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Cirurgia PlásticaPeriodontal

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Volume 1
• 16 artigos completos da 
revista PerioNews 
• Casos clínicos
• Estudos clínicos
• Revisão da literatura
Coletânea
Cirurgia plástica periodontal
A cada edição, elas trazem casos clínicos, artigos 
científicos, eventos, cursos e muitas novidades em 
termos de produtos e tecnologias para colaborar 
com a sua atualização e permitir um atendimento 
cada vez melhor para os seus pacientes.
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Apresentação
A cirurgia plástica periodontal em foco
Diante de uma geração de profissionais cada vez mais conscientes a
respeito da necessidade dos aspectos estéticos e funcionais caminharem 
juntos nos tratamentos odontológicos, o Portal INPN traz para seus 
leitores esta coletânea de artigos da revista PerioNews. 
Esta pequena amostra selecionada do nosso acervo reúne 16 artigos 
completos, publicados entre 2011 e 2012, tendo como foco a cirurgia 
plástica periodontal em suas mais variadas situações clínicas. 
Esperamos que este conteúdo seja útil na decisão das melhores práticas 
da clínica diária.
Os editores
Índice
ARTIGOS DESTA COLETÂNEA:
Enxerto de tecido conjuntivo subepitelial como solução estética para perda óssea alveolar vestibular
PerioNews 2012;6(2):165-70
Enxerto de tecido conjuntivo para aumento em espessura na correção de discromia radicular
PerioNews 2012;6(2):137-43
Tratamento interdisciplinar na reconstrução estética do sorriso
PerioNews 2012;6(1):83-8
Tratamento de recessões gengivais múltiplas: uma abordagem cirúrgica mais conservadora
PerioNews 2012;6(1):18-28
Utilização de enxerto ósseo autógeno para tratamento de lesão de bifurcação proximal classe II
PerioNews 2011;5(5):540-4
Importância do tratamento estético periodontal na reabilitação protética
PerioNews 2011;5(5):527-33
Encurtamento do músculo depressor do septo nasal para redução do sorriso gengival
PerioNews 2011;5(3):243-8
Pericárdio bovino acelular, matriz dérmica acelular ou tecido conjuntivo para recobrimento radicular
PerioNews 2011;5(2):183-9
Erupção passiva alterada: diagnóstico, classificação e plano de tratamento
PerioNews 2011;5(1):17-22
Comparação entre duas técnicas para enxerto de tecido conjuntivo em recessões classes I ou II de Miller
PerioNews 2011;5(1):25-33
Retalho reposicionado apical modificado e retalho posicionado coronário. Combinação de técnicas cirúrgicas para 
tratamento de recessão radicular
PerioNews 2011;5(1):35-40
Desconforto e dor após aumento de coroa clínica realizado com instrumentos rotatórios e manuais
PerioNews 2011;5(1):71-6
Restauração subgengival e cirurgia plástica periodontal no tratamento de recessão gengival associada à lesão cervical não 
cariosa
PerioNews 2011;5(1):59-62
Correção de erupção passiva através de cirurgia plástica periodontal
PerioNews 2011;5(1):64-70
Aumento de coroa clínica na reabilitação estética do sorriso gengival
PerioNews 2011;5(2):139-44
Recobrimento radicular por enxerto de tecido conjuntivo subepitelial
PerioNews 2011;5(2):146-50
PerioNews 2012;6(2):165-70
rEsumo
Dentre as opções para reabilitação oral, os implantes osseointegrados são 
um excelente artifício para o restabelecimento estético e funcional de 
pacientes edêntulos. Com o advento da carga imediata, vantagens ainda 
maiores são observadas, já que o tempo do tratamento é significativamen-
te reduzido. Uma das consequências do edentulismo é a perda de estrutu-
ra óssea no sentido horizontal e/ou vertical. Seibert, em 1983, classificou 
os defeitos ósseos com interesse na terapêutica e no prognóstico. Este 
trabalho objetivou ilustrar e relatar a reabilitação de uma paciente com 
ausência de um pré-molar superior, associada a um defeito na tábua óssea. 
Paciente, gênero feminino, 35 anos, procurou tratamento para reabilita-
ção da região do dente 14, que apresentava depressão vestibular devido à 
reabsorção óssea, caracterizando um defeito ósseo Classe I de Seibert. Foi 
realizado um implante sob carga imediata em campo cirúrgico fechado. 
Um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial foi conduzido para restabe-
lecimento do defeito ósseo. O sítio doador foi o próprio rebordo alveolar 
da região edêntula que receberia o implante. O tecido foi obtido com a 
utilização de um punch e o enxerto foi posicionado, para o preenchimento 
do defeito, através de um retalho em envelope. Uma coroa provisória foi 
confeccionada e instalada no mesmo dia da cirurgia. Seis meses depois, a 
paciente recebeu a coroa definitiva e o resultado estético e funcional foi 
extremamente satisfatório. 
unitermos	– Implantes dentários; Periodontia; Perda óssea alveolar; Es-
tética.
enxertO de teCidO COnjuntivO suBePitelial COMO sOluçãO 
estétiCa Para Perda óssea alveOlar vestiBular
subepithelial connective tissue graft as aesthetic solution for vestibular alveolar bone loss
Guilherme Henrique Costa Oliveira*
Luis Fernando Naldi Ruiz**
José Alfredo Gomes Mendonça***
Rubelisa Cândido Gomes de Oliveira****
*Aluno do curso de Especialização em Periodontia – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo.
**Doutor em Periodontia – Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo; Professor da disciplina de Periodontia – Faculdade de Odontologia da Universidade 
Federal de Goiás.
***Professor associado do Departamento de Implantodontia – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
****Doutora em Ciências da Saúde – Universidade Federal de Goiás.
Recebido em dez/2011 – Aprovado em dez/2011
relato de caso clínico Periodontia
abstract
Among the options for oral rehabilitation, endosseous implants are an 
excellent option for aesthetic and functional restoration of edentulous 
patients. With the advent of immediate loading, even greater benefits 
are seen as the demanded treatment time is significantly reduced. One 
of the consequences of edentulism is the loss of bone structure in the 
horizontal and/or vertical direction. Seibert in 1983 classifeid bone defects 
with interest in therapy and prognosis. This paper aims to illustrate and 
report a rehabilitation of a patient with absence of a premolar associated 
with a defect in the bone edge. A 35-year-old female patient sought 
for treatment for rehabilitation of the area of the tooth 14, which had 
a vestibular depression due to bone resorption, characterizing a Seibert 
class I bone defect. An implant under immediate loading was conducted in 
closed surgical field. A subepithelial connective tissue graft was performed 
to restore the bone defect. The donor site was the very region of the 
edentulous alveolar ridge to receive the implant. The tissue was obtained 
with the aid of a punch and the graft was positioned to fill the defect 
through an envelope flap. A temporary crown was prepared and installed 
on the same day of surgery. Six months later, the patient received the final 
crown and the aesthetic and functional result was extremely satisfactory.
Key	Words	– Dental implants; Periodontics; Alveolar bone loss; Aesthetics.
165
Oliveira GHC • Ruiz LFN • Mendonça JAG • de Oliveira RCG
A buscA pelA estéticA por pArte 
dos pAcientes tem AumentAdo 
considerAvelmente Ao longo 
dos Anos, grAçAs à vAriedAde 
de recursos oferecidos 
pelA odontologiA AtuAl1, 
entretAnto, Alguns obstáculos 
são enfrentAdos pelo clínico 
pArA que bons resultAdos 
estéticos seJAm AlcAnçAdos. 
Introdução
A busca pela estética por parte dos pacientes tem aumenta-
do consideravelmenteao longo dos anos, graças à variedade de 
recursos oferecidos pela Odontologia atual1, entretanto, alguns 
obstáculos são enfrentados pelo clínico para que bons resultados 
estéticos sejam alcançados. Como exemplo, a perda óssea contí-
nua após a extração de um dente e a dificuldade na manipulação 
de tecidos moles podem levar a uma condição anatômica do re-
bordo menos favorável para a instalação dos implantes e ao com-
prometimento do sucesso estético do tratamento2-3.
Os defeitos ósseos em rebordo alveolar originados após a 
perda dental foram classificados em três classes, a depender da 
morfologia destes4. Um amplo número de procedimentos envol-
vendo tecidos moles e duros tem sido descrito com intuito de 
facilitar a correção do contorno e a reconstrução da crista óssea1. 
Quando o defeito no rebordo leva a uma condição de limitação de 
quantidade óssea para instalação de implantes, técnicas de enxer-
tos ósseos em bloco, distração osteogênica e expansão alveolar 
têm sido aplicadas na rotina clínica, apresentando altos índices de 
sucesso e possibilitando, deste modo, a reabilitação oral por meio 
de implantes5-6.
De maneira semelhante, a correção dos defeitos ósseos por 
meio de enxertos de tecidos moles tem sido utilizada no campo 
da Periodontia há muitos anos, apresentando altos índices de su-
cesso1,7-8. Em alguns casos, é possível observar clínica e radiogra-
ficamente que a correção na morfologia do rebordo por meio de 
técnicas de cirurgia plástica periodontal é suficiente para alcançar 
a estética desejável. Dentre estas técnicas destacam-se a em rolo, 
enxertos onlay, enxerto de tecido conjuntivo subepitelial (ECSE), 
além da possibilidade de combinação de técnicas9-10.
O ECSE com a finalidade de preenchimento de crista óssea foi 
descrito pela primeira vez no início dos anos 19807. Desde então, 
tem sido utilizado geralmente submerso a um retalho de espessu-
ra parcial e excelentes resultados estéticos são possíveis de serem 
encontrados, mas relata-se que uma grande desvantagem desta 
técnica está na presença de dois leitos cirúrgicos, o que aumenta 
o desconforto pós-operatório do paciente. Deste modo, este tra-
balho teve por objetivo apresentar um caso de reabilitação unitária 
com implante em carga imediata e correção de um defeito na tá-
bua óssea vestibular de uma maneira simples e eficaz. 
Relato de Caso Clínico
Paciente do gênero feminino, 35 anos, procurou atendimen-
to odontológico para reabilitar a área do dente 14 com implante. 
Na anamnese não foi observado nenhum dado relevante que pu-
desse comprometer o tratamento. Ao exame intraoral da região a 
ser reabilitada foi percebido um defeito ósseo caracterizado como 
Classe I de Seibert no rebordo vestibular, no entanto, este defei-
to não comprometia a espessura de tecido ósseo necessária para 
instalação do implante (Figuras 1 e 2). Portanto, foi determinado 
como plano de tratamento à instalação de implante dentário sob 
carga imediata e adicionada à reabilitação, a possibilidade de corre-
ção do defeito ósseo por meio de um ECSE.
Quando o tecido gengival sob a crista óssea da área na qual 
o implante seria instalado foi avaliado, percebeu-se boa espessura 
deste tecido. Este achado clínico foi confirmado por perfuração 
gengival com uma agulha e um cursor. Deste modo, ficou pla-
nejado que este tecido seria o leito doador para o enxerto que 
preencheria o defeito ósseo.
O procedimento cirúrgico foi iniciado por anestesia infiltra-
tiva. Um punch foi utilizado para obtenção do tecido doador sob 
a crista óssea da região correspondente ao dente 14 (Figuras 3 a 
5). A camada epitelial do enxerto foi removida com o auxílio de 
uma lâmina de bisturi e este foi então armazenado em solução sa-
lina estéril, enquanto os demais procedimentos foram realizados. 
Após a remoção do enxerto, a crista óssea ficou exposta e não 
necessitou de deslocamento de retalho mucoperiósteo para que 
as perfurações de preparo do alvéolo cirúrgico fossem feitas. Um 
implante foi instalado na região (Figura 6).
PerioNews 2012;6(2):165-70166
Periodontia
Figura 1 – Condição inicial da paciente por vestibular. Figura 2 – Defeito ósseo Classe I de Seibert observado por oclusal.
Figura 3 – Obtenção do tecido a ser enxertado com o auxílio de um punch. Figura 4 – Crista edêntula/leito doador após a remoção do enxerto.
Figura 5 – Tecido a ser 
utilizado como enxerto, 
obtido da crista óssea 
edêntula.
Figura 6 – Implante instalado sem necessidade de deslocar retalho mucoperiósteo.
PerioNews 2012;6(2):165-70 167
Em seguida, o leito receptor foi preparado por meio de um 
retalho parcial do tipo envelope na face vestibular (Figura 7). Com 
o auxílio de um fio de sutura, o enxerto foi levado em posição 
e o preenchimento do defeito ósseo foi alcançado (Figuras 8 e 
9). Uma coroa protética provisória foi instalada e as orientações 
e as prescrições pós-operatórias necessárias foram repassadas à 
paciente (Figura 10).
Seis meses mais tarde, foi observada sugestão radiográfi-
ca de osseointegração e a coroa protética definitiva foi instalada 
(Figura 11). Os resultados previamente alcançados pelo ECSE se 
mantinham estáveis, proporcionando um contorno mais estético 
ao rebordo. A satisfação da paciente e a excelência clínica foram 
obtidas por meio desta modalidade terapêutica.
Figura 7 – 
Preparo do leito 
receptor através 
de um retalho 
parcial em 
envelope.
Figura 8 – 
Posicionamento 
do enxerto por 
meio de um fio 
de sutura.
Figura 9 – 
Preenchimento do 
defeito ósseo foi 
observado após o 
posicionamento do 
enxerto. Observar a 
correção no contorno 
do rebordo.
Oliveira GHC • Ruiz LFN • Mendonça JAG • de Oliveira RCG
PerioNews 2012;6(2):165-70168
Periodontia
Discussão
O tratamento com implantes dentários se tornou uma modalidade terapêutica am-
plamente aceita para reabilitação de pacientes edêntulos devido a sua previsibilidade 
de resultados e por restaurar, de forma conservadora e eficiente, a função relacionada 
à fonética e mastigação, estética e, consequentemente, autoestima do indivíduo11-12. 
Com o advento da carga imediata, maiores vantagens são observadas, especialmente a 
redução significativa no tempo requerido para o tratamento13.
Quando bem indicada, a carga imediata pode trazer grandes benefícios clínicos, 
Figura 11 – Coroa definitiva instalada e aspecto final obtido.
Figura 10 – Coroa provisória instalada.
além de proporcionar ao paciente a possibi-
lidade de ter suas funções orais devolvidas 
em menor espaço de tempo. A literatura 
ainda mostra que em alguns casos onde a 
carga imediata é empregada, pode-se ob-
servar melhor manutenção de papila, me-
nor índice de recessões14 e melhor harmonia 
do complexo mucogengival15, favorecendo 
os resultados estéticos a serem alcançados.
É observado na literatura que a tenta-
tiva de minimizar a redução de volume do 
rebordo após a extração/perda de um dente 
por meio da instalação imediata de implan-
tes nos alvéolos pós-exodontia não demons-
trou resultados significativos na manutenção 
do contorno e da altura do osso16-17. A partir 
destes achados, presume-se que mesmo 
quando estas e/ou outras manobras são 
realizadas, futuras reparações do contorno 
do rebordo por meio de técnicas de cirurgia 
plástica periodontal não podem ser descar-
tadas do plano de tratamento.
No caso em questão, a restauração do 
contorno alveolar por meio do ECSE foi fun-
damental para que os resultados satisfató-
rios observados fossem alcançados. A litera-
tura revisada destaca inclusive que a estética 
em próteses implantossuportadas depende 
do contorno dos tecidos moles adjacentes18.Em acréscimo, a eficácia desta opção tera-
pêutica para correção da inevitável perda de 
volume do rebordo após a extração de um 
dente é confirmada por resultados de tra-
balhos clínicos18-19 e por achados em revisão 
sistemática da literatura8.
Quando o ECSE foi indicado para res-
tabelecimento das dimensões perdidas do 
rebordo, a utilização da técnica tradicional, 
na qual o tecido é obtido do palato, pode-
ria ter sido empregada e um tecido doador 
de maior tamanho poderia ter sido remo-
vido. Entretanto, a remoção do tecido da 
crista óssea demonstrou-se suficiente para 
preenchimento e correção do defeito e 
PerioNews 2012;6(2):165-70 169
Oliveira GHC • Ruiz LFN • Mendonça JAG • de Oliveira RCG
trouxe como impacto clínico a redução no desconforto pós-opera-
tório para a paciente, já que não houve extensão do leito cirúrgico 
até o palato e o retalho total que seria necessário para a prepara-
ção do sítio que receberia o implante não foi realizado.
A utilização do retalho em envelope certamente pode ser 
apontada como outro aspecto que contribuiu para que os resul-
tados estéticos fossem alcançados no caso em questão. Embora 
as diferentes técnicas de ECSE não demonstrem diferenças nos 
índices de sucesso20, a ausência de relaxantes no envelope evitou 
que recessões gengivais fossem desencadeadas, não trouxe ne-
nhuma cicatriz pós-cirúrgica e minimizou a necessidade de múl-
tiplas suturas.
Embora, atualmente, exista uma variedade de técnicas e re-
cursos que favorecem os resultados dos tratamentos propostos, 
uma visão ampla das necessidades do paciente e um planejamento 
integrado são desejáveis e necessários para que o sucesso clínico 
seja alcançado. Um planejamento restrito a reposição do dente 
perdido limitaria a excelência dos resultados que foram oferecidos 
à paciente.
O emprego desta manobra clínica descrita pode ser indicado 
nos casos em que situações semelhantes são encontradas, como 
reabilitações não complexas, unitárias e que apresentem pouca 
perda na dimensão vestíbulolingual do rebordo. Deste modo, me-
nor tempo cirúrgico será requerido e não será necessário o em-
prego de biomateriais, que muitas vezes aumentam consideravel-
mente o valor do tratamento.
Conclusão
Reabilitações unitárias são sempre desafiadoras. Um bom 
diagnóstico e um planejamento preciso levaram a um resultado 
funcional e estético bastante satisfatório para o caso apresentado.
nota	de	esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado 
por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 
Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou 
fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que 
também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos 
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entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou 
royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades 
para uma entidade com interesse financeiro nesta área.
Endereço	para	correspondência:
Guilherme	Henrique	costa	oliveira
Rua Doutor Olímpio de Macedo, 2-32 – Apto. 23 – Vila Universitária
17012-533 – Bauru – SP
guilhermehco2@gmail.com
rEfErências
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PerioNews 2012;6(2):165-70170
rEsumo
A cirurgia plástica periodontal tem sido cada vez mais utilizada para o tra-
tamento de alterações nos tecidos de proteção, de acordo com as exigên-
cias estéticas da sociedade atual. Este relato de caso clínico demonstra a 
utilização do enxerto de tecido conjuntivo subepitelial para aumentode 
espessura na zona estética, pela Técnica de Bruno, como alternativa tera-
pêutica no tratamento da discromia radicular. De acordo com os resultados 
obtidos, considerou-se que, com a correta indicação clínica, a cirurgia plás-
tica periodontal pode ser uma escolha viável para aumento de espessura 
gengival, de forma a mascarar a discromia radicular.
unitermos	– Periodontia; Tecido conjuntivo; Estética dentária.
enxertO de teCidO COnjuntivO Para auMentO eM esPessura 
na COrreçãO de disCrOMia radiCular
Connective tissue graft to increase gingival thickness in correcting the root dyschromia
Euro Luiz Elerati*
Mauricéa de Paula Assis**
Wanessa Cristina Filgueiras Batista dos Reis**
Sérgio Carvalho Costa***
*Mestre em Reabilitação Oral – UVA/RJ; Especialista em Periodontia – USP/Bauru.
**Graduação em Odontologia – UFJF/MG.
***Doutor em Odontologia – USP/Bauru; Professor adjunto – UFMG.
Recebido em dez/2011 – Aprovado em fev/2012
relato de caso clínico Periodontia
abstract
The periodontal plastic surgery has been increasingly used for treating alte-
rations in protective tissues, following the esthetic demands of the current 
society. This case report demonstrates the use of subepithelial connective 
tissue graft for thickening the esthetic zone, by means of Bruno’s Techni-
que, as an alternative therapy for treating radicular dyschromia. According 
to the obtained results, we consider that the periodontal plastic surgery, 
with the correct clinical indication, can be a feasible choice for thickening 
the gingiva, masking the radicular dyschromia problem.
Key	Words	– Periodontics; Connective tissue; Esthetic dental.
PerioNews 2012;6(2):137-43 137
Elerati EL • Assis MP • dos Reis WCFB • Costa SC
A buscA por um sorriso perfeito é 
crescente nA sociedAde AtuAl e AlgumAs 
condições desAfiAm o cirurgião-
dentistA. o trAtAmento multidisciplinAr 
é umA formA de se obter melhores 
resultAdos estéticos e de fAvorecer 
A longevidAde do trAbAlho. destA 
formA, A periodontiA e A odontologiA 
restAurAdorA devem estAr AssociAdAs.
Introdução
A busca por um sorriso perfeito é crescente na socie-
dade atual e algumas condições desafiam o cirurgião-den-
tista. O tratamento multidisciplinar é uma forma de se obter 
melhores resultados estéticos e de favorecer a longevidade 
do trabalho. Desta forma, a Periodontia e a Odontologia res-
tauradora devem estar associadas.
Antes de qualquer tratamento protético, a avaliação es-
tética sempre começa com a análise do sorriso, que essen-
cialmente envolve as relações entre os dentes, a estrutura 
labial e o suporte gengival1. A gengiva deve ser a mais saudável 
e harmônica possível, pois é a mesma moldura da estética dentá-
ria, fundamental para um sorriso agradável, componente essencial 
da beleza na atualidade2. 
Dentre as características clínicas normais, a cor da gengiva 
inserida e marginal é geralmente descrita como rosa coral e é 
produzida por suprimento vascular, espessura e grau de quera-
tinização do epitélio e presença de células contendo pigmentos3. 
Pigmentações marrons ou negras e a descoloração do tecido gen-
gival, sejam fisiológicas ou patológicas, podem causar problemas 
estéticos, especialmente em indivíduos que apresentam sorriso 
gengival4. A gengiva é o mais frequentemente pigmentado dos 
tecidos intraorais5 e estas discromias têm origens locais diversas, 
tais como acúmulo de melanina, sinais de fenômenos corrosivos 
e discromias radiculares que transparecem por meio dos tecidos 
gengivais6. O tratamento é múltiplo e varia em função da etiologia.
Atualmente, a plástica gengival é parte rotineira da prática 
periodontal7. O enxerto de tecidos moles intraorais é uma das 
técnicas que ganhou popularidade, em resposta ao aumen-
to das demandas públicas para procedimentos de cirurgia 
cosmética e reconstrutiva periodontal8. Dentre estes, o enxer-
to de tecido conjuntivo subepitelial é o modo mais efetivo de se 
obter alto grau de melhora cosmética do tecido gengival7.
O espessamento gengival por meio de enxerto de conjuntivo 
permite conservar a estabilidade da gengiva marginal durante a 
realização da prótese (aplicação de fios retratores, moldagem, pro-
visórios etc.) e reestruturar o complexo mucogengival para resistir 
às trações das partes móveis e à agressão da escovação6.
O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico no qual 
o enxerto de tecido conjuntivo foi utilizado para tratar a discromia 
radicular na região estética, pelo aumento de espessura gengival.
Relato de Caso Clínico
Paciente com 53 anos, gênero feminino, em busca de melho-
ra estética do sorriso, apresentava escurecimento gengival devido 
à transparência de discromia radicular no dente 11 (Figuras 1 e 2). 
O incisivo possuía núcleo metálico fundido em ouro e coroa total 
em cerâmica pura (Figura 3).
O planejamento incluiu a manutenção do núcleo metálico 
fundido e a correção do escurecimento gengival mediante au-
mento de espessura com enxerto de tecido mole, do tipo con-
juntivo. 
No leito receptor foi realizado retalho parcial na Técnica de 
Bruno9, que oferece estética bastante favorável, visto que a ma-
nipulação dos tecidos é menor10. O tecido para enxertia foi obtido 
do palato, por técnica preconizada pelo mesmo autor. A região 
eleita para conseguir maior espessura foi entre a distal do canino 
e a mesial do primeiro molar, visto que esta área foi previamente 
sondada. Realizou-se uma primeira incisão no palato, perpendi-
cularmente ao longo eixo dos dentes até o contato com o teci-
do ósseo; seguida de incisão paralela ao longo eixo dos dentes, 
descolamento e remoção do enxerto da forma menos traumática 
possível ao tecido. Obtido o tecido para enxerto, trabalhou-se na 
área receptora. Foi feita incisão horizontal na região ameloce-
mentária sobre as papilas, retalho parcial estendido a dentes 
vizinhos para favorecer a liberação do retalho, sem incisões 
relaxantes com a finalidade de evitar a formação de cicatriz, 
visto a exigência estética da região. O leito receptor incluiu os 
dois incisivos centrais superiores, para evitar discrepância do volu-
me e contorno gengival na zona estética (Figuras 4 e 5).
PerioNews 2012;6(2):137-43138
Periodontia
Figura 1 – 
Sorriso inicial.
Figura 2 –
Escurecimento 
gengival devido 
a discromia 
radicular.
Figura 3 –
Núcleo 
metálico 
fundido.
PerioNews 2012;6(2):137-43 139
A sutura do enxerto foi realizada com fio reabsorví-
vel Vicryl 6-0 (Ethicon) e estabilização com fio mononylon 
5-0 (Ethicon), Figura 6. O aspecto pós-operatório em 
15 dias era satisfatório (Figura 7). O caso permaneceu 
em acompanhamento por oito meses, após os quais 
se percebeu a saúde periodontal (Figuras 8 e 9). Desta 
forma foi realizada coroa total em cerâmica pura (Cer-
con, Dentsply), cimentada com cimento resinoso (Relyx 
U-100 – 3M Espe), Figuras 10 e 11. 
O caso está em controle clínico há um ano, período 
no qual se mantém a saúde periodontal e a satisfação da 
paciente quanto à estética obtida (Figura 12).
Figura 4 –
Tecido 
conjuntivo 
removido 
do palato.
Figura 5 –
Enxerto 
posicionado 
na região 
de 11 e 21.
Figura 6 –
Aspecto ao 
final da 
cirurgia.
Figura 7 –
Pós-operatório 
de 15 dias.
Elerati EL • Assis MP • dos Reis WCFB • Costa SC
PerioNews 2012;6(2):137-43140
Periodontia
Figura 12 –
Sorriso final.
Figura 8 –
Aparência do 
tecido gengival 
após um ano.
Figura 10 –
Coroa em 
cerâmica 
pura.
Figura 9 –
Vista oclusal.
Figura 11 –
Coroa 
cimentada.
PerioNews 2012;6(2):137-43 141
Discussão
A cirurgia plástica periodontal envolve várias técnicas para 
o tratamento de deformidades ou deficiências mucogengivais,como aumento do rebordo edêntulo, cobertura radicular, recons-
trução da papila interdental e correções na coloração gengival, 
entre outros. Muitas vezes, estes procedimentos requerem o uso 
de enxertos de tecido mole2. No caso descrito, a cirurgia plásti-
ca gengival foi realizada para correção de discromia associada a 
escurecimento radicular, através de enxerto de tecido conjuntivo 
subepitelial.
A cor da gengiva influencia muito esteticamente. Pigmenta-
ções da cavidade oral são comumente observadas na prática 
clínica e podem ter etiologia fisiológica, não fisiológica ou pa-
tológica11. Os pacientes com sorriso gengival preocupam-se com 
discromias da gengiva inserida, que podem ter origens gerais ou 
locais. Uma discreta discromia gengival pode ser consequência da 
presença de uma raiz fortemente colorida que transparece6, como 
no caso descrito. A solução consiste, inicialmente, em tentar tratar 
a discromia radicular.
O tratamento da discromia radicular de dentes tratados en-
dodonticamente pode ser realizado por clareamento interno, 
pela utilização de substâncias que possuem elevado potencial de 
liberação de oxigênio12. Neste caso, isto não foi possível devi-
do à presença do núcleo metálico intrarradicular. Optou-se por 
mantê-lo, já que a tentativa de remoção de pinos intrarradiculares 
com excessivas dimensões e/ou estruturas mais retentivas pode 
representar o comprometimento da integridade do remanescen-
te dental, tornando-se, desse modo, uma manobra de alto risco13. 
Desta forma, escolheu-se a cirurgia plástica mucogengival, proce-
dimento designado para corrigir defeitos em morfologia, posição 
e dimensão da gengiva ao redor dos dentes14. Esta técnica pode 
ajudar a opacificar e a aumentar a espessura do tecido gengival 
para esconder o defeito, bem como para conservar a estabilidade 
da gengiva marginal e reestruturar o complexo mucogengival de 
um periodonto fino6.
Para aumento de espessura gengival com cirurgia periodon-
tal pode-se preconizar diferentes técnicas. A matriz dérmica 
acelular pode ser utilizada para aumentar a quantidade de 
tecido queratinizado com ganho de até 2,9 mm em três 
meses, sendo substituído e completamente reepitelizado 
em dez semanas15. É um material adequado devido a biocompa-
tibilidade, coloração correspondente e ganho horizontal16, entre-
tanto, a quantidade de tecido queratinizado obtida nesta técnica é 
menor do que a conseguida com enxertos autógenos17-18. Dentre 
os enxertos autógenos, o enxerto de conjuntivo parece ser o mais 
apropriado, com a vantagem de manter o aspecto do tecido de 
recobrimento6. O enxerto de tecido conjuntivo subepitelial 
possui como principais vantagens a garantia de duplo supri-
mento sanguíneo, proveniente do tecido sobrejacente e do 
periósteo subjacente, e a melhor estética pela combinação 
de cores dos tecidos moles vizinhos19. A técnica preconizada 
em 19949 foi utilizada neste caso devido à exigência estética 
da região. Na maioria dos casos, uma boa cicatrização pode 
ser alcançada por cuidados no retalho e técnica de sutura, 
desde que as etapas de tratamento anteriores tenham sido 
concluídas com êxito20. Material sintético absorvível tem sido 
amplamente utilizado na sutura de cirurgias gerais e periodon-
tais. A poliglactina é um material bioabsorvível geralmente 
produzido de forma trançada21, utilizada neste caso para a 
sutura do tecido conjuntivo retirado do palato ao leito re-
ceptor. 
Os recursos atuais da cerâmica odontológica permitem 
recriar as características ópticas e funcionais dos dentes na-
A cor dA gengivA influenciA muito 
esteticAmente. pigmentAções dA 
cAvidAde orAl são comumente 
observAdAs nA práticA clínicA e podem 
ter etiologiA fisiológicA, não fisiológicA 
ou pAtológicA11. os pAcientes com 
sorriso gengivAl preocupAm-se com 
discromiAs dA gengivA inseridA, que 
podem ter origens gerAis ou locAis. 
umA discretA discromiA gengivAl pode 
ser consequênciA dA presençA de 
umA rAiz fortemente coloridA que 
trAnspArece6, como no cAso descrito. 
A solução consiste, iniciAlmente, em 
tentAr trAtAr A discromiA rAdiculAr.
Elerati EL • Assis MP • dos Reis WCFB • Costa SC
PerioNews 2012;6(2):137-43142
Periodontia
turais de forma a favorecer a estética. As coroas totalmente 
em cerâmica apresentam resistência suficiente na região 
anterior para permitir sua utilização e exibem translucidez 
muito superior do que as coroas de metal cerâmica22. Nes-
te caso, este tipo de restauração foi utilizado, visto que a 
translucidez e a naturalidade de uma coroa total são dese-
jáveis na região anterior da maxila. Para a cimentação desta 
coroa foi utilizado cimento adesivo resinoso, material que 
possui melhores propriedades e menor probabilidade de 
infiltração marginal23.
Conclusão
De acordo com os resultados obtidos no caso apresen-
tado, consideramos que, com a correta indicação clínica, 
a cirurgia plástica periodontal pode ser uma escolha viável 
para aumento de espessura gengival, de forma a mascarar 
a discromia radicular.
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nota	de	esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado 
por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 
Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou 
fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que 
também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos 
honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam 
ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela 
entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou 
royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades 
para uma entidade com interesse financeiro nesta área.
Endereço	para	correspondência:
Euro	luiz	Elerati
Av. Barão do Rio Branco, 2.588/1.405 – Centro
36016-311 – Juiz de Fora – MG
Tel.: (32) 3215-3763
euro@euroelerati.com.br
PerioNews 2012;6(2):137-43 143
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso clínico de aumen-
to de coroa clínica associado ao clareamento dental, no qual um planeja-
mento integrando entre Periodontia e Dentística foi realizado para a re-
solução defi nitiva do desequilíbrio estético. Os resultados clínicos até dois 
anos demonstraram resolução estética satisfatória do sorriso.
Unitermos – Aumento de coroa clínica; Estética dentária; Clareamento 
dental.
TRATAMENTO INTERDISCIPLINAR NA RECONSTRUÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO
Interdisciplinary treatment in the esthetic reconstruction of the smile. Case report
*Cirurgiã-dentista – Universidade de Fortaleza.
**Doutores em Dentística, professores adjuntos de Clínica Integrada – Universidade de Fortaleza.
***Doutor em Periodontia, professor titular de Clínica Integrada – Universidade de Fortaleza.
Recebido em dez/2011 – Aprovado em dez/2011
Relato de caso clínico
Golda Teixeira Bessa*
Darly Rubem Macêdo**
Juliano Sartori Mendonça**
Sérgio Luís da Silva Pereira***
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):83-8
ABSTRACT
The main purpose of the present case report is to describe a clinical solu-
tion for an esthetic unbalanced situation through dental cleaning of an-
terior superior teeth involving periodontics and restorative planning. The 
clinical aspect after two years showed a satisfactory clinical result.
Key Words – Crown lengthening; Dental esthetics; Dental cleaning.
8383
Bessa GT  Macêdo DR  Mendonça JS  Pereira SLS
PerioNews 2012;6(1):83-8
A ESTÉTICA SEMPRE FOI 
IDEALIZADA POR ARTISTAS, QUE EM 
OUTRAS ÉPOCAS JÁ VALORIZAVAM 
ALGUMAS FORMAS QUE O CORPO 
HUMANO DEVERIA TER PARA SER 
BELO. A DEMANDA ESTÉTICA NA 
ODONTOLOGIA É GERADA PELA 
PREOCUPAÇÃO DA SOCIEDADE 
MODERNA COM A BELEZA1-2.
Introdução
A estética sempre foi idealizada por artistas, que em outras 
épocas já valorizavam algumas formas que o corpo humano deve-
ria ter para ser belo. A demanda estética na Odontologia é gerada 
pela preocupação da sociedade moderna com a beleza1-2.
Em uma sociedade competitiva, econômica e socialmente, 
a boa aparência é uma necessidade. Como a face é a parte mais 
exposta do corpo, e a boca seu detalhe dominante, os dentes 
podem ser considerados peças fundamentais na criação de um 
sorriso agradável. Porém, apesar dos elementos dentários serem 
vistos como entidades autônomas, é importante reconhecer que 
o conceito de beleza é subjetivo, dinâmico, dependente de fatores 
culturais e preferências individuais, o que requer do profi ssional, 
além do domínio de tecnologia, uma visão multidisciplinar, pois 
nenhum dos fatores que compõem a harmonia do sorriso pode, 
isoladamente, representar sua condição estética3.
O conhecimento e a percepção dos princípios de estéti-
ca associados à habilidade técnica são de grande importância na 
construção de sorrisos jovens e bonitos. Assim, reconhecer defi -
ciências, criar ou recuperar uma aparência harmoniosa e saudável 
dependem da atenção à vários fatores que interferem na estética 
dentofacial. Tamanho, forma, cor, textura de superfície e sulcos 
de desenvolvimento são fatores relacionados ao dente a ser res-
taurado. Assim como a proporção, a simetria, o alinhamento, a 
relação de contato e ameias, em relação aos demais dentes, de-
vem ser criteriosamente analisados. Do mesmo modo, a relação 
entre a forma e a espessura dos lábios, a linha do sorriso e a linha 
média são elementos que, somados a variáveis como sexo, idade 
e personalidade, interagem para a determinação de um conjunto 
equilibrado3-4.
A integração das várias especialidades odontológicas ofe-
rece ao profi ssional condições para solucionar uma infi nidade 
de situações clínicas. O clareamento de dentes vitais, utilizando 
peróxido de carbamida ou peróxido de hidrogênio, tornou-se 
uma técnica bastante difundida para se restabelecer a estética 
de dentes escurecidos e a harmonia do sorriso, devido à efi cácia, 
praticidade e segurança1-4. 
O clareamento dental é viável devido à permeabilidade da es-
trutura dental, que permite a difusão do oxigênio por esmalte e 
dentina, agindo sobre as estruturas orgânicas do dente e promo-
vendo a quebra das moléculas dos pigmentos por meio de reação 
de oxirredução. Essas macromoléculas tornam-se menores e são 
parcial ou totalmente eliminadas da estrutura dental por difusão3-4. 
Atualmente, podem-se encontrar na literatura vários méto-
dos para se clarear dentes vitais5-9. Esses métodos variam em vir-
tude da grande diversidade de agentes clareadores encontrados 
no mercado, das diferentes concentrações existentes, do tempo 
e do modo de aplicação, da apresentação do produto e da forma 
de ativação8.
Existem três principais abordagens para o clareamento de 
dentes vitais: clareamento caseiro supervisionado pelo dentista, 
clareamento de consultório e o clareamento autoadministrado, 
realizado pelo paciente com produtos vendidos em farmácias ou 
supermercados e aplicado sem supervisão do cirurgião-dentis-
ta10-11.
Independente do tipo e da técnica a ser utilizada, a sensibi-
lidade trans e pós-clareamento é o efeito adverso mais relatado 
na literatura, em vários estudos clínicos, apresentando várias inci-
dências12-16. A maioria dos agentes clareadores apresenta pH ácido 
e, por isso, causa desmineralização da estrutura dentária17, o que 
possivelmente acarretaria em sensibilidade devido à remoção de 
minerais em um ambiente com pH abaixo de 5,518.
Relato de Caso ClínicoPaciente do gênero feminino, 23 anos, queixava-se de desar-
monia estética na região anterossuperior devido à reduzida altura 
dos incisivos centrais e laterais associada à sua coloração amarelada 
e sorriso gengival (Figura 1). Verifi cado o problema de natureza 
estética, sem que houvesse algum tipo de alteração funcional, 
84
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):83-8
indicou-se um procedimento cirúrgico 
de aumento de coroa clínica, seguido 
de clareamento dental de consultório 
associado ao clareamento caseiro su-
pervisionado.
Desta forma foi realizada a cirurgia 
periodontal, iniciando-se pela anestesia 
infi ltrativa, subperióstica e transpapilar 
na região anterossuperior (Figura 2). 
Inicialmente, foi realizada uma incisão 
em bisel interno com lâmina de bisturi 
nº 15c, distante 2 mm da margem gen-
gival, contornando de modo festone-
ado as faces vestibulares de lateral a 
lateral. Procedeu-se à segunda incisão, 
intrassulcular, de canino a canino, e re-
moção do colarinho gengival com cure-
tas Gracey 5-619.
Posteriormente, um retalho de 
espessura total foi descolado (Figura 
3) e realizou-se ostectomia nas faces 
vestibulares dos incisivos, por meio de 
instrumentos manuais, respeitando a 
morfologia óssea fi siológica, de ma-
neira a preservar uma distância de pelo 
menos 2 mm entre a margem óssea e 
a junção cemento-esmalte19. Após irri-
gação e compressão da área operada 
para remoção do coágulo, o retalho 
foi adaptado e imobilizado por meio 
de suturas tipo colchoeiro interno com 
fi o Vycril 4-0 (Figura 4). A paciente foi 
orientada a realizar controle químico de 
placa com digluconato de clorexidina 
0,12% em base aquosa por sete dias e 
fazer uso de analgésicos. Não foi utiliza-
do cimento cirúrgico e, após sete dias, 
a sutura foi removida, observando-se 
cicatrização satisfatória. Após 60 dias 
pôde-se perceber um contorno fes-
toneado mais harmônico dos tecidos 
gengivais (Figura 5) e um sorriso mais 
agradável (Figura 6).
Após o tratamento cirúrgico 
Figura 1 – 
Visão frontal 
do sorriso da 
paciente.
Figura 2 – Visão 
frontal aproximada 
da região 
anterossuperior 
após anestesia.
Figura 3 – Visão frontal 
aproximada da região 
anterossuperior após 
descolamento do 
retalho na região dos 
incisivos superiores. 
Note a proximidade da 
junção cemento-esmalte 
com a crista óssea 
alveolar.
85
PerioNews 2012;6(1):83-8
Bessa GT  Macêdo DR  Mendonça JS  Pereira SLS
periodontal, verifi cou-se a necessidade de claramento dental, visto 
que a paciente queixava-se da cor dos dentes, que se caracterizava 
como A3 (Figura 7). A associação das técnicas de clareamento em 
consultório e de clareamento caseiro supervisionado foi o planeja-
mento escolhido. A primeira foi realizada com peróxido de hidro-
gênio a 35% (Whitness HP Max – FGM) em duas sessões, com três 
aplicações de 15 minutos do agente clareador por sessão, confor-
me recomendações do fabricante (Figuras 8 e 9). Posteriormente, 
procedeu-se ao clareamento caseiro supervisionado, utilizando-se 
moldeiras individuais, com peróxido de carbamida a 16% (Whitness 
Perfect 16% – FGM), cuja aplicação foi feita duas horas por dia, 
durante duas semanas.
Terminado o tratamento clareador, procedeu-se ao poli-
mento das superfícies dentárias com discos de feltro e pastas de 
polimento de granulação média e fi na (Poli-I e Poli-II – Kota). O 
acompanhamento clínico de seis meses demonstrou resultados 
estéticos favoráveis (Figuras 10 e 11), que foram mantidos em um 
período de até dois anos de acompanhamento (Figuras 12 e 13).
Figura 4 – Pós-operatório imediato e sutura tipo colchoeiro interno. Figura 5 – Visão frontal aproximada da região anterossuperior após 60 dias.
Figura 6 – Visão frontal do sorriso da paciente após 60 dias, antes do 
clareamento dental.
Figura 7 – Visão frontal aproximada da região anterossuperior, demonstrando a 
cor dos dentes (A3) antes do início do clareamento dental.
Figuras 8 e 9 – Peróxido de hidrogênio a 35% aplicado sobre o esmalte dentário.
86
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):83-8
Figura 13 – Visão frontal do sorriso da paciente após dois anos.
Figura 10 – Visão frontal aproximada da região anterossuperior, demonstrando 
a cor dos dentes (B1).
Figura 11 – Visão frontal do sorriso da paciente após seis meses.
Figura 12 – Visão frontal aproximada da região anterossuperior após dois anos.
Discussão
O sorriso gengival associado à coloração amarelada dos den-
tes pode afetar a aparência do sorriso, levando a problemas de 
baixa autoestima ao indivíduo e de relacionamento interpessoal, 
dependendo da realidade e da necessidade de cada paciente. No 
caso relatado, a paciente apresentava estética dentária defi ciente, 
sendo este o principal motivo de sua preocupação, infl uindo nega-
tivamente em seu comportamento social.
Inicialmente, observou-se a necessidade de realização de 
aumento de coroa clínica devido à desproporção entre o com-
primento cérvico-incisal, além da presença de sorriso gengival, 
principalmente na região de incisivos laterais e centrais. No transo-
peratório foi observada extensa área de esmalte que se encontra-
va subgengivalmente e que havia um espaço biológico de apenas 
1 mm nas faces vestibulares e proximais destes dentes, caracteri-
zando um caso de erupção passiva alterada19; desta forma, a os-
teotomia foi realizada20-21. A realização apenas da gengivectomia 
poderia induzir a migração coronária da margem gengival duran-
te a cicatrização, comprometendo o resultado estético, uma vez 
que esta técnica está indicada apenas nos casos de uma distância 
> 2 mm entre a junção cemento-esmalte e a margem óssea20-21. 
A associação das técnicas de clareamento em consultório 
com a técnica de clareamento caseiro permite um ganho de tem-
po, aliando as vantagens das duas técnicas. O clareamento dental 
pela técnica caseira foi realizado utilizando-se o gel de peróxido 
de carbamida na concentração de 16%, o que resulta em resulta-
dos em menor tempo1. O tempo de exposição ao gel foi de duas 
horas/dia, o que poderia evitar efeitos colaterais indesejáveis, tais 
como sensibilidade dental e irritação gengival12-14. 
Os mecanismos que envolvem as reações do clareamento são 
variáveis e dependentes do substrato, do ambiente da reação e 
dos processos catalíticos envolvidos. Como o peróxido de hidro-
gênio oxida grande variedade de compostos orgânicos e inorgâ-
87
PerioNews 2012;6(1):83-8
Bessa GT  Macêdo DR  Mendonça JS  Pereira SLS
nicos8, talvez, os agentes clareadores reajam com a parte orgânica 
da estrutura dentária22, o que poderia causar alterações em sua 
estrutura após o tratamento clareador.
Existem divergências quanto ao grau dos efeitos adversos 
causados pelo clareamento em dentes vitais. Embora alguns traba-
lhos não tenham encontrado alterações superfi ciais signifi cativas 
em dentes clareados12,23-26, a maioria dos estudos in vitro e in situ 
tem relatado alterações nos tecidos dentários mineralizados após 
o uso de géis de clareamento à base de peróxido de carbamida ou 
hidrogênio5,22,26-27. Entre as alterações descritas na literatura, des-
tacam-se mudanças no conteúdo mineral de dentes clareados28-29, 
que podem acarretar em aumento da porosidade7,28-29 e permea-
bilidade do esmalte30, diminuição da microdureza do esmalte e da 
dentina7,27, diminuição da resistência adesiva após o clareamento14 
e sensibilidade dentinária trans e pós-operatória5,9,13.
Como os efeitos dos agentes clareadores sobre a estrutu-
ra dental ainda são controversos na literatura, no presente caso 
clínico optou-se pela associação das duas técnicas, uma vezque 
as alterações da estrutura dental são micrométricas, transitórias e 
reversíveis. Além disso, o tratamento proposto possibilitou maior 
rapidez nos resutados do clareamento dental, sem acarretar sensi-
bilidade dentinária na paciente.
Conclusão
A associação das técnicas de aumento de coroa clínica e 
clareamento dental possibilitou resolução estética satisfatória do 
sorriso da paciente em um período de avaliação de até dois anos.
Nota de esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio fi nanceiro para pesquisa dado 
por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 
Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou 
fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que 
também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos 
honorários de apresentações vindos de organizações que com fi ns lucrativos possam 
ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela 
entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou 
royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades 
para uma entidade com interesse fi nanceiro nesta área.
Endereço para correspondência:
Sérgio Luís da Silva Pereira
Av. Engenheiro Leal Lima Verde, 2.086 – José de Alencar
60830-055 – Fortaleza – CE
Tel.: (85) 3477-3200/3474-4108 – Fax: (85) 3477-3082
luiss@unifor.br
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88
RESUMO
A terapêutica periodontal tem passado por mudanças signifi cativas nas 
últimas décadas. Enquanto no passado seu objetivo era apenas restabelecer 
a saúde gengival sem haver preocupação com as possíveis sequelas do 
tratamento da doença, atualmente, os procedimentos são realizados 
de maneira menos invasiva com intuito de manter os padrões estéticos 
periodontais ou até de recuperá-los. A recessão gengival é uma alteração 
frequentemente encontrada em pacientes, podendo ser uma queixa 
importante por provocar diversas complicações. Para seu tratamento, 
diversas técnicas cirúrgicas são relatadas na literatura. As que possuem 
maior previsibilidade são aquelas que associam um enxerto de conjuntivo 
subepitelial a um retalho coronalmente reposicionado. A técnica original 
consiste na realização de duas incisões relaxantes para ampla liberação do 
retalho e para sua estabilização em uma posição mais coronal. Embora 
este procedimento seja extremamente difundido na literatura, a busca por 
cirurgias menos invasivas sem a utilização de incisões relaxantes pode ser 
considerada como um dos atuais objetivos da cirurgia plástica periodontal, 
já que apresentam uma série de vantagens. O objetivo deste artigo 
foi demonstrar um caso clínico onde recessões múltiplas, profundas e 
adjacentes, que causavam como queixa principal a estética, foram sanadas 
por meio de uma abordagem menos invasiva, utilizando técnica cirúrgica 
em envelope, associada ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial.
Unitermos – Recessão gengival; Estética; Enxertode tecido conjuntivo 
subepitelial.
TRATAMENTO DE RECESSÕES GENGIVAIS MÚLTIPLAS: 
UMA ABORDAGEM CIRÚRGICA MAIS CONSERVADORA
Periodontal plastic surgery for treatment multiple gingival recession: a less invasive approach
*Especialistas e mestrandos em Periodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
**Mestre e doutorando em Dentística – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
***Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e doutorando em Implantodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
****Professora livre-docente em Periodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
*****Professor livre-docente em Periodontia e do curso de Especialização em Periodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
Recebido em jul/2011 – Aprovado em jul/2011
Relato de caso clínico
Fausto Frizzera*
Rafael S. Molon*
William Kabach**
Mario H. A. Verzola***
Silvana R. P. Orrico****
José Eduardo C. Sampaio*****
ABSTRACT
Periodontal therapy has undergone signifi cant changes in recent decades. 
While in the past the only goal was to restore gingival health, with no 
concern about the possible consequences of the disease treatment, 
currently the procedures are performed in a less invasive manner, to 
maintain aesthetic periodontal results or even recover them. Gingival 
recession is an alteration frequently found in patients and may be a 
complaint for causing various complications. For their treatment, several 
surgical techniques are reported in the literature. The techniques that are 
more predictable are those that associate a subepithelial connective tissue 
graft and a coronally repositioned fl ap. The original technique consists in 
performing two vertical incisions for an extensive release of the fl ap and 
its stabilization in a coronal position. Although this procedure is extremely 
widespread in the literature, the search for less invasive surgeries without 
the use of vertical incisions are the current aim of periodontal plastic 
surgeries, since they present several advantages. The aim of this paper 
is to demonstrate a case where adjacent, deep and multiple recessions 
were present resulting in aesthetic problems, which was resolved by a less 
invasive approach using a surgical technique in envelope and a subepithelial 
connective tissue graft.
Key Words – Gingival recession; Aesthetics; Subepithelial connective tissue 
graft.
PerioNews 2012;6(1):18-281818
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):18-28
NO PASSADO, A TERAPIA PERIODONTAL 
POSSUÍA COMO PRINCIPAL FOCO APENAS A 
ELIMINAÇÃO DA DOENÇA E A RESTITUIÇÃO 
DA SAÚDE GENGIVAL. COM O OBJETIVO 
DE ERRADICAR BOLSAS PERIODONTAIS, 
CIRURGIAS RESSECTIVAS ERAM EMPREGADAS 
E ESTAS PROMOVIAM PROBLEMAS ESTÉTICOS 
DE DIFÍCIL RESOLUÇÃO, COMO PERDA DE 
PAPILAS E EXTENSAS RECESSÕES GENGIVAIS¹. 
Introdução
No passado, a terapia periodontal possuía como princi-
pal foco apenas a eliminação da doença e a restituição da saúde 
gengival. Com o objetivo de erradicar bolsas periodontais, cirur-
gias ressectivas eram empregadas e estas promoviam problemas 
estéticos de difícil resolução, como perda de papilas e extensas 
recessões gengivais1. Atualmente, os procedimentos são realiza-
dos de maneira minimamente invasiva com o intuito de manter 
os padrões estéticos periodontais ou até de recuperá-los, desta 
maneira, reestabelecendo a homeostasia dos tecidos gengivais2.
A recessão gengival é caracterizada pela migração apical da 
gengiva marginal com a exposição da junção amelocementária, 
onde houve perda de parte do periodonto de proteção e susten-
tação3. A recessão gengival é de grande prevalência na população 
em geral e sua etiologia é multifatorial. Diversos fatores estão 
relacionados à recessão gengival e dentre os que são mais fre-
quentemente associados pode-se destacar a presença de fenótipo 
gengival fi no, história ou existência de periodontite e escovação 
traumática4. 
Diversas complicações podem ser decorrentes da presença 
da recessão da gengiva marginal e consequente exposição da su-
perfície radicular5. Dentre as diversas alterações, pode-se destacar 
o efeito antiestético causado pelo alongamento da coroa clínica 
dentária e a hipersensibilidade dentinária cervical, fruto da exposi-
ção dos túbulos dentinários ao meio bucal. O tratamento, cirúrgico 
ou não, de dentes com superfícies radiculares expostas é necessá-
rio sempre que existam queixas quanto a sua presença6.
Décadas atrás7 foi demonstrada a previsibilidade do recobri-
mento radicular de recessões Classe I e II8 ao associar um retalho 
posicionado coronalmente (RPC) a um enxerto de tecido conjun-
tivo subepitelial (ETCS). A técnica preconizada com a realização de 
duas incisões relaxantes permite efetiva liberação do retalho e 
propicia bons resultados, principalmente em recessões gengivais 
profundas isoladas.
Com o passar dos anos, a associação proposta, de um ETCS a 
um RPC, se fundamentou por mostrar alta previsibilidade e esta-
bilidade de resultados a longo prazo9. Apesar disso, um enfoque 
menos invasivo vem sendo utilizado ao se optar por evitar incisões 
relaxantes, já que estas apresentam uma série de desvantagens do 
ponto de vista fi siológico e estético10.
É notável a procura cada vez maior por tratamentos com ob-
jetivos estéticos, que irão repor ou até melhorar o aspecto gengi-
val e dentário. Para atuar em uma Odontologia com altos padrões 
estéticos é necessário buscar conhecimentos e colocá-los em prá-
tica, seguindo a tendência de uma abordagem minimamente in-
vasiva. O intuito deste artigo foi demonstrar um caso clínico onde 
havia uma queixa estética pela presença de múltiplas recessões 
gengivais onde, para sanar esta condição, foi realizada uma abor-
dagem menos invasiva evitando incisões relaxantes.
Relato de Caso Clínico
A paciente APC, 22 anos, apresentava como queixa principal o 
efeito antiestético gerado pelo alongamento de suas coroas den-
tárias, relatando inclusive insatisfação com seu sorriso (Figuras 1 
a 3). Ao exame intraoral foi possível avaliar a presença de um fe-
nótipo gengival fi no na região dos dentes 13, 14, 22, 23, 24, além 
de recessões múltiplas e adjacentes em diversos dentes da arcada 
dentária superior (Figuras 4 a 6). Após a identifi cação de outro fa-
tor associado às recessões gengivais, o trauma de escovação, a 
paciente fora instruída a realizar uma correta e efetiva higienização 
oral e em seguida foi submetida à realização dos procedimentos 
cirúrgicos.
Por apresentar diversas recessões na arcada dentária supe-
rior, o tratamento das recessões foi dividido em duas etapas ci-
rúrgicas, com intervalo de um mês entre os procedimentos. Em 
ambos os casos foi receitado nimesulida 100 mg uma hora an-
tes da cirurgia, pela extensão do retalho a ser realizado. A técni-
ca cirúrgica escolhida foi a de envelope que fora reposicionado 
coronalmente e associado a um ETCS nas áreas de fenótipo fi no. 
19
Frizzera F  Molon RS  Kabach W  Verzola MHA  Orrico SRP  Sampaio JEC
PerioNews 2012;6(1):18-28
Figuras 1 e 2 – Sorriso 
inicial da paciente, vista 
frontal e lateral.
Figura 3 – Aspecto dos dentes 
anteriores superiores. Notar 
presença de restaurações com 
infi ltração entre os incisivos 
centrais superiores.
20
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):18-28
O desenho do retalho foi predominantemente realizado de acordo com a técni-
ca em envelope11, onde incisões oblíquas foram realizadas nas regiões de papila 
para propiciar melhor adaptação do retalho durante a fase de sutura. Pelo fato 
das recessões entre os dentes 13 e 14 estarem na mesma altura, uma incisão 
horizontal foi preferida12. 
Figura 4 – Aspecto intraoral dos dentes anterioressuperiores, notar discrepância entre as 
margens gengivais.
Figuras 5 e 6 – Recessões múltiplas no hemiarco superior direito e esquerdo.
Na primeira etapa cirúrgica foi realizada a cirur-
gia dos dentes 22, 23 e 24. Nesta região, o fenótipo 
gengival se apresentava fi no e o fundo de sulco raso. 
O retalho foi realizado em forma de envelope com 
incisões anguladas nas papilas, sem a utilização de 
incisões relaxantes, de espessura parcial e total (Fi-
guras 7 e 8). O enxerto foi removido da região de 
palato duro por meio da técnica de incisão única; 
o dente 26 apresentava uma recessão extensa por 
lingual e, portanto, a área para remoção do enxerto 
compreendeu a região entre os dentes 25 e 26 até a 
distal do dente 22. Um enxerto de aproximadamente 
20 mm de comprimento foi obtido e condiciona-
do para atingir a região dos três dentes (Figuras 9 
a 11). Após a sutura, os devidos cuidados operatórios 
foram explicados à paciente, como medicação pós-
operatória foi realizado antibioticoterapia com amo-
xicilina 500 mg de oito/oito horas por sete dias, para 
controle da infl amação e dor foram utilizados os me-
dicamentos nimesulida 100 mg de 12/12 horas por 
três dias e dipirona sódica 500 mg de oito/oito horas, 
o biofi lme foi controlado por meio de bochecho com 
clorexidina a 0,12%, 10 ml duas vezes ao dia por dez 
dias, 30 minutos após a escovação.
De maneira geral, a segunda etapa cirúrgica foi 
similar a primeira. O desenho do retalho consistiu de 
incisões oblíquas nas regiões de papila, apenas nas 
regiões entre os dentes 13/14 e 11/12 a incisão foi 
feita horizontalmente, por estes dentes estarem com 
a margem gengival em posição semelhante (Figuras 
12 a 14). O enxerto de tecido conjuntivo também foi 
restrito a estes dois dentes, onde a espessura gengival 
se apresentava demasiadamente fi na (Figuras 15 a 19). 
O pós-operatório da paciente ocorreu sem com-
plicações. No período inicial de cicatrização, as papilas 
se mostravam com coloração ligeiramente diferen-
te, fato este que foi estabilizado nos meses seguin-
tes (Figuras 20 a 22). Em seguida, foram realizados 
procedimentos restauradores nos dentes 11 e 21 por 
apresentarem infi ltração de uma restauração previa-
mente realizada por outro profi ssional (Figuras 23 a 
26). A paciente se mostrou extremamente satisfeita 
com os resultados obtidos, mostrando até ligeira dife-
rença na característica do seu sorriso (Figuras 27 a 32).
21
PerioNews 2012;6(1):18-28
Frizzera F  Molon RS  Kabach W  Verzola MHA  Orrico SRP  Sampaio JEC
Figura 7 – Incisões anguladas realizadas nas papilas. Figura 8 – Retalho em envelope liberado após incisão em 
periósteo.
Figura 9 – Enxerto de tecido conjuntivo removido da região de palato duro. Figura 10 – Enxerto de tecido conjuntivo posicionado entre os dentes para 
avaliar seu comprimento. Seu tamanho foi aumentado com pequenas incisões.
Figura 11 – Retalho reposicionado coronalmente suturado. Figura 12 – Incisões anguladas e retas realizadas no hemiarco superior direito.
22
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):18-28
Figura 13 – 
Retalho de 
espessura 
parcial e total 
realizado.
Figura 14 – 
Tracionamento 
do retalho após 
sua liberação.
Figuras 15 e 16 – Enxerto de tecido conjuntivo removido pela técnica de incisão única, face mais externa e interna.
23
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Frizzera F  Molon RS  Kabach W  Verzola MHA  Orrico SRP  Sampaio JEC
Figura 17 – Enxerto de tecido conjuntivo suturado. Figura 18 – Preenchimento de todo defeito ósseo e gengival com o enxerto.
Figura 19 – Reposicionamento coronal do retalho. Figura 20 – Aspecto pós-cirúrgico de um mês do lado esquerdo, notar 
diferença de coloração das papilas.
Figura 21 – Pós-operatório de seis meses do lado direito. Figura 22 – Pós-operatório de sete meses do lado esquerdo, notar presença de 
placa interproximal. IHO deve ser reforçada a cada visita para permitir sucesso 
em longo prazo do tratamento.
24
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):18-28
Figura 23 – Visão 
lateral do sorriso, 
notar presença 
de infi ltração na 
restauração entre 
dentes 11 e 21.
Figuras 24 e 25 – Restauração interproximal com infi ltração entre incisivos superiores.
Figura 26 – Aspecto 
imediato após restauração 
dos dentes.
25
Figuras 31 e 32 
– Sorriso fi nal da 
paciente, visão 
frontal e lateral.
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Frizzera F  Molon RS  Kabach W  Verzola MHA  Orrico SRP  Sampaio JEC
Figura 27 – Aspecto fi nal após a realização dos procedimentos cirúrgicos. Notar 
melhor harmonia no contorno gengival dos dentes.
Figura 28 – Aspecto dos dentes anteriores após os procedimentos, visão 
angulada.
Figuras 29 e 30 – Procedimentos fi nalizados, visão lateral direita e esquerda.
26
Periodontia
PerioNews 2012;6(1):18-28
Discussão
A recessão da gengiva marginal com o desnudamento da 
superfície radicular pode provocar complicações, como cárie ra-
dicular, abrasão dental, hipersensibilidade dentinária cervical, difi -
culdade de higienização, além de alteração estética pela presença 
de dentes alongados, com possível desnível da margem gengival 
em relação aos dentes adjacentes. A queixa, propriamente dita, do 
paciente pode variar, mas usualmente este espera um resultado 
estético agradável. As cirurgias plásticas periodontais devem, desta 
maneira, suprir essa demanda exigida.
Diversos tipos de procedimentos podem ser utilizados para 
obter o recobrimento radicular em dentes com recessões Classe 
I e II13. Incisões relaxantes ao redor de retalhos que irão ser repo-
sicionados permitem sua ampla liberação e estabilização na posi-
ção almejada. A utilização deste tipo de 
incisão, entretanto, pode apresentar uma 
série de desvantagens, como cicatrização 
alterada, maior propensão a formação 
de queloides e complicações pós-ope-
ratórias. Alguns autores14 compararam o 
RPC com ou sem incisões relaxantes no 
tratamento de recessões múltiplas. A téc-
nica mais conservadora apresentou maior 
porcentagem de recobrimento total das 
recessões, menor tempo cirúrgico, me-
lhor pós-operatório e cicatrização mais 
homogênea dos tecidos.
A opção entre a utilização de inci-
sões relaxantes depende do tamanho da 
recessão e da quantidade de dentes adja-
centes que possuem esta condição. Existe uma vasta gama de op-
ções ao tratar recessões profundas e a escolha entre qual utilizar 
depende muito do operador e de sua experiência clínica. A técnica 
com duas incisões relaxantes7 é mais indicada quando existe uma 
única recessão profunda e isolada; já na presença de recessões 
múltiplas e profundas, incisões relaxantes podem ser evitadas e 
optar-se pela técnica em envelope11, pois a própria amplitude do 
retalho permite sua liberação e estabilização em posição coronal a 
junção amelocementária.
No caso relatado foi possível notar ligeira alteração na cica-
trização das papilas durante os meses iniciais após o tratamento 
cirúrgico, claramente, que em proporções completamente dife-
rentes das alterações passíveis de ocorrer onde incisões relaxantes 
são realizadas. Da mesma maneira que os pontos de tensão do 
retalho trapezoidal se estendem em sua região lateral e coronal, 
no retalho em envelope essa tensão pode se concentrar na região 
papilar onde o retalho é estabilizado e suturado. O próprio edema 
que será formado e as possíveis micromovimentações na área de 
incisão podem levar a pequenas alterações durante o período de 
cicatrização. 
Dentre os atuais procedimentos cirúrgicos mucogengivais 
para recobrimento radicular, a técnica do túnel modifi cado apre-
senta ótimos resultados iniciais no período pós-cirúrgico, por ser

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