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SAMARA - A leitura crítica do documento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO - ICHI
HISTÓRIA BACHARELADO
TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I
DOCENTE JÚLIA SILVEIRA MATOS
ACADÊMICO: Cláudia Severo 
E-MAIL: claudiasevero@live.com
MATRÍCULA: 75525
TEXTO 08: SAMARA, Eni de Mesquita & TUPY, Ismênia S. Silveira. A leitura crítica do documento. In: História e Documento e Metodologia de Pesquisa. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica 2010. 
	PÁG.
	IDEIA DO AUTOR
	REFLEXÃO
	118
	Os documentos que não utilizam o alfabeto como signo gráfico, isto é, as fotos, os filmes, as músicas, os objetos, as línguas, a memória oral, o anedotário, os discursos, as representações, os hábitos e as práticas, por exemplo, nem por isso, deixam de constituir uma outra forma específica de linguagem. Para serem estudados, porém, todos demandam um prévio e apropriado conhecimento desses diferentes meios de expressão.
	A utilização de outros materiais que não documentos como fontes para a pesquisa de história demonstram a interdisciplinaridade que está ocorrendo com o passar dos anos e as contribuições dela para todas as áreas das ciências. Entretanto, para que a utilização desses documentos seja realizada com sucesso, é necessário conhecimento de técnicas específicas para análise. Além disso, o uso de tecnologia como apoio é possível.
	121
	[...] independentemente da forma como a palavra escrita é registrada, não é possível esquecer que um texto, primeiro e antes de tudo, é a representação física da linguagem. Ora, enquanto veículo de ideias e informações, a linguagem escrita traduz um universo simbólico – uma dimensão abstrata – que abarca signos, símbolos, conteúdos mensagens, sentidos, construção argumentativa, entre outros pressupostos. Sua decodificação impõe, ainda, o conhecimento do contexto muito preciso que o produziu ou fez existir, demanda, por tanto, um trabalho de especialistas ou a crítica da erudição.
	A decodificação deve acontecer para que a identificação do texto seja em diferentes modos: contexto histórico em que foi produzido, relação com o tempo e a sociedade, reconhecimento do autor e, em alguns casos, para quem escreveu.
	123
	Um alerta torna-se aqui necessário quanto aos ruídos que possam comprometer a compreensão da ideia transmitida e analisada nos estudos históricos: o anacronismo. A leitura ou a interpretação de mensagens do passado com os olhos do presente podem levar um pesquisador a comprometer os resultados de todo o seu trabalho.
	Bloch já dissertou sobre o anacronismo em seus textos e nos efeitos desse para o trabalho do historiador. Novamente, aborda-se o mesmo tema com outros autores. O anacronismo propicia a erros críticos, pois é a análise de um documento, um contexto histórico e social com o olhar de outro, com a utilização de valores e juízos completamente diferentes. 
	125
	[...] o estudo da História é uma atividade que não cessa. Da análise do tema selecionado ao confronto com obras de autores diversos que tratam de um mesmo assunto, observa-se o constante refazer das interpretações do passado.
	O conhecimento do passado está me construção e sempre com diferentes perspectivas. 
	128
	Face aos grandes números, os temas se dividem, se subdividem ou, até mesmo, se circunscrevem às instâncias cada vez menores, o que traz o perigo do isolamento progressivo de pesquisas e pesquisadores. O saber histórico se fragmenta. 
	Com as novas fontes de pesquisa, os temas são cada vez mais diversificados e isso gera novas classificações de técnicas e histórias. Entretanto, isso pode acarretar no distanciamento de pesquisas e no conhecimento histórico mais fragmentado.
	131
	Em resumo, além da visualização gráfica de determinadas situações, de acelerar cálculos matemáticos de indicadores, de projetar realidades, de estabelecer crítica textual, quando bem definidos, os seus registros multiplicam o alcance quantitativo e qualitativo de uma pesquisa.
	O computar como ferramenta de trabalho para o historiador fornece muitas vantagens, mas uma das principais é a criação de banco de dados; a acumulação de materiais e conhecimentos, além de é claro, o maior alcance a distintas fontes de pesquisa histórica.
	133
	Reconhece-se, a priori, que a digitalização de todos os documentos encontrados em arquivos públicos e particulares, bem como a possibilidade de seu acesso via internet, deverá constituir enorme ganho de tempo ao trabalho do historiador. [...] Tais iniciativas, ainda que apenas vislumbradas, apontam para uma transformação do próprio ofício do historiador, a saber, uma ênfase maior no trabalho coletivo.
	Com a utilização de banco de dados e a digitalização de documentos, o historiador poupa tempo e possui diversas fontes de pesquisa apenas através da internet. Mas para isso, se faz necessário a atividade de arquivistas e bibliotecários também, para a criação de catálogos que facilitem a busca de determinados documentos. Com toda a contribuição tecnológica, o ofício do historiador é modificado aos poucos – não apenas o dele, mas o de profissionais de outras áreas também.
	135
	Observa-se, porém, que determinados temas, pouco explorados em função do volume de dados exigidos, estão sendo, graças ao auxílio do computador, progressivamente cada vez mais trabalhados. Esse é o caso, por exemplo, dos estudos relativos à dinâmica da população brasileira. 
	A fragmentação do saber histórico é um aspecto negativo da introdução do computador como ferramenta de trabalho para o historiador, porém também é um aspecto positivo já que possibilita a produção de mais estudos sobre determinados temas que antes da sua utilização eram impossibilitados ou dificultados. 
	141
	O impacto da informática em pesquisas históricas traduziu-se, portanto, na introdução de novos métodos e técnicas de trabalho que demandam o constante aprendizado do historiador. Mas não apenas isso. O acesso imediato à informação e a uma linguagem nova, de caráter universal, ao tornar claro o caráter relacional do estudo e ensino da História, trouxe significativos questionamentos na definição do próprio tempo histórico. 
	Com o advento da tecnologia, das novas fontes de pesquisa, novas técnicas e métodos de pesquisa foram introduzidos na história, assim como novos temas de pesquisa. O que acarretou em uma revisão de questionamentos nas definições já estabelecidas.

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