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e agora estão sendo lançados modelos comerciais onde este problema não existe mais. A Philips é uma das empresas que estão à frente neste campo, usando um conjunto de lentes em cima de um LCD tradicional. A Opticality Corporation, um dos desenvolvedores de telas 3D, obteve sucesso capturando conteúdo em 3D através de uma câme- ra estéreo. Com suas duas lentes, ela faz o que antes só era possível com duas ou mais câmeras separadas, o que resultava em demo- rado e custoso processo de pós-produção para juntar as imagens. Com a câmera estéreo, é possível processar 3D em tempo real para eventos ao vivo. A Casio demonstrou um protótipo de telas 3D, para celulares, em 2003 e espera comercializar os primeiros modelos ainda esta década. A Philips não ficou atrás e anunciou que está trabalhando em um chip para levar sua tecnologia LCD 3D para celulares. projetores A evolução estará presente também nos projetores, que são gran- des e pesados porque precisam de lentes e lâmpadas potentes. Com LEDs no lugar das lâmpadas tradicionais, a Explay produziu um projetor de bolso que pode ser ligado a celulares e PDAs, conse- guindo uma projeção diagonal de até um metro. O produto deve ser lançado no mercado em 2008. Além do tamanho, outro problema em projetores é a necessidade de telas brancas e lisas para conseguir uma boa imagem. Por isso inventaram os projetores inteligentes, que atingem boa projeção em praticamente qualquer lugar. Utilizando uma câmera para entender a superfície, o sistema calibra as cores, o foco e a perspectiva da ima- gem pixel por pixel, em tempo real. Dois estudantes graduados da Universidade de Bauhaus, na Alemanha, provaram ser possível con- seguir ótima qualidade em superfícies ruins: os resultados de seus experimentos em paredes com tijolos à mostra, uma estante cheia de livros, uma cortina quadriculada e até em cantos de paredes são 131 • O Marketing depois de amanhã131 • O Marketing depois de amanhã Novos displays • 132 impressionantes. Projetores inteligentes poderão ser úteis para ações no ponto-de-venda, onde espaços lisos e brancos são praticamente inexistentes. a imagem do topo à esquerda mostra o canto da parede com sua textura grosseira. no topo à direita, a projeção sem tratamento. a imagem de baixo à esquerda teve correção de perspectiva e a da direita sofreu correção das cores. Holografia Para quem cresceu assistindo Star Wars como eu, não há nada mais futurista que holografia. Este é um dos motivos pelo qual a atraente loira holográfica da campanha da cerveja Guinness, feita em 40 pubs de Londres, prenderia minha atenção. O produto é da Colour Holographic, empresa inglesa cuja solução holográfica foi usada em campanhas para Nike, Cadbury e Diageo e pôsteres para 131 • O Marketing depois de amanhã131 • O Marketing depois de amanhã Novos displays • 132 divulgar filmes como The Matrix, Harry Potter, Troy e Ocean’s 12. Com holografia e telas 3D, para construir o xadrez jogado por Chewbacca e R2-D2 em Star Wars ou a tela em que Tom Cruise brincava em Minority Report, só faltaria a interatividade. Não falta mais, a IO2 Technology construiu um aparelho que projeta a ima- gem no ar utilizando lasers cujo efeito lembra uma imagem holo- gráfica. O projetor pode ser ligado a qualquer aparelho tradicional, como TV, videocassete, computador, DVD player, videogame etc. O aparelho permite interatividade, ou seja, o espectador pode usar a mão para interferir na imagem, movendo objetos e “clicando” como se estivesse interagindo com uma apresentação daquelas que vemos na Internet. E virão outros sistemas; a Pioneer desenvolveu uma tela 3D com sensores que detectam a posição dos dedos e deixam o espectador manipular os objetos com as mãos. A holografia pode ser usada por chamar bastante atenção, mas seu uso não se limita ao seu glamour tecnológico. A Ford tem feito experiências usando holografias para que seus gerentes e desenvol- vedores possam visualizar melhor os projetos de novos carros. As holografias também servem para testar os novos produtos com con- sumidores sem precisar construir e transportar protótipos, o que economiza tempo e dinheiro. Hypersonic sound Peço licença para fugir um pouco do tema deste capítulo e falar sobre algo realmente revolucionário, que, em conjunto com os no- vos tipos de display, podem mudar bastante a presença no ponto- de-venda. Trata-se de uma maluquice tão grande que a primeira vez que eu li tive certeza de que era mentira, mas depois que o inventor ganhou um prêmio de US$ 500 mil do MIT ficou difícil duvidar do cara. É um alto-falante direcional, ou seja, ao apontá-lo em uma direção, uma pessoa que estiver a mais de 130 metros poderá escutar o som sem distorção e sem perda de volume, como se estivesse escu- tando em um fone de ouvido. Enquanto isso, alguém que estivesse a 133 • O Marketing depois de amanhã133 • O Marketing depois de amanhã Novos displays • 134 apenas um metro desta pessoa não escutaria nada. O HyperSonic Sound (HSS) funciona enviando os sinais sonoros em uma freqüência alta demais para ser detectada pelos ouvidos hu- manos. Como ondas de alta freqüência são bem direcionais, elas for- mam uma espécie de coluna de som invisível. Quando estas ondas sonoras batem em objetos sólidos (como nosso crânio ou uma pa- rede), elas criam padrões de interferência, gerando um sinal audível. E por isso, a sensação é parecida com a de escutar através de fones de ouvido. A graça é que, por ser direcional, só escuta quem está na mira do emissor, como se tivesse um anjinho ou um diabinho nos ombros falando diretamente nos seus ouvidos. O maluco que conseguiu transformar o HSS em um produto fac- tível chama-se Elwood (Woody) Norris, cuja lista de invenções vale uma pesquisa detalhada no Google. Ele investiu dez anos e dezenas de milhões de dólares para obter sucesso nessa tecnologia, mas pa- rece que vai ter retorno. As forças armadas norte-americanas estão testando um sistema para uma arma não-letal que, ao emitir um sinal sonoro cerca de 50 vezes acima do considerado aceitável para os humanos, causa enxaquecas, náuseas e até diarréia espontânea no oponente, mesmo a uma distância de 400 metros. Com o HSS, uma ambulância poderia incomodar somente os car- ros que estivessem à sua frente. O aparelho de TV poderia ter um sistema home theater sem precisar das caixas traseiras e poderíamos ver o vídeo no avião sem fone de ouvido e sem acordar o cara que está babando do nosso lado. Museus podem usar o som direcio- nal, permitindo que cada peça tenha sua explicação sem deixar o ambiente barulhento como uma pizzaria. As lojas podem ter uma música ambiente para cada corner, e supermercados podem ter um áudio para cada corredor ou até mesmo para cada produto. A Sharp produziu um LCD capaz de mostrar simultaneamente duas imagens diferentes. Posicionado na entrada de algum local, o LCD poderia proporcionar uma imagem para quem está entrando e outra dife- rente para quem está saindo. Utilizando o HSS, o sistema poderia também prover um áudio diferente para cada imagem. Enfim, a va- 133 • O Marketing depois de amanhã133 • O Marketing depois de amanhã Novos displays • 134 riedade de usos é tão imensa que seria pedante tentar descrever as mais úteis. No começo deste capítulo falei sobre interface entre humanos e computadores. Com a evolução do reconhecimento de imagem e outras tecnologias, será viável interagir com o HSS e todos os tipos de display, inclusive os que ainda não foram inventados. 135 • O Marketing depois de amanhã135 • O Marketing depois de amanhã Novas formas de pagamento • 136 135 • O Marketing depois de amanhã135 • O Marketing depois de amanhã Novas formas de pagamento • 136 Capítulo 8 novas formas de pagamento No livro O Futuro do Dinheiro na Idade da Informação70,