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apostila Direitos Humanos 6

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Direitos Humanos: uma declaração universal
Módulo 6 - O exercício dos Direitos Humanos
1. O exercício dos direitos humanos
Todos os dias, em noticiários da TV, em jornais e nas redes sociais, são apresentadas informações, dados e críticas sobre o alcance e efetividade das políticas públicas no Brasil, em especial sobre as políticas públicas sociais: educação, saúde, segurança pública, entre outras. Mas, afinal, o que são políticas públicas? Para que servem, como se definem, como são criadas, a quem são destinadas e como se sustentam? 
Importante.
Podemos definir políticas públicas como um conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, que buscam assegurar determinado direito. As políticas públicas devem corresponder a direitos previstos na Constituição Federal ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas e comunidades.
Por exemplo, a educação e a saúde no Brasil são direitos universais de todos os brasileiros. Assim, para assegurá-los e promovê-los, estão instituídas pela própria Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde. 
Podemos afirmar que política pública representa um sistema de decisões públicas que busca realizar ações destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, mediante a definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos. A participação da sociedade na formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas, em alguns casos, é assegurada nas próprias leis que as instituem. Assim, no caso da educação e da saúde, a sociedade participa ativamente mediante os Conselhos em nível municipal, estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são também instrumentos que vêm se afirmando nos últimos anos como forma de envolver os diversos segmentos da sociedade em processos de participação e controle social. A Lei Complementar nº 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009, determina, quanto à participação da sociedade: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público. Todos os poderes públicos, em todas as esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a assegurar a participação popular. Essa não é, portanto, uma preferência política do gestor, mas uma obrigação do Estado e um direito da população.
2. Políticas públicas de direitos humanos
Ao pensarmos em políticas públicas em Direitos Humanos, de pronto se impõem algumas questões: como é possível operacionalizar os Direitos Humanos? Como torná-los concretos? 
O Estado é obrigado a respeitar, proteger e promover os Direitos Humanos, observando os seguintes princípios:
Respeitar os Direitos Humanos: o Estado não pode ser o agente de violação de direitos. O Estado não pode, por exemplo, interferir na vida e na intimidade das pessoas, a não ser que tenha a permissão explícita da lei nesse sentido. 
Proteger os Direitos Humanos: o Estado deve proteger os Direitos Humanos dos cidadãos e cidadãs de violações provocadas por terceiros. O Estado é o responsável por fazer com que as leis sejam respeitadas e por garantir que indivíduos, grupos ou empresas respeitem os direitos individuais e coletivos de cada cidadão ou grupos. 
Promover os Direitos: o Estado deve efetivamente promover os Direitos Humanos dos cidadãos e cidadãs por meio da elaboração e implementação de políticas públicas. O Estado deve prover bens e serviços públicos universais para garantir o acesso dos cidadãos e cidadãs aos seus direitos. Em consequência, as políticas públicas em Direitos Humanos têm relação direta com a obrigação do Estado em promover direitos. 
Existem diversas políticas públicas executadas pelo Estado que protegem os Direitos Humanos, ou seja, que se relacionam diretamente com a proteção do direito à vida e da integridade física das pessoas. Vamos tratar especialmente de duas políticas: o enfretamento ao trabalho escravo e o enfrentamento à tortura. Também veremos as políticas públicas que se relacionam com a promoção dos direitos humanos, como as políticas para o registro civil de nascimento, o plano nacional de educação em Direitos Humanos e a promoção dos direitos da população em situação rua. 
3. Enfrentamento ao trabalho escravo
A Declaração Universal dos Direitos Humanos protege especialmente o direito à vida e integridade física, proibindo expressamente a escravidão: 
“Artigo 4
“Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas”.
No Brasil, o trabalho escravo é crime definido pelo Código PenalClique no item abaixo para acessar a Legislação
O trabalho escravo não é caracterizado pelo fato de o empregador não cumprir a legislação trabalhista. A ocorrência de qualquer um dos quatro elementos a seguir já é suficiente para configurar a exploração de trabalho escravo:
=====================================================================
Trabalho forçado: o indivíduo é obrigado a se submeter a condições de trabalho em que é explorado, sem possibilidade de deixar o local seja por causa de dívidas, seja por ameaça e violências física ou psicológica;
Jornada exaustiva: expediente desgastante que vai além de horas extras e coloca em risco a integridade física do trabalhador, já que o intervalo entre as jornadas é insuficiente para a reposição de energia. Há casos em que o descanso semanal não é respeitado. Assim, o trabalhador também fica impedido de manter vida social e familiar;
Servidão por dívida: fabricação de dívidas ilegais referentes a gastos com transporte, alimentação, aluguel e ferramentas de trabalho. Esses itens são cobrados de forma abusiva e descontados do salário do trabalhador, que permanece cerceado por uma dívida fraudulenta;
Condições degradantes: um conjunto de elementos irregulares que caracterizam a precariedade do trabalho e das condições de vida sob a qual o trabalhador é submetido, atentando contra a sua dignidade.
=====================================================================
A Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo – CONATRAE é o órgão do governo federal responsável por acompanhar o cumprimento das ações previstas no Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, que tem como eixos ações de repressão e enfrentamento ao trabalho escravo, reinserção do trabalho e prevenção de novas ocorrências de trabalho escravo, ações de informação e capacitação, ações de repressão econômica aos empregadores que cometem trabalho escravo e monitoramento do Poder Legislativo sobre projetos de lei que tratem do assunto. 
4. Enfrentamento à tortura
A tortura é expressamente proibida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos:
“Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”.
Da mesma forma, a Constituição Federal prevê, em seu no artigo 5º, que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Para que essa proibição seja efetiva, a Lei n. 12.847, de 2013, criou o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), composto por onze especialistas independentes (peritos), que devem ter acesso às instalações de privação de liberdade como centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, abrigos de pessoas idosas, instituições socioeducativas ou centros militares de detenção disciplinar. 
A função do mecanismo é verificar a ocorrência de tortura e outros tratamentos degradantes nessas instituições. Constatadas violações,os peritos devem elaborar relatórios com recomendações às autoridades competentes, que podem usá-los para adotar as devidas providências.
O sistema conta ainda com um Comitê Nacional de Combate à Tortura composto por vinte e três membros, escolhidos e designados pela Presidenta da República, sendo onze representantes de órgãos do Poder Executivo federal e doze de conselhos de classes profissionais e de organizações da sociedade civil.
5. Políticas para o registro civil de nascimento
A documentação básica é um direito humano fundamental para o exercício da cidadania. Garantir o acesso ao registro de nascimento é proporcionar acesso a direitos sociais como a educação, a saúde e a assistência social, constituindo uma importante etapa para o exercício da cidadania no país, pois é a partir da certidão de nascimento que se pode obter os demais documentos básicos.
Em 2007 o país assumiu o Compromisso Nacional pela Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica, por meio do decreto nº 6.289, de 2007, que também institui o Comitê Gestor Nacional do Plano Social Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica e a Semana Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e a Documentação Básica.
6. Plano nacional de educação em direitos humanos
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos - PNEDH é uma política pública que consolida um projeto de sociedade baseado nos princípios da democracia, da cidadania e da justiça social, por meio de um instrumento de construção de uma cultura de direitos humanos que visa o exercício da solidariedade e do respeito às diversidades.
A estrutura do documento estabelece concepções, princípios, objetivos e linhas de ação, contemplando a educação básica, a educação superior, a educação não-formal, além da educação dos Profissionais dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública e Educação e Mídia.
Consideramos a Educação em Direitos Humanos como um processo que orienta a formação das pessoas, considerando, entre outros valores, o conhecimento historicamente construído sobre direitos humanos; a afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade; a formação de uma consciência cidadã; e o fortalecimento de práticas individuais e sociais sejam capazes de promover e defender Direitos Humanos.
7. Promoção dos direitos da população em situação de rua
O decreto nº 7.053 de 2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua, define a população em situação de rua como um grupo populacional heterogêneo, que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória. 
Para as pessoas nessa situação, viver nas ruas tem sido sinônimo de conviver com a violência diária em diversas formas, como a violência física e psicológica, remoções arbitrárias ou recolhimento de pertences, negligência no atendimento e ausência de políticas públicas. 
A Política Nacional para a População em Situação de Rua busca assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as diversas políticas públicas desenvolvidas pelos ministérios que a compõem. A Política possui entre seus princípios, além da igualdade e equidade, o respeito à dignidade da pessoa humana, o direito à convivência familiar e comunitária, a valorização e respeito à vida e à cidadania, o atendimento humanizado e universalizado, além do respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.
No âmbito da política nacional, o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH) é espaço de grande relevância para assegurar a promoção e a defesa dos direitos humanos desses dois públicos. O CNDDH foi criado a partir do diálogo constante com a População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis. Atualmente a sede do CNDDH funciona na cidade de Belo Horizonte (MG) com núcleos em funcionamento nas cidades de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF). 
Saiba Mais!
Exercício avaliativo.
1- Relacione as políticas com as situações que evidenciam fatos relacionados a seu conteúdo.
	- A documentação básica é um direito humano fundamental para o exercício da cidadania que proporciona o acesso a direitos sociais como a educação, a saúde e a assistência social, sendo uma etapa importante para o exercício da cidadania.
	Resposta 1
	 
- O trabalho escravo se configura quando o trabalhador é submetido a um expediente desgastante que vai além de horas extras e coloca em risco sua integridade física, pois o intervalo entre as jornadas é insuficiente para a reposição de energia. 
	Resposta 2
	- Órgão composto por onze especialistas independentes (peritos), que devem ter acesso às instalações de privação de liberdade como centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, abrigos de pessoas idosas, instituições socioeducativas ou centros militares de detenção disciplinar.
	Resposta 3
	- Estabelece concepções, princípios, objetivos e linhas de ação, contemplando a educação básica, a educação superior, a educação não-formal, além da educação dos Profissionais dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública e Educação e Mídia.
	Resposta 4
	
- O trabalho escravo se configura quando o indivíduo é obrigado a se submeter a condições de trabalho em que é explorado, sem possibilidade de deixar o local seja por causa de dívidas, seja por ameaça e violências física ou psicológica.
	
2- Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
As políticas públicas são ações e programas que podem se relacionar com direitos previstos na Constituição Federal e que devem ser observados pelos governantes no momento de estabelecer essas políticas.
Escolha uma opção:
Verdadeiro 
Falso
3- Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Quando falamos de políticas públicas de Direitos Humanos, significa que o Estado pode promover os Direitos Humanos dos cidadãos e cidadãs por meio da elaboração e implementação de algumas ações e serviços específicos para garantir o acesso a uma parcela dos seus direitos. 
Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso 
Saiba Mais!

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