocorrida em 1990, facilitou a invasão militar, com a anexação de seu território pela África do Sul.
20. (Ufes) O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no Brasil, o maior país de população negra fora da África, se fala uma só língua e se pratica o sincretismo religioso.
                               ("O Globo" - 23/7/98)
O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, Nelson Mandela, que combateu duramente os sérios problemas enfrentados pela África do Sul após se libertar da sujeição efetiva à Inglaterra. Uma das dificuldades por que passou o país foi a política de "apartheid", que consistia no(a)
a) resistência pacífica, que previa o boicote aos impostos e ao consumo dos produtos ingleses.
b) radicalismo religioso, que não permitia aos brancos professar a religião dos negros, impedindo o sincretismo religioso que interessava aos ingleses.
c) manutenção da igualdade social, que facilitava o acesso à cultura a brancos e negros, desde que tivessem poder econômico e político.
d) segregacionismo oficial, que permitia que uma minoria de brancos controlasse o poder político e garantisse seus privilégios diante da maioria negra.
e) desarmamento obrigatório para qualquer instituição nacional e exigência do uso exclusivo do dialeto africano nas empresas estrangeiras.
Gabarito: Descolonização da África e da Ásia
1.C     2.C     3.B     4.C     5.E     6.D     7. E     8.A
9.E     10.A   11.B   12.D  13.C   14.D   15.A    16.B
17.E   18.B   19.B   20.D

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