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1 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. CAP. 44 ARTRITE REUMATÓIDE, OSTEOARTRITE E FIBROMIALGIA Glossário Glossário Glossário Alodínia – Dor em resposta a estímulos que habitualmente não são dolorosos. Conservação de energia – Alternância entre períodos de atividade física e repouso que resulta em aumento da atividade física (Cordery & Rocchi, 1998). Crepitação – Som ou sensação de estalo ou atrito durante mobilização articular ou tendinosa. Defasagem – Diferença pela subtração do valor de amplitude de movimento ativo do valor de amplitude do movimento passivo, mensurada em graus. Diário de atividades diárias – Registro diário de experiências ou impressões por parte do paciente à medida que ocorram. Hiperalgesia – Aumento da resposta a estímulos dolorosos. Nódulos reumatoides – Abaulamentos firmes, em geral não dolorosos e de tamanhos variados encontrados em pacientes com AR. Eles podem ser encontrados em regiões que são submetidas a traumas mecânicos (por exemplo, cotovelos, calcanhares e mãos) e sobre os tendões flexores dos dedos. Proteção articular – Métodos para reduzir estresses externos aplicados sobre articulações comprometidas. Rigidez matinal – Queixa subjetiva de falta de mobilidade articular, localizada ou generalizada, ao despertar. Esse é um indicador não específico de inflamação na artrite reumatoide (AR); a duração é diretamente proporcional à severidade do processo inflamatório. As queixas variam de duração de menos de uma hora até muitas horas. Os pacientes com osteoartrite (OA) também podem se queixar de rigidez matinal, mas essa tende a ser mais branda e breve. Embora mais de 100 doenças reumáticas tenham sido identificadas, esse capítulo aborda a artrite reumatoide (AR) e a osteoartrose (OA) porque essas são as doenças reumáticas mais comuns encontradas em um serviço de terapia ocupacional. Ambas podem ser incapacitantes, e ambas requerem tratamento que permita otimizar o funcionamento ocupacional ótimo. Outras doenças reumáticas podem apresentar sintomas semelhantes aos da AR ou da OA, e os princípios de tratamento utilizados para essas duas doenças, podem ser aplicados quando nos deparamos com uma das outras. Cada doença reumática, porém, apresenta características únicas e os terapeutas precisam abordar todas elas. Esse capítulo também discute brevemente a fibromialgia (FM). A fibromialgia é uma síndrome complexa que comumente apresenta características físicas e psicológicas multidimensionais. Os melhores resultados de tratamento parecem ser alcançados quando se utiliza a abordagem multidisciplinar para controle dos diferentes aspectos dessa condição (Goldenberg, Burckhardt & Crofford, 2004). ARTRITE REUMATOIDE 2 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica inflamatória que afeta as articulações e pode afetar também importantes órgãos como olhos, pele, pulmões, coração, sistema gastrintestinal, rins, sistema nervoso ou sangue. Sintomas comuns são dor poliarticular simétrica e edema na fase aguda, rigidez matinal (com duração de mais de 2 horas), mal-estar e fadiga. Surto e remissão são comuns no curso da doença, variando desde uma doença autolimitada até doença severa crônica. As estimativas de prevalência variam de 0,3% a 1% da população adulta, sendo a AR mais 2,5 vezes frequente em mulheres e comumente mais observada em mulheres entre 40 e 50 anos de idade (Gornisiewicz & Moreland, 2001; Goronzy & Weyand, 2001). A etiologia da AR permanece desconhecida e provavelmente é de natureza multifatorial, incluindo fatores genéticos e exposição à fatores ambientais desconhecidos. As articulações mais comumente afetadas são os punhos, IFP, MCF, cotovelo, MTF e ATM, embora outras articulações possam ser afetadas (Gornisiewicz & Moreland, 2001). OSTEOARTROSE Osteoartrose (OA), de etiologia ainda desconhecida, é considerada atualmente como sendo um grupo de doenças em que fatores biomédicos, biomecânicos e genéticos exercem papel importante (Lozada & Altman, 2001). Comumente, uma perda gradativa de cartilagem articular pode ser observada em combinação com o espessamento do osso subcondral, áreas de crescimento ósseo nas margens articulares, e discreta inflamação sinovial crônica inespecífica (Hochberg, 2001). Carga biomecânica excessiva, que pode ocorrer após traumatismo à articulação, ou sobre a cartilagem ou o osso intacto, ou ambos, pode levar ao desgaste da cartilagem. Carga por impacto repetitivo, como observado em atividades laborais ou de lazer podem provocar problemas articulares. As articulações mais comumente afetadas são os joelhos, quadris, articulações interfalangeanas, primeira articulação CMC e coluna vertebral, embora outras articulações possam ser afetadas. Sintomas comuns são inchaço articular acompanhado algumas vezes por crepitação, limitação do movimento, dor após o uso que se alivia com repouso com progressão para dor ao repouso e à noite. A rigidez matinal nas articulações afetadas tem duração menor que 30 minutos (Lozada & Altman, 2001). Um terço das pessoas com 65 anos ou mais apresenta OA. Antes dos 50 anos, os homens são mais prováveis de desenvolver OA, mas após os 50 anos, a OA é mais prevalente em mulheres. O diagnóstico é baseado na história, no exame físico, e nos achados radiológicos como redução dos espaços articulares, esclerose óssea, osteófitos marginais e remodelamento ósseo (Hochberg, 2001). Avaliação (AR e OA) Em resposta a uma solicitação de atendimento, o terapeuta ocupacional deve rever o prontuário do paciente, observar e entrevistá-lo quanto ao funcionamento ocupacional, e pode aplicar testes de investigação para determinar se o encaminhamento para a terapia é apropriado. Um paciente cujos riscos afetam o desempenho ocupacional por causa de dor, fadiga, perda de amplitude de força, resistência, ou amplitude de movimento (ADM); alterações no ambiente como o suporte social; ou perda de habilidades de adaptação ou cujas funções podem ser melhoradas, certamente se beneficiará da terapia ocupacional (Backman, 1998; Feinberg & Trombly, 1995). A avaliação é iniciada com a obtenção de um perfil ocupacional através de entrevista para conhecer a história de um dia típico do paciente. Essa entrevista para a história ocupacional pode trazer informação sobre diferentes áreas. Por exemplo, pode fornecer informação sobre o equilíbrio entre atividade e repouso, o significado e a importância de diferentes ocupações, suporte ambiental e social, e/ou barreiras ao desempenho e efeitos de fatores do paciente sobre o desempenho, o ajuste à incapacidade, e a sensação de autoeficácia. Também permite que o terapeuta conheça a perspectiva do paciente quanto ao desempenho ocupacional em relação à severidade do comprometimento físico. A partir do perfil ocupacional, o terapeuta obtém informação sobre ocupações importantes para o paciente e começa a fornecer informação sobre o comprometimento e aspectos do contexto que afetam o desempenho dessas ocupações. Isso irá facilitar o estabelecimento das metas ocupacionais pelo paciente por meio de um instrumento como a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional, para determinar que áreas do funcionamento ocupacional são importantes para a pessoa e que estão em risco ou já comprometidas (Backman, 1998; Law et al., 1994). À medida que as metas ocupacionais iniciais são identificadas pelo paciente, todos os aspectos subsequentes da avaliação ficam relacionados a descobrir se déficit ocupacionais funcionais ou comprometimentos mais complexos existem. Avaliação do funcionamento ocupacional e do contextode desempenho, pode incluir avaliação de AVD específicas e análise do ambiente, incluindo suporte social e questões de arquitetura, para determinar a influência do ambiente sobre a capacidade de funcionar do paciente (Backman, 1998). Medidas comuns de avaliação de comprometimento das capacidades podem incluir, mas não se limitam a avaliação de amplitude de movimento, teste de força, e exame das deformidades da mão, dor, fadiga, e condição psicossocial. Avaliação sensorial pode ser realizada se o comprometimento sistêmico, leva o paciente a fazer queixas que indicam polineuropatias ou compressão nervosa. 3 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Fatores Psicossociais a Considerar antes do Estabelecimento de Metas Para identificar as metas do paciente, o terapeuta precisa reconhecer a resposta do paciente a aspectos do comprometimento que a doença lhe impõe. Isso ajuda a estabelecer o programa de tratamento. Por exemplo, uma pessoa que reconhece que o diagnóstico está correto e que compreende e aceita as consequências do processo da doença, pode estabelecer metas que possam ser aplicadas imediatamente, como encontrar equipamento adequado para continuar a trabalhar. Uma pessoa pode não aceitar o diagnóstico, e por isso, negar a existência de qualquer problema e, acreditar que a normalidade irá retornar em breve, e sentir que depender de outras pessoas é uma situação adequada. Se os pacientes estão transitoriamente deprimidos ou zangados por ter a doença, o terapeuta pode ser tentado a reduzir o comprometimento com mais agressividade, ou o paciente pode buscar métodos alternativos de tratamento. Objetivos claros e alcançáveis estabelecidos em conjunto com o paciente nesse momento, podem ser significativos para ajudá-lo a manter a participação em ocupações significativas. Alcançar sucesso nos objetivos do tratamento, mesmo que sejam pequenos ganhos, é importante para esses pacientes. Dubouloz et al. (2004) se preocuparam com a dificuldade de pacientes com AR em utilizar estratégias de busca por ajuda recomendadas pela terapia ocupacional, como aderir a um grupo de suporte ou controlar o ritmo das atividades, o que em geral está associado a perspectivas significativas (ou seja, crenças pessoais, valores, sentimentos e conhecimento) que são identificadas como empecilhos para mudanças. Tem sido sugerido que essas barreiras podem ser ultrapassadas por meio de um processo de transformação das perspectivas significativas. Após seu estudo para determinar as perspectivas significativas para mulheres com AR, eles concluíram que os profissionais deveriam encorajar a autorreflexão do paciente durante as consultas, para orientar a descoberta de perspectivas significativas e a importância da modificação de perspectivas significativas para cada. Por exemplo, se o terapeuta pergunta o que a doença significa para o paciente, e o paciente responde “Essa doença me fez desistir de quase todos os meus relacionamentos sociais”, então essa perspectiva significativa da doença serve de ponto de partida para a compreensão do impacto que a doença exerce sobre o equilíbrio ocupacional. Esse tipo de discussão poderia levar eventualmente a uma transformação dessa perspectiva, de modo que o paciente venha a aderir ao tratamento de terapia ocupacional (por exemplo, “essa doença me fez diminuir o ritmo de minhas atividades, e agora eu posso almoçar com meus amigos, embora não com frequência”) como resultado do reconhecimento de uma modificação desejada no equilíbrio ocupacional. Dubouloz et al.(2004) sugerem que mais pesquisas são necessárias nessa área, para o desenvolvimento de um modelo para que os terapeutas ocupacionais (e outros profissionais) possam tomar decisões adequadas. O terapeuta deve trabalhar com o paciente para examinar todas as atividades e determinar quais são as mais importantes para essa pessoa. O paciente é encorajado a decidir quais atividades podem ser eliminadas ou realizadas de modo diferente. A habilidade do terapeuta para ajudar os pacientes a reconhecer o valor dos dispositivos de assistência ou modos alternativos de desempenho em geral, é necessária para facilitar a modificação do estilo de vida, porque alguns dispositivos ou métodos de desempenho podem alimentar uma sensação de incapacidade que não se encaixa na imagem corporal da pessoa. Muletas, bengalas e órteses para a mão são os melhores exemplos. As pessoas, e mesmo alguns profissionais da saúde, sentem dificuldade em utilizar esse tipo de dispositivo porque eles denotam uma imagem corporal negativa apesar de representarem vantagens para prolongar a marcha e o uso funcional da mão. Alternativas que podem incluir a troca de emprego (ou profissão), também podem necessitar de aconselhamento significativo para permitir que o paciente reconheça as vantagens da mudança. Por exemplo, se o trabalho do paciente requer muito tempo em pé e levantamento de peso e não existe alternativa disponível, o mesmo emprego orientação vocacional pode estar indicada para buscar outras oportunidades de trabalho que não resultem em tanto estresse articular. Autocuidado e Atividades Instrumentais de Vida Diária Atividades remanescentes necessárias para viver com independência na comunidade, incluem habilidades para o autocuidado e atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Os pacientes nem sempre consegue identificar essas habilidades como as mais importantes metas de desempenho ocupacional, porque eles presumem que alguém estará lá para realizar essas tarefas para eles. Nem sempre, porém, é possível conseguir assistência, e de fato, pode ser inconveniente buscar ajuda. Por isso, muitos pacientes podem ser orientados a realizar essas tarefas como parte de suas metas. Backman (1998) descreveu instrumentos de AVD e AIVD para o trabalho do terapeuta ocupacional com pacientes de artrite reumatoide. Observação das habilidades é importante para avaliar como a pessoa realiza as tarefas. Métodos de proteção articular são utilizados? A pessoa agrava seus comprometimentos enquanto realiza as tarefas? Técnicas de conservação de energia são utilizadas? Equipamento de adaptação é utilizado? É importante perguntar as pessoas com que frequência essas tarefas são realizadas e quando a assistência é solicitada. Embora o paciente possa responder as perguntas acerca do autocuidado de modo idealizado durante a entrevista, depende do terapeuta buscar a acurácia da informação obtida. Por exemplo, considere o exemplo a seguir: “Você consegue se vestir sozinho?” “Sim.” “Você se vestiu sozinho hoje pela manhã antes de vir para a clínica?” “Não porque eu estava com pressa de chegar aqui.” 4 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. “Você se vestiu sozinho ontem?” “Não, porque já estava tarde e nós tínhamos que chegar à igreja a tempo.” “Você se vestiu sozinho na semana passada?” “Sim.” “Na semana passada, quantas vezes você se vestiu sozinho?” “Provavelmente uma ou duas vezes porque eu senti muita rigidez matinal e dor. Além disso, minha filha estava em casa para me ajudar.” O leitor pode observar como fazer a pergunta correta é importante para identificar problemas que podem necessitar de mais atenção. Nos pacientes hospitalizados, todo o autocuidado matinal pode ser observado. O terapeuta, porém, pode ter o primeiro contato com o paciente em um ambulatório. Nesse caso, a observação das atividades de cuidado pessoal pode não ser viável. O uso de um questionário autoadministrado pode economizar tempo em uma avaliação abrangente. O Questionário de Avaliação de Atividades Diárias(Nordenskiold, Grimby e Dahlin-Ivanoff, 1998) foi testado em mulherescom AR na Suécia. É um instrumento com 102 ítens que solicita ao respondente que indique o grau de dificuldade em diferentes tarefas. O terapeuta utiliza um processo de pontuação para verificar mudanças à medida que a função melhora com o uso de dispositivos de assistência. Para pacientes que trabalham, existem diferentes entrevistas e ferramentas que não são específicas para artrites (Backman, 1998). Esses instrumentos podem ser utilizados, mas o avaliador precisa dedicar especial atenção às características articulares e sistêmicas única dessas doenças, à medida que conduz a avaliação. A pessoa pode ser capaz de realizar as tarefas, mas a repetição e o esforço realizados durante os testes, podem não desencadear os mesmos problemas que surgem após um turno de 8 horas de trabalho. Uma alternativa para observar as atividades instrumentais de vida diária (AIVD) quando o tempo para a avaliação é curto, é simular áreas básicas que possam estar com problemas. Por exemplo, se os pacientes dizem que não conseguem alcançar e guardar objetos em armários acima da bancada da pia da cozinha, fazer a pessoa levantar um objeto com peso semelhante na clínica de terapia ocupacional pode demonstrar se o problema é força de preensão, ADM de ombro, fadiga ou fraqueza. Uma área de AVD que muitas vezes é desprezada é a expressão sexual. Essa área pode ser problemática para a pessoa com artrite por causa de dor, desconforto, fadiga, ADM limitada e outros fatores físicos limitantes. Pode ser desconfortável para o paciente discutir esse assunto como parte das AVD. Os terapeutas precisam ser compreensivos em relação à cultura do paciente ao se referir a esse aspecto da AVD, mas esse tópico deve ser abordado para permitir que o paciente discuta os problemas nessa área (Majerovitz & Revenson, 1994). Se os problemas de expressão sexual estão relacionados com aspectos não pertinentes à doença, então um encaminhamento para um psicólogo pode ser indicado. Ao entrevistar os pacientes quanto a problemas de expressão sexual, a abordagem é semelhante aquela empregada para outros aspectos de AVD: pergunte se o problema é incapacidade para realizar a atividade; comprometimento de uma área de capacidade; ou se deve a fatores contextuais ou ambientais. De acordo com os fatores que representam problemas, forneça o tratamento adequado. Amplitude de Movimento Observação e mensuração da ADM ativa de membro superior a partir da posição ereta, dão ao examinador informação acerca da ADM funcional de que o paciente dispõe para o funcionamento ocupacional (consulte Capítulo 5). A dor, em geral, é uma razão para limitação da ADM ativa na artrite, mas a ADM pode estar limitada por causa de fraqueza, contraturas, ou desarranjos articulares. As imagens radiológicas que mostram osteófitos, erosões, estreitamento do espaço articular, e outros problemas esqueléticos, descartam fortalecimento com finalidade de limitar a mensuração nessas áreas de preocupação. Força Testar a força de grupos musculares de áreas afetadas com o paciente em pé fornece informação sobre a função (Capítulo 5). Por exemplo, o paciente que flexiona ativamente o ombro a 60º e vence resistência moderada sem dor, provavelmente será capaz de levantar um prato leve e colocar em uma prateleira baixa acima do nível da bancada. Testar a resistência nos movimentos articulares também permite que o examinador registre se a dor limita a intensidade da resistência vencida. É importante utilizar princípios de proteção articular, ao aplicar resistência às articulações no extremo de ADM ativo, observar a face do pacientes em busca de sinais de dor, e caso ocorram, interromper imediatamente. Do contrário, o paciente sentirá mais dor que o habitual após a sessão de avaliação. A força na mão pode ser testada com dispositivos para garra e para pinça (consulte Capítulo 5). O dinamômetro de Jamar é um instrumento comumente utilizado para mensurar a garra. Embora o metal do dinamômetro possa incomodar alguns pacientes que apresentam deformidade e dor, ainda assim, esse é instrumento útil, já que a maioria dos objetos utilizados diariamente também não é flexível. Se, porém, o paciente tem força de garra menor do que 2,2 kg, o dinamômetro de Jamar não fornece medida acurada de diferença de força como resultado do tratamento. Nesse caso, outras ferramentas, como um esfignomanômetro adaptado ou dispositivo semelhante, (Nordenskiold & Grimby, 1993) mostram pequenas mudanças causadas pelo tratamento. Dispositivos padronizados para mensuração da pinça podem ser utilizados nesses pacientes, embora, o método padronizado proposto por Mathiowetz et al. (1985) não 5 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. possa ser sempre aplicado a pacientes com AR por causa de deformidades significativas do polegar e demais dedos, o que impede a aplicação dos valores de referência. Mesmo que os valores de referência não sejam aplicáveis para comparação, podem ser úteis para descrever a realização da pinça, por exemplo, “a polpa do polegar é pressionada contra a falange proximal do dedo indicador por causa da limitação da abdução do polegar.” Embora o movimento possa ser acompanhado por desvio ulnar da segunda MCF, o movimento ainda é útil para segurar ativamente um pequeno objeto. Esses mecanismos compensatórios utilizados pelos pacientes com deformidades severas precisam ser avaliados, especialmente quando a cirurgia para melhorar a função da mão está sendo considerada. Alguns pacientes com AR severa apresentam força de pinça maior do que a força de garra disponível. Avaliação da Mão Apesar de diferentes instrumentos de avaliação da função da mão, Backman e Mackie (1995) e van Lankveld, Graff e van Pad Bosch (1999) desenvolveram instrumentos especialmente para essa população. Outros instrumentos não desenhados para essa população podem ser úteis em algumas situações (Backman, 1998). Instrumentos padronizados de avaliação da mão são úteis como medidas de referência, para um tratamento que pretende demonstrar mudanças na função da mão ou orientar a tomada de decisão quanto à cirurgia eletiva da mesma. Resistência Na artrite, especialmente na AR, a capacidade de manutenção do movimento funcional pode estar limitada pela fadiga, fraqueza ou dor. Medidas de autoavaliação da capacidade de manter o desempenho funcional são úteis para determinar como a fadiga interfere nas ocupações significativas. Se o paciente necessita descansar um dia inteiro porque as atividades do dia anterior causaram fadiga e ou aumento da dor, as atividades prolongadas precisam ser reorganizadas para permitir a participação na ocupação preferida. Isso é discutido na seção sobre o controle da fadiga. Dor A dor pode ser mensurada durante o exame articular e/ou durante o desempenho de ocupações. Em alguns momentos, conhecimento sobre a localização da dor, a severidade e o momento do dia pode ser útil, especialmente se o tratamento pretende modificar algum desses parâmetros da dor. A escala visual análoga para a dor foi determinada como um instrumento simples e confiável para mensurá-la (Huskisson, 1974) (consulte Capítulo 5). Deformidades de Mão e Punho É útil registrar as deformidades de mão e punho para determinar o melhor curso de ação para o tratamento, de modo a permitir o desempenho ocupacional. Para cada articulação do punho e da mão, os seguintes problemas devem ser investigados e registrados: (1) edema, calor, e/ou rubor (sinais cardinais de inflamação); (2) dor; (3) subluxação ou luxação; (4) crepitação; (5) ruptura de tendão; e (6) nódulos reumatoides. Na OA, deformidades comuns de mão incluem esporões dorsolaterais e dorsomediais nas IFD do 2º ao 5º dedos, queem geral se desenvolvem lentamente e recebem o nome de nódulo de Heberden. Os nódulos de Heberden são 10 vezes mais prevalentes em mulheres. Alargamento semelhante observado nas IFP do 2º ao 5º dedos recebe o nome de nódulo de Bouchard. Quando a primeira articulação CMC é afetada, edema e dor na base do metacarpo e aspecto quadrangular da mão estão presentes, o que é evidência de subluxação dessa articulação (Brandt & Slemenda, 1993). Pinças de precisão e força estão em maior risco quando a primeira MCM está significativamente afetada. Em uma revisão de 99 pacientes com OA de mão, mais da metade apresentavam perda funcional. Quase metade dos 99 tinha história concomitante de OA de joelho (Altman et al., 1990). McFarlane et al. (1990) observaram, ao acompanhar 32 pacientes com osteoartrite de mão por um ano desde a admissão, que os osteófitos, especialmente os de crescimento rápido, causavam dor. Quanto mais lento o crescimento, menor o comprometimento articular. As deformidades encontradas na AR são complexas. A descrição a seguir das deformidades comuns e de como se desenvolvem irá permitir que os terapeutas apliquem as técnicas adequadas como órteses de mão, técnicas de proteção articular, e/ou programas de orientação ao paciente, que desfaçam mitos e aumentem a compreensão da pessoa sobre as causas da deformidade. Deformidades do Punho Estima-se que 95% das pessoas com AR persistente desenvolvam comprometimentos bilaterais de punho (Wilson, 1986). Três processos patológicos que podem levar ao desenvolvimento de deformidades são degradação da cartilagem, observada precocemente muitas vezes na AR, sinovite com erosão e lassidão ligamentar. A degradação da cartilagem pode causar erosão óssea e pode levar à ruptura de tendões, especialmente dos tendões extensores dos dedos mediais ou do flexor longo do polegar (Shapiro, 1996). Mesmo sem erosão, a expansão sinovial pode levar à subluxação volar da fileira proximal do carpo, o que é observado em 80% dos casos de AR, nos Estados Unidos. O novo posicionamento dos ossos do carpo pode desencadear dor. Se a pressão intercarpal aumenta durante movimentos 6 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. de garra, a dor aumenta proporcionalmente, levando ao desejo de reduzir a força de garra para redução da dor (Shapiro, 1996). Ambas, a perda da cartilagem e a sinovite, podem levar à lassidão ligamentar a um maior desarranjo do carpo com instabilidade do punho, o que pode levar ao desvio radial do carpo sobre o rádio (Taliesnik, 1989). Mesmo se a destruição sinovial for interrompida antes da instalação de deformidade significativa, pode ocorrer anquilose fibrosa de algumas superfícies articulares do carpo. A erosão sinovial que prolifera e causa destruição articular massiva, incluindo qualquer combinação de rupturas tendinosas e desarranjo articular, pode levar a um punho fraco (Shapiro, 1996). Deformidades das Articulações Metacarpofalangeanas Embora o desvio ulnar das articulações metacarpofalangeanas (MCF) seja incomum nos estágios iniciais da AR, Wilson (1986) relata que 45% dos pacientes cuja doença persistia por mais de 5 anos apresentavam esse tipo de deformidade. O desvio ulnar é uma combinação do desvio da base da falange em relação à cabeça do metatarso e uma inclinação lateral da falange sobre o metacarpo (Wilson, 1996) (Fig. 44-1). Wilson sugere que os fatores a seguir contribuam para essa deformidade: 1.Sinovite na articulação MCF alongando os ligamentos colaterais radiais, mais fracos do que seus opostos ligamentos ulnares. 2.Quando a sinovite cede, os tendões extensores migram em sentido ulnar caindo eventualmente nos espaços entre as cabeças dos metacarpos. 3.À medida que os dedos sofrem flexão, os tendões flexores puxam os dedos mediais sem oposição dos ligamentos colaterais radiais enfraquecidos. 4.Contraturas dos músculos intrínsecos causadas por espasmo reflexo protetor do músculo, em consequência da sinovite, contribuem para subluxação volar da MCF. Isso quebra o equilíbrio entre a placa palmar, as faixas sagitais, o ligamento metacárpico transverso e os ligamentos colaterais. 5.Quando a sinovite do punho causa desvio radial do punho, a dinâmica dos tendões flexores dos dedos muda, uma vez que eles cruzam as articulações MCF produzindo força ulnar. 6.Perda da cartilagem articular MCF e erosão óssea levando a subluxação volar, tração dos flexores dos dedos em sentido ulnar durante a flexão. 7.Tenossinovite flexora também pode levar à subluxação volar da articulação MCF. Os ligamentos colaterais da articulação MCF habitualmente ficam tensos durante a flexão. Por isso, uma lassidão ligamentar não esperada do ligamento colateral radial nessa articulação pode ser avaliada posicionando cada articulação MCF do paciente em flexão passiva completa. Cada dedo então é empurrado em direção a ulna. Na mão saudável, o dedo faz pouco ou nenhum deslocamento no sentido ulnar. Se o ligamento colateral radial estiver estirado, o dedo pode ser facilmente deslocado em sentido ulnar. Quando e se as articulações MCF se tornam fixadas em flexão por causa da doença, a crista mediopalmar pode ficar úmida e macerada pela falta de exposição ao ar. Essa situação pode ser acompanhada por um odor fétido, porque se torna difícil para a pessoa fazer a limpeza da mão; por isso, paciente, terapeuta e médicos precisam estar atentos para prevenir essa deformidade. 7 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Figura 44-1 Desvio ulnar e subluxação. (Reimpresso com permissão de slides da Coleção de Slides para Ensino da Artrite Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão da Faculdade Americana de Reumatologia). Figura 44-2 Deformidade em pescoço de cisne: hiperextensão de IFP com flexão de IFD. (Reimpresso da Coleção de Slides para Ensino da Artrite Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão do Colégio Americano de Reumatologia). Deformidades das Articulações Interfalangeanas Deformidades em pescoço de cisne e em botoeira são as deformidades dos dedos mais comuns (Rizio & Belsky, 1996) (Figs. 44-2 e 44-3). Sinovite prolongada da articulação IFP pode se espalhar no sentido proximal sob a faixa extensora central, que se torna frágil e por entre os tendões dos músculos intrínsecos e extensores. Quando a faixa central e as faixas laterais são estiradas, elas deslizam em sentido palmar, e assim se instala a deformidade em botoeira (Rizio & Belsky, 1996; Wilson, 1996). Nalebuff (1984) descreveu três estágios para a deformidade em botoeira. Estágio I exibe apenas uma discreta defasagem extensora, e discreta perda da flexão IFD ocorre. Uma deformidade em flexão de IFP a 40º é considerada estágio II. No estágio III, a articulação IFP apresenta deformidade em flexão fixada. Se a sinovite inicial é ântero-lateral pode ocorrer estiramento do ligamento transverso, fazendo que o feixe lateral migre em sentido dorsal, resultando em hiperextensão de IFP ou deformidade em pescoço de cisne. Os feixes laterais nessa posição, impedem o deslocamento volar e lateral habitual que permite a flexão da IFP. Com a progressão da sinovite ocorre erosão articular e, por fim, destruição com aderência fibrosa articular ou anquilose óssea (Wilson, 1986). A deformidade em pescoço de cisne pode também ser causada pelo efeito destrutivo da sinovite originária de qualquer uma das três articulações dos dedos (Rizio & Belsky, 1996). A alteração da função em pacientes com 8 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. deformidade em pescoço de cisne, é causadadiretamente pela perda de flexibilidade na articulação IFP (Rizio & Belsky, 1996). Quatro tipos de deformidade em pescoço de cisne foram descritas (Wilson, 1986). A deformidade do tipo I é caracterizada por flexibilidade completa da articulação IFP. Os pacientes se queixam de travamento ocasional da articulação e problemas para iniciar a flexão de IFP. O tipo II apresenta IFP flexível quando a MCF está flexionada, mas quando a MCF está em extensão, existe limitação da flexão da IFP. Quando ocorre perda significativa de movimento na IFP, a deformidade é classificada com de tipo III. No tipo IV, existe destruição intra-articular e limitação do movimento. Figura 44-3 Deformidade em botoeira: flexão de IFP com hiperextensão de IFD. (Reimpresso com permissão de Feinberg, J.R. [1992]. Efeito do profissional de saúde sobre a adesão ao uso de órteses de repouso para a mão por pacientes com artrite reumatoide. Arthritis Care Research,5, 17-23). Deformidades do Polegar A descrição de Nalebuff (1984) de quatro tipos comuns de deformidades do polegar cria uma codificação para problemas complexos. O tipo I, ou deformidade em botoeira, é o mais comum e é caracterizado por flexão de MCF e hiperextensão de IF (Fig. 44-4). Isso ocorre usualmente quando a sinovite da MCF estira o aparelho extensor, incluindo a cápsula dorsal, tendão do extensor curto do polegar e o capuz dorsal. Isso resulta em flexão de MCF; também pode ocorrer subluxação volar dessa articulação. O estiramento do tendão do extensor curto do polegar, permite seu deslocamento em sentido ulnar e palmar. O tipo II inicia na articulação carpometacárpica (CMC) e resulta em flexão e adução de MCF e hiperextensão de IF. Esse tipo é menos comum. O tipo III, ou deformidade em pescoço de cisne, é o tipo mais comum; é caracterizado por hiperextensão e adução da articulação MCF e flexão da articulação IF. A origem dessa deformidade é a sinovite da articulação CMC (Stein & Terrono, 1996). Três outros tipos de deformidade são reconhecidos e classificados (Stein & Terrono, 1996). A mais comum dessas deformidades é do tipo IV, deformidade em dedo de couteiro. É caracterizada por adução de MCF e instabilidade lateral do MCP e é resultado de desequilíbrio do ligamento colateral ulnar. À medida que a falange proximal desvia em sentido radial na articulação MCF, o primeiro MCP assume uma posição em adução, e o espaço interósseo diminui. O tipo V consiste em hiperextensão do MCP e flexão IF. O primeiro MCP nem sempre está aduzido e a articulação CMC habitualmente não é afetada. A causa inicial é instabilidade ou enfraquecimento da placa volar na articulação MCF. O tipo VI consiste em colapso esquelético evidente e perda de substância óssea denominada artrite mutilante; o polegar se encurta e se torna instável e a pele parece ser excessiva em relação ao esqueleto subjacente. Em geral está associada à deformidade semelhante em outros dedos. 9 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Figura 44-4 Deformidade do polegar do tipo I de Nalebuff. (Reimpresso da Coleção de Slides para Ensino da Artrite Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão da Faculdade Americana de Reumatologia). Tratamento (AR e OA) O tratamento aborda os problemas identificados pela avaliação e é orientado pela manifestação da doença, pela capacidade de adaptação do paciente à progressão da doença, e as limitações identificadas por ele no funcionamento ocupacional. A compreensão sobre o papel das forças biomecânicas alteradas sobre as articulações, os aspectos sistêmicos e a progressão da artrite reumatoide, e o nível de engajamento em ocupação significativa orienta o tratamento de terapia ocupacional. O tratamento para a AR varia à medida que a doença progride da fase aguda (caracterizada pela inflamação e proliferação sinovial e sintomas sistêmicos como dor e febre) para a fase subaguda e daí para a fase crônica, em que a doença regride, mas surgem ou mantêm-se as deformidades. Em todos os estágios, a fadiga e a dor devem ser evitadas. As metas de funcionamento ocupacional identificadas pelo paciente, podem ser comprometidas por algum dos fatores a seguir: ●conhecimento limitado sobre a doença e sua progressão; ●conhecimento e habilidade limitados para modificar atividades em casa ou na comunidade para proteger as articulações e conservar energia; ●capacidade limitada para gerenciar um dia completo, equilibrando repouso e atividade; ●limitações e deformidades articulares; ●limitação de força; ●conhecimento limitado sobre uso de órteses; ●conhecimento limitado sobre como adaptar e modificar o ambiente; ●limitado senso de autoeficácia para redefinir o estilo de vida. O tratamento básico para a OA é a orientação do paciente acerca da redução da carga, da proteção das articulações afetadas e o fortalecimento da musculatura ao redor dessas articulações. Outras técnicas de tratamento incluem modificação do ambiente, prescrição de dispositivos de assistência, uso de órteses e modificação do estilo de vida. Orientação do Paciente e da Família Para a AR, as técnicas de tratamento requerem orientação do paciente e da família a respeito da doença, dos sintomas e de como a sinovite prolongada pode levar à destruição articular irreversível. Médicos e enfermeiros devem explicar a ação da medicação. Os terapeutas ocupacionais precisam reforçar a importância de se obedecer as orientações quanto à medicação e as razões para isso. Os pacientes precisam compreender que as deformidades não podem ser prevenidas se a doença progride, sem o controle de medicação anti-inflamatória ou modificadora da doença. Embora nem todos os casos sejam facilmente ou bem controlados com medicação, existe ampla gama de opções que permite várias tentativas até que se encontre o composto e a dose adequados. Os pacientes que não respondem precocemente podem se sentir desencorajados. O terapeuta ensina métodos de adaptação à progressão da doença. Além de ajudar o paciente e a família a compreender a doença, o terapeuta precisa ainda fomentar esperança que o uso de adaptações e modificações necessárias ao longo do curso da doença, possa manter o funcionamento ocupacional significativo. 10 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Para a OA, a meta da orientação é permitir que o paciente controle o tratamento de longo prazo. Compreender como a OA afeta as articulações e compreender os princípios de proteção articular e sua aplicação às atividades de vida diária, são aspectos fundamentais da orientação. Proteção Articular e Controle da Fadiga Para a AR, o terapeuta ocupacional utiliza técnicas de proteção articular para reduzir a dor e a deformidade. As metas de proteção articular são: reduzir a carga sobre articulações vulneráveis, desenvolver estratégias para preservar a integridade atual das estruturas articulares, reduzir a inflamação local (Cordery & Rocchi, 1998). Os princípios de proteção articular descritos por Cordery, e recentemente revisados por Cordery e Rocchi (Procedimentos para a Prática 44-1), requerem que o terapeuta aplique técnicas de ensino-aprenizagem que leve a essas mudanças de comportamento. Princípios de proteção articular são adequados à OA, embora os fundamentos sejam diferentes da AR, uma vez que a OA se limita a algumas articulações afetadas seletivamente, sem efeito sistêmico. As diretrizes para proteção em casos de OA descritas a seguir incluem: prevenir dor durante as atividades, manter ADM articular e aumentar a força e o condicionamento muscular, reduzir forças excessivas sobre as articulações afetadas e equilibrar repouso e atividade(Cordery & Rocchi, 1998). Respeito à Dor Estruturas articulares sensíveis à dor são a cápsula fibrosa, os ligamentos, coxins gordurosos e periósteo. A dor durante o processo inflamatório da AR é comum. A dor também pode ser desencadeada quando ligamentos enfraquecidos e desarranjos do espaço articular são agravados pela realização de movimentos, que alongam ainda mais os ligamentos ou de movimentos resistidos que comprimem o espaço articular (Shapiro, 1996). Quando existe dor ao repouso durante o processo inflamatório, redução do nível de atividade para prevenir o aumento da dor e promover a redução da inflamação, está indicada. Na fase crônica, posturas agravantes e atividades desencadeantes da dor são evitadas ou aconselha-se a adaptação. Na OA, a dor articular é produzida por participação em atividades é um sintoma útil, que pode indicar estresse articular por uso excessivo além dos limites do conforto articular. Exemplos disso incluem posição ajoelhada ou em quatro apoios por tempo prolongado, ambas agravando a dor no joelho. A posição ajoelhada ou em quatro apoios, pode ser evitada pela realocação de objetos em níveis mais altos ou por sentar-se em um banco alto. Equipamentos que podem ser utilizados para evitar a posição ajoelhada e em quatro apoios, incluem cabos longos na pá de lixo e em pegadores. Para evitar levantar peso, quando os membros inferiores estão dolorosos, equipamento usual pode ser substituído por versões mais leves fabricadas com materiais como alumínio, plástico ou napa. Exemplos desses objetos são malas e bolsas fabricadas com napa. Um carrinho de compras ou de bagagem pode ser utilizado. Posturas que agravam problemas lombares quando a coluna vertebral está afetada, como ficar inclinado sobre a mesa por muito tempo, podem ser modificadas pelo uso de suporte vertical para livros. Inclinar para frente sobre a grade para levantar o bebê do berço pode ser evitado adaptando-se um trilho para levar a grade abaixo do nível do colchão e permitir que a pessoa sente, para transferir o bebê para o colo ou para um carrinho alto (consulte Capítulo 32). Aumentar a altura e a firmeza de cadeiras, assento do vaso sanitário, camas e outras peças de mobília previne a dor no joelho e no quadril no momento de levantar. Suportes laterais ou descanso para os braços também podem ser utilizados para ajudar a levantar da posição sentada. Para prevenir dor quando a articulação CMC do polegar está afetada, a pessoa pode utilizar abridores de frascos, abridores de lata elétricos, tesouras elétricas, e utensílios leves ou de cabos grandes para prevenir estresses desnecessários sobre a articulação (Cordery & Rocchi, 1998; Stein & Terrono, 1996). Princípios de Proteção Articular ●Respeitar a dor como um sinal para interromper a atividade. ●Manter a força muscular e a ADM articular. ●Utilizar cada articulação em seu plano anatômico mais estável e funcional. ●Evitar as posições de deformidade e as forças em sua direção. ●Utilizar as maiores e mais fortes articulações para o trabalho. ●Assegurar padrões corretos de movimento. ●Evitar permanecer na mesma posição por muito tempo. ●Evitar realizar atividades que não possam ser interrompidas imediatamente se comprovado que estejam além da capacidade. ●Equilibrar atividade e repouso. ●Reduzir o esforço. 11 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Retirado de Cordery, J. e Rocchi, M (1998). Joint protection and fadigue management. In J. Melvin e G. Jensen (Eds.), Rheumatologic rehabilitation series, vol.1: Assessment and management (pp. 279-321). Bethesda, MD: American Occupational Therapy Association. Reimpresso com permissão. Manutenção da Força Muscular e ADM Articular Força equilibrada ao redor de articulações instáveis, podem reduzir mais destruição de cápsula, ligamentos e cartilagem. Proteção articular durante os exercícios terapêuticos inclui assegurar que a tração muscular não agrave a deformidade. O posicionamento articular e a ADM, são fundamentais para o funcionamento ótimo dos músculos. Amplitude limitada em uma articulação como o ombro, por exemplo, requer movimentos exagerados em articulações distais para realizar a tarefa. Na presença de inflamação articular aguda por AR, quando a amplitude pode estar limitada, a proteção articular inclui o uso de exercício suave, sem dor de ADM. Tentativa de avançar além dessa amplitude pode aumentar a pressão intra-articular e agravar a dor existente. Na OA, a manutenção das atividades diárias dentro do limite de dor do paciente previne a hipotrofia por desuso. O fortalecimento ao redor de uma articulação instável pode aumentar a estabilidade e reduzir a dor. Crescimento ósseo ao redor da articulação CMC do polegar pode inibir o movimento. Quando isso ocorre, um bloqueio ósseo pode impedir o aumento da ADM e causar mais dor; por isso, as tentativas de aumento da ADM são evitadas. Utilizar cada Articulação no Plano Anatômico mais Estável e/ou mais Funcional O plano anatômico mais estável e/ou mais funcional é aquele em que o músculo, e não o ligamento, fornece a resistência ao movimento (Cordery & Rocchi, 1998). Por exemplo, em uma deformidade do polegar do tipo I com hiperextensão flexível da articulação IF, a pinça em flexão contra a polpa do polegar, dá maior estabilidade. Evitar Posições de Deformidade e Forças em sua Direção Evitar cargas externas e forças internas que facilitam a deformidade quando a evolução da doença coloca as articulações em risco (Cordery & Rocchi, 1998). Girar uma maçaneta redonda resistente em direção ulnar, quando as articulações MCF dos dedos estão subluxadas em sentido volar, é um exemplo de força a ser evitada pelo uso de uma maçaneta reta. Uso das Articulações Disponíveis mais Fortes para o Trabalho O uso das articulações maiores, mais fortes que suportam maiores forças. Exemplo desse princípio é levantar objetos do chão com uso dos quadris e dos joelhos, em vez de inclinar a coluna vertebral para frente; puxar ou empurrar objetos em vez de carregá-los; e utilizar uma bolsa presa à cintura, em vez de carregá-la com a mão em garra (Fig. 44- 5, A & B). Assegurar uso de Padrões Corretos de Movimento Padrões incorretos podem resultar em dor, tenossinovites, deformidade, desequilíbrio muscular, ou hábito (Cordery & Rocchi, 1998). Para elevar o braço, o ombro desliza (elevação e rotação para cima da escápula) para substituir a flexão dolorosa do ombro. Utilizar a articulação glenoumeral dentro do limite da dor mantém a articulação móvel. Outro exemplo é fazer extensão do cotovelo quando se levanta de uma cadeira, utilizando uma superfície plana da palma da mão, em vez do dorso dos dedos, para prevenir forças deformantes em direção da flexão de MCF. 12 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Figura 44-5 Como distribuir carga sobre áreas maiores e utilizar as maiores articulações disponíveis para a tarefa. A. Problema: a paciente carrega a bolsa utilizando as pequenas articulações da mão. B. Solução: a paciente utiliza uma bolsa presa à cintura. (Cortesia da Coleção do Centro Nacional de Reabilitação Rancho Los Amigos, Downey, CA). Evitar Manter-se na Mesma Posição por Períodos Prolongados Esse conselho tem sido dado para trabalhadores em geral, porque posturas estáticas podem levar a fadiga muscular. Quando músculos fatigados não conseguem manter a estabilidade articular, a carga é transferida para a cápsula articular e para os ligamentos subjacentes, que podem já estar estirados por causa da doença (Cordery & Rocchi, 1998). As pessoas com OA estão propensas a “congelamento” ou rigideze desconforto após longos períodos de inatividade. Se, além disso, a atividade requer que a articulação afetada seja mantida em uma posição por muito tempo, os músculos ao redor da articulação se cansam e se tornam menos efetivos para dar suporte à articulação 13 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. (Cordery & Rocchi, 1998). Mudanças de posição ou períodos de descanso e realização de exercícios ativos de ADM durante as atividades prolongadas, como o uso do computador, são recomendados para prevenir a fadiga muscular e a dor e consequente empobrecimento dos padrões de movimento. Esse princípio é difícil de obedecer, como paciente, do mesmo modo que para qualquer outra pessoa que deseja realizar uma tarefa. Realizar exercícios ativos de ADM a cada 15-20 minutos, para as articulações afetadas pode minimizar a rigidez e facilitar a função muscular (Brandt & Slemenda, 1993). Evitar Iniciar uma Atividade que não possa ser Interrompida Imediatamente se Comprovado que Esteja além da Capacidade Esse princípio requer planejamento e isso nem sempre é fácil, especialmente em uma tarefa pouco familiar. Músculos fatigados ao redor das articulações afetadas, podem levar ao uso de padrões de movimento ruins e aumentar a dor quando pausas para descanso não são possíveis. Esse princípio tem sido bem aplicado aos modelos mais novos de andador, que dispõem de assentos e bandejas para torná-los mais convenientes para as compras, idas à comunidade e na cozinha. Esses andadores têm permitido que muitas pessoas que participam de atividades na comunidade, possam sentar quando desejarem,em vez de precisar procurar, muitas vezes sem encontrar, um local para sentar. Outro exemplo de aplicação desse princípio é fazer os pacientes identificarem pontos de parada no meio do percurso, como uma cadeira na varanda, entre o carro na garagem e a cozinha. O paciente pode sentar e descansar nessa cadeira, se não for capaz de percorrer de uma vez todo o trajeto. Equilibrar Atividade e Repouso As pessoas com AR em geral necessitam de mais descanso do que as outras. As pessoas precisam planejar o equilíbrio entre atividade e repouso, para realizar as que são prioridades para cada dia e para a semana (Furst et al., 1987). Não é incomum ouvir pacientes dizer, por exemplo, que após um dia de limpeza da casa, precisam ficar o dia seguinte de repouso. Determinar e implantar o equilíbrio entre repouso e atividade requer automonitoramento, cujo valor é descrito adiante na seção sobre controle da fadiga. Reduzir o Esforço Esforço intenso ou movimentos resistidos, podem ser um problema para as articulações afetadas, levando a mais destruição e/ou dor. Na mão, isso pode ser evitado com uso de cabos especiais que evitam tensão de garra, pois estressa excessivamente as articulações afetadas dos dedos e aumenta as forças compressivas sobre o punho (Shapiro, 1996). Outra maneira de reduzir os movimentos resistidos é o uso de dispositivos de assistência como: utensílios de cozinha, mãos leves e abridores de frascos que utilizem mais a força do membro superior em vez de apenas a força da mão e do punho afetados. Métodos de simplificação do trabalho também reduzem o estresse sobre as articulações.Em vez de carregar objetos de um lado para outro na cozinha, colocá-los sobre um carrinho (tipo carrinho de chá) e deslocá-los todos de uma vez, reduz a força exercida sobre as pequenas articulações da mão. Atividades resistidas que comprimem as articulações MCF instáveis, em direção à ulna devem ser evitadas (Fig. 44-6). Se, porém, a atividade de lazer favorita da paciente for tricotar e outra atividade satisfatória substituta não for encontrada, o terapeuta precisa avaliar como o paciente pode tricotar, sem utilizar uma força danosa. Sugestões incluem modificar as agulhas e utilizar um suporte para elas, fazer pausas frequentes para descanso, escolher pontos de tricô que sejam mais frouxos, e qualquer outra sugestão que o paciente possa fornecer. Na OA, a cartilagem fica muito delgada para se proteger contra o uso repetitivo de força, o que produz efeitos destrutivos sobre a cartilagem. A compreensão do paciente sobre a fisiologia articular e o papel dos proprioceptores, podem ajudá-los, a identificar que ocupações diárias utilizam esforço excessivo como: subir e descer uma escada carregando peso. Essa compreensão permite que o paciente reconheça a necessidade de uso de métodos alternativos para a realização da tarefa, por exemplo, nesse caso, pedir que outra pessoa desça com o peso ou levar pequeno peso em uma mochila e utilizar o corrimão, para reduzir o impacto da carga sobre o joelho afetado. Controle da Fadiga A fadiga tem sido descrita como uma sensação subjetiva persistente de cansaço generalizado ou exaustão (Belza, 1995). Fatores que contribuem para a fadiga são multidimensionais incluem aspectos psicológicos, comportamentais e ambientais (Belza, 2001). Para controlar os efeitos da fadiga sobre as atividades diárias, o terapeuta ensina o paciente a analisar as tarefas do dia e a determinar quais atividades aumentam a dor e a fadiga (Cordery & Rocchi, 1998). Gerber et al. (1987) descobriram que pausas para repouso ao longo do dia, permitem um dia pleno de atividades. Isso foi demonstrado em um estudo sobre um treinamento de 6 semanas com técnicas de conservação de energia e proteção articular para pacientes com AR, em que eles aprendiam a fazer pequenos intervalos de repouso durante atividades prolongadas. Como resultado, 50% dessas pessoas aumentaram a quantidade de tempo em que se mantinham ativas 14 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. em comparação com 11% dos controles (Gerber et al., 1987). No curso de 6 semanas, os pacientes utilizaram formulários para determinar o que poderia ou não ser modificado em seus horários para realizar mudanças realísticas autoidentificadas. Atividades adicionais fornecidas pelo caderno de exercícios do treinamento, davam continuidade a essa autoanálise para capacitar os pacientes a planejar seu controle da fadiga. Controlando a fadiga, uma pequena brochura publicada pela Fundação para a Artrite [Arthritis Foundation] pode complementar a orientação do paciente sobre esse assunto. Embora a fadiga que acompanha a doença sistêmica na AR não exista na OA, o uso continuado das articulações afetadas em conjunto com outras articulações, pode aumentar desconforto das articulações afetadas. O automonitoramento pelo reconhecimento do início da dor e desconforto com os horários da rotina diária, deve ser utilizado para determinar quando a atividade deve ser interrompida para descanso das articulações afetadas. Ao registrar a duração de uma tarefa que se segue de dor e/ou fadiga moderada a severa, o paciente pode reduzir o tempo dedicado a tarefa para reduzir a dor e/ou a fadiga. Cordery & Rocchi (1998) defendem períodos de repouso menores do que 30 minutos diversas vezes ao dia entre as tarefas. Manutenção da Mobilidade Articular Os pacientes com AR apresentam ADM limitada por causa de inflamação, destruição articular, fraqueza, inibição reflexa pela dor, e uso limitado. A causa da limitação direciona o tratamento. Durante a fase de inflamação aguda, ao movimento articular deve ser mantido com pelo menos um exercício de ADM completa ao dia. A brochura O Exercício e Sua Artrite publicada pela Fundação para a Artrite (RECURSOS 44- 1) é um exemplo de informação acessível para o paciente. É importante não estirar excessivamente os tecidos inflamados na AR, uma vez que a força tênsil pode estar reduzida em até 50%, levando a rupturas (Minor, 1996).Exercícios de ADM ativo-assistidos e ativos são comumente utilizados nesse período. Se o esforço do paciente contra a ação da gravidade produz desconforto ou se existe defasagem articular (mais observável no ombro), ADM passivo pode ser utilizado para assegurar que não ocorram contraturas durante esse período. É imperativo prestar atenção à resposta do paciente se assistência externa é fornecida, porque estoicismo e o desejo de não perder amplitude podem fazer com que ele não reaja ao aumento da dor. ADM suave ativo à noite pode reduzir a rigidez matinal (Minor, 1996), embora alguns pesquisadores relatem que o melhor momento para essa atividade é pela manhã após o uso de medicação anti-inflamatória. Quando a inflamação cede, aumento da ADM com alongamento suave e controlado, pode recuperar toda ou alguma perda ocorrida durante a fase inflamatória. Diretrizes gerais para exercícios de ADM para pacientes com AR, incluem o seguinte (Coppard, Gale & Jensen, 1998; Minor, 1996): ●Exercícios diários quando a rigidez e a dor chegarem ao nível mínimo. ●Banho quente ou aplicação de calor/frio superficial antes ou após o exercício. ●Realização de exercício suave de ADM à noite, para reduzir rigidez matinal e pela manhã para ativar o membro antes de levantar. ●Modificação de exercícios (diminuir a frequência ou adaptar o movimento) para prevenir aumento da dor articular durante ou após o exercício. Dor após o exercício é um indicativo para redução do número de repetições. ●Uso de técnicas autoassistidas como os exercícios com bastão para realização de alongamento. ●Redução do número de repetições quando a articulação estiver em fase ativa da inflamação. Fortalecimento Pacientes com AR crônica estão em risco para os efeitos danosos da inatividade, incluindo a hipotrofia muscular e a redução da capacidade de exercício, da resistência e do condicionamento cardiovascular, resultando em descondicionamento (Komatireddy et al., 1997). Pesquisa sugere que o exercício pode não ser tão danoso como acreditava-se anteriormente. Exercícios isométricos muitas vezes são utilizados antes ou em conjunto com exercícios dinâmicos resistidos e programas aeróbicos. Inicialmente, os exercícios isométricos podem estar indicados para melhorar o tônus muscular, a resistência estática e a força e para preparar as articulações para atividades mais vigorosas (Minor, 1996). Contrações isométricas realizadas em 70% da contração voluntária máxima, mantida por 6 segundos, e repetida 5 a 10 vezes diariamente pode aumentar a força significativamente (Minor, 1996). Minor recomenda que durante o exercício isométrico: (1) não se mantenha a contração por mais de 6 segundos; (2) se evite o esforço máximo; (3) expire durante a contração e inspire durante período de relaxamento de mesma duração; e (4) se evite a contração de mais do que dois grupos musculares ao mesmo tempo. Exercícios dinâmicos podem melhorar a força e a resistência (Minor, 1996). Proteja articulações instáveis ou inflamadas durante exercícios com resistência e exercite dentro da amplitude sem dor. Iniciar com 8 a 10 repetições em posição antigravitária sem dor, antes de adicionar resistência. Reduzir intensidade, frequencia, e ADM se ocorrer dor ou edema articular (Minor, 1996). 15 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Uso de Órteses No tratamento da OA, o uso de órtese para mão pode ser útil para estabilizar a primeira articulação CMC instável em abdução palmar e desse modo, equilibrar forças nessa articulação. Weiss et al. (2000) concluíram que o uso de órtese para a CMC trazia alívio para a dor. Além disso, para pacientes com OA inicial, que é definida como subluxação da base do metacarpo e osteófito menor de 2 mm, a intensidade da subluxação pode ser reduzida com uso da órtese. No tratamento da AR, as órteses para mão têm diferentes finalidades (Falconer, 1990). A efetividade das órteses para todas essas finalidades não está suficientemente documentada, embora alguns estudos tenham abordado a redução da dor, força de garra e conforto com diferentes órteses (Kjeken, Moller & Kvien, 1995; Stern et al., 1996; Ter Schegget & Knipping, 2000; Tijhuis et al., 1998). A seguir estão algumas das razões para que o uso de órteses fosse considerado útil em pessoas com AR. Redução da Inflamação Durante o processo inflamatório, repouso articular por meio de imobilização tem sido apontado como fator para redução da inflamação, conforme apontado em um estudo inicial (aparentemente não repetido mais recentemente), em que o diâmetro do dedo anular era reduzido significativamente em pessoas com AR tratadas com imobilização em relação aquelas não imobilizadas (Partridge & Duthie, 1963). É bastante comum a prescrição de órtese para mão durante a fase inflamatória. Alguns pacientes declaram que quando acordam pela manhã, sentem mais conforto na mão pelo repouso em posição confortável durante a noite. As articulações a serem protegidas pela órtese, precisam ser determinadas com base na localização da inflamação. Por exemplo, se apenas o punho está afetado, uma órtese de punho está indicada. Se toda a mão e o punho estão afetados, a órtese deve abranger toda a mão. As ocupações do paciente podem requerer ajuste de duas órteses para a mão inflamada. Uma órtese de repouso para a noite que suporte todas as articulações, pode ser alternada com uma órtese mais curta, que permita que os dedos fiquem livres para realização de atividades não resistidas e sem dor durante o dia. Fornecer Suporte e Reduzir a Dor de Articulações Instáveis Durante a Função Na fase pós-inflamatória, se ocorre instabilidade ou subluxação articular ou outro tipo de deformidade, o suporte externo da articulação por uma órtese pode melhorar a estabilidade ou prevenir movimento articular. A estabilidade é dada apenas para articulações que apresentem problemas. Feinberg & Brandt (1984) descobriram que quando o uso da órtese trazia alívio para a dor, o uso da órtese tinha boa adesão. Feinberg (1992) também descobriu que a orientação do paciente aumentava a adesão ao uso da órtese. Prevenção de Movimento Indesejado durante o Desempenho Ocupacional Um exemplo fundamental desse aspecto é a prevenção da hiperextensão nas articulações IFP (deformidade em pescoço de cisne), por meio do uso de uma órtese de três pontos que permite a flexão, mas evita a hiperextensão. Outro exemplo é o uso de uma órtese no estágio precoce da deformidade tipo I de Nalebuff do polegar, hiperextensão da IF do polegar. Embora os pacientes possam ser ensinados a flexionar a articulação IF durante movimento de pinça, uma órtese que limite a hiperextensão pode ser um lembrete passivo para a prevenção de hiperextensão mais intensa e de alongamento dos ligamentos colaterais. Uma prática controversa é a imobilização da articulação IFP dos dedos em extensão quando ocorre a deformidade de dedo em botoeira. Alguns resultados positivos, têm sido observados no controle da deformidade por um tempo limitado (Palchik et al., 1990). Aumento de ADM ou Prevenção de Deformidade Órteses dinâmicas, órteses com mecanismos que permitem a extensão, têm sido comumente utilizadas após artroplastia com implante silástico em articulação MCF de um dedo. Esse uso de órteses dinâmicas tem sido proposto para outras situações como: para a redução de contraturas secundárias à doença, mas pouca evidência sustenta esse resultado ou o uso de órteses dinâmicas para prevenir deformidades. Posicionamento Articular para o Desempenho Ocupacional Um exemplo de posicionamento articular para o desempenho ocupacional é o uso de órtese para o desvio ulnar de MCF (Fig. 44-7, A e B), para permitir o uso continuado dasarticulações IF da mão, quando, sem as órteses, a dor articular seria desencadeada pela atividade. Informações a respeito dos tipos de órtese e o uso de órteses customizadas ou pré-fabricadas são discutidas nos Capítulos 16 e 17. Modificação do Ambiente Maneiras de modificar o ambiente para manter a capacidade de participar de ocupações de escolha, incluem modificação do ambiente físico, recomendação do uso de dispositivos de assistência, assistência ao paciente para 16 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. reconhecer e escolher ambientes de trabalho e lazer que se adéquem à sua incapacidade. Exemplos de cada uma dessas modificações são dados para diferentes problemas. O leitor deve ser capaz de reconhecer prontamente, para qual problema da articulação essas modificações são adequadas. As adaptações em geral, podem ser feitas com material adquirido em uma loja de ferragens na própria comunidade. Modificação do Ambiente Físico O paciente e o terapeuta precisam pensar acerca da modificação de todo ambiente, e que seja importante para o funcionamento ocupacional do paciente, especialmente em casa e no trabalho. Os ítens a seguir são alguns exemplos (Axtell & Yasuda, 1993): ●Remover as portas dos armários ou fixar alças nos puxadores. ●Reduzir a altura da bancada da pia. ●Substituir as prateleiras comuns nos armários por prateleiras móveis. ●Substituir o fogão à gás pelo forno micro-ondas, colocado em uma superfície de fácil acesso à capacidade de alcançar. ●Substituir maçanetas redondas por maçanetas retas. ●Substituir acionadores de torneira redondos por acionadores retos. ●Utilizar dispositivos de controle remoto para ligar/desligar aparelhos elétricos mais comumente utilizados como os interruptores de luz. ●Baixar a altura dos cabides de roupa nos armários se a capacidade de alcançar está diminuída. ●Organizar o local de trabalho, de modo que as prateleiras fiquem dentro do limite de alcance e que a mesa e as cadeiras estejam em altura ergonômica. ●Fixar suporte de punho e antebraço para trabalhos no computador. ●Utilizar dispositivo viva-voz ao telefone. PROCEDIMENTOS PARA A PRÁTICA 44-2 Critérios a Considerar na Escolha de Dispositivos de Assistência ●Leveza, durabilidade, tamanho, aparência estética. ●Multiuso para evitar a necessidade de adquirir diferentes dispositivos. ●Simplicidade de uso. ●Redução do estresse sobre todas as articulações utilizadas para operar o dispositivo. ●Adequação à tolerância do paciente para complementos. ●Adequação à autoimagem do usuário. PROCEDIMENTOS PARA A PRÁTICA 44-3 Dispositivos de Assistência Disponíveis Comercialmente ●Autocuidado - Gancho de botão, bastão para se vestir (vários comprimentos podem ser utilizados para o vestir, bem como para alcançar objetos distantes), cone para meia, pegador, escova de banho com cabo longo, cabo extensível para manuseio do papel higiênico, pente de cabo longo, escova de dentes elétrica, tubo maleável para creme dental. ●Preparação de refeição – Carrinho tipo de chá, acionador do botão do fogão, cabos especiais para utensílios de cozinha, facas com cabo em ângulo reto (Fig. 44-8), abridor de latas elétrico, abridor de garrafas, tesoura com molas, tábua de cozinha com borda alta para estabilizar os alimentos, picador de legumes elétrico, banco alto para a bancada da cozinha, banco alto com rodas (Fig. 44-9). ●Manutenção da casa – Espanador de cabo longo, aspirador de pó com rodas, pegadores para tirar objetos do lugar ou pegar objetos no chão. ●Escola e trabalho – Carrinho de bagagem, mochila com rodas, mochila, bolsas fixadas à cintura, descanso para antebraço e punho no computador, porta-chave adaptado, cabos de suporte para lápis e caneta, adaptações do telefone, ferramentas portáteis adaptadas, grampeador e apontador de lápis elétrico, dispositivo para abrir a porta do carro (Fig. 44-10A). ●Lazer - Ferramentas para jardinagem adaptadas, carrinho para jardinagem, porta-cartas, suporte para leitura, suporte para bordar, carrinho de golfe, acionador de maçaneta (Fig. 44-10B). 17 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Dispositivos de Assistência Recomendados Muitos dispositivos de assistência estão disponíveis para o público em geral. Esses dispositivos podem auxiliar a pessoa com AR ou OA a limitar o estresse articular. É útil ensinar aos pacientes princípios de proteção articular, para que eles possam buscar de modo independente, produtos que reduzam o estresse articular. Os critérios a considerar quando se orienta os pacientes a escolher dispositivos de assistência são encontrados em Procedimentos para a Prática 44-2. Excelentes fontes de informação estão disponíveis a respeito de dispositivos especiais, que são fabricados para pessoas com problemas articulares no caso de produtos de uso diário não se adequarem aos problemas (Procedimentos para a Prática 44-3 e RECURSOS 44-1). Em geral, a seleção desses produtos requer assistência profissional e uma oportunidade de experimentar seu uso para assegurar que servirá aos propósitos para os quais estão sendo adquiridos. Assim, é importante que a clínica de terapia ocupacional, disponha de uma variedade de dispositivos para uso experimental (Mann, 1998). Manter catálogos de materiais atualizados e utilizar a internet para ajudar os pacientes a encontrar os ítens adequados, ajuda o paciente a realizar uma ocupação significativa. Quando nenhum dos produtos disponíveis no comércio geral ou especializado resolve o problema, o terapeuta pode fabricar esses dispositivos na clínica. Métodos comuns de produção de dispositivos customizados modificações para cabos e maçanetas com uso de materiais do tipo espuma, termoplástico de baixa temperatura, tubos plásticos, ou ripas de madeira. A criatividade por parte do terapeuta é necessária para atender às necessidades do paciente. Figura 44-8 Faca com cabo angulado utilizada sobre uma tábua com suporte para legumes. (Cortesia de Paul Weinreich, Centro Nacional de Reabilitação Rancho Los Amigos, Downey, CA). 18 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Pessoas com OA que apresentam comprometimento significativo de apenas algumas articulações, talvez não busquem cuidado de reabilitação e podem não ter consciência ou relutar quanto ao uso de dispositivos de assistência, que evitam a perda da participação em ocupações significativas. Assim, é bastante comum ouvir sobre o uso continuado das articulações afetadas mesmo com dor, até que ocupações importantes precisem ser abandonadas, quando o uso dos dispositivos de assistência teria prevenido o agravamento da condição articular. Por exemplo, vaso sanitário elevado e banco para a banheira podem ser utilizados para eliminar o estresse sobre os joelhos e quadris produzido ao se levantar de superfícies baixas. Utilizar um pegador e um bastão para se vestir de modo a apanhar objetos no chão evita que se incline o corpo para frente. Assistência ao Paciente para Identificação e Escolha de Ambientes de Trabalho e Lazer que Sejam Adequados à sua Incapacidade A modificação de ambientais anteriormente adequados às rotinas de, vida diária para adequação à incapacidade, requer esforço significativo. Os métodos utilizados no estudo que capacite a pessoa a modificar seu estilo de vida, podem ser aplicados às pessoas com AR. Modificação no estilo de vida sugere que a pessoa pode obter mais significado em sua vida, examinando as ocupações que sejam mais significativas e identifiquem o que as impedem de participardessas ocupações (Clark et al., 1997). Na modificação do estilo de vida, a pessoa, por meio de um processo facilitado pelo terapeuta ocupacional, determina o que é necessário para a realização dessas importantes ocupações e desenvolve soluções para superar barreiras ao funcionamento ocupacional. Embora isso seja sabido intuitivamente pelo terapeuta ocupacional, Clark et al. (1997) apontaram que, como resultado dessa mudança no estilo de vida, as pessoas ficaram mais saudáveis, como demonstrado pelos escores de instrumentos como o questionário Short Form- 36, uma medida de qualidade de vida, em relação aqueles que não participaram dessa mudança. A técnica de modificação do estilo de vida, incluiu a exposição a tarefas e atividades em pequenos grupos. Ao mesmo tempo, cada pessoa abordava a tarefa determinando o que pode ser feito para atender à sua necessidade, em especial para repetição da tarefa, independente do grupo (Jackson et al., 1998). Para os pacientes com AR, esses princípios de implementação de modificação do estilo de vida propostos por Clark et al. (Jackson et al., 1998), podem ser aplicados periodicamente ou de modo contínuo à medida que a doença progride ou que ocorram surtos e remissões. Ensinar as pessoas a implementar mudanças no estilo de vida, enfatizando a autoanálise ocupacional e a realização das metas pessoais, elimina a necessidade de atuação do profissional exceto quando uma grande crise ocorre na vida da pessoa. 19 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. Expressão Sexual Uma área de desempenho ocupacional que algumas vezes é desprezada é a expressão sexual. O foco da avaliação é identificar alternativas para a expressão sexual, em relação às habilidades de desempenho, fatores relacionados ao paciente, ou ao contexto. Majerovitz e Revenson (1994) apontaram uma associação entre maior incapacidade e maior insatisfação entre 113 casais, dos quais 79,6% incluíam um dos cônjuges com AR. Eles sugerem que os profissionais da saúde sejam mais sensíveis às questões e preocupações dos pacientes em relação à sexualidade e discutam abertamente essas questões com o paciente e seu cônjuge. O tratamento na área da expressão sexual pode incluir orientação, desenvolvimento de habilidades de comunicação, planejamento para ato sexual mais confortável e posições mais confortáveis. Orientação ao Paciente Os tópicos incluídos na orientação devem abordar os temas a seguir. Dor e rigidez articular podem levar à recusa ou limitação da atividade sexual. Os parceiros também podem ter medo de causar dor. A fadiga que pode ser parte do processo da doença, pode reduzir o desejo sexual. Alguns tipos de medicação podem causar fadiga ou reduzir o desejo sexual. Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação Discutir a atividade sexual com o parceiro é difícil para algumas pessoas. Discutir as necessidades de intimidade e como o parceiro se sente, pode levar a uma discussão mais profundo quanto os efeitos da doença sobre o desempenho sexual. Planejamento para Ato Sexual mais Confortável As sugestões a seguir são da Fundação para a Artrite (1993): ●Planejar a atividade sexual para o período do dia em que você se sente melhor. ●Fazer uso da medicação analgésica de modo que seu efeito máximo ocorra durante as relações sexuais. ●Modere suas atividades durante o dia, para evitar fadiga extrema. ●Pratique exercícios de ADM para relaxar as articulações. ●Aqueça primeiro a cama com um cobertor elétrico. ●Tome um banho quente de chuveiro ou banheira antes da atividade sexual para relaxar. ●Encontre posições mais confortáveis. FIBROMIALGIA Três sintomas são comumente observados em pacientes com fibromialgia (FM): dor generalizada em tecidos moles, fadiga e sono não restaurador; esses sintomas são acompanhados de pontos dolorosos difusos. A FM é relatada em 3,4% das mulheres e 0,5% dos homens (Silver & Wallace, 2002; Wolfe te al., 1995). A prevalência da síndrome aumenta com a idade, mas também é observada em crianças. O paciente típico de fibromialgia é uma mulher entre 30 e 50 anos de idade (Burckhardt, 2001). Melvin (1998) relata que é provável que muitas pessoas sofram com sintomas de FM, que vão e vêm e nunca busquem um diagnóstico e que os TO atendam apenas aos casos mais severos. A dor difusa em tecidos moles se concentra caracteristicamente em sítios axiais, como o pescoço e a região lombar, estando os músculos trapézios comumente afetados. As pessoas em geral, relatam rigidez matinal que desaparece deixando a sensação de inchaço articular. Os sintomas são crônicos, mas variam em intensidade a cada dia. Eles são geralmente exacerbados por fatores diferentes como exercício físico moderado, inatividade, sono ruim, estresse emocional e tempo úmido. Apesar da queixa comum de parestesia em membros superiores e edema das mãos, os resultados obtidos em estudos sobre a condução nervosa em geral, não confirma a condição (Burckhardt, 2001; Freundlich & Leventhal, 1997). Diversas condições estão associadas à FM tais como síndrome da fadiga crônica (50%), alterações intestinais (por exemplo, síndrome do colo irritável) (40%), aumento de risco cardíaco (20%), dor de cabeça (53%), e disfunção temporomandibular (75%); outras condições com percentuais menores incluem, mas não se limitam a, intolerância ao calor e ao frio, sensação subjetiva de fraqueza e alterações do humor (Clauw, 2001; Silver & Wallace, 2002). Aproximadamente 20% a 40% das pessoas com FM relatam apresentar alterações perceptíveis de humor do tipo depressão e ansiedade (Burckhardt, 2001). Distúrbios cognitivos tais como esquecimento e dificuldade para ordenar pensamentos ou trabalhar com eficiência, estão entre os sintomas mais estressantes. A instalação em geral é gradativa ao longo de um período de meses ou anos, durante o qual, a dor local ou regional se expande, embora alguns pacientes 20 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. iniciem com dor ampla e difusa após um episódio de estado febril (Burckhardt, 2001). Remissão e exacerbação espontâneas são a regra (Turk, Monarch & Williams, 2002). Uma hipótese de consenso é que a FM resulte de sensibilização do sistema nervoso central, o que leva a expressão dos sintomas (Dworkin & Fields, 2005: Mease, 2005). O efeito da sensibilização central inclui dor provocada por estímulos incluindo alodínia, uma dor em resposta a estímulo habitualmente não doloroso, uma resposta exagerada à dor (hiperalgesia), e um aumento na duração da resposta dolorosa após a estimulação. Tratamento pela Equipe de Reabilitação Terapias não farmacológicas apontadas como sendo úteis incluem programa de exercício aeróbico, terapia comportamental cognitiva e terapia ocupacional. Esforço coordenado da equipe multidisciplinar é importante para que se alcance bom resultado. Avaliação Para obtenção de um perfil ocupacional nessa população, é importante examinar o histórico ocupacional do paciente ao longo das 24 horas, uma vez que distúrbios do sono são uma característica comum nessa condição (Kornblau & Kasyan-Itzkowitz, 2002). Durante esse processo, um registro das atividades diárias e uma entrevista, fornecerão pistas se existe fadiga significativa, distúrbio do sono, disfunção cognitiva, alterações do humor, sintomas musculoesqueléticos e outros problemas associados. Além disso, esse exame de um dia típico, também pode demonstrar que horas do dia, a pessoa tem mais energia para desempenho de atividades. Se algumas respostas para questões sobre a compreensão dos fatores de interferência, que contribuam para a insatisfação com o desempenho ocupacional
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