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FACULDADE MERIDIONAL - IMED Professor: Me Engª Marinês Silvani Novello Curso de Engenharia Civil Disciplina: Qualidade nas edificações • Introdução a Qualidade: • história da qualidade x sistemas de produção • História da qualidade no Brasil • Custos e desperdícios na qualidade História da Qualidade x Sistemas de produção Gestão e controle da Qualidade: • conjunto de processos que determinam a excelência de um produto ou serviço. Século XVIII e XIX: qualidade era controlada pelos artesãos que fabricavam seus artefatos. A partir da Revolução industrial: • Novos processos de manufatura em grande escala; • troca de artesãos por mão de obra qualificada auxiliada por máquinas. Necessidade de introduzir o chamado: Controle de qualidade. História da Qualidade x Sistemas de produção Gestão e controle da Qualidade História da Qualidade x sistema de produção Controle de qualidade Foco inspeção do produto final. Evoluiu com: • a adoção da inspeção em diferentes etapas do processo produtivo; • com o controle estatístico da qualidade, as cartas de controle, etc. • Controle de qualidade com ênfase na detecção de defeitos ou falhas. • Produção em escala com grandes máquinas: Como tudo isso aconteceu? Quais as fases por onde se passou? História da Qualidade x sistema de produção Movimento Taylorismo: fatores que marcaram esse sistema • Produção em escala • Promoveu grande racionalização do trabalho e alta produtividade por meio do trabalho em série – contraposição à produção artesanal. • Redução da qualidade dos produtos. • Contraposição à produção artesanal: “administração científica” • Partiu da ideia de que a formação profissional informal leva à deterioração de métodos. • Transferência à gerência da concepção do trabalho - pressupõe a existência de “The one best way” • Identificação da melhor maneira de execução, através de estudo de tempos e movimentos. História da Qualidade x sistema de produção Etapas de implementação do Taylorismo • Identificação da melhor maneira de execução, através de estudo de tempos e movimentos. • Planejamento da execução e prescrição das atividades. • Controle do trabalho pela gerência. Princípios do Taylorismo: • Padronização, especialização, diferentes operações • Funções gerenciais x operacionais. • Reducionismo: quebrar o todo em pequenas partes para facilitar a gestão – gestão independente para cada problema. • Estrutura funcional: responsabilidades definidas, vertical, com chefes autoritários. História da Qualidade x sistemas de produção Século XX: • Henry Ford fundou a Ford Motor Company • Inventou a montagem em série, produzindo grandes quantidades de automóveis em menos tempo e a um menor custo. Fordismo – Produção em massa • Potencial de ampliação do mercado nos EUA • Inovações tecnológicas: mecanização • Grande contingente de mão de obra disponível • Paradigma da produção em massa: custos mais baixos, grande padronização História da Qualidade x sistemas de produção Fordismo – elementos fundamentais • Intercambiabilidade e simplificação das tarefas • Postos fixos de trabalho, e máquina impõe o ritmo da produção • Divisão exacerbada do trabalho • Intensificação da desqualificação • Controle centralizado Durante a 1˚ Guerra Mundial: Publicação abordando questões de da qualidade utilizando-se princípios da probabilidade e da estatística para inspecionar a produção. História da Qualidade x Sistemas de Produção Fordismo Escola das relações humanas • Trabalho pode ser uma fonte de satisfação (McGregor) • Nível de satisfação tem grande impacto na eficiência • Coerção tem eficácia limitada e pode ter um custo elevado • Pressão por melhoria das condições de trabalho Marslow: hierarquia das necessidades Autorealização Estima Sociais Segurança Necessidades fisiológicas História da Qualidade x sistema de produção Sistema Produção Enxuta: • Origem no Japão nos anos 50, mas mais conhecido nos anos 70 • Grande desempenho e qualidade do produto • Eficiência e Velocidade de inovação Nasceu através de um longo processo de tentativa e erro Passou a ser estudado e disseminado por outras indústrias do Contexto japonês após II Guerra Mundial devido: • Mercado pequeno e fragmentado • Poucos recursos para investimentos • Mão de obra mais exigente quanto a condições de trabalho • Ameaça de competição externa. História da Qualidade x sistema de produção Sistema Produção Enxuta: História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction • Impacto livro “A máquina que mudou o mundo” James Womack et al. • Tentativa de entender seus princípios básicos • Tem recebido outros nomes: produção enxuta, world class manufacturing, produção sem perdas, etc. • Grande disseminação: • Lean Institute: www.lean.org.br • Livro “Mentalidade Enxuta” de Womack et al. Pilares básicos • TQM - Total Quality Control (Controle da Qualidade Total) • JIT - Just in Time História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction - O desenvolvimento da filosofia pressupõe: • no paradigma gerencial: sai da ênfase de preocupação centrada na produtividade individual, indo na direção de abordagem sistêmica do processo. • Mudanças de atitude de todo o grupo, das culturas existentes e profundas transformações na gestão do processo de produção. História da Qualidade x sistema de produção Princípios Sistema Lean Construction • Melhoria contínua • Foco no cliente • Ênfase na prevenção • Engajamento das pessoas • Padronização de processos, etc • Desviar o foco da fabricação de economias de escala para economias de tempo. • Funcionário tornava-se um verificador da qualidade do seu próprio trabalho, interrompia a linha quando encontrava um problema, não necessitando de um departamento de controle de qualidade • Just in time • Produção puxada História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction Just in time: • Principal instrumento do qual se utiliza a produção enxuta/Lean Constructioa para combater o desperdício • Redução ou eliminação dos estoques na sequencia, na quantidade e na hora certa • Produção “puxada”, a partir de demanda do mercado- produz somente quando chega o pedido • Redução do tempo de ciclo: tempo necessário para iniciar até terminar da atividade • Redução do tamanho dos lotes: não produzir ou iniciar tudo junto e sim em fases. História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction Problemas causados pela existência de estoques • Custo financeiro • Custo de gerenciamento de estoques • Necessidade de espaço • Diminuição da transparência • Possibilidade de deterioração, roubo, vandalismo, etc. • Não permite que os problemas venham a tona Estoques escondem perdas (refugos, quebra de máquina, operadores despreparados). História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction Just in time - pré-requisitos para implementação • Força de trabalho flexível, • Controle descentralizado: divisão da produção em mini-empresas • Redução de tempo de set up , realização de manutenção preventiva • Redefinição de layout • Ênfase em melhoria contínua • Cooperação com fornecedores • Produção puxada a partir da demanda do mercado (cliente), produzindo em cada estágio somente os itens necessários nas quantidades e momentos corretos. • Característica inversa ao sistema tradicional (just in case) no qual a produção é empurrada. História da Qualidade x sistema de produção Sistema Lean Construction Benefícios do JIT: • Redução de prazos de fabricação dos produtosacabados; • Minimização contínua dos estoques até que se chegue à situação em que não haja sua necessidade; • Redução do tempo de preparação das máquinas (setups) visando flexibilizar a produção; • Redução gradativa do tamanho dos lotes fabricados procurando gerar condições para trabalhar com o lote unitário. História da Qualidade x sistema de produção No Just In case (JIC): • Produtos desenvolvidos com a utilização máxima da capacidade dos recursos (mão de obra e equipamentos); • Não leva em consideração o balanceamento do fluxo produtivo; • Geração de estoques a frentes dos processos que tenham menor capacidade; • Ausência de material a ser processado e dos processos que tenham capacidade acima dos seus anteriores. História da Qualidade x sistema de produção No Just In case Just in case x Just in Time: História da Qualidade x sistema de produção No Just In case Just in case x Just in Time: Just in time Just in case Etapas sequenciais sem estoques, poucos erros Etapas não bem dimensionadas, umas com sobras e outras faltando tempo Menos controles Estoque intermediário e vários refugos pelo controle de qualidade feito por inspetores Reduz tempo ociosos e espaço Várias atividades de estoque intermediário Qualidade feita pelo operador Defeitos ocultados pelos grandes estoques Melhor controle de qualidade Reduz controles de estoques Erro é visto e não se propaga Trabalham interdependentes Equipes sincronizadas Não existem mudanças tecnológicas e sim mudança na forma de pensar Importante: sincronizar e não separar etapas muito simples. Desmembrar etapas em vários pode dificultar o trabalho Controle muito simples – uso da gestão visual História da Qualidade no Brasil Década de 80 – Marcos importantes: • Qualidade impulsionada pela indústria automobilística e seus famosos controles da qualidade. • Criado o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade PBQP. Valorizava a consciência do cidadão enquanto consumidor e a sua exigência por qualidade. • Década 1990: marcou o início da utilização das normas ISO 9000 sobre modelo de garantia da qualidade Formação do sistema integrado de gestão - SIG • 1991 – criado Fundação Prêmio Nacional da Qualidade FPNQ depois chamado Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ. História da Qualidade no Brasil Década de 90 – combate ao desperdício: Empresas e seus canteiros de obras passaram a diagnosticar por meio da identificação de falhas as etapas do processo produtivo: • Falhas ao longo da produção: entulhos, retrabalhos, deficiência no planejamento ou manutenção de equipamentos. • Falhas nos processos gerenciais e administrativos da empresa: compras feitas apenas na base do menor preço, deficiências nos sistemas de informação e comunicação da empresa, programas de seleção, contratação e treinamento de pessoal inadequados, etc. • Falhas na fase de pós ocupação das obras: patologias construtivas para reparar e altos custos de manutenção e operação. História da Qualidade no Brasil Década de 90 – combate ao desperdício: • Essa mudança se deve ao novo cenário econômico do país caracterizado pela alta competitividade Possibilitou a identificação de enorme potencial nas empresas construtoras para a introdução de programas de qualidade. 1996: Programa QUALIHAB – Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo. Companhia de Desenvolvimento Urbano e Habitacional CDHU. Objetivo: qualificação das empresas construtoras para obter na cadeia produtiva, qualidade e produtividade. História da Qualidade no Brasil 1998: Programa PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional Objetivo: • Foco no desenvolvimento das empresas brasileiras em relação aos modernos conceitos de gestão, qualidade e produtividade, em prática no mundo. • Apoiar o esforço de modernidade do país e; • Promover a qualidade e a produtividade do setor da construção habitacional, com vistas a aumentar a competitividade de bens e serviços por ele produzidos. Criado os PSQ`s: Programas setoriais de Qualidade Custos e desperdícios na qualidade Custos da qualidade - Podem ser divididos em: Custos de controle • Custos de prevenção • Custos de avaliação Custos das falhas nos controles • Custos de falhas internas • Custos de falhas externas Custos de prevenção • Incluem o que se gasta durante a observação e identificação de problemas antes da execução ou produção de determinado bem ou serviço. Custos e desperdícios na qualidade Custos da qualidade Custos de avaliação • São os voltados para o controle de qualidade: checam existência de problemas e erros que podem ocorrer no processo produtivo. Custos de falhas internas • Detectados erros na operação interna, como problema de peças e materiais refugados ou retrabalhados. Custos de falhas externas • Ocorrem quando o produto ou serviço defeituoso chega nas mãos dos consumidores após sua entrega ao mercado Custos e desperdícios na qualidade Custo para a realização do processo de avaliação da qualidade Ações que os caracterizam: • Fixação de padrões para os produtos e processos • Análise da conformidade de peças com padrões • Identificação e análise de defeitos básicos • Análise do atendimento a requisitos básicos da qualidade • Recursos e estrutura para avaliação da qualidade (ex. laboratório) • Realização da inspeção, ensaios e testes; • Controle dos processos • Definição e aplicação de planos de amostragem Custos e desperdícios na qualidade Custo de prevenção - Ações que os caracterizam: • Elaboração de manuais • Execução de experimentos na área de confiabilidade • Divulgação de informações • Estudos de capacidade de processo • Avaliação técnica de fornecedores • Planejamento e controle de processos • Ensaios preventivos • Calibração de equipamentos de laboratórios. Custos e desperdícios na qualidade Custo de prevenção- Ações que os caracterizam: • Programas de manutenção especial de equipamentos • Formação de grupos para análise de falhas • Programas de treinamentos e conscientização • Programas de motivação • Programas internos de auditorias • Avaliação e seleção de recursos tecnológicos • Projetos de experimentos. Custos e desperdícios na qualidade Custo de garantia da qualidade - Ações que os caracterizam: • Acompanhamento do produto em campo • Análise das reações dos clientes • Auditorias da qualidade • Desenvolvimento de estudos de mercado • Monitoramento dos concorrentes Custos com informações - Ações que os caracterizam: • Seleção, coleta e organização de informações • Desenvolvimento de análises; • Estrutura do fluxo de informações. Custos e desperdícios na qualidade Desperdícios na produção. • Para alcançar a excelência em operações: necessário que grandes esforços no combate ao desperdício e no contínuo aprimoramento sejam despendidos. • A eliminação do desperdício está intimamente associada à questão da qualidade. Custos e desperdícios na qualidade Desperdícios na produção. A Toyota introduziu técnicas de controle e redução de desperdícios em sua linha de produção e Identificou sete tipos de perdas sendo: 1: Superprodução: Produzir mais do que é imediatamente necessário para o próximo processo. 2 – Tempo de espera: Ocorre quando os fatores de produção aguardam para ser processados. Muitas vezes se produz muito além do que o próximo posto de trabalho tem capacidade de processar. Custos e desperdícios na qualidade Desperdícios na produção - sete tipos de perdas 3 – Transporte: Ocorre na medida em que existem longas distâncias a serem percorridas pelos fatores de produçãoao longo do processo. Deve-se minimizar distância e movimentação na produção. 4 – Processo: Ocorre na medida em que as etapas e atividades desenvolvidas que não agregam valor continuem sendo executadas gerando custos e da não agregação de valor do produto. Custos e desperdícios na qualidade Desperdícios na produção. – sete tipos de perdas 5 – Movimentação: Ocorre em decorrência de falhas no projeto do posto de trabalho: aspectos ergonômicos, tempo real necessário p/realização dos produtos, disponibilização de espaços compatíveis c/atividades, etc.. 6 - Produtos defeituosos: Fabricar produtos defeituosos envolve perda de recursos de produção, tempo de mão de obra, armazenagem, desgaste de equipamentos, etc.. 7 – Estoque Ocorre quando na empresa mantém estoques desnecessários que significam perdas de investimentos e também de espaço físico Custos e desperdícios na qualidade Desperdícios na produção. Custos e desperdícios na qualidade Gestão de perdas: • Metodologia voltada para a otimização do uso dos ativos Empresariais pela sua eliminação total das perdas. • Com a identificação no processo produtivo e sua transformação em oportunidade de ganhos, via promover as reduções de custos e assegurar maior competitividade. O que não agrega valor é perda sendo: • Perdas por falhas; • Perdas por setup e ajustes; • Perdas por ferramentas de corte • Perdas por acionamento inicial (startup). Custos e desperdícios na qualidade O que não agrega valor é perda sendo: • Perdas por pequenas paradas e ociosidade • Perdas de velocidade • Perdas por defeito • Perdas por desligamento • Perdas por falhas administrativas • Perdas por falhas operacionais • Perdas por desorganização na linha de produção • Perdas resultantes de falha em automatização e logística • Perdas de medição e ajustes excessivos • Perdas de rendimento • Perdas de desperdício de energia • Perdas por matrizes, gabaritos e ferramentas.
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