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Síntese de aula - John Locke

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Relações Internacionais
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Professora: Cristina Buarque de Hollanda
Aluno: Luiz Gustavo de Araujo
SÍNTESE DE AULA – 11/11/2014
Iniciamos a aula pontuando os principais tópicos tratados por John Locke: A crítica a Robert Filmer; como era a vida sem política; e o porquê da instituição de um governo civil. Partindo de sua obra “Dois tratados sobre Governo Civil”, seu primeiro tratado baseou-se no que um governo não deveria fazer. Direcionou sua crítica principalmente ao teórico absolutista Robert Filmer, o qual acreditava que o poder do soberano seria análogo ao poder primitivo de Adão, que se tratava de uma concessão divina. 
Foi feita, inclusive, uma análise sobre a diferença nas concepções dos absolutistas Filmer e Hobbes em relação à origem do soberano. Aquele acreditava que Deus era o responsável por enviar o homem que seria capaz de governar seu povo, um governo de origem divina; enquanto para Hobbes Deus apenas criou os homens para que, através de pactos estabelecidos entre eles, surgisse o soberano que os governariam.
No entendimento do segundo tratado, pudemos rever sobre como era a vida sem política, portanto o estado de natureza. A liberdade era inerente a todos indivíduos nos limites das leis da natureza, em que cada um deveria respeitar tais liberdades, bem como o espaço do outro; surgindo também as noções de propriedade.
A propriedade numa primeira acepção para Locke designava ao mesmo tempo a vida, a liberdade e os direitos naturais do ser humano. Em uma segunda acepção, seria a posse de bens móveis e imóveis. Com enfoque nesta segunda, o contexto da propriedade é dividido em dois momentos: no primeiro, os proprietários eram os próprios trabalhadores que produziam com base em suas necessidades de consumo. Por se tratarem de produtos perecíveis, impossibilitava-se, assim, o acúmulo.
O segundo momento se deu com a invenção da moeda, em que esta possibilitou o acúmulo de riquezas; além de o proprietário não mais ser, necessariamente, o próprio trabalhador. 
No que tange à necessidade de um governo civil, vimos que este se torna necessário, segundo Locke, como um assegurador das liberdades individuais que já existiam no estado de natureza (caracterizando, portanto, uma continuidade), como uma forma de intermediar possíveis conflitos que pudessem surgir a partir de transgressões de um indivíduo no livre espaço do outro. Novamente estabelecendo uma relação entre pensadores; diferentemente de Hobbes que identificava o soberano como aquele que dispunha das liberdades a ele conferidas por todos os homens, podendo, portanto, agir sobre as leis que regeriam seu povo segundo suas próprias concepções; Locke identificava o soberano como subordinado às leis. Neste caso, os indivíduos aceitariam a existência de um governo neutro, que somente interviria quando estivesse instaurado o caos; e ainda assim, tal soberano estaria pautado nas leis pré-estabelecidas, sem agir de forma arbitrária. 
Terminamos a aula introduzindo a existência dos três poderes para Locke: o legislativo, o federalista e o judiciário; sendo o legislativo considerado o de maior importância, visto que foi o poder criador das leis comuns, de forma a não dar margens para a interpretação própria dos indivíduos. Ou seja, o governo centralizaria as leis, mas de um forma universal, cabível a todos os homens, inclusive a ele.

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