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Aula 4 –Direitos dos advogados (continuação). Atos privativos da advocacia. Infrações e sanções disciplinares

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Fechando Ética! 
Aula 1.4 –Direitos dos advogados (continuação). Atos privativos da advocacia. Infrações e 
sanções disciplinares 
 Obs¹: O art. 7º, §3° diz que o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo 
de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável. 
 Obs²: O art.7º, §4° diz que o Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os 
juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para 
os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. 
 Para a lei, estas salas construídas pelo Judiciário e Executivo são de uso e controle da OAB, só 
que foi proposta uma ADI e o STF entendeu que usar pode, mas controlar não, pois quem 
controla é a pessoa que criou. 
 Obs³: Imunidade profissional do advogado: O art. 7º, §2° diz que o advogado tem imunidade 
profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação 
de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções 
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. 
 O advogado tem imunidade, de acordo com a lei, em injúria, difamação e desacato, só que 
esta último foi considerado inconstitucional segundo entendimento do STF. 
 Essa imunidade é profissional, ou seja, não será processado nem na área civil, penal ou 
disciplinas da OAB, mas se ele cometer excessos, a própria pode punir. 
7. Atos privativos de advocacia 
 Este assunto está no art.1° do Estatuto, em que no I temos os atos judiciais e no II os atos 
extrajudiciais. 
Art. 1º São atividades privativas de advocacia: 
 Ou seja, somente advogados devidamente inscritos podem exercer. 
 
I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 
1.127-8) 
 
 A ADIN tirou a expressão qualquer, porque há casos que a parte pode ir sozinha, sem 
advogado, postular no Judiciário. 
 
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
 
 A consultoria é eventual, esporádica, ao passo que a assessoria é mais dinâmica porque, 
normalmente, as grandes empresas precisam de advogado só para assessoria jurídica, o 
advogado fica assessorando aquela empresa. Direção jurídica quer dizer que para ser diretor 
tem que ser advogado. A gerência jurídica também é privativa do advogado. 
 Além destes dois atos, o §2° traz outro, no que diz: Os atos e contratos constitutivos de 
pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos 
competentes, quando visados por advogados. 
 Ou seja, quando a empresa for constituída, tem que ter um contrato social e tem que ter a 
assinatura do advogado. 
 Tem uma exceção. A lei complementar 123/06, lá no seu art. 9, §2°, diz que quando se tratar 
de microempresa e empresa de pequeno porte não há necessidade deste visto do advogado. 
 7.1 – Atos dos estagiários 
 O art.29 do Regulamento Geral diz que: 
Art. 29. Os atos de advocacia, previstos no art.1° do Estatuto, podem ser subscritos por 
estagiários inscritos na OAB, em conjunto com o advogado ou o defensor público. 
§ 1° O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a 
responsabilidade do advogado: 
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; 
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos 
em curso ou findos; 
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. 
§ 2° Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, 
quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. 
 Os estagiários podem praticar qualquer ato do advogado, desde que acompanhado por um 
advogado ou defensor público, e os parágrafos dizem quais ações os estagiários podem fazer 
sem essa supervisão, porém sob a responsabilidade destes. 
 7.2 – Atos nulos 
 O art.4° e o parágrafo único do Estatuto trazem cinco grupos, em que caso venham praticar 
ato privativo da advocacia os atos serão nulos. 
Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, 
sem prejuízo das sanções civis penais e administrativas. 
 Então 1° grupo é o grupo das pessoas não inscritas na OAB. 
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do 
impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a 
advocacia. 
 O 2° grupo são os advogados impedidos. Claro, somente no âmbito do impedimento. Se o 
sujeito está impedido, e ele advogar justamente na causa em que ele não pode. 
 O 3° grupo é o advogado suspenso. Suspensão é uma punição. 
 O 4° grupo é o advogado licenciado. 
 O 5° grupo é o que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. Tem advogados 
que fazem atividades compatíveis, mas não pedem licenciamento e nem licença. Não 
interessa. A partir dali os atos são considerados nulos. 
8. Infrações e sanções disciplinares 
 É tratado nos arts.34 ao 41 do Estatuto. 
 O art. 34 do Estatuto tem 29 incisos, e na medida em que os incisos vão passando a gravidade 
das infrações vão aumentando. Assim, as infrações cometidas dos incisos 1 ao 16 são infrações 
leves. Do 17 ao 25 são infrações graves. Do 26 ao 28 são infrações gravíssimas. O 29 é leve, 
deixando por último porque é uma infração típica do estagiário. 
 Estas infrações leves, graves e gravíssimas são punidas com as seguintes sanções, 
respectivamente: censura, suspensão, exclusão e multa (esta última podendo ser gerada em 
censura e suspensão). Nos termos do art. 35 do Estatuto, estas são as sanções disciplinares. 
 Acontece que quando o advogado tem por circunstâncias atenuantes no cometimento da 
infração leve, qualquer uma do art. 40, a OAB, invés de aplicar uma censura vai convertê-la 
numa simples advertência. Quando esta é aplicada é um benefício, não uma sanção. 
 Lembrando que nos termos do art.35, parágrafo único, a OAB só dará publicidade a 
suspensão e exclusão. 
 A suspensão varia, em regra, de 30 dias a 12 meses, mas tem três casos em que o advogado 
pode ficar suspenso por prazo maior, em que ficará em aberto: quando o advogado deixar de 
pagar a OAB, quando o advogado deixar de prestar contas ao cliente e no caso de inépcia 
profissional, em que ficará suspenso até prestar novas provas de habilitação, em que o 
Conselho Federal entende que é a prestação de um novo exame de ordem. 
 As infrações gravíssimas são penalizadas com exclusão, que culmina com o cancelamento. 
 A multa é a sanção acessória, em que quando aplicada vem acompanhado da censura ou 
suspensão, em circunstâncias agravantes, e varia de 1 a 10 anuidades. 
 Existe um macete para decorar todos os incisos do art.34. Se a infração tiver dinheiro ou FRIC, 
a punição será uma suspensão. Se tiver FIC será uma exclusão. O que sobrar será uma censura. 
 
 
$ SUSPENSÃO 
F Fraudar a lei 
R Reter autos 
I Inépcia profissional 
C Conduta incompatível 
 
 EXCLUSÃO 
F Falsa prova de requisito (falsificar requisito) 
I Inidoneidade moral 
C Crime infamante 
 
O que sobrar CENSURA 
 Exceção ao macete: Se envolver dinheiro, normalmente é suspensão, mas tem um caso que 
será censura que é o caso do art.34, III, que é agenciar causas mediante participação nos 
honorários a receber. 
 8.1 – Reincidência 
 Além desta tabelinha, temos que entender as promoções da OAB. Pode trocar duas censuras 
por uma suspensão e três suspensões por uma exclusão. Na verdade, a lei diz que a 
reincidência gera uma suspensão. 
 Temos como exemplo que um advogado gere uma censura, e se depois ele cometer mais 
uma censura,não será censura não, trocando por uma suspensão. Agora, na terceira 
suspensão, na verdade já troca a terceira por uma exclusão. Só que exclusão é uma coisa tão 
grave que deve ter o voto de 2/3 de todos os membros do conselho competente. 
 Digamos que ele comete uma suspensão. Se quando ele voltar ele comete uma infração que 
seria passível de censura, não será censura não porque ele é reincidente, sendo uma 
suspensão. 
 8.2 – Reabilitação 
 Este está tratado no art.41 do Estatuto. 
Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após 
seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. 
Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de 
reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal. 
 A própria Constituição diz que não há efeito perpetuo das penas. 
 O art.41 diz que é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, após 
um ano do cumprimento, a reabilitação, se provar bom comportamento. 
 O advogado por exemplo, sofreu uma censura. Um ano depois ele pode ir lá na OAB dar 
entrada com pedido de reabilitação por bom comportamento e, se ele conseguir, apaga esta 
censura. 
 Se o advogado sofrer uma exclusão, um ano depois ele pede pra limpar com sua ficha, dando 
entrada a um longo processo. 
 Se o advogado foi suspenso por 30 dias. Depois ele já pode voltar a advogar, e é a partir do 
31° dia que começa a contar o prazo de um ano para pedir a reabilitação. 
 Tem casos que vai demorar mais de um ano para o advogado conseguir sua reabilitação, que 
é quando também houver condenação criminal, porque antes de pedir a reabilitação na OAB 
terá que conseguir a reabilitação criminal. 
 Vai ter o inquérito policial, depois a fase da ação penal e após a sentença penal condenatória 
transitada em julgado. Quando terminar de cumprir a pena, ele tem que esperar 2 anos para 
pedir a reabilitação no juízo da condenação, sendo que nestes dois anos pode aproveitar o 
tempo que ficou no Sursis ou no livramento condicional, desde que não tenha revogação 
destas. 
 A reabilitação criminal é pressuposto da reabilitação disciplinar da OAB, então. 
9. Art. 7º-A 
 Este artigo é uma inovação do final de 2016, em que traz direitos para a advogada gestante, 
lactante e a que deu a luz. São direitos que elas têm de, por exemplo, quando fazer audiência, 
da criança ficar na creche, a ter vaga no fórum, ou seja, são direitos importantes. 
 São direitos da advogada: 
I - gestante: 
 a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; 
 b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; 
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao 
atendimento das necessidades do bebê; 
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais 
e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; 
IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da 
causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente. 
 Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, 
respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação. 
 Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante ou que der à luz 
serão concedidos pelo prazo previsto na CLT (120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário). 
 O direito assegurado no inciso IV à advogada adotante ou que der à luz será concedido pelo 
prazo previsto no § 6o do art. 313 no CPC (30 dias, contado a partir da data do parto ou da 
concessão da adoção).

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