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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO - ICHI HISTÓRIA BACHARELADO TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I DOCENTE JÚLIA SILVEIRA MATOS ACADÊMICO: Cláudia Severo E-MAIL: claudiasevero@live.com MATRÍCULA: 75525 TEXTO 06: DIEHL, Astor Antônio. Os componentes regulativos da pesquisa. In: Diehl, Astor Antônio. Do Método Histórico. Passo Fundo: UPF, 2001. PÁG. IDEIA DO AUTOR REFLEXÃO 36 Questionamentos e problemas históricos relevantes são efetivamente plausíveis se tiverem – em termos de metodologias – suas hipóteses empiricamente fundamentadas. Dessa forma, os questionamentos históricos sistemáticos estão amarrados no stand dos conhecimentos já estabelecidos pela ciência, devendo, a partir daí, ser direcionados para a sua ampliação e aprofundamento. Ampliado será o stand se o questionamento romper os limites das próprias estratégias do saber; aprofundado ele será se o questionamento problematizar os modelos e estratégias do conhecimento que organizamos saberes estabelecidos para impregná-los com sentido históricos coerentes. O pesquisador deve estar sempre atento ao seu problema de pesquisa e a metodologia utilizada para respondê-lo, pois uma pesquisa repetitiva e costumeira trará uma nova perspectiva àquilo que já estudado anteriormente. Pesquisas que abordam novos temas, o estanho, mas aceito pela comunidade científica atribuem novos valores e olhares à ciência. Entretanto, é indispensável que a metodologia utilizada suporte o tema, que haja a ampliação do conhecimento e também o seu aprofundamento. 37 Heurística não é apenas a concepção metodológica sobre aquilo que deve ser sabido. A heurística será, então, o procedimento do buscar as fontes, cuja estrutura e teor de informações devem ser necessários e satisfatórios para a resposta ao questionamento histórico proposto e para a solução do próprio problema histórico. Os três componentes da pesquisa apontados por Diehl são: a heurística, a crítica e a interpretação. A heurística é o primeiro momento da pesquisa em que acontece a delimitação do tema, a problematização e o levantamento de dados, fontes documentais para o estudo. É de profunda importância para os demais momentos da pesquisa, visto que é a partir dela que teremos a ‘solução’ para o problema. 38 Crítica das fontes é o procedimento da pesquisa histórica com o qual se garimpam as informações sobre o passado. Essas informações devem ser testáveis e seguras sobre o que, quando, como e, em determinadas situações, também o porquê de o fato ter ocorrido. Dentro desse processo há uma caracterização em crítica externa e a interna. A primeira, assim como já dito anteriormente por Bloch, examina a autenticidade das fontes de pesquisa – mesmo que haja informações falsas, é importante considera-las, pois expressam aspectos dos fenômenos também -, e a segunda é a que examina a qualidade das fontes, ou seja, a plausibilidade das fontes estudadas e posteriormente, da pesquisa realizada. 41 A crítica de fontes fornece as pedras do fundamento dessa realidade e a interpretação arranja e rearranja estas pedras sobrepostas [...] conforme determinados planos de construção teórica da realidade histórica, ou seja, a interpretação rearranja os fatos conforme as perspectivas orientadoras sobre o passado. Os planos de construção são representações amplas de desenvolvimento do tempo, no qual os fatos vão sendo colocados em sua própria realidade. A consistência que estabelece a interpretação surge sob forma de uma narração, que, por sua vez, cumpre o ato de contar, sendo essa uma condição constitutiva do saber histórico. O último componente segundo Diehl, é a interpretação. Esse componente é no qual há o relacionamento do tempo com os fatos, a união das informações obtidas na heurística e na crítica e dessa forma, tornar-se uma pesquisa plausível.
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