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Anarquismo: Uma Resposta às Contradições do Capitalismo e Comunismo

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Em meio a um mundo que vive no capitalismo, tendo como seu maior opositor o comunismo, as contradições geradas por estes dois sistemas políticos trazem para o mundo moderno a necessidade de novas respostas que agradem uma parcela da população, que não se satisfaz com nada menos do que um mundo perfeito. É através deste cenário que principalmente nos dias atuais, cresce o número de pessoas que buscam outros tipos de respostas, pessoas que são levadas para além do marxismo e que acreditam que a verdadeira solução para o nosso mundo encontra-se nas antigas utopias: o Anarquismo.
	Muito diferente do conceito que se espalhou sobre a anarquia, ela está longe de ser meramente desordem e bagunça, e para entendermos o que vem a ser este sistema político que tanto assusta, quanto atrai adeptos, é necessário entendermos em suas raízes, qual seu real significado. Pois bem, do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa “sem governantes” ou "sem poder" a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura", foi uma palavra utilizada pela primeira vez na tragédia Antígona de Sófocles, para descrever as ações da personagem principal, que desobedeciam as ordens de seus governantes ao enterrar o corpo de seu irmão com as próprias mãos, para que este não fosse devorado pelos abutres, e esquecido sem um funeral como era desejado. Assim fica marcada a verdadeira essência da anarquia, embora estejamos falando de um sistema político muito mais complexo do que a mera desobediência. Deixando para trás estas raízes, voltamos nossa atenção para o século XIX, com o aparecimento do primeiro pensador e filósofo político a intitular-se anarquista: Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), com sua linha de pensamento que baseava-se em apontar as contradições dos sistemas políticos da época, deixando-nos frases como: “Toda forma de propriedade privada é um roubo”, chegou a ser apontado por Karl Marx como um dos homens mais inteligentes de sua época. Porem sua linha de pensamento afastava-se do marxismo e em diversos pontos, o comunismo não lhe parecia a melhor forma de política, criando assim uma segunda vertente para o socialismo (libertário ou utópico). Outro pensador que viveu também nesta mesma época e foi inspirado pelos pensamentos de Proudhon foi Mikhail Bakunin (1814-1876), talvez o mais importante filósofo e militante anarquista de todos os tempos, disputavam com o próprio Marx a confiança e as mentes do proletariado da época, o que fez com que ambos chegassem a discutir através de artigos publicados em jornais da época.
Caos ou utopia 
	No final do século XIX e início do século XX, houve uma difusão através dos meios de comunicação, por instituições políticas e religiosas, de que a anarquia na verdade significava o caos e a desordem, tal método é muito utilizado pelos “donos do poder” em uma maneira vil e alienadora de fazer com que as pessoas pensem que não há outros meios de manter a civilização. É claro que dizer que a anarquia é a pura falta de ordem é uma enorme blasfêmia contra os verdadeiros pensamentos que alimentaram e criaram este sistema político, como fica claro para qualquer pessoa que leia livros ou artigos relacionados ao anarquismo, na verdade trata-se da falta de coerção: “Sem reis, sem governo, sem líderes e sem deuses”.
	Outro adjetivo utilizado de forma pejorativa apara o anarquismo, muito utilizado pelos próprios marxistas, que muitas vezes não reparam que seus pensamentos políticos também são taxados desta maneira é a utopia. Até mesmo nos tempos de Marx a anarquia tem sido vista como um tipo de socialismo utópico, em contra mão ao socialismo comunista, também chamado pejorativamente por anarquistas como “Socialismo autoritário”. Utilizar o termo utópico para os movimentos anarquistas porém acaba caindo em um anacronismo forte tendo em vista que olhando desta maneira não estamos dando real importância as transformações sociais e culturais que ocorrem unidas a revolução política do sistema. Isso quer dizer que a mentalidade dos seres humanos seriam transformadas no momento que um novo em que a revolução se concretizasse, novas responsabilidades sociais e pensamento coletivo surgiriam para suprirem a falta de instituições hierárquicas que hoje dominam nossa sociedade. Outro ponto muito bem colocado por Nildo Viana, é de que chamar um determinado sistema político de utópico, principalmente para os capitalistas, é como esquecer que no passado, os monarquistas diziam as mesmas palavras quando o assunto se referia a república, tornando-se assim uma arma contra aqueles mesmos que ainda hoje utilizam-se de tais termos para desacreditar no potencial que a anarquia tem como uma ferramenta transformadora e de melhoria de nosso mundo.
Contradições e Resposta anarquista
	A anarquia surge como uma resposta real as difíceis condições de vida da classe operária no século XIX. O sistema capitalista que muito se baseia no slogan: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, não cumpre verdadeiramente com essas metas, podendo ser claramente analisada através de uma simples pergunta: “Para quem?”
	A Meritocracia de fato existe para poucos afortunados que vivem em um patamar diferente e em circunstancias completamente mais favoráveis para aqueles que são de classes mais baixas. A visão de que todo mundo tem potencial para “crescer na vida” e alcançar o topo da hierarquia é completamente deficiente quando o preparatório para as disputas no mercado de trabalho, são completamente desequilibrados, deixando sempre em gigantesca desvantagem aqueles que não possuem o poder. Além disso, a sociedade é completamente segregadora em diversos campos no que se entende por humanidade. Resumindo: quem tem mais dinheiro, terá chances reais de conquistar uma boa posição na pirâmide social, explorando aqueles que não possui capital e tirando-lhe sempre qualquer possibilidade de uma ascendência social. E de forma a alienar a população e fazer com que ela não perca as esperanças para não aderir as lutas de classes e buscar um sistema que seja mais justo, a mídia apresenta um percentual risório de pessoas que conseguiram a ascensão, usando-os de exemplo e dando-nos a entender que qualquer pessoa pode ter o mesmo desempenho em sua vida, uma mentira deslavada. É como dizer que aquelas crianças que vivem de trabalho em lavouras, ajudando no sustento de suas famílias e praticamente não possuindo nenhum estímulo ou condições de se dedicar aos estudos, terão um dia as mesmas condições de se tornar um grande advogado, do que aquela criança que nasceu em “berço de ouro”, jamais precisou trabalhar e estudou nas melhores escolas durante toda sua infância e adolescência. A meritocracia é facilmente desacreditada quando perguntamos: “Meritocracia pra quem?”
	Outro grande perigo do sistema capitalista, é que ele sobrevive do consumismo exacerbado. Para que ele se mantenha é necessário que haja consumo, a mídia é amplamente uma máquina alienadora que faz com que acreditemos que a verdadeira felicidade do ser humano está em adquirir produtos dos quais ele não precisa, para garantir seu status nos espaços sociais. Porém devido as desigualdades sociais, o consumismo acaba por gerar uma grava onda de violência, quanto mais desigual for uma população, mais propensão a violência ela terá. Fora, que a grande quantidade de produção, além de gerar um acumulo exorbitante de lixo, desmata e destrói a natureza, levando o planeta a sua total destruição. A que preço teremos o progresso? E ainda existem os tais pensamentos liberalistas, que vão em detrimento aos direitos trabalhistas e humanos com muito custo já conquistado. Vide Somália, o paraíso liberal.
	Apontando como o problema inicial do mundo, a propriedade privada, bem tão aclamado pelo capitalismo, é a máquina que impulsiona toda forma de desigualdade existente. O bem comum seria suficiente a todos, porém a ganancia de alguns nos leva a monstruosas formas de exploração uns dos outros, visando sempre mais lucro e crescimento na pirâmide social. É ai que o comunismo nosdá a sua resposta, criando uma vanguarda provinda do povo que dominará e controlará todos os meios de produção, dividindo os lucros e as riquezas igualmente para todos. A forma de se fazer acontecer, para os socialistas autoritários é através de uma ditadura do proletariado e embora desta maneira seriam resolvidos muitos dos problemas criados pelo atual sistema, ela retiraria do ser humano algo vital para sua felicidade plena: A liberdade.
	Além do autoritarismo, outra crítica que devemos fazer ao comunismo, é sobre esta determinada vanguarda que surgiria, teoricamente, da classe trabalhadora. Quem seriam eles? E seriam realmente justos ao ponto de ter todo o poder nas mãos sem se beneficiar dele? Experiências históricas que vimos no passado nos responde que não, vemos apenas uma nova elite que domina a outra e cria uma sociedade a seu próprio gosto e moldes.
	“Sem reis, sem governo, sem líderes e sem deuses”. Este é a primeira resposta que a anarquia nos dá quando falamos sobre as contradições da nossa sociedade e os pensamentos comunistas. Diferentemente da visão comunista em que essa nova elite provinda da classe trabalhadora assumiria toda a responsabilidade pelos meios de produção, no sistema anarquista tudo é feito através da auto-gestão e da democracia direta. Todo o poder para o povo, sem um representante, suas vontades diretamente apresentadas. Esse tipo de sistema já acontece, no Brasil e na américa latina como nos apresenta Camila Delmondes e Luciano Claudino em seu livro Flaskô: Fabrica Ocupada, dando aos funcionários autonomia e melhores qualidades de trabalho, sem haver a exploração de parte nenhuma, onde toda a ordem, regras e leis da empresa é decidida em assembleia com todos os funcionários.
Organização sem Coerção
	A democracia no anarquismo é o que chamamos de democracia direta, por ser uma sociedade baseada na horizontalidade e sem níveis hierárquicos, todas as decisões são tomadas por todo o povo. Desta maneira, ainda existem leis a serem cumpridas, mas não são leis criadas por um governante ou líder e sim leis que são criadas a partir da própria população, dividida em micro conselhos, que iriam se expandido, até que todas as opiniões, decisões, formas de pensamento, pudessem ser ouvidas e atendidas em sua particularidade. Desta maneira o cidadão sente-se não apenas como obrigado a seguir as regras, mas sente-se parte delas, de forma a não ter reais motivos para não segui-las. Outro caso, é que estas mesmas regras seriam ideais a todos, nunca favorecendo este ou aquele determinado grupo da sociedade. E por fim, é preciso entender, que por mais que houvessem regras de convivência social, estas mesmas leis jamais poderiam valer para a particularidade de cada indivíduo, afinal o foco principal da anarquia é a liberdade e emancipação de todos. Se for necessário, alguns homens podem ser apontados como líderes para o cumprimento de determinadas tarefas, porem o poder destes mesmos homens é retirado imediatamente no final de um curto prazo ou no cumprimento do cargo que lhe foi dado. Toda a política seria discutida com bases na lógica e na filosofia, para que as melhores decisões pudessem ficar claras ao serem dadas como opção ao povo.
	Para melhor exemplificar, vamos tomar as leis de transito como base: um pequeno conselho seria criado nas pequenas regiões para discutir leis e regras para o transito. A vanguarda se colocaria em posição de explicar e orientar esse conselho (diferente do que acontece no socialismo autoritário onde a vanguarda toma as decisões). Ao final dessa assembleia uma série de opiniões e posições seriam escolhidas por aquela população e um representante seria selecionado para levar estas propostas e ideias para o próximo conselho que a união de diversas opiniões de micro regiões levadas para macros. Digamos que isto esteja acontecendo na cidade de Petrópolis, cada Associação de Moradores será como um novo conselho de micro região. Ao final das conferencias de todos os conselhos de micro região que discutirão leis para o transito da cidade de Petrópolis, haverá um novo conselho, que irá unificar todas estas propostas das micro regiões formando uma nova pauta para a totalidade da cidade de Petrópolis. A próxima etapa é se unificar com outras cidades do estado do Rio de Janeiro, que ao selecionar seu representante, este levará as decisões tomadas para uma assembleia mais abrangente que dominará toda a região sudeste e por fim, haverá uma assembleia nacional que formará as novas leis de transito do país, baseando-se em atender as particularidades de cada região, ouvir e entender toda as demandas enviadas pela população.
	É claro que este exemplo, se encontra em uma posição da ainda existência de um nacionalismo. Com a expansão da anarquia, toda e qualquer lei, acabaria sendo formada a partir do mundo inteiro, já que na anarquia não existem fronteiras, nacionalidades ou etnias.
Desconstrução e Construção
	A aplicação do sistema anarquista também se afasta do comunismo, que mantem suas bases mais fortemente nas lutas trabalhistas, sindicalistas, etc. Para anarquistas como Silvio Gallo, o capitalismo é dotado de membranas elásticas que é capaz de absorver as demandas dos trabalhadores e transforma-las a seu favor, afim de sustentar-se. Assim como vimos em Keynes, muitas vezes para que haja a sobrevivência do capitalismo, uma pequena e mínima parcela das reivindicações dos trabalhadores é atendida, fazendo com que esses desistam de suas lutas, sempre afastando-nos de um real socialismo. É Bakunin que nos traz a resposta para a realização de verdadeiras revoluções, em seu livro: “A Educação Integral”. Para o filósofo e militante anarquista, além das lutas sindicais e trabalhistas, um ponto, talvez até mesmo o mais importante que deve ser observado pelos anarquistas está na educação. Segundo ele os esforços dos comunistas têm sempre sido sufocados quando conseguem a conscientização de uma massa trabalhadora e as escolas capitalistas nos enviam todos os anos uma nova massa de mãe de obra ainda alienada e incapaz de seguir com a luta pelo socialismo, então é preciso atacar a raiz do capitalismo, para que ele não tenha mais forças para se manter de pé quando receber um forte golpe dos socialistas. Nas escolas é preciso fomentar a liberdade, a criatividade e o senso crítico dos educandos, levando-os assim a uma emancipação, fazendo com que se tornem verdadeiros desajustados nesse sistema.
	Outro ponto que deve ser quebrado e que age como raiz do sistema capitalista, é a família tradicional burguesa. Uma hierarquia patriarcal, que desde suas origens se porta erroneamente como machista e atinge diretamente a educação e a mente dos jovens. A religião, que a muito já vem se portado como organização política e financeira, também deve ser silenciada em seus discursos conformistas que prometem o paraíso após a morte se houver aceitação e martírio enquanto em vida. São irrealidades enraizadas no imagético do ser humano que coíbem seu crescimento e emancipação, mantendo-o estagnado a este sistema que de forma alguma pode ser considerado benéfico a coletividade. Nesse sentido a desconstrução da nossa cultura social é necessária para conseguirmos ampliar o anarquismo não só como um sistema político, mas também como sistema social e cultural, construindo uma nova ordem, justa e humanitária. As ferramentas que encontramos neste parâmetro de luta, muitas vezes tem outros tipos de preocupação, que não se enquadram nas lutas trabalhistas, é o caso do anarco-cristianismo que visa a liberdade espiritual e as muito unidas vertentes: anarca-feminismo e anarca-queer, que trabalham a emancipação sexual e de gênero.
	Outro grupo que trabalha com a desconstrução e que apesar da polêmica que os envolve necessariamente precisa ser citado e aclamado, são as linhas de frente nas manifestações, também chamados de Black Blocs. São formados por grupos de militantes, muitas vezes independentes, que não concordam com o pacifismo e acreditam que a melhor maneira de mostrar as contradiçõesdo sistema é atacando-o com força bruta e destrutiva. Apesar de muitos anarquistas preferirem linhas de ação pacifistas, é preciso lembrar das afirmações de Peter Gelderloos em seu livro “Como a Não-Violência Defende o Estado” que diz, através de apontamentos históricos, o quanto o pacifismo tende a ser machista, racista, elitista e principalmente ineficiente na luta pelo socialismo libertário.
Lei do mais forte
	Muitas vezes ouvimos críticos da anarquia, dizendo que em um estado de socialismo libertário, o que irá imperar é a lei do mais forte. Além dessa visão ser profundamente pessimista em relação ao ser humano, partindo do princípio de Maquiavel que todo ser humano é essencialmente mal, esta afirmação cai novamente em um terrível anacronismo, já que estamos julgando um sistema político futuro através de um sistema político vigente ignorando o fator revolução e demonstra uma falta grotesca de conhecimento sobre o anarquismo. A falta do poder não cria uma completa falta de Estado, o Estado surge minoritariamente, trabalhando em prol dos interesses do povo e de sua segurança, mas dessa vez, gerido e coordenado pelo próprio povo.
	Em “Anarquia, Estado e Utopia” de Robert Nozick, temos um panorama completo de como funcionaria este pequeno estado ao trabalhar pela segurança e liberdade da população em geral, uma união entre pessoas de cada região, em contato com outras regiões para que pudessem fazer existir um estado de segurança e pôr fim a conflitos que possam vir a surgir entre pessoas e comunidades. Mesmo assim, acima de tudo, as respostas da anarquia, são suas bases sempre ligadas no amor, solidariedade e liberdade. Afinal, como dizia Bakunin em seu texto “Da liberdade”: “A liberdade do outro estende a minha ao infinito”. O que nos demonstra uma profunda preocupação dos anarquistas com o bem estar do próximo, algo que deveria ser ensinado e expandido com a educação libertária e revolução anarquista.
Economia na anarquia
	A visão anarquista jamais se prende ao lucro ou ao consumismo. Mesmo assim, por mais que houvesse uma revolução neste exato momento, necessitaríamos de um longo trajeto de mudança para que alcançássemos o patamar ideal anarquista. Neste sentido, optaríamos por buscar a produção do que é necessário e a distribuição amigável e solidária do que nos fosse além. Com as fábricas ocupadas pelos trabalhadores e comunidade, a nova forma de produção aconteceria de maneira prática e descomplicada, a matéria prima não precisaria mais ser comprada, assim como o produto final não seria vendido. É trabalhar pelo bem e não pelo capital.
	No meio agrícola, comunidades seriam incentivadas a iniciar um plantio de seus próprios alimentos para seu auto sustento, então pela primeira vez em sua história a humanidade aprenderia a “dividir o pão” de forma justa e igualitária.
	Com o fim do consumismo exorbitante mantido pelo capitalismo, logo o mercado começaria a também ruim. O homem encontraria sua felicidade na liberdade e nos contatos humanos entre sua espécie, passaríamos por um longo período no anarco-comunismo, até que fossemos regredindo a nossa forma primordial, retornarmos a origem e a natureza, prevalecendo o que é chamado de anarco-primitivismo. Neste ponto não nos importaríamos com formas tecnológicas ou avançadas para nossa comodidade e bem estar, a evolução humana seria tão grandiosa que enfim seriamos carregados de volta ao que se chama paraíso perdido.
	Para que isso tudo ocorra é necessário deixarmos para traz velhos preconceitos e sabermos analisar que o futuro proverá de uma revolução que mudará e transformará nossos conceitos, abandonando os estigmas deixados pelo capitalismo, com a anarquia o ser humano encontra uma nova oportunidade de reconstruir-se e reiniciar suas formas sociais ascendendo as suas origens.

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