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1 PSICOLOGIA: PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS A DIVERSIDADE DE PENSAMENTO E CONHECIMENTO DO PSICÓLOGO O primeiro assunto que será discutido em seminário refere-se a uma questão que precisa ser abordada logo de início na sua formação de psicólogo. Essa questão diz respeito à própria área de conhecimento que você resolveu estudar. A pergunta que se coloca é a seguinte: Ao falarmos em Psicologia estamos falando de um corpo de conhecimento único, sólido, indivisível e coeso ou estamos nos referindo a uma forma de pensamento sobre o fenômeno psicológico humano, assim como existiriam outras, e eventualmente até diferentes, formas de pensar e conceber esse fenômeno? Ao invés de nos referirmos à Psicologia seria mais apropriado falar nas psicologias? Estas e outras interessantes questões são discutidas nos dois primeiros textos que você vai ler. Ao final deles você encontrará um roteiro de leitura e reflexão sobre os assuntos abordados que poderá ser bastante útil nesta sua primeira atividade de leitura do curso. 2 A DIVERSIDADE COMO CARACTERÍSTICA DA PSICOLOGIA Waldir Bettoi Carlos Eduardo Costa Rita H. Gabriades 1999 Podemos começar sua primeira leitura do curso imaginando alguém nos seus primeiros dias como aluno ou aluna de Psicologia, começando a freqüentar a faculdade e conhecendo todas as matérias, os vários professores e professoras, bastante curioso em relação ao que vai encontrar pela frente. Este aluno curioso quase certamente tem algumas expectativas, imagina determinadas coisas sobre a Psicologia e sobre a profissão, esperando encontrar determinadas coisas no curso. Se fosse possível a gente adivinhar essas expectativas, poderíamos encontrar alguém pensando o seguinte: “Bom, estou pronto pra começar a aprender a Psicologia e o que o psicólogo faz. Tenho 5 anos pela frente pra ‘devorar’ o máximo que eu puder do que ela sabe sobre o ser humano. Não vejo a hora de conhecer essa ‘coisa’ chamada Psicologia!” O pensamento desse estudante imaginário poderia estar revelando algumas expectativas que precisam ser comentadas aqui, nesta sua primeira leitura, porque elas estão diretamente relacionadas ao que vai acontecer neste curso que você está começando. Vamos falar especificamente de expectativas dos alunos relacionadas à própria Psicologia e à profissão do psicólogo. Poderíamos dizer que aquele estudante, no fundo, imaginava a Psicologia como algo único, mencionado no singular, algo como uma ciência que já acumulou conhecimento sobre o ser humano. Ou seja, ele acredita que para todos os temas há uma resposta certa e acabada e que, portanto, seu compromisso para com o curso seja o de assimilação das “verdades” sobre a mente humana, ou sobre a essência humana, ou coisa que o valha, que será transmitida por um professor detentor absoluto do conhecimento dos "mistérios da alma humana", já que “iniciado” nesta "arte" e com alguns anos de prática profissional. À medida que este aluno começar a se aprofundar no curso começará a perceber que, na realidade, as coisas não são exatamente assim. Em primeiro lugar, ele verá que o conhecimento psicológico não é alguma coisa que está terminada, que é só procurar uma faculdade de Psicologia e, com a maior disposição e empenhos possíveis, se dedicar a absorver tudo o que conseguir desse conhecimento pronto, que está lá disponível para todos os interessados. A experiência do aluno com o curso mostrará que o conhecimento psicológico está em constante construção e que ele mesmo, o próprio aluno, poderá vir a participar desta produção de conhecimento. Em segundo lugar, ele irá descobrindo que aquilo que em geral se chama de Psicologia, ou conhecimento psicológico, não tem uma única “cara”, nem “fala” uma única língua. Quer dizer, à 3 medida em que ele for se aprofundando no seu curso, e for entrando em contato com seus vários professores, começará a perceber que, por exemplo, sobre um mesmo assunto existem diferentes pontos de vista, diferentes afirmações, diferentes explicações teóricas que o abordam. Poderá descobrir que existem diferentes definições do que é a Psicologia, assim como psicólogos diferentes podem pretender atingir com ela diferentes objetivos e usam diferentes métodos de trabalho para atingi-los. Por exemplo, um aluno que perguntasse a diversos profissionais da área "O que é a Psicologia?", ficaria espantado com o número de respostas diferentes que obteria - algumas, inclusive, parecendo dizer o oposto da outra. O suposto aluno poderia ficar tentado a pensar: "Bom, alguém deve estar certo", o que teria como conseqüência a suposição de que os demais profissionais estariam errados. O que poderia pensar este aluno se disséssemos a ele que, num certo sentido, todos estão "certos"? Lá pelas tantas, aquele aluno se pergunta: “E afinal de contas, tudo isso é Psicologia?! Eu estudo uma teoria e aprendo que tal coisa é A. Aí vem outro professor, eu estudo uma outra teoria que diz que aquela tal coisa é B e não A. E aí? Como é que fica?! Se tudo isso está sendo apresentado pra mim como Psicologia, não seria melhor falar ‘Psicologias’?!” Talvez esse aluno nem imaginasse que alguns estudiosos responderiam afirmativamente à sua pergunta. “Sim, diriam eles, esta é uma característica fundamental da Psicologia, é esta a ‘cara’ dela atualmente. Seria mais adequado falar em ‘Psicologias’, portanto”. Esta é, por exemplo, a posição que será defendida pelo autor do próximo texto que você vai ler, Luis Claudio Figueiredo. A Psicologia, diferentemente de outras ciências, não tem um objeto único de estudo e não tem uma forma única de abordá-lo (ou seja, não possui um método de estudo único). Se pensarmos na Psicologia como um todo, ela estuda fenômenos bastante variados, como a mente, o inconsciente, o comportamento, as relações humanas, etc. Às vezes interessa-se pela Fisiologia, outras por algo menos palpável, às vezes está interessada no indivíduo, outras no grupo; as vezes dá muita importância ao "interior" dos indivíduos como determinante de seus atos, outras concentra-se na influência do ambiente e da educação sobre o comportamento humano. Portanto, a Psicologia é marcada pela DIVERSIDADE. Diversidade teórica, diversidade metodológica, diversidade prática, diversidade de crenças, etc. Figueiredo (1992) se refere a essa característica da Psicologia como o “estado fragmentar do conhecimento psicológico” e diz que a Psicologia tem sido considerada um “espaço de dispersão”. Isto é, o conhecimento psicológico não é “uno”, único, coerente, no geral, e totalmente integrado. O que se observam são diferentes formas de pensamento em Psicologia, “linhas” ou “correntes” de pensamento, as vezes também chamadas “abordagens”. Se considerarmos a Psicologia como um espaço, poderíamos observar que às vezes essas diferentes linhas foram originadas em um mesmo ponto e depois assumiram trajetórias diferentes. Outras vezes, originaram-se em pontos diferentes mas suas trajetórias encontraram-se em um determinado ponto. Outras vezes, ainda, originaram-se 4 em pontos diferentes e caminharam para pontos também diferentes, sem que suas trajetórias se encontrem. Imaginando-se todas essas trajetórias possíveis, poder-se-ia dizer, então, que a Psicologia é um espaço de dispersão de conhecimento. Note que, a partir desse ponto de vista, não há porque considerar, de antemão, essa característica “fragmentar” ou “dispersiva” da Psicologia como algo ruim, nocivo, desorganizado. Independente de como pudéssemos avaliar essa situação, se boa ou ruim, o que se propõe é que essa é a característicafundamental da Psicologia. Aquilo que no primeiro momento poderia parecer caótico, poderia vir a mostrar algum sentido, principalmente quando começamos a estudar a origem de toda essa dispersão, de todas essas convergências e divergências que se encontram na Psicologia (ou nas várias “Psicologias” estudadas). Figueiredo (1992) utiliza a expressão “matrizes do conhecimento psicológico” para se referir às origens dessas diferentes formas de pensamento em Psicologia. Ele define as matrizes como “grandes conjuntos de valores, normas, crenças metafísicas, concepções epistemológicas e metodológicas que subjazem às teorias e às práticas profissionais dos psicólogos”. Provavelmente você não deve estar muito familiarizado com essas expressões que compõem essa definição, mas o que ela pretende explicar é que, ao longo de sua história, a Psicologia foi sendo construída sob diferentes influências sociais, culturais, políticas e históricas que foram determinando as diferentes trajetórias que as diversas correntes de pensamento foram assumindo. “Matriz”, remete ao sentido de “mãe”, aquela que dá origem e, nesse sentido, ao falar em “matrizes”, o autor se refere às diversas “mães”, ou matrizes geradoras, do conhecimento psicológico. Em determinados momentos da História, aquilo que se pensava sobre várias coisas relacionadas ao ser humano era diferente e variava em termos de valores e normas (por exemplo, respostas a perguntas do tipo: O que é certo e errado?, Como o homem deve se comportar?, etc.), crenças metafísicas (por exemplo, respostas a perguntas do tipo: Quem é o Homem? Que características tem? Como é a existência humana?, etc.), concepções epistemológicas e metodológicas (por exemplo, respostas a perguntas do tipo: Como se obtém o conhecimento? Qual a confiança que se pode ter em um conhecimento? Quais os procedimentos mais adequados que o homem deve utilizar para conhecer a si e ao mundo?, etc.). Como as respostas para essas e outras perguntas não foram sempre as mesmas ao longo da História, isso acabaria determinando as diferentes trajetórias que a construção do conhecimento psicológico foi assumindo. O conhecimento dessas diversas “mães” ajudaria os psicólogos, portanto, a entender aquilo que, apenas aparentemente, seria sinal de caos e desorganização. Seria curioso retomarmos o exemplo daquele aluno imaginário depois de ele ter entendido que não faria sentido ter como expectativa o encontro com uma “única” Psicologia na faculdade. Acontece que, agora, tendo constatado que existem várias “Psicologias”, ele enfrenta uma certa 5 angústia, um certo desconforto quando se pergunta: “E eu, nisso tudo?”, “Qual (ou quais) das Psicologias eu vou adotar?” “Quantas abordagens diferentes posso adotar?”, “Qual vai ser a ‘minha’ Psicologia?” Sobre esse conflito vivido por nosso aluno imaginário, Figueiredo (1992) faz algumas considerações importantes. Ele acredita que o aluno de Psicologia e o próprio psicólogo muitas vezes não conseguem enfrentar essa constatação de que a Psicologia é um espaço em que a diversidade predomina e reagem à angústia que isso provoca, de duas formas diferentes. Assim, (a) ou ele passa a acreditar que só existe uma Psicologia “verdadeira”, rejeitando, em princípio, todas as outras, sem se preocupar em conhecê-las (seriam os “dogmáticos”, na terminologia do autor) ou (b) ele ignoraria que elas são, em muitos casos, radicalmente diferentes e incompatíveis (porque originaram-se de matrizes totalmente diferentes), acreditando, erroneamente, que todas elas pretendem as mesmas coisas, adotando-as todas, como se as diferenças não existissem (seriam os “ecléticos”, para o autor). Voltando ao nosso aluno imaginário, agora ele se tornou mais confuso porque entendeu que as duas posições são criticadas pelo autor. O aluno não vê saída e pensa, de novo: “E eu, nisso tudo? Se eu adoto uma linha só, sou criticado. Se adoto todas, também sou criticado. Afinal, que problema há em alguém ser dogmático ou eclético? Qual é a saída?” O autor do texto (Figueiredo, 1992) que estamos tomando aqui como referência para esta introdução ao nosso curso, faz algumas considerações que podem servir para que a gente reflita e pense em alternativas para enfrentar a situação. O autor justifica por quê considera inaceitáveis para o psicólogo as atitudes do dogmatismo ou do ecletismo: elas não são consideradas adequadas porque impedem o crescimento e desenvolvimento da Psicologia e dos psicólogos. Ele (e vários outros autores e filósofos) consideram que só existe o crescimento quando alguma coisa se confronta com seu diferente, com o “Outro”, com aquele ou aquilo que não é você (há uma palavra para designar isso: “alteridade”). Quando o dogmático diz “só a minha forma de pensar é que vale, as outras não me interessam”, ele está impossibilitado de enfrentar o outro, aquilo que é diferente dele e, sendo assim, nem ele, nem a Psicologia teriam a possibilidade de se desenvolver, de crescer. A mesma coisa aconteceria com o eclético: acreditando que possa adotar ao mesmo tempo todas as formas de pensar e agir, não enfrenta aquilo que elas todas têm de diferente; ele não as olha todas naquilo que elas têm de essencial, estrutural e particular e que as tornam diferentes. O resultado disso é que aqui, também, não há possibilidade de crescimento e desenvolvimento porque o psicólogo não está experienciando a diversidade, a alteridade das teorias e formas de pensar. Voltando ao nosso aluno calouro que se encontrava confuso frente a tanta novidade que o contato com a Psicologia estava lhe trazendo, é importante que ele saiba que alguma escolha ou escolhas ele fará à medida que for se formando em Psicologia. É claro que ele estabelecerá 6 preferências, concordará pessoalmente com algumas coisas e discordará de outras, mas certamente ele fará escolhas. O que o autor do texto propõe é que os psicólogos enfrentem essa questão da diversidade característica da Psicologia de duas maneiras: (a) produzindo conhecimento, buscando respostas para as perguntas que envolvam seu objeto de estudo e profissão, com base em recursos e referências oferecidos por uma ou mais teorias, pensando e estabelecendo relações entre as proposições teóricas e sua prática profissional. Mas para que isso possa resultar em crescimento da Psicologia é importante que, ao mesmo tempo, (b) haja reflexão constante sobre as várias teorias e sistemas de pensamento existentes. É essa reflexão que garantirá a possibilidade de contato com o outro, com o diferente. Refletir sobre as minhas teorias e a dos outros significaria, portanto, a possibilidade de crescimento. Refletir sobre os pressupostos das minhas e das outras teorias permitiria que eu conhecesse melhor os meus pressupostos porque os veria em contraste com os dos outros. Este trabalho de reflexão, com o objetivo de se encontrar o que existe “por trás”, ou subjacente (“por baixo”) das diversas formas de pensar, me levaria à identificação das várias matrizes diferentes que subjazem às diversas teorias. A questão aqui não é descobrir qual “a melhor” teoria, a mais “verdadeira”, ou a mais “científica”. Todo o conhecimento obtido até agora pela Psicologia, o foi baseado em alguns pressupostos, algumas crenças a respeito do que conhecer e de como fazer para conhecer. Por isso não faria sentido eu me dedicar a provar que a teoria do outro é falsa ou verdadeira porque, para isso, eu usaria os meus próprios pressupostos, aquilo que eu entendo por “verdade”, “conhecimento”, “realidade”, etc. Isso não seria justo, nem faria sentido, porque a teoria do outro se baseou em outros pressupostos, em outros conceitos do que é “verdade”, “conhecimento”, etc. e estará sendo julgadaa partir de pressupostos diferentes. A reflexão sobre as teorias, buscando compreender suas matrizes, estaria portanto, além dessa atividade comparativa para escolher a “melhor”. Segundo Figueiredo (1992), ela permitiria uma “ampliação da nossa capacidade de pensar acerca do que acreditamos, acerca do que fazemos e de quem somos”. O aluno confuso ainda insiste na questão de “quantas teorias ou abordagens posso adotar?” e o que diríamos a ele é que a questão não se resolve com a adoção de um número x de abordagens, mas de como são essas abordagens. Novamente, a questão volta a ser a das matrizes que originaram as diversas correntes de pensamento em Psicologia: a reflexão sobre as matrizes é que dirá quais abordagens são conciliáveis, quais não o são; é o conhecimento profundo dos pressupostos que subjazem à cada teoria que permitirá ao estudioso ou ao profissional decidir qual ou quais abordagens adotará. Alguns pressupostos dessas teorias coexistem, outros não podem ocupar a mesma posição em um único pensamento por serem incompatíveis. Por exemplo, vamos supor que o aluno escolha a abordagem "X" que se baseia, entre outras coisas, no pressuposto de que o 7 Homem é um ser livre, que as razões de seu comportamento estão dentro dele mesmo e que é preciso identificar esses determinantes internos para compreender seu comportamento. Neste caso, seria incompatível esse mesmo aluno adotar a abordagem “Y” que se baseia, por exemplo, no pressuposto de que o Homem não nasce livre, e que a razão para seu comportamento se encontra no seu ambiente cultural, social, econômico, etc., que está, portanto, “fora” e não “dentro” dele. Para essa abordagem “Y”, a tarefa da Psicologia seria conhecer esses determinantes externos para compreender seu comportamento. Depois disso, o aluno que agora não estava mais tão confuso, ficou um pouco ansioso porque percebeu que para ser psicólogo terá que estudar constantemente, que seu estudo não terminará quando ele terminar a faculdade. A diversidade da Psicologia estará sempre presente, mas isso, como já vimos, é a uma das características principais da área de conhecimento que adotamos como base para a nossa profissão. ****** Referência Bibliográfica: Figueiredo, L. C. Convergências e divergências: a questão das correntes de pensamento em psicologia. Transinformação, 4 (1-2-3): 15-26, jan/dez, 1992. ******* 8 QUESTÕES PARA O ESTUDO E DISCUSSÃO DO TEXTO 1. Explique, com suas próprias palavras, a afirmação: "A Psicologia, como área de conhecimento e profissão, é marcada pela diversidade e pode ser caracterizada como um 'espaço de dispersão' ". 2. Qual é a origem da diversidade na Psicologia? 3. Explique, com suas próprias palavras, o que são as matrizes do conhecimento psicológico, na definição de L. C. Figueiredo. 4. O que são o dogmatismo e o ecletismo e por que surgem? Por que o autor considera-os inaceitáveis? 5. O que Figueiredo propõe como atitude para o psicólogo lidar com a diversidade da Psicologia? 6. Por que não faria sentido no contexto da diversidade da Psicologia, procurar descobrir qual a corrente de pensamento mais "verdadeira" ou mais "científica"? 7. Faça uma reflexão sobre o poema reproduzido abaixo, com base no texto lido: A VERDADE Carlos Drummond de Andrade A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade. E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil. E os meios perfis não coincidiam. Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta. Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela. E carecia optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia. (Do livro “O Corpo”, da Editora Record, 1984)
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