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Proteínas Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI 3º Período de Nutrição Disciplina: Bromatologia Professora: Suerlani Moreira Ruas Nos seres vivos aparecem em maior quantidade, algo em torno de 15% a 20%. No homem quase 100 000. Um adulto precisa, em média, de cerca de 75 g de proteína por dia (um adulto com atividades normais precisa de 0,8g de proteínas por quilo de peso). Essa quantidade aumenta em crianças, na fase de crescimento (pode chegar a 1g por quilograma de peso), e também nas mulheres grávidas ou que estão amamentando. Definição: São compostos orgânicos complexos, sintetizados pelos organismos vivos, por meio da condensação de moléculas de aminoácidos através de ligações peptídicas. São 20 aminoácidos que compõem as diferentes proteínas. A diversidade das proteínas é muito grande. Esse fato deve‐se ao tipo, à quantidade e à seqüência dos aminoácidos que as compõem. Os aminoácidos são moléculas formadas por um grupamento carboxila (COOH) e um grupamento amina (NH2). A classificação do aminoácido é devido a posição do grupo amina no 1º Carbono ligado ao grupo carboxila (COOH). Sequência dos aminoácidos A união entre os aminoácidos é chamada de ligação peptídica. Essa ligação é sempre feita entre o grupo carboxila (COOH) de um aminoácido pelo grupo amina (NH2) de outro aminoácido. Dizemos que uma ligação peptídica ocorre através de uma reação de desidratação, porque sempre há liberação de uma molécula de água. Apesar de a estrutura básica dos vinte aminoácidos serem semelhantes, o radical R diferencia um do outro. Por exemplo, se o radical R for um átomo de hidrogênio, o aminoácido será a glicina (figura 1): se, em vez de hidrogênio, for um grupamento metil (CH3), teremos uma alanina (figura 2) Propriedades dos Aminoácidos •São sólidos incolores, cristalinos; •Decomposição a altas temperaturas; •Podem ter sabor amargo ou doce ou completamente sem sabor . Ex: sal de sódio do ácido glutâmico (aginomoto) usado em alimentos para realçar sabor; •São solúveis em água, insolúveis em solventes orgânicos. Estrutura e Conformação das Proteínas Primário - representado peIa seqüência de aminoácidos unidos através das ligações peptídicas. Secundário - representado por dobras na cadeia (a - hélice), que são estabilizadas por pontes de hidrogênio. Terciário - ocorre quando a proteína sofre um maior grau de enrolamento e surgem, então, as pontes de dissulfeto para estabilizar este enrolamento. Quaternário - ocorre quando quatro cadeias polipeptídicas se associam através de pontes de hidrogênio. quaternária primária secundária folha hélice terciária Classificação das Proteínas A- Proteínas simples B- Proteínas conjugadas C- Proteínas derivadas: primárias secundárias Apenas os dois primeiros grupos são encontrados na natureza. A- Proteínas simples São proteínas que por hidrólise total resultam aminoácidos como os únicos produtos. B- Proteínas Conjugadas • São moléculas mais complexas, onde os aminoácidos estão ligados a substâncias não protéicas, que são denominadas de grupo prostético. Classificação de acordo com o grupo prostético: 1. Cromoproteínas – o núcleo prostético é formado de um pigmento: clorofila, riboflavina, carotenóides, pigmentos biliares e heme. 2. Lipoproteínas – o grupo prostético é um lipídio: lecitina, colesterol. 3. Nucleoproteínas - o grupo prostético são ácidos nucleicos. 4. Glicoproteínas – ou mucoproteínas, são ligadas a carboidratos. Ex: mucina no suco gástrico. 5. Fosfoproteínas – o grupo prostético é o ácido fosfórico. 6. Metaloproteínas - o grupo prostético são metais pesados. C-Proteínas Derivadas São compostos não encontrados na natureza, porém obtido por degradação intensa de proteínas simples ou conjugadas pela ação de ácidos, bases ou enzimas. 1) derivadas primárias: obtidos por processos brandos de decomposição 2) derivados secundários: mistura complexa de uma moléculas de diferentes tamanhos e diferente composição de aminoácidos e diferentes propriedades. Classificação da Proteínas Quanto à Forma Proteínas Fibrosas - São formadas geralmente por longas moléculas +/- retilíneas e paralelas ao eixo da fibra (proteínas de estrutura-colágeno do conjuntivo, as queratinas dos cabelos, a fibrina do soro sanguíneo ou a miosina dos músculos). Algumas proteínas fibrosas, porém, possuem estrutura diferente - helicoidal (tubulinas). Proteínas Globulares - Estrutura espacial mais complexa, são +/- esféricas. (enzimas, transportadores como a hemoglobina, etc.) Propriedades das Proteínas •Apresentam caráter Anfótero – os aminoácidos reagem tanto com ácidos como com bases. •Formam Zwitterion – é o ponto isoelétrico das proteínas, ou seja quando as cargas positivas e negativas se igualam •Precipitam com íons – quando em solução, podem combinar com íons positivos e negativos (ácidos e bases), formando precipitados. •Reação de Biureto – quando soluções de proteínas em meio fortemente alcalino são tratadas com soluções diluídas de íons cúpricos, com aparecimento de cor que varia de rosa a púrpura. Esta reação é muito usada para determinação qualitativa e quantitativa de proteínas. •Hidratação de proteínas- diretamente relacionada com fatores intrísecos da própria molécula (posição amonocídica e conformação). > Proporção de aminoácidos com caráter hidrofóbico < a capacidade de hidratação da proteína. Em proteínas com maior proporção de aminoácidos hidrofílicos ocorre o inverso. Mudanças na conformação da proteína afetam a hidratação da proteína, pois podem desmascarar grupos hidrofóbicos. As propriedades de hidratação das proteínas também podem ser afetadas por fatores extrínsecos como: -A concentração de proteínas - Temperatura •Viscosidade – as soluções de proteínas variam muito, depende da concentração das soluções e da estrutura molecular da proteína. As fibrosas tem maior viscosidade que as globulares. •Desnaturação - é a insolubilização das proteínas que ocorre quando as mesmas são submetidas a tratamento de aquecimento (extremos de temperatura, agitação, radiações ultravioleta, raios X, ácidos e bases fortes. • Solubilidade: Albuminas – solúvel em água, em soluções fracamente ácida ou alcalinas, coagulam pela ação do calor. Ex: ovalbumina (clara de ovo), lactalbumina (leite). Globulinas – insolúveis em água, mas solúveis em soluções de sais neutros. Ex: miosina (músculo), legumina (ervilhas). Glutelinas – são encontradas somente em vegetais. Insolúveis em água e solventes neutros, mas solúveis em soluções diluídas de ácidos e bases. Ex: glutenina (trigo). Prolaminas – encontradas somente em vegetais, insolúveis em água e etanol absoluto, mas solúvel em etanol 50-80%. Ex: gliadina (trigo e centeio), zeína (milho), hordeína (cevada). Funcionalidade das Proteínas O termo funcionalidade pode ser definido como qualquer propriedade que não os atributos nutritivos que influenciam a utilidade de um ingrediente em um alimento; As propriedades funcionais afetam o caráter sensorial dos alimentos e também têm função do comportamento físico dos alimentos durante o seu preparo, processamento ou armazenamento. As propriedades funcionais das proteínas alimentícias podem ser classificadas em três grupos principais: a) propriedades de hidratação - depende das interações com a água e englobam: - absorção de água e retenção – produtos cárneos - Molhabilidade (tendência de um determinado fluído espalhar ou aderir sobre uma superfície sólida) - inchamento -adesão – produtoscárneos, embutidos, produtos de panificação, massas - viscosidade – bebidas, sopas e molhos b) propriedades relacionadas com as interações proteína-proteína. Importantes durante a precipitação e a formação de gel, massas e fibras. c) propriedades de superfície: - emulsificação – salsichas, sopas, bolos, bebidas - formação de espuma - aeração – coberturas, sobremesas aeradas Tipos de proteínas A importância das proteínas depende do seu conteúdo em aminoácidos essenciais. As proteínas vegetais são deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais. Aminoácidos essenciais: não são sintetizados pelo organismo humano, devem estar presentes na dieta. São: Valina, leucina, isoleucina, lisina, fenilalanina, triptofano, metionina e treonina. Para as crianças, são também essencias a arginina e a histidina. Aminoácidos não essenciais: são sintetizados pelo organismo humano. Fontes de Proteína: Leite, pescado, carne e produtos cárneos, cereais, batatas, legumes e seus derivados. Alimentos ricos em proteínas Podemos encontra proteínas tanto em alimentos de origem animal quanto de origem vegetal: carne, queijo, manteiga, feijão, ervilha. - Proteína de alto valor biológico (VB): proteína completa porque apresenta os aminoácidos em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos. - Proteína de baixo valor biológico; Não tem os aminoácidos em teores adequados. Ex.: frutas e hortaliças - Proteínas parcialmente completas: apresenta um ou mais aminoácidos limitante. EX: cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e leguminosa (deficiente em metionina). Leite (200ml) 1 copo americano: ~ 5,0g Ovo (50g): ~ 6,4g Carnes (100g): Bovina ~ 23g Frango ~ 22g Peixe ~ 19g Feijão (120g) 8 colheres de sopa ~ 9,4g Proteínas em Alimentos • Proteínas da carne; • Proteínas dos tecidos conectivos; • Proteínas do leite; • Proteínas do ovo; • Proteínas do trigo. Proteínas de Origem Animal Carne de mamíferos – contém 60-80% de água e 25 a 15% de proteínas, sendo o restante formado por gorduras, carboidratos, sais, pigmentos e vitaminas. Classificação das proteínas da carne quanto a função: 1-miofibrilares – actina e miosina corresponde a 55% da proteína total. 2- Tecido conjuntivo: colágeno e elastina, corresponde a 15% da proteína total. Obs: Os mesmos tipos estão presentes em peixes e aves, porém com teores diferentes Colágeno •É a fração principal dos tecidos conectivos, muito solúvel e contribui para a rigidez da carnes. •É uma proteína que mantém unidos os feixes de fibras musculares no corpo humano e nos animais. •É rica em prolina •Aumenta com a idade do animal, causando a rigidez da carne. •Por aquecimento em água se transforma em gelatina. •Gelatina é uma proteína solúvel em água quente e forma géis por resfriamento. Não tem cheiro nem sabor. É rica em arginina. Proteínas do Leite Caseína - é a principal proteína existente no leite fresco (3%). Não coagula pelo calor. •É uma fosfoproteína que se encontra na forma de sal de cálcio coloidal. •Juntamente com a gordura dão a cor branca do leite. •Coagula pela ação da renina, uma enzima encontrada no suco gástrico, e pela ação de ácidos. Proteínas do Ovo 1.Proteínas da clara - é uma mistura de proteínas, sendo a mais importante ovalbumina (50% das proteínas totais da clara). • Tem na molécula de grupos de ácido fosfórico, que podem ser hidrolisados pela ação de fosfatases. • Desnatura por agitação e coagula por aquecimento. Proteínas da gema do ovo – A gema é uma dispersão de fosfo e lipoproteínas globulares. Sua coloração é devido, principalmente, à presença de carotenóides. Proteínas Vegetais Animais não sintetizam todos os aminoácidos que agem como unidades construtoras das proteínas; Dos 20 aminoácidos, há 8 que os animais não conseguem produzir: valina, leucina, isoleucina, treonina, lisina, metionina, fenilalanina e triptofano. Uma boa dieta é aquela que, dentre outras coisas, satisfaz as necessidades de aminoácidos essenciais sem criar um desequilíbrio em outro ponto; Daí, toda nova fonte protéica proposta na dieta deve ser avaliada, primeiramente pela contribuição ao total de aminoácidos presentes na refeição. Rapidamente se percebe que uma dieta mista elimina deficiências específicas. Fato curioso é que mais energia do calor do corpo (efeito termogênico) é derivada da proteína do que da gordura ou de carboidratos; Dados são de que 30% da energia calorífica (calor que é desprendido pelo corpo num dia quente ou utilizado pelo corpo para manter a temperatura corporal num dia frio) provém das proteínas, ao passo que 5 a 10% vem das gorduras e carboidratos. Digestibilidade Proteica A digestibilidade de leguminosas cruas é geralmente muito baixa, melhorada com cozimento, autoclavagem, tostagem ou outras formas de tratamento térmico; Em geral, leguminosas bem cozidas ainda tem digestibilidades menores do que as proteínas de origem animal. Isto se deve em parte à presença de inibidores de proteases termo-estáveis. Proteínas do trigo: As proteínas vegetais tem pouco valor nutricional, devido a deficiência de aminoácidos essenciais. As mais importantes são:gliadina e glutenina. •Gliadina – extraída com etanol a 70% , solúvel em alcool metílico, benzílico e fenol. •Glutenina é a proteína mais insolúvel do trigo. É insolúvel em água e etanol a frio, ligeiramente solúvel em etanos a quente e solúvel em soluções alcalinas. •GLÚTEN formado pela combinação da gliadina (prolamina) mais a glutenina (solúveis em ácidos e bases) e água. Glúten é uma substância elástica e aderente, insolúvel em água, responsável pela textura da massa de pães fermentados. Pode ser seco a pressões reduzidas e baixas temperaturas sem sofrer desnaturação. É rapidamente desnaturado à temperatura de ebulição da água ou quando exposto à temperaturas baixas por longo tempo. Alimentos ricos em calorias e reduzida quantidade de proteína Método para determinação de proteínas •Método de Kjeldahl modificado Princípio: baseia-se na determinação de nitrogênio, feita pelo processo de digestão Kjeldahl; onde a matéria orgânica é decomposta e o nitrogênio existente é finalmente transformado em amônia. •Fator =6,25 - para transformar o nº de g de N encontrado em nº de g de proteínas. 16g N -------- 100 g proteínas n g N -------- x g proteínas Microdigestor de Kjeldahl Destilador de Nitrogênio Kjeldahl METODO POR BIURETO O método por biureto foi proposto por Riegler em 1914, baseado na observação de que substâncias contendo duas ou mais ligações peptídicas formam um complexo de cor roxa com sais de cobre em soluções alcalinas. A intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de proteína. Este método tem as seguintes vantagens: · Ser bastante específico por não apresentar problemas de interferentes. · É simples, rápido e barato. · Por envolver uma reação com a ligação peptídica, o método determina proteína, ao contrário do método de Kjeldahl que determina N total. Porém ele tem duas desvantagens que são: · A necessidade de uma curva de calibração tomada com um padrão conhecido de proteína, por exemplo, uma proteína determinada por Kjeldahl. · A cor formada no complexo não é idêntica para todas as proteínas, porém os desvios causados são menores do que em outros métodos colorimétricos.
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