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UNIDADE III - Mercados Financeiros: Capitais e Cambial 3.1 Mercado de Capitais 3.2 Principais Papéis Negociados no Mercado de Capitais 3.3 Principais Financiamentos no Mercado de Capitais 3.4 Mercado de Ouro no Brasil 3.5 Mercado Cambial 2 MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Mercado Primário – todo ativo financeiro é colocado no mercado (negociado pela 1ª vez) por meio do mercado primário. Canalização dos recursos monetários superavitários, disponíveis aos poupadores; Implementação de projetos de investimentos; Incremento de riqueza. Mercado Secundário – local onde são estabelecidas as renegociações entre os agentes econômicos das ações adquiridas no mercado primário. Função do Mercado Secundário – dar liquidez ao mercado primário, visando o lançamento de ativos financeiros. 3 MERCADO DE BALCÃO Definição: é um mercado organizado de títulos, cuja negociação não se faz em local determinado (como o mercado de bolsa), mas, principalmente por telefone. Por não serem empresas registradas em bolsas, suas ações estão fora do controle e sem as garantias de uma bolsa de valores. SOMA (sociedade operadora do mercado de acesso), criada em 1996, regulamentada pela CVM, com objetivo de tornar esse mercado mais acessível as empresas de pequeno porte. Para negociação e cotação no SOMA, são admitidos os títulos e valores mobiliários de emissão de companhias e certificados e cotas de fundos, autorizados pela CVM. 4 MERCADO DE BALCÃO Principais características desse mercado: Ausência de um local de negociação centralizado fisicamente; Operações realizadas nesse mercado têm pouca influência nas negociações seguintes, em termos de preço, isso porque não há divulgação massificada como ocorre nas bolsas de valores; Não há homogeneidade em termos de participantes e operações. Nas transações com ações, os mercados de balcão, em muitos países, servem para que empresas novas e pequenas coloquem seus papéis ao público. 5 ABERTURA DE CAPITAL A colocação de ações no mercado pode ocorrer tanto pela emissão de novas ações pela empresa, como pela oferta pública de ações detidas por um investidor. Para ter ações negociadas no mercado, a sociedade deve ser registrada como “ Companhia Aberta” junto à Comissão de Valores Mobiliários. O lançamento público de novas ações, conhecido também por underwriting, é uma operação na qual a sociedade emitente coloca seus valores mobiliários no mercado primário, mediante a intermediação de uma instituição financeira. A abertura de capital é justificada pelos seguintes fatos: A empresa necessita de aporte de recursos para financiar novos projetos; A empresa precisa promover o crescimento e a modernização de suas atividades. 6 SUBSCRIÇÃO PÚBLICA DE AÇÕES (UNDERWRITING) Etapas do Processo de Subscrição de Novas Ações 1º Empresa emitente de novas ações; 2º Instituição financeira intermediadora; 3º Mercado primário; 4º Mercado secundário. EMPRESA EMITENTE A sociedade que decide abrir seu capital deve contratar uma auditoria externa devidamente credenciada na CVM, transmitindo ao mercado uma maior garantia da idoneidade das informações contábeis publicadas. A empresa precisa passar por um estudo setorial, que envolve o mercado consumidor, o mercado fornecedor de matérias-primas e as empresas concorrentes. A empresa precisa da presença de um intermediário financeiro nas operações de subscrição de ações, uma exigência da lei das sociedades por ações. 7 INTERMEDIÁRIO FINANCEIRO A instituição financeira intermediadora constitui-se em um elo de ligação entre a empresa tomadora de recursos e os agentes econômicos poupadores (superavitários) identificados no mercado primário. Principais formas de subscrição pública de ações: Subscrição do tipo Puro ou Firme; Subscrição do tipo Residual (stand-by); Subscrição do tipo Melhor Esforço (best effort). TIPO PURO ou FIRME – prevê a subscrição e integralização por parte da instituição financeira responsável pela distribuição. A intermediadora assume amplamente o risco de sua colocação no mercado, responsabilizando-se pelo pagamento à sociedade emitente do valor total das ações lançadas. 8 INTERMEDIÁRIO FINANCEIRO TIPO RESIDUAL – a instituição financeira não se responsabiliza, no momento do lançamento, pela integralização total das ações emitidas. Há um comprometimento entre a instituição e a empresa emitente de negociar as novas ações junto ao mercado durante certo tempo. TIPO MELHOR ESFORÇO – a instituição financeira não assume nenhum tipo de responsabilidade sobre a integralização das ações em lançamento, e o risco de sua colocação no mercado é da empresa emitente. Existe um comprometimento, por parte da instituição financeira, de dedicar esforço no sentido de colocar o maior número possível de novas ações no mercado, dentro de certo período de tempo. 9 PREÇO DE EMISSÃO DA AÇÃO A preocupação básica da sociedade emitente é de estabelecer um preço que viabilize a colocação integral das novas ações no mercado, garantindo os recursos necessários para financiar seu crescimento. A atual lei das sociedades por ações prevê que o preço de emissão deve ser fixado tendo em vista a cotação das ações no mercado, o valor do patrimônio líquido e as perspectivas de rentabilidade da companhia. A fixação do preço de emissão de uma ação é importante para o sucesso da operação de subscrição pública, principalmente para os atuais acionistas. VANTAGEM DA ABERTURA DE CAPITAL A principal vantagem da abertura de capital para uma sociedade é o prazo indeterminado dos recursos levantados, não apresentando esses valores prazos de resgate. 10 CUSTOS DA ABERTURA DE CAPITAL Na abertura de capital a sociedade incorre nos seguintes custos: Custos Legais e Institucionais: taxas, emolumentos, etc. incorridos em atendimento às exigências legais; Custos de divulgação e publicidade: prospectos de lançamento, divulgação da operação pela mídia, etc; Custos de intermediários financeiros: comissão de coordenação dos trabalhos de lançamentos; remuneração de garantia para ao coordenador da emissão; e comissão pela colocação paga ao intermediário que colocou o papel junto ao investidor. 11 MERCADO SECUNDÁRIO – BOLSA DE VALORES O mercado secundário registra unicamente a transferência de propriedade dos títulos e valores mobiliários, não determinando variações diretas sobre os fluxos das sociedades emitentes. O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas Bolsas de Valores, as quais viabilizam aos investidores a oportunidade de realizarem novos negócios com títulos negociados anteriormente emitidos. As Bolsas de Valores constituem-se em associações civis sem fins lucrativos, cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas para a realização de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. Outros objetivos das Bolsas de Valores: Promover uma segura e eficiente liquidação das várias negociações realizadas em seu ambiente; Desenvolver um sistema de registro e liquidação das operações realizadas; Desenvolver um sistema de negociação que proporcione as melhores condições de segurança e liquidez aos títulos e valores mobiliários; Fiscalizar o cumprimento das diversas normas que disciplinam as operações em bolsa.12 Ponto de Vista Funções da Bolsa INVESTIDOR Facilitação da canalização da poupança pela concentração na bolsa de empresas de todos os tamanhos. Canalização das poupanças dos poupadores para atividades mais produtivas. Liquidez para o investimento de valores. TOMADORES Facilita a obtenção de fundos a longo prazo. ECONOMIA Os índices de ações constituem importantes indicadores conjunturais. Ao favorecer o financiamento empresarial, constitui um importante elemento na expansão e no crescimento econômico. Submete a empresa a um julgamento de racionalidade econômica. SOCIAL Facilita a poupança de pequenos investidores. Facilita o conhecimento do preço de mercado, o que serve de proteção à poupança. 13 TIPOS DE ORDENS DE NEGOCIAÇÕES As negociações (compra e venda) com ações são executadas seguindo os procedimentos seguintes: O investidor procura uma Sociedade Corretora e define a operação que deseja realizar (compra ou venda de ações) e também as condições do negócio; A ordem de negociação é executada pela Corretora de acordo com o tipo definido pelo investidor; Finalmente é processada a liquidação física (entrega dos papéis) e a liquidação financeira (pagamento/recebimento) da operação realizada. Há vários tipos de ordens de compra e venda , a saber: ORDEM A MERCADO – é dada quando não há qualquer limitação quanto ao preço de negociação. Essa ordem permite uma execução rápida da compra/vendas da ação. ORDEM LIMITADA – estabelece um limite ao preço de negociação, fixando geralmente um preço mínimo para a venda e um preço máximo para a compra. 14 TIPOS DE ORDENS DE NEGOCIAÇÕES ORDEM CASADA – envolve a realização obrigatória de uma operação de compra e outra de venda. A execução da ordem casada somente é possível se as duas transações puderem ser realizadas. ORDEM DISCRICIONÁRIA – é gerada por administradores de carteiras de títulos e valores mobiliários que estabelecem as condições prévias para a execução da ordem de negociação, indicando: a identificação do investidor; e a quantidade de títulos que compete a cada investidor e o preço. ORDEM ADMINISTRATIVA – a execução da ordem de compra/venda fica a critério da Sociedade Corretora, sendo somente a quantidade e as características dos papéis determinadas pelo investidor. 15 PERFIL CARACTERÍSTICAS CONSERVADOR Objetivo de investimento é a preservação de seu capital; Investimento em ativos de baixíssimo risco; Busca aconselhamento financeiro especializado para tomar decisões. MODERADO Objetivo de investimento é o crescimento moderado de seu capital; Horizonte de tempo de seus investimentos é de médio a longo prazo; Maior parte dos investimentos em ativos de baixo risco e uma pequena parte para diversificação. AGRESSIVO Objetivo de investimento é o crescimento elevado de seu capital; Horizonte de tempo de seus investimentos é de longo prazo; Pode concentrar até 60% dos investimentos em renda variável; Aceita as oscilações negativas no valor de sua carteira contando com ganhos no longo prazo. 16 OPERAÇÕES A VISTA E A TERMO MERCADO A VISTA – a entrega dos títulos vendidos ocorre no segundo dia útil após a realização do negócio na bolsa. A corretora adquirente recebe os títulos transacionados e repassa-os ao investidor, formalizando-se a liquidação física da operação. MERCADO A TERMO – as operações são formalizadas por meio de um contrato preestabelecido firmado entre o comprador e vendedor, o qual estipula uma quantidade de ações, prazo de liquidação do negócio e preço. Os prazos podem atingir 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. A bolsa de valores costuma exigir, tanto do comprador como do vendedor desse mercado, um limite máximo para a transação e depósito de certo montante na CBLC (Cia Brasileira de Liquidação e Custódia), sendo entendido como uma margem de garantia. 17 VANTAGENS DAS OPERAÇÕES A TERMO GANHOS FUTUROS – um investidor é atraído a adquirir a termo sempre que prever uma alta em seu preço de mercado; DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO – em operações a termo, o investidor pode diversificar sua aplicações adquirindo diversas ações de diferentes segmentos empresariais. Na diversificação, eventuais perdas em uma ação podem ser compensadas por ganhos em outras; ALAVANCAGEM – as operações a termo possibilitam a um investidor a compra de uma quantidade de ações acima de sua capacidade financeira a vista naquele momento, oferecendo possibilidades de apurar um maior retorno em caso de valorização dos papéis; FINANCIAMENTO – uma alternativa de fazer caixa para um investidor é vender sua ações no mercado a vista e adquirir, simultaneamente, o mesmo papel a termo. Com isso, o investidor não se desfaz de suas ações e é capaz de gerar recursos de caixa rápido. 18 ÍNDICES DE BOLSA DE VALORES O índice de Bolsa de Valores é um valor que mede o desempenho médio dos preços de uma suposta carteira de ações, refletindo o comportamento do mercado em determinado intervalo de tempo. ÍNDICE BOVESPA – IBOVESPA – é o mais importante indicador do desempenho das cotações negociadas no mercado brasileiro. Foi criado em 1968 a partir de uma carteira teórica de ações, expressa em pontos. Objetivo básico do Ibovespa é o de refletir o desempenho médio dos negócios a vista ocorridos nos pregões da Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa é apurado em tempo real, considerando os negócios com ações realizados no mercado a vista de forma instantânea e com divulgação on line. 19 ÍNDICE BOVESPA O índice da Bolsa de Valores de São Paulo, considera em sua carteira teórica somente as ações com o maior grau de negociabilidade. Critérios de inclusão de ações no índice Ibovespa: A carteira teórica do Ibovespa é composta pelas ações que atenderem cumulativamente aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira: Estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais; Apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total; Ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. Carteira Teórica do Ibovespa válida para 26.doc 20 OUTROS ÍNDICES DE AÇÕES NO BRASIL IBV – Índice da bolsa de valores do Rio de Janeiro IBX – Índice Brasil de Ações IGC – Índice de Ações com Governança Corpotariva Diferenciada. IVBX-2 – Índice Valor Bovespa ITEL – Índice Setorial de Telecomunicações PRINCIPAIS ÍNDICES DE BOLSAS DE VALORES DO MUNDO O Índice Dow Jones – composta por trinta empresas industriais mais negociadas na NYSE (bolsa de New York). DAX 100 – composta pelas 100 empresas mais negociadas na bolsa de Frankfurt. Nasdaq – empresas mais negociadas na Nasdaq. Nikkei – composta pelas 225 empresas mais negociadas na bolsa de Tóquio. 21 Exercício 1 - Os fatores motivadores para que se faça poupança são: a) Taxas elevadas de juros. b) Incerteza do futuro. c) Sobra de renda ou produção. d) Que os rendimentos futuros sejam inferiores. e) Todas as respostas estão correta. Resp. letra E 2 – Das funções listadas a seguir, qual não representa as de um sistema financeiro na economia: a) Promover a poupança. b) Solucionar problemas políticos. c) Arrecadar e concentrar a poupança em grandes volumes. d) Transformar a poupança em créditos especiais. e) Encaminharos créditos às atividades produtivas. Resp. letra b 22 3 - Mercado de capitais é fundamental para o crescimento econômico porque: a) Aumenta as alternativas de financiamento para as empresas. b) Reduz o custo global de financiamentos. c) Diversifica e distribui risco entre os aplicadores. d) Democratiza a acesso ao capital. e) Todas as alternativas estão corretas. Resp. letra E 4 - Os títulos no mercado primário são: a) Emitidos pelos tomadores. b) Emitidos pelos poupadores. c) Emitidos pelos intermediários financeiros. d) A primeira e a terceira alternativa estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. Resp. letra A 23 5 - Os títulos do mercado secundário são: a) Emitidos pelos tomadores. b) Emitidos pelos poupadores. c) Negociados pelos intermediários financeiros aos poupadores. d) A segunda e a terceira alternativa estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. Resp. Letra C 6 – Não são características do mercado de balcão: a) Ausência de um local centralizado fisicamente; b) Operações realizadas nesse mercado têm pouca influência nas negociações seguintes, em termos de preço; c) Homogeneidade de produto, todos os títulos negociados tem a mesma características; d) Não há homogeneidade em termos de participantes e operações. Resp. Letra C 24 EMPRESAS INVESITDOR A NOVOS COMPRADORES REVENDA VALORES LIQUIDEZ MERCADO PRIMÁRIO VALORES LIQUIDEZ MERCADO SECUNDÁRIO
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