Buscar

Liquidação e Embargos no Processo do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1. Introdução
O presente trabalho acadêmico visa trazer breve explanação sobre os temas: Liquidação de Sentença e Embargos de Terceiros. É visível que estes são tópicos provenientes do Código de Processo Civil, haja vista que este serve como principal meio de subsidiário do Direito Processual Trabalhista. Desta forma, encontraremos no texto adiante referências diretas aos procedimentos adotados na processualística civil brasileira, não deixando de fazer esclarecer as diferenças quando se trata do processo do trabalho, visto que este último possui a característica de maior celeridade.
2. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA NO PROCESSO DO TRABALHO
A fase de liquidação de sentença foi introduzida no ordenamento processual civil brasileiro através da lei 11.232/2005, porquanto a encontraremos prevista no Capítulo IX, artigos 475-A ao 475-H, do Código de Processo Civil. No tocante ao Processo do Trabalho, estará da liquidação de sentença presente no art. 879 da CLT, o qual elucida: “sendo ilíquida a sentença, exequente, ordenar-se-á a sua liquidação”.
Existe discussão doutrinária sobre em qual fase propriamente dita do processo trabalhista, estaria inserida a liquidação. Parte da doutrina a entende como procedimento prévio, preparatório da execução trabalhista, tendo por alegação que a liquidez do título é imprescindível, isto é, encerra condição sine qua non de procedibilidade da execução.
O ilustre doutrinador Renato Saraiva elenca em sua obra que “a doutrina mais moderna conceitua a liquidação de sentença como uma ação declaratória do valor de condenação, situada entre o processo de conhecimento e o processo executivo, prestigiando assim a sua autonomia”. Logo, pode-se perceber que a liquidação de sentença antecede o processo de execução, sendo complemento o processo de conhecimento, haja vista que n no seu decorrer, existe a possibilidade de se provar fato novo, que virá ao conhecimento naquele exato momento. Desta feita, liquidação é, no processo do trabalho, um procedimento incidental, intercalado entre o processo de conhecimento e a execução, com objetivo de tornar liquido o título judicial.
O método de liquidação foi instituído para servir e viabilizar a liquidação. Entretanto, o legislador trabalhista não disciplinou nenhum desses métodos. De logo, percebe-se que houve necessidade de recorrer à processualística civil, fonte subsidiária do processo trabalhista, no intuito de suprir essa lacuna deixada pelo legislador. Assim, encontramos as modalidades de liquidação de sentença aplicadas ao processo do trabalho nos artigos 475-B, 475-C e 475-E do Código de Processo Civil.
2.1 Modalidades aplicadas ao Processo Trabalhista
A liquidação de sentença no processo do trabalho como já relatamos é constituída de fase autônoma e pode ser realizada de três modos distintos: por arbitramento, por cálculo e por artigos.
Os artigos e o arbitramento só têm lugar quando o cálculo se mostrar inviável, isto é, quando os autos não fornecerem os elementos para operar os números (contas aritméticas) e, com isso, obter a determinação do valor necessária para liquidar o título judicial exeqüendo. Ou seja: não provado o fato do qual se possam extrair os dados para feitura das contas, proceder-se-á aos artigos; se esse fato não existir ou for insuscetível de prova, dá-se, então, ensejo ao arbitramento para fixar, por estimativa, o valor da obrigação.
2.1.1 Liquidação por cálculo
Neste método, mais comum e utilizado nas liquidações trabalhistas, os elementos suficientes para apuração do título exeqüendo, já estão presentes nos autos. Far-se-á liquidação por cálculo quando o montante da condenação depender de simples cálculo aritmético. Neste caso a sentença abriga em seu interior todos os elementos necessários à fixação do “quantum debeatur”, destinando esta fase em virtude disso, apenas a revelar a exata expressão pecuniária desses elementos. A CLT dispõe “por cálculo”, sem acrescentar “do contador”.
Essa simplificação permite admitir-se que o cálculo possa ser realizado pelo contador do juízo ou Tribunal quando houver, e, também, pelas partes ou por laudo pericial contábil. Assim, a liquidação por simples cálculos se consuma com os passos do artigo 879 da CLT. (rodapé)
Caso a execução seja negativa, a parte sucumbente arcará com os honorários periciais e as custas processuais. Procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho.
Apresentado o cálculo pela parte interessada ou, se o cálculo, for apresentado pelo Contador nomeado pelo juízo, será aberta vista às partes, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias. Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente a conta, podendo corrigi-la no que lhe parecer conveniente, e mandará citar o executado para o cumprimento ou seguro o juízo, uma vez que estará precluso o direito de impugnar a conta.
Não será admitida impugnação genérica ou cálculo que não venha acompanhado da planilha respectiva. Havendo impugnação/manifestação circunstanciada, quanto aos fundamentos e valores do cálculo, o juiz poderá, antes de proceder à homologação dos mesmos, determinar o retorno dos autos ao Perito para que efetue as devidas alterações ou preste esclarecimentos.
Vindo aos autos o novo cálculo, será aberto vista às partes, novamente, com prazo de 10 dias para concordância ou impugnação.
Na prática tem-se observado que, mesmo que haja impugnação pelas partes, os juízes, na sua maioria, têm homologado o cálculo, rejeitando as novas impugnações.
Tornada líquida a sentença, com essa decisão, o Juiz mandará citar o executado para cumprimento ou embargar a execução, após seguro o juízo, no prazo de 05 dias.
2.1.2 Liquidação por arbitramento.
Liquida-se a sentença por arbitramento quando a apuração não depende de simples cálculos, nem de prova de fatos novos, mas seja necessário o “juízo ou parecer de profissionais ou técnicos”. O arbitramento está previsto quando determinado pela sentença ou convenção das partes ou exigir a natureza do objeto da condenação.
Arbitrar está aqui, não no sentido de julgar, mas no de estimar. Em princípio, o arbitrador será um perito, mas pode ocorrer que, na impossibilidade de calcular-se com exatidão o débito, a estimativa não tenha outro fundamento senão o bom senso, o prudente arbítrio de um cidadão ou até do próprio juiz; isto para que a ausência de elementos não impeça a reparação, quando não há possibilidade de encontrar elementos bastantes. Se as partes escolherem esta forma, excluem-se outras e passa a ser uma solução de transigência dos interessados em seu desfecho.
O princípio do contraditório é garantia de defesa e baliza de Justiça, que deve ser respeitado também na liquidação por arbitramento, ouvindo-se as partes.
A jurisprudência tem se firmado no sentido de que a liquidação por arbitramento só se justifica quando impossível fazê-la por artigos, forma em que podem ser utilizados todos os meios de prova em direito admitidos.
2.1.3 Liquidação por artigos
A liquidação da sentença trabalhista por artigos é utilizada quando há necessidade de se provar fato novo (CPC. Art. 608). Não é qualquer fato, mas aquele que influencia a fixação do valor da condenação ou a individuação do seu objeto.
O procedimento por artigos não está expressamente indicado na CLT. Como se trata de processo de conhecimento, devem aplicar-se as normas do procedimento ordinário trabalhista, que são as da própria CLT, com oitiva de testemunhas, perícia, nulidades, etc. A exemplo do que ocorre no processo cível, a liquidação por artigos ocorre quando há necessidade de provas, não sendo possível, no entanto, introduzir, nessa fase, fatos estranhos aos limites do contraditório. Cabe às partes, em geral ao credor, que irá articular em sua petição, aquilo que deve ser liquidado. Quem elabora os artigos é a própria parte e não o juiz. A sentença é de mérito e enseja ação rescisória.
Como exemplo de liquidação por artigos, podemos citar a sentença que reconhece a realização de horas extras pelo obreiro, mas não as quantifica, tornando-se necessária, por conseguinte, a realizaçãoda liquidação por artigos, objetivando apurar, por meio das provas articuladas pelas partes, o número de horas suplementares efetivamente prestadas.
2.3 Outras observações
A liquidação de sentença é sobre maneira matéria divergente na seara do Direito processual do trabalho, pois suas correntes de entendimento são diversas e possui ampla discussão.
Vale ressaltar a que sua natureza jurídica possui característica de decisão interlocutória. Dessa maneira, o executado deverá apresentar seu inconformismo por meio de embargos à execução, sendo que para o exequente e para a União a irresignação pode ser apresentada por meio de impugnação à sentença de liquidação.
Havendo a necessidade de revisão da decisão interlocutória prolatada, esta somente será possível na fase executória, por meio de agravo de petição dirigido ao órgão hierarquicamente superior, após a devida garantia do juízo.
Nessa fase, será defeso às partes rediscutirem a matéria, conforme disposto no art. 879, §1º da CLT: Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.
Existe uma exceção na processualística trabalhista, nas sentenças prolatadas com valores inferiores a 40 (quarenta) salários mínimos, ou seja, no procedimento sumaríssimo, serão sempre declaradas liquidas, permitindo somente a apuração de juros de mora e a correção monetária, incluindo neste as parcelas assessórias das obrigações.
No rito ordinário, as sentenças proferidas ilíquidas são freqüentes e comuns, pois os demasiados fatores complexos que envolvem a demanda assim o fazem dependentes de apurações futuras.
3. EMBARGOS DE TERCEIRO NO PROCESSO DO TRABALHO
Os embargos de terceiro acontecem na fase de execução, no intuito de defender os bens de terceiro contra turbação ou esbulho em sua posse. Esta medida é regida no processo do trabalho pelos mesmos artigos que o regem no processo civil (arts. 1.046 à 1.054), pois é omissa a CLT em tratar dos embargos de terceiro no processo do trabalho.
Conceitualmente, para Bezerra Leite (2007), os embargos de terceiro tem como objetivo a proteção da posse ou da propriedade de quem, não sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens em decorrência de atos de apreensão judicial, como a penhora, o depósito, o arresto, seqüestro, a alienação judicial, o arrolamento, o inventário ou a partilha.
 Aparando na doutrina, oportunas são as palavras do mestre Humberto Theodoro Júnior que define os embargos como uma “ação de natureza constitutiva, que busca desconstituir o ato judicial abusivo, restituindo as partes ao estado anterior à apreensão impugnada”.
Desta forma, pode-se dizer que Embargos de terceiro é uma ação judicial, apresentada por terceiro, geralmente, parte estranha ao processo, como objetivo de se obter um pronunciamento judicial que neste caso, decrete a exclusão de seus bens que foram objeto de apreensão ilegal, tendo em vista aquela demanda judicial.
Diferente do que ocorre no processo civil, no rito trabalhista, os embargos possuem natureza jurídica de ação incidente, não possuindo característica de ação autônoma, objetivando desconstituir a decisão que determinou a penhora de bem de terceiro, estranho a lide. Logo, da decisão proferida em sede de Embargos de terceiro caberá recurso de agravo de petição, por se tratar de ação incidente.
3.1 Competência
Havia certa divergência jurídica acerca da competência para o julgamento dos Embargos de terceiro. É que se considerarmos que os Embargos de terceiros não versam sobre relação de emprego, alguns autores defendiam a incompetência da justiça do trabalho para o julgamento desta ação.
Entretanto, atualmente pacífico é o entendimento que estabelece a competência da Justiça do Trabalho para o julgamento dos Embargos de terceiro, que neste caso, será do juiz que determinou a constrição do bem.
Mesmo porque, não se deve olvidar o disposto no artigo 109 do Código de processo Civil: O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.
E ainda, o artigo 1049: Os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.
Destarte, em se tratando de embargos de terceiro, a competência para julgamento desta ação será do juiz que determinou a constrição do bem, ou seja, do juiz do trabalho.
3.2 Legitimidade ativa e passiva
A questão da legitimidade ativa de uma ação de Embargos de terceiro, restou expressamente definida nos parágrafos do artigo 1.046 do CPC:
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor.
§ 2º Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial.
§ 3º Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação.
Considerando que se trata de ação interposta por terceiro, estranho a lide, haverá a formação do litisconsórcio passivo necessário, devendo ser legitimados passivos todas as partes envolvidas no processo principal.
Desta forma, a petição inicial de Embargos de terceiros deve requerer a intimação de todas as partes envolvidas no processo.
3.3 Prazo
Conforme estabelece o artigo 1048 do CPC, os Embargos de terceiro poderão ser opostos a qualquer tempo na fase de conhecimento, enquanto não transitada em julgado à sentença e, no processo de execução, em até cinco dias depois da arrematação, adjudicação ou remissão, desde que antes da assinatura da respectiva carta.
3.4 Petição Inicial
É claro texto que nos trás o Art. 1050 do Código de Processo Civil: O embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art. 282, fará a prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
Neste caso, torna-se importante ressaltar a possibilidade de inépcia da inicial em caso de descumprimento destas exigências.
Vide ainda o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo supracitado:
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2º O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domínio alheio.
3.5 Suspensão do processo principal
Esta é a redação do artigo 1052 do CPC: Quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o processo principal somente quanto aos bens não embargados.
3.6 Sentença
Se os Embargos de terceiro forem julgados procedentes, o juiz determinará expedição de mandado de manutenção dos bens aprendidos em favor do embargante. Caso o pedido já tenha sido deferido, em caráter liminar, o juiz deverá determinar a expedição de mandado definitivo.
Ao contrário, se os Embargos de terceiro forem julgado improcedentes, ficará mantida a contrição dos bens de terceiro, prosseguindo os atos executórios.
Referências
Saraiva, Renato – Curso de direito processual do trabalho / Renato Saraiva 5. ed. – São Paulo : Método, 2008.
Martins, Sérgio Pinto – Direito processual do trabalho / Sérgio Pinto Martins 28º ed. – São Paulo : Atlas, 2008.
CAIRO JR., José – Curso de Direito Processual do Trabalho / José Cairo Jr. 5ª. Ed – Salvador: JusPODIVM, 2012.
CUNHA FILHO, Walter Xavier da. Liquidação de sentença no processo do trabalho. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 58, outubro de 2008. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura& artigo_id=5192>. Acesso em maio 2014.
DOURADO, Rakel; NEVES, Milena; PRUDÊNCIO, Eriton. Embargos de terceiros em processo do trabalho, In: Viajus, São Luís, março de 2011. Disponível em: http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=3619. Acessa em maio 2014.

Outros materiais