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Prática Simulada cível caso 10 BDQ - correção prof Gustavo Bastos

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Aula 9 – Resolução do caso concreto referente a Aula 10 - Prof. Gustavo Bastos Aula 
 
 
 Caso concreto
 
 Você, advogado(a), é procurado por Juarez dos Santos para contestar o pedido constante da petição inicial abaixo, que foi distribuída para a 3ª Vara Cível da Comarca de Salvador do Estado da Bahia.
 Juarez comprova que, na época da realização da doação, os réus eram solventes, possuindo outros imóveis que vieram a alienar para custear o tratamento de saúde de sua mulher, que se encontra em estado terminal de câncer. 
 Informa, ainda, que a escritura de doação foi lavrada e registrada em 28 de agosto de 1999. Outrossim, sua filha, donatária, tem agora 19 anos de idade, embora ainda resida com seus pais.
 
 
 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 LOURIVAL BRAGA, brasileiro, divorciado, publicitário, inscrito no CPF sob o n°441.203,179-1, residente e domiciliado na rua dos Mouros, n° 34, Bairro Copacabana, nesta cidade, pelo seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na rua da Fé n° 13, Centro, nesta cidade, vem a V.Exa. propor 
 
 AÇÃO PAULIANA
 
 pelo rito ordinário, em face de JUAREZ DOS SANTOS, brasileiro, casado, engenheiro e sua esposa LUCIA DOS SANTOS, brasileira, casada, professora, ambos residentes e domiciliados na rua Montevidéu, n° 800, nesta cidade, com fundamento nos artigos 158 e 171 do Código Civil Brasileiro, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 
 
 01) O autor é credor dos réus de prestações de alugueres e encargos da locação dos meses de junho de 1999 a julho de 2000, do imóvel localizado na Rua Tamiarana, n° 666, Méier, nesta cidade, conforme contrato de locação em anexo, onde consta como locatária a empresa Internacional Jorgina Quintanilha.
 
 02) Os réus são fiadores e principais pagadores, sendo assim, devedores solidários com a inquilina, conforme contrato de locação do imóvel.( Doc. )
 
 03) O autor ajuizou em 30 de outubro de 2000, Ação de Execução contra os réus que tramita perante o juízo da 44ª Vara Cível (cópia em anexo), referente aos alugueres e encargos da locação do imóvel do qual foram fiadores, sendo ambos citados no referido feito, no qual não pagaram o débito de R$ 6.765,43 (seis mil, setecentos e sessenta e cinco reais e quarenta e três centavos) e nem ofereceram bens à penhora.
 
 04) O autor, exequente na Ação de Execução da 44ª Vara Cível, constatou quando foi penhorar o único bem imóvel conhecido dos réus, localizado na rua Montevidéu, que o mesmo, para sua surpresa, havia sido doado por ambos, dois meses após a assinatura da fiança, em favor de sua filha menor impúbere Gisele dos Santos, com cláusula de usufruto vitalício em favor dos mesmos, conforme certidão de ônus reais que segue em anexo.
 
 05) Os fiadores réus, agiram assim em fraude contra credor, conforme o art. 158 do Código Civil, pois a escritura de doação feita em favor de sua filha menor impúbere, dois meses após a assinatura do contrato de locação, com cláusula de usufruto vitalício para os mesmos, tem a nítida intenção de não cumprir com o pagamento de suas obrigações de fiadores e devedores da locação em questão, não tendo em nenhum momento comunicado ao locador, credor tal situação.
 
 06) O autor alerta ao nobre julgador que a prestação de fiança pelos réus foi anterior à doação em questão, sendo a mesma portanto nula, sem efeito perante as partes, pois foi feita com a intenção de fraudar o credor locador.
 
 
 07) O artigo 158 do Código Civil Brasileiro é cristalino diante de tal situação.
 
 08) Assim, a pretensão do autor de anular a escritura de doação, está diretamente ligada à norma contida no art. 158 do C.C.B., ou seja, os réus com a doação em questão agiram de má-fé e também em fraude contra credor, que, diante de tal ato, ficou sem a possibilidade de receber seu crédito decorrente da fiança da locação.
 
 Pelo exposto, requer a V. Exa. o seguinte:
 
 a) a citação dos réus, para, querendo, apresentar contestação sob pena de sofrer os efeitos da revelia;
 
 
 b) que seja julgado procedente o pedido e consequentemente anulada a escritura de doação do imóvel em questão;
 
 c) que sejam os réus condenados a arcar com os ônus da sucumbência;
 
 Requer a produção de prova documental e testemunhal, além de todas as outras que se fizerem necessárias no curso do processo.
 
 Dá à causa o valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais).
 
 N. Termos,
 P. Deferimento.
 
 Rio de Janeiro, 01 de abril de 2010
 
 MANOEL DA SILVA
 OAB/RJ N.° 79.957
 
 Sugestão de Gabarito - Prof. Gustavo Bastos Aula 
 
 . ENDEREÇAMENTO: A contestação SEMPRE será dirigida/encaminhada àquele Juízo, em que a ação já está tramitando. Assim:
 
 EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR DO ESTADO DA BAHIA
 
 Processo nº.: ...
 
 . PARTES:
 
 - RÉUS: JUAREZ e LÚCIA, já qualificados ...
 - art. 39, I, do CPC
 
 - AUTOR: LOURIVAL
 
 . nos autos da AÇÃO PAULIANA (ou ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO), que tramita pelo RITO ORDINÁRIO
 
 
 . DAS PRELIMINARES
 
 I- Ausência de Litisconsórcio Passivo Necessário
 
 
 Como a pretensão autoral é a anulação do negócio jurídico supostamente fundado na fraude contra credores entre os réus e sua filha, a Srª. Gisele, obrigatoriamente, também deveria ter figurado no pólo passivo da presente relação processual, como preceitua o art. 47, do CPC. 
 
 Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes, caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
 
 Desta forma, a Srª. Gisele deverá ser incluída no pólo passivo da demanda. (CONSEQUÊNCIA)
 
 . DO MÉRITO
 
 - Da Prejudicial de mérito
 
 - Da Decadência
 
 Levando em consideração que a doação ocorreu em 28 de agosto de 1999, ocasião em que se deu publicidade ao ato, o Autor decaiu do seu direito em 2003, uma vez que na forma do art. 171, II, do Código Civil, o prazo para anulação do negócio jurídico fundado em fraude contra credores é de 4 anos. 
 
 Assim, como a ação foi proposta apenas em abril de 2010, operou-se a decadência, conforme art. 178, II do CC.
 
 
 Desta forma, o processo deve ser extinto com resolução do mérito, como determina o art. 269, IV, do CPC.
 
 . DOS FATOS
 
 
 . DOS FUNDAMENTOS 
 
 I- Requisitos de validade do negóciojurídico – art. 104, CC
 
 II- Descaracterizar a fraude contra credores 
 
 Cumprindo o ônus da impugnação especificada, o aluno deverá abordar como pontos principais:
- Não houve fraude contra credores porque ausentes os elementos “consilium fraudis e “eventus damni”;
 
 - Os réus não agiram com o fim de lesionar possíveis credores, já que eram solventes à época da liberalidade;
 
 - Os réus alienaram seus bens por força de infortúnio (grave moléstia que acometeu a 2ª ré).
 
 . DO PEDIDO
 
 Diante do exposto, requer: 
 
 1º) o acolhimento da preliminar de ausência de litisconsórcio passivo necessário, com a consequente inclusão de Gisele, no pólo passivo da ação;
 
 2º) caso não seja este o entendimento deste juízo, seja pronunciada a decadência extinguindo-se o processo com resolução do mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC;
 
 3º) seja julgado improcedente o pedido autoral;
 
 4º) a condenação do autor ao ônus da sucumbência.
 
 . DAS PROVAS
 
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 332 e seguintes Código de Processo Civil, especialmente a prova de natureza documental e depoimento pessoal do autor.
 
 
 Nestes Termos
 Pede Deferimento
 
 
 Local e data
 
 
 Advogado
 OAB/UF

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