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Direito Tributário I 2018 Prof. Rodrigo Capone Conceito de Tributo No Brasil, temos um conceito legal de tributo. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Código Tributário Nacional “Trata-se de uma relação jurídica mediante a qual o credor ou sujeito ativo – no caso, o Fisco – pode exigir do devedor – o sujeito passivo ou contribuinte – uma prestação em dinheiro, exigível mediante lei e inconfundível com uma sanção.” - Regina Helena (2016, p. 128). Todos os aspectos do conceito devem ser analisados. 1) Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir Prestação pecuniária = em moeda! Redundância! A expressão “ou cujo valor nela se possa exprimir” autoriza a instituição de tributos in natura ou in labore? Exemplo: 1 tonelada de soja. 50% de imposto. = Entrego 500 kg da soja. Exemplo: Ao invés de pagar o IPVA, pinto os meios-fios da cidade. A natureza do tributo sempre será pecuniária. NÃO! O CTN, no seu art. 156, XI, autoriza a dação em pagamento em bens imóveis como forma de extinção da obrigação tributária, mas a natureza da prestação ainda é pecuniária. O que o legislador autoriza é que ao invés de entregar dinheiro, possa o devedor entregar um imóvel que vale, também, dinheiro. Não altera a natureza jurídica da prestação, que é pecuniária! Dação em pagamento em bens móveis? Não há previsão no CTN (reserva de lei complementar federal) e para a sua aquisição, é necessária licitação. NÃO! Fixação do valor do tributo por meio de indexadores (UFIR – Unidade Fiscal de Referência). Altero a UFIR, altero todos os tributos à ele vinculados. E o pagamento via precatórios? Necessária autorização legal por se tratar de hipótese de compensação (CTN, art. 170). 2) Prestação Compulsória Tributo Receita derivada: Poder de império do Estado. Soberania! Dever imposto pela LEI. Afasta a autonomia da vontade das partes. Só a lei obriga a fazer ou deixar de fazer algo (art. 5º, II, CR). Para que surja a obrigação tributária, não se faz necessária a manifestação de vontade do devedor! Obrigação ex lege. Realizado o fato descrito na hipótese de incidência prevista na lei, surge a obrigação. É proprietário de imóvel na área urbana? Deve o IPTU! Diferentemente ocorre quando da celebração de um contrato de locação de um imóvel: Há autonomia da vontade para celebra-lo. 3) Prestação que não constitui sanção de ato ilícito Tributo não é multa! Dois institutos distintos. Ambos são classificados como receitas derivadas. “A multa é, por definição, justamente o que o tributo, também por definição, está proibido de ser”. Sanção = penalidade pela prática de um ato ilícito. A CR autoriza a punição confiscatória. Mas.... O tributo e o confisco Tributo não é punição, logo, não pode ser utilizado com o efeito de confisco. “Enquanto o tributo não constitui sanção de ato ilícito, o confisco reveste, em nosso ordenamento jurídico, caráter sancionatório; o tributo representa a absorção de parcela da propriedade do sujeito, mas o confisco traduz absorção total ou substancial da propriedade privada.” - Regina Helena (2016, p. 129) 4) Prestação instituída em lei Lei cria tributo (ou Medida Provisória, dotada de força de lei). Ideia democrática; existência de consenso. Quem aprova a lei são os representantes do povo. No taxation without representation Para instituir tributo = sempre a lei! Veremos exceções quanto à majoração (princípio da legalidade). 5) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada Não há discricionariedade ao administrador. Surgiu a obrigação tributária? Deve cobrar o tributo respectivo! Não confundir essa vinculação com a vinculação do tributo quanto à hipótese de incidência ou quanto à destinação das receitas arrecadadas! FIM
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