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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - CHAPECÓ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS FUNDAMENTOS DE MICROSCOPIA ANÁLISE DE SUJIDADES LEVES EM ERVA-MATE MARINA ZUFFO Chapecó 2014 INTRODUÇÃO De acordo com a RDC nº 277, a erva mate é o produto constituído exclusivamente pelas folhas e ramos de Ilex paraguariensis St.Hil., obtido por processo de secagem e fragmentação destinado ao preparo de chimarrão ou tererê podendo ser adicionado de açúcar. A RDC nº 277 designa o produto em questão como Erva- Mate ou Mate, podendo ser seguido da(s) de expressão(ões) como chimarrão ou tererê, conforme a finalidade de uso. A erva- mate seguindo a legislação vigente de Boas Práticas de Fabricação deve ser obtida, processada, embalada, armazenada, transportada e conservada em condições que não produza, desenvolva e ou agregue substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloque em risco a saúde do consumidor (RDC nº277, 2005). A erva- mate deve seguir os regulamentos técnicos específicos de contaminantes, características macroscópicas, microscópicas, microbiológicas e rotulagem, como descreve a RDC nº 277. Matérias macroscópicas são aquelas que podem ser detectadas por observação direta (olho nu) sem auxílio de instrumentos ópticos. Já para detecção das matérias microscópicas é necessário o auxílio de instrumentos como o microscópio c Conforme descreve a RDC nº 175 os ensaios macroscópicos e microscópicos verificam a contaminação do produto por presença de matéria prejudicial à saúde humana, como: insetos, em qualquer fase de desenvolvimento, vivos ou mortos, inteiros ou em partes, reconhecidos como vetores mecânicos; outros animais vivos ou mortos, inteiros ou em partes, reconhecidos como vetores mecânicos; parasitos; excrementos de insetos e ou de outros animais; objetos rígidos, pontiagudos e ou cortantes, que podem causar lesões no consumidor. Esta classe de ensaios está diretamente vinculada à análise de rotulagem, pois verifica se o fabricante declara no rótulo do produto, todos os ingredientes encontrados, que são identificados microscopicamente (RDC nº 175, 2003). A análise microscópica foi realizada baseada nas legislações vigentes, com o intuito de verificar a presença de materiais estranhos e o método a ser utilizado para a realização da mesma (RDC nº 175; RDC nº 277, 2005). O método utilizado para detecção de matérias estranhas em erva – mate é o de filtração e flutuação em óleo. Com finalidade de separar os compostos dos alimentos, o método de flutuação em óleo é utilizado, pois os alimentos geralmente são compostos por misturas complexas e não completamente solúveis, o que os impede de ser examinado somente através do método de filtração. O método de filtração é utilizado após a aplicação de outro método de dissolução no qual uma pequena porção de resíduo permaneceu após a mesma. MATERIAIS E MÉTODOS A análise para detecção de material estranho foi realizada segundo o método de filtração e flutuação em óleo para sujidades leves. O método de flutuação irá fazer com que os insetos flutuam no óleo principalmente devido à afinidade da cutícula do inseto em óleo, a qual não é umedecida com pela água. O empuxo exercido sobre as sujidades dependem parcialmente do peso especifico do óleo aderido à esses materiais, comparado ao do meio aquoso. Ao realizar o método por filtração é necessário levar em consideração o tamanho da abertura da peneira, em função do tamanho da partícula do alimento, a fim de proporcionar uma separação do alimento e do contaminante. Esta técnica é designada para a identificação de sujidades leves, pesadas e matérias estranhas em erva- mate. A pesagem da amostra de erva-mate deve ser realizada em balança analítica através de um erlenmeyer. Após a pesagem, deve se adicionar na amostra água fervendo e está por sua vez manter aquecida e agitada através do agitador magnético até a diluição total da amostra. Após a diluição total da amostra o material contido no erlenmeyer, deve ser transferido para uma peneira de nº 230, aonde água quente deve ser adicionada até o ponto em que a água da lavagem da amostra saia limpa. Em seguida deve se drenar e transferir o resíduo com isopropanol 40%, lavando bem as paredes do erlenmeyer para o frasco armadilha, completando com isopropanol 40%. Depois disso deve se adicionar óleo de flutuação, e manter agitado com bastão contendo a rolha, em movimentos de cima para baixo no liquido. Em seguida este bastão deve ser prendido mantendo a rolha acima do liquido e agitando a cada seis minutos. Após este processo deve se deixar em repouso de dois a três minutos. Depois disso deve se adicionar o agente sequestrante e agitar novamente com o bastão em movimentos para cima e para baixo, em seguida misturar devagar por mais um minuto em movimentos em forma de redemoinhos. Dando sequência deve se completar lentamente o frasco com isopropanol 40%, deixando o líquido escorrer pelo bastão de agitação enquanto a rolha é mantida acima do líquido. Deve se deixa ló em repouso e em seguida agita ló com movimentos circulares para ressuspender o material, mantendo em repouso por vinte e cinco minutos. Para transferir o líquido sobrenadante para o papel filtro, deve se prender á rolha no gargalo e o transferir, em seguida lavar as paredes do gargalo com isopropanol a 40%. Após este processo deve se manter em repouso cerca de trinta minutos e em seguida transferir o líquido sobrenadante para o papel filtro já utilizado, lavando as paredes do gargalo com isopropanol 40%. Depois de realizado todos os procedimentos da técnica deve se examinar o material que permaneceu sobre o papel filtro no microscópio. REFERÊNCIAS Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 14, de 28 de março de 2014 - D.O.U. Seção I, nº 61, de 31 de março de 2014. Ministério da Saúde - Agência Nacional da Vigilância Sanitária Diretoria Colegiada – Resolução - RDC nº 277, de 22 de setembro de 2005. Resolução RDC nº 175, de 08 de julho de 2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados.
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