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AR FIBROMIALGIA E OA

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1 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
CAP. 44 
 
ARTRITE REUMATÓIDE, 
OSTEOARTRITE E 
FIBROMIALGIA 
Glossário 
Glossário Glossário 
Alodínia – Dor em resposta a estímulos que habitualmente não são dolorosos. 
Conservação de energia – Alternância entre períodos de atividade física e repouso que resulta em aumento da atividade física (Cordery & 
Rocchi, 1998). 
Crepitação – Som ou sensação de estalo ou atrito durante mobilização articular ou tendinosa. 
Defasagem – Diferença pela subtração do valor de amplitude de movimento ativo do valor de amplitude do movimento passivo, mensurada em 
graus. 
Diário de atividades diárias – Registro diário de experiências ou impressões por parte do paciente à medida que ocorram. 
Hiperalgesia – Aumento da resposta a estímulos dolorosos. 
Nódulos reumatoides – Abaulamentos firmes, em geral não dolorosos e de tamanhos variados encontrados em pacientes com AR. Eles podem 
ser encontrados em regiões que são submetidas a traumas mecânicos (por exemplo, cotovelos, calcanhares e mãos) e sobre os tendões flexores 
dos dedos. 
Proteção articular – Métodos para reduzir estresses externos aplicados sobre articulações comprometidas. 
Rigidez matinal – Queixa subjetiva de falta de mobilidade articular, localizada ou generalizada, ao despertar. Esse é um indicador não 
específico de inflamação na artrite reumatoide (AR); a duração é diretamente proporcional à severidade do processo inflamatório. As queixas 
variam de duração de menos de uma hora até muitas horas. Os pacientes com osteoartrite (OA) também podem se queixar de rigidez matinal, 
mas essa tende a ser mais branda e breve. 
Embora mais de 100 doenças reumáticas tenham sido identificadas, esse capítulo aborda a artrite reumatoide 
(AR) e a osteoartrose (OA) porque essas são as doenças reumáticas mais comuns encontradas em um serviço de 
terapia ocupacional. Ambas podem ser incapacitantes, e ambas requerem tratamento que permita otimizar o 
funcionamento ocupacional ótimo. Outras doenças reumáticas podem apresentar sintomas semelhantes aos da AR ou 
da OA, e os princípios de tratamento utilizados para essas duas doenças, podem ser aplicados quando nos deparamos 
com uma das outras. Cada doença reumática, porém, apresenta características únicas e os terapeutas precisam abordar 
todas elas. Esse capítulo também discute brevemente a fibromialgia (FM). A fibromialgia é uma síndrome complexa 
que comumente apresenta características físicas e psicológicas multidimensionais. Os melhores resultados de 
tratamento parecem ser alcançados quando se utiliza a abordagem multidisciplinar para controle dos diferentes 
aspectos dessa condição (Goldenberg, Burckhardt & Crofford, 2004). 
ARTRITE REUMATOIDE 
 
2 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica inflamatória que afeta as articulações e pode afetar também 
importantes órgãos como olhos, pele, pulmões, coração, sistema gastrintestinal, rins, sistema nervoso ou sangue. 
Sintomas comuns são dor poliarticular simétrica e edema na fase aguda, rigidez matinal (com duração de mais de 2 
horas), mal-estar e fadiga. Surto e remissão são comuns no curso da doença, variando desde uma doença autolimitada 
até doença severa crônica. As estimativas de prevalência variam de 0,3% a 1% da população adulta, sendo a AR mais 
2,5 vezes frequente em mulheres e comumente mais observada em mulheres entre 40 e 50 anos de idade 
(Gornisiewicz & Moreland, 2001; Goronzy & Weyand, 2001). 
A etiologia da AR permanece desconhecida e provavelmente é de natureza multifatorial, incluindo fatores genéticos 
e exposição à fatores ambientais desconhecidos. As articulações mais comumente afetadas são os punhos, IFP, MCF, 
cotovelo, MTF e ATM, embora outras articulações possam ser afetadas (Gornisiewicz & Moreland, 2001). 
 OSTEOARTROSE 
Osteoartrose (OA), de etiologia ainda desconhecida, é considerada atualmente como sendo um grupo de doenças em 
que fatores biomédicos, biomecânicos e genéticos exercem papel importante (Lozada & Altman, 2001). Comumente, 
uma perda gradativa de cartilagem articular pode ser observada em combinação com o espessamento do osso 
subcondral, áreas de crescimento ósseo nas margens articulares, e discreta inflamação sinovial crônica inespecífica 
(Hochberg, 2001). Carga biomecânica excessiva, que pode ocorrer após traumatismo à articulação, ou sobre a 
cartilagem ou o osso intacto, ou ambos, pode levar ao desgaste da cartilagem. Carga por impacto repetitivo, como 
observado em atividades laborais ou de lazer podem provocar problemas articulares. As articulações mais comumente 
afetadas são os joelhos, quadris, articulações interfalangeanas, primeira articulação CMC e coluna vertebral, embora 
outras articulações possam ser afetadas. Sintomas comuns são inchaço articular acompanhado algumas vezes por 
crepitação, limitação do movimento, dor após o uso que se alivia com repouso com progressão para dor ao repouso e à 
noite. A rigidez matinal nas articulações afetadas tem duração menor que 30 minutos (Lozada & Altman, 2001). Um 
terço das pessoas com 65 anos ou mais apresenta OA. Antes dos 50 anos, os homens são mais prováveis de 
desenvolver OA, mas após os 50 anos, a OA é mais prevalente em mulheres. O diagnóstico é baseado na história, no 
exame físico, e nos achados radiológicos como redução dos espaços articulares, esclerose óssea, osteófitos marginais e 
remodelamento ósseo (Hochberg, 2001). 
Avaliação (AR e OA) 
Em resposta a uma solicitação de atendimento, o terapeuta ocupacional deve rever o prontuário do paciente, observar e 
entrevistá-lo quanto ao funcionamento ocupacional, e pode aplicar testes de investigação para determinar se o 
encaminhamento para a terapia é apropriado. Um paciente cujos riscos afetam o desempenho ocupacional por causa de 
dor, fadiga, perda de amplitude de força, resistência, ou amplitude de movimento (ADM); alterações no ambiente 
como o suporte social; ou perda de habilidades de adaptação ou cujas funções podem ser melhoradas, certamente se 
beneficiará da terapia ocupacional (Backman, 1998; Feinberg & Trombly, 1995). 
A avaliação é iniciada com a obtenção de um perfil ocupacional através de entrevista para conhecer a história de um 
dia típico do paciente. Essa entrevista para a história ocupacional pode trazer informação sobre diferentes áreas. Por 
exemplo, pode fornecer informação sobre o equilíbrio entre atividade e repouso, o significado e a importância de 
diferentes ocupações, suporte ambiental e social, e/ou barreiras ao desempenho e efeitos de fatores do paciente sobre o 
desempenho, o ajuste à incapacidade, e a sensação de autoeficácia. Também permite que o terapeuta conheça a 
perspectiva do paciente quanto ao desempenho ocupacional em relação à severidade do comprometimento físico. 
A partir do perfil ocupacional, o terapeuta obtém informação sobre ocupações importantes para o paciente e começa 
a fornecer informação sobre o comprometimento e aspectos do contexto que afetam o desempenho dessas ocupações. 
Isso irá facilitar o estabelecimento das metas ocupacionais pelo paciente por meio de um instrumento como a Medida 
Canadense de Desempenho Ocupacional, para determinar que áreas do funcionamento ocupacional são importantes 
para a pessoa e que estão em risco ou já comprometidas (Backman, 1998; Law et al., 1994). À medida que as metas 
ocupacionais iniciais são identificadas pelo paciente, todos os aspectos subsequentes da avaliação ficam relacionados a 
descobrir se déficit ocupacionais funcionais ou comprometimentos mais complexos existem. Avaliação do 
funcionamento ocupacional e do contextode desempenho, pode incluir avaliação de AVD específicas e análise do 
ambiente, incluindo suporte social e questões de arquitetura, para determinar a influência do ambiente sobre a 
capacidade de funcionar do paciente (Backman, 1998). Medidas comuns de avaliação de comprometimento das 
capacidades podem incluir, mas não se limitam a avaliação de amplitude de movimento, teste de força, e exame das 
deformidades da mão, dor, fadiga, e condição psicossocial. Avaliação sensorial pode ser realizada se o 
comprometimento sistêmico, leva o paciente a fazer queixas que indicam polineuropatias ou compressão nervosa. 
 
3 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Fatores Psicossociais a Considerar antes do Estabelecimento de Metas 
Para identificar as metas do paciente, o terapeuta precisa reconhecer a resposta do paciente a aspectos do 
comprometimento que a doença lhe impõe. Isso ajuda a estabelecer o programa de tratamento. Por exemplo, uma 
pessoa que reconhece que o diagnóstico está correto e que compreende e aceita as consequências do processo da 
doença, pode estabelecer metas que possam ser aplicadas imediatamente, como encontrar equipamento adequado para 
continuar a trabalhar. Uma pessoa pode não aceitar o diagnóstico, e por isso, negar a existência de qualquer problema 
e, acreditar que a normalidade irá retornar em breve, e sentir que depender de outras pessoas é uma situação adequada. 
Se os pacientes estão transitoriamente deprimidos ou zangados por ter a doença, o terapeuta pode ser tentado a 
reduzir o comprometimento com mais agressividade, ou o paciente pode buscar métodos alternativos de tratamento. 
Objetivos claros e alcançáveis estabelecidos em conjunto com o paciente nesse momento, podem ser significativos 
para ajudá-lo a manter a participação em ocupações significativas. Alcançar sucesso nos objetivos do tratamento, 
mesmo que sejam pequenos ganhos, é importante para esses pacientes. 
Dubouloz et al. (2004) se preocuparam com a dificuldade de pacientes com AR em utilizar estratégias de busca por 
ajuda recomendadas pela terapia ocupacional, como aderir a um grupo de suporte ou controlar o ritmo das atividades, 
o que em geral está associado a perspectivas significativas (ou seja, crenças pessoais, valores, sentimentos e 
conhecimento) que são identificadas como empecilhos para mudanças. Tem sido sugerido que essas barreiras podem 
ser ultrapassadas por meio de um processo de transformação das perspectivas significativas. Após seu estudo para 
determinar as perspectivas significativas para mulheres com AR, eles concluíram que os profissionais deveriam 
encorajar a autorreflexão do paciente durante as consultas, para orientar a descoberta de perspectivas significativas e a 
importância da modificação de perspectivas significativas para cada. Por exemplo, se o terapeuta pergunta o que a 
doença significa para o paciente, e o paciente responde “Essa doença me fez desistir de quase todos os meus 
relacionamentos sociais”, então essa perspectiva significativa da doença serve de ponto de partida para a compreensão 
do impacto que a doença exerce sobre o equilíbrio ocupacional. Esse tipo de discussão poderia levar eventualmente a 
uma transformação dessa perspectiva, de modo que o paciente venha a aderir ao tratamento de terapia ocupacional 
(por exemplo, “essa doença me fez diminuir o ritmo de minhas atividades, e agora eu posso almoçar com meus 
amigos, embora não com frequência”) como resultado do reconhecimento de uma modificação desejada no equilíbrio 
ocupacional. Dubouloz et al.(2004) sugerem que mais pesquisas são necessárias nessa área, para o desenvolvimento 
de um modelo para que os terapeutas ocupacionais (e outros profissionais) possam tomar decisões adequadas. 
O terapeuta deve trabalhar com o paciente para examinar todas as atividades e determinar quais são as mais 
importantes para essa pessoa. O paciente é encorajado a decidir quais atividades podem ser eliminadas ou realizadas 
de modo diferente. A habilidade do terapeuta para ajudar os pacientes a reconhecer o valor dos dispositivos de 
assistência ou modos alternativos de desempenho em geral, é necessária para facilitar a modificação do estilo de vida, 
porque alguns dispositivos ou métodos de desempenho podem alimentar uma sensação de incapacidade que não se 
encaixa na imagem corporal da pessoa. Muletas, bengalas e órteses para a mão são os melhores exemplos. As pessoas, 
e mesmo alguns profissionais da saúde, sentem dificuldade em utilizar esse tipo de dispositivo porque eles denotam 
uma imagem corporal negativa apesar de representarem vantagens para prolongar a marcha e o uso funcional da mão. 
Alternativas que podem incluir a troca de emprego (ou profissão), também podem necessitar de aconselhamento 
significativo para permitir que o paciente reconheça as vantagens da mudança. Por exemplo, se o trabalho do paciente 
requer muito tempo em pé e levantamento de peso e não existe alternativa disponível, o mesmo emprego orientação 
vocacional pode estar indicada para buscar outras oportunidades de trabalho que não resultem em tanto estresse 
articular. 
Autocuidado e Atividades Instrumentais de Vida Diária 
Atividades remanescentes necessárias para viver com independência na comunidade, incluem habilidades para o 
autocuidado e atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Os pacientes nem sempre consegue identificar essas 
habilidades como as mais importantes metas de desempenho ocupacional, porque eles presumem que alguém estará lá 
para realizar essas tarefas para eles. Nem sempre, porém, é possível conseguir assistência, e de fato, pode ser 
inconveniente buscar ajuda. Por isso, muitos pacientes podem ser orientados a realizar essas tarefas como parte de 
suas metas. Backman (1998) descreveu instrumentos de AVD e AIVD para o trabalho do terapeuta ocupacional com 
pacientes de artrite reumatoide. Observação das habilidades é importante para avaliar como a pessoa realiza as tarefas. 
Métodos de proteção articular são utilizados? A pessoa agrava seus comprometimentos enquanto realiza as tarefas? 
Técnicas de conservação de energia são utilizadas? Equipamento de adaptação é utilizado? É importante perguntar as 
pessoas com que frequência essas tarefas são realizadas e quando a assistência é solicitada. Embora o paciente possa 
responder as perguntas acerca do autocuidado de modo idealizado durante a entrevista, depende do terapeuta buscar a 
acurácia da informação obtida. Por exemplo, considere o exemplo a seguir: 
“Você consegue se vestir sozinho?” “Sim.” 
“Você se vestiu sozinho hoje pela manhã antes de vir para a clínica?” “Não porque eu estava com pressa de chegar 
aqui.” 
 
4 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
“Você se vestiu sozinho ontem?” “Não, porque já estava tarde e nós tínhamos que chegar à igreja a tempo.” 
“Você se vestiu sozinho na semana passada?” “Sim.” 
“Na semana passada, quantas vezes você se vestiu sozinho?” “Provavelmente uma ou duas vezes porque eu senti 
muita rigidez matinal e dor. Além disso, minha filha estava em casa para me ajudar.” 
O leitor pode observar como fazer a pergunta correta é importante para identificar problemas que podem necessitar 
de mais atenção. 
Nos pacientes hospitalizados, todo o autocuidado matinal pode ser observado. O terapeuta, porém, pode ter o 
primeiro contato com o paciente em um ambulatório. Nesse caso, a observação das atividades de cuidado pessoal pode 
não ser viável. 
O uso de um questionário autoadministrado pode economizar tempo em uma avaliação abrangente. O Questionário 
de Avaliação de Atividades Diárias(Nordenskiold, Grimby e Dahlin-Ivanoff, 1998) foi testado em mulherescom AR 
na Suécia. É um instrumento com 102 ítens que solicita ao respondente que indique o grau de dificuldade em 
diferentes tarefas. O terapeuta utiliza um processo de pontuação para verificar mudanças à medida que a função 
melhora com o uso de dispositivos de assistência. 
Para pacientes que trabalham, existem diferentes entrevistas e ferramentas que não são específicas para artrites 
(Backman, 1998). Esses instrumentos podem ser utilizados, mas o avaliador precisa dedicar especial atenção às 
características articulares e sistêmicas única dessas doenças, à medida que conduz a avaliação. A pessoa pode ser 
capaz de realizar as tarefas, mas a repetição e o esforço realizados durante os testes, podem não desencadear os 
mesmos problemas que surgem após um turno de 8 horas de trabalho. Uma alternativa para observar as atividades 
instrumentais de vida diária (AIVD) quando o tempo para a avaliação é curto, é simular áreas básicas que possam 
estar com problemas. Por exemplo, se os pacientes dizem que não conseguem alcançar e guardar objetos em armários 
acima da bancada da pia da cozinha, fazer a pessoa levantar um objeto com peso semelhante na clínica de terapia 
ocupacional pode demonstrar se o problema é força de preensão, ADM de ombro, fadiga ou fraqueza. 
Uma área de AVD que muitas vezes é desprezada é a expressão sexual. Essa área pode ser problemática para a 
pessoa com artrite por causa de dor, desconforto, fadiga, ADM limitada e outros fatores físicos limitantes. Pode ser 
desconfortável para o paciente discutir esse assunto como parte das AVD. Os terapeutas precisam ser compreensivos 
em relação à cultura do paciente ao se referir a esse aspecto da AVD, mas esse tópico deve ser abordado para permitir 
que o paciente discuta os problemas nessa área (Majerovitz & Revenson, 1994). Se os problemas de expressão sexual 
estão relacionados com aspectos não pertinentes à doença, então um encaminhamento para um psicólogo pode ser 
indicado. Ao entrevistar os pacientes quanto a problemas de expressão sexual, a abordagem é semelhante aquela 
empregada para outros aspectos de AVD: pergunte se o problema é incapacidade para realizar a atividade; 
comprometimento de uma área de capacidade; ou se deve a fatores contextuais ou ambientais. De acordo com os 
fatores que representam problemas, forneça o tratamento adequado. 
Amplitude de Movimento 
Observação e mensuração da ADM ativa de membro superior a partir da posição ereta, dão ao examinador informação 
acerca da ADM funcional de que o paciente dispõe para o funcionamento ocupacional (consulte Capítulo 5). A dor, 
em geral, é uma razão para limitação da ADM ativa na artrite, mas a ADM pode estar limitada por causa de fraqueza, 
contraturas, ou desarranjos articulares. As imagens radiológicas que mostram osteófitos, erosões, estreitamento do 
espaço articular, e outros problemas esqueléticos, descartam fortalecimento com finalidade de limitar a mensuração 
nessas áreas de preocupação. 
Força 
Testar a força de grupos musculares de áreas afetadas com o paciente em pé fornece informação sobre a função 
(Capítulo 5). Por exemplo, o paciente que flexiona ativamente o ombro a 60º e vence resistência moderada sem dor, 
provavelmente será capaz de levantar um prato leve e colocar em uma prateleira baixa acima do nível da bancada. 
Testar a resistência nos movimentos articulares também permite que o examinador registre se a dor limita a 
intensidade da resistência vencida. É importante utilizar princípios de proteção articular, ao aplicar resistência às 
articulações no extremo de ADM ativo, observar a face do pacientes em busca de sinais de dor, e caso ocorram, 
interromper imediatamente. Do contrário, o paciente sentirá mais dor que o habitual após a sessão de avaliação. 
A força na mão pode ser testada com dispositivos para garra e para pinça (consulte Capítulo 5). O dinamômetro de 
Jamar é um instrumento comumente utilizado para mensurar a garra. Embora o metal do dinamômetro possa 
incomodar alguns pacientes que apresentam deformidade e dor, ainda assim, esse é instrumento útil, já que a maioria 
dos objetos utilizados diariamente também não é flexível. Se, porém, o paciente tem força de garra menor do que 2,2 
kg, o dinamômetro de Jamar não fornece medida acurada de diferença de força como resultado do tratamento. Nesse 
caso, outras ferramentas, como um esfignomanômetro adaptado ou dispositivo semelhante, (Nordenskiold & Grimby, 
1993) mostram pequenas mudanças causadas pelo tratamento. Dispositivos padronizados para mensuração da pinça 
podem ser utilizados nesses pacientes, embora, o método padronizado proposto por Mathiowetz et al. (1985) não 
 
5 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
possa ser sempre aplicado a pacientes com AR por causa de deformidades significativas do polegar e demais dedos, o 
que impede a aplicação dos valores de referência. Mesmo que os valores de referência não sejam aplicáveis para 
comparação, podem ser úteis para descrever a realização da pinça, por exemplo, “a polpa do polegar é pressionada 
contra a falange proximal do dedo indicador por causa da limitação da abdução do polegar.” Embora o movimento 
possa ser acompanhado por desvio ulnar da segunda MCF, o movimento ainda é útil para segurar ativamente um 
pequeno objeto. Esses mecanismos compensatórios utilizados pelos pacientes com deformidades severas precisam ser 
avaliados, especialmente quando a cirurgia para melhorar a função da mão está sendo considerada. Alguns pacientes 
com AR severa apresentam força de pinça maior do que a força de garra disponível. 
Avaliação da Mão 
Apesar de diferentes instrumentos de avaliação da função da mão, Backman e Mackie (1995) e van Lankveld, Graff e 
van Pad Bosch (1999) desenvolveram instrumentos especialmente para essa população. Outros instrumentos não 
desenhados para essa população podem ser úteis em algumas situações (Backman, 1998). Instrumentos padronizados 
de avaliação da mão são úteis como medidas de referência, para um tratamento que pretende demonstrar mudanças na 
função da mão ou orientar a tomada de decisão quanto à cirurgia eletiva da mesma. 
Resistência 
Na artrite, especialmente na AR, a capacidade de manutenção do movimento funcional pode estar limitada pela fadiga, 
fraqueza ou dor. Medidas de autoavaliação da capacidade de manter o desempenho funcional são úteis para determinar 
como a fadiga interfere nas ocupações significativas. Se o paciente necessita descansar um dia inteiro porque as 
atividades do dia anterior causaram fadiga e ou aumento da dor, as atividades prolongadas precisam ser reorganizadas 
para permitir a participação na ocupação preferida. Isso é discutido na seção sobre o controle da fadiga. 
Dor 
A dor pode ser mensurada durante o exame articular e/ou durante o desempenho de ocupações. Em alguns momentos, 
conhecimento sobre a localização da dor, a severidade e o momento do dia pode ser útil, especialmente se o 
tratamento pretende modificar algum desses parâmetros da dor. A escala visual análoga para a dor foi determinada 
como um instrumento simples e confiável para mensurá-la (Huskisson, 1974) (consulte Capítulo 5). 
Deformidades de Mão e Punho 
É útil registrar as deformidades de mão e punho para determinar o melhor curso de ação para o tratamento, de modo a 
permitir o desempenho ocupacional. Para cada articulação do punho e da mão, os seguintes problemas devem ser 
investigados e registrados: (1) edema, calor, e/ou rubor (sinais cardinais de inflamação); (2) dor; (3) subluxação ou 
luxação; (4) crepitação; (5) ruptura de tendão; e (6) nódulos reumatoides. 
Na OA, deformidades comuns de mão incluem esporões dorsolaterais e dorsomediais nas IFD do 2º ao 5º dedos, 
queem geral se desenvolvem lentamente e recebem o nome de nódulo de Heberden. Os nódulos de Heberden são 10 
vezes mais prevalentes em mulheres. Alargamento semelhante observado nas IFP do 2º ao 5º dedos recebe o nome de 
nódulo de Bouchard. Quando a primeira articulação CMC é afetada, edema e dor na base do metacarpo e aspecto 
quadrangular da mão estão presentes, o que é evidência de subluxação dessa articulação (Brandt & Slemenda, 1993). 
Pinças de precisão e força estão em maior risco quando a primeira MCM está significativamente afetada. Em uma 
revisão de 99 pacientes com OA de mão, mais da metade apresentavam perda funcional. Quase metade dos 99 tinha 
história concomitante de OA de joelho (Altman et al., 1990). McFarlane et al. (1990) observaram, ao acompanhar 32 
pacientes com osteoartrite de mão por um ano desde a admissão, que os osteófitos, especialmente os de crescimento 
rápido, causavam dor. Quanto mais lento o crescimento, menor o comprometimento articular. 
As deformidades encontradas na AR são complexas. A descrição a seguir das deformidades comuns e de como se 
desenvolvem irá permitir que os terapeutas apliquem as técnicas adequadas como órteses de mão, técnicas de proteção 
articular, e/ou programas de orientação ao paciente, que desfaçam mitos e aumentem a compreensão da pessoa sobre 
as causas da deformidade. 
Deformidades do Punho 
Estima-se que 95% das pessoas com AR persistente desenvolvam comprometimentos bilaterais de punho (Wilson, 
1986). Três processos patológicos que podem levar ao desenvolvimento de deformidades são degradação da 
cartilagem, observada precocemente muitas vezes na AR, sinovite com erosão e lassidão ligamentar. A degradação da 
cartilagem pode causar erosão óssea e pode levar à ruptura de tendões, especialmente dos tendões extensores dos 
dedos mediais ou do flexor longo do polegar (Shapiro, 1996). Mesmo sem erosão, a expansão sinovial pode levar à 
subluxação volar da fileira proximal do carpo, o que é observado em 80% dos casos de AR, nos Estados Unidos. O 
novo posicionamento dos ossos do carpo pode desencadear dor. Se a pressão intercarpal aumenta durante movimentos 
 
6 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
de garra, a dor aumenta proporcionalmente, levando ao desejo de reduzir a força de garra para redução da dor 
(Shapiro, 1996). Ambas, a perda da cartilagem e a sinovite, podem levar à lassidão ligamentar a um maior desarranjo 
do carpo com instabilidade do punho, o que pode levar ao desvio radial do carpo sobre o rádio (Taliesnik, 1989). 
Mesmo se a destruição sinovial for interrompida antes da instalação de deformidade significativa, pode ocorrer 
anquilose fibrosa de algumas superfícies articulares do carpo. A erosão sinovial que prolifera e causa destruição 
articular massiva, incluindo qualquer combinação de rupturas tendinosas e desarranjo articular, pode levar a um punho 
fraco (Shapiro, 1996). 
Deformidades das Articulações Metacarpofalangeanas 
Embora o desvio ulnar das articulações metacarpofalangeanas (MCF) seja incomum nos estágios iniciais da AR, 
Wilson (1986) relata que 45% dos pacientes cuja doença persistia por mais de 5 anos apresentavam esse tipo de 
deformidade. O desvio ulnar é uma combinação do desvio da base da falange em relação à cabeça do metatarso e uma 
inclinação lateral da falange sobre o metacarpo (Wilson, 1996) (Fig. 44-1). Wilson sugere que os fatores a seguir 
contribuam para essa deformidade: 
1.Sinovite na articulação MCF alongando os ligamentos colaterais radiais, mais fracos do que seus opostos 
ligamentos ulnares. 
2.Quando a sinovite cede, os tendões extensores migram em sentido ulnar caindo eventualmente nos espaços entre 
as cabeças dos metacarpos. 
3.À medida que os dedos sofrem flexão, os tendões flexores puxam os dedos mediais sem oposição dos ligamentos 
colaterais radiais enfraquecidos. 
4.Contraturas dos músculos intrínsecos causadas por espasmo reflexo protetor do músculo, em consequência da 
sinovite, contribuem para subluxação volar da MCF. Isso quebra o equilíbrio entre a placa palmar, as faixas 
sagitais, o ligamento metacárpico transverso e os ligamentos colaterais. 
5.Quando a sinovite do punho causa desvio radial do punho, a dinâmica dos tendões flexores dos dedos muda, uma 
vez que eles cruzam as articulações MCF produzindo força ulnar. 
6.Perda da cartilagem articular MCF e erosão óssea levando a subluxação volar, tração dos flexores dos dedos em 
sentido ulnar durante a flexão. 
7.Tenossinovite flexora também pode levar à subluxação volar da articulação MCF. 
Os ligamentos colaterais da articulação MCF habitualmente ficam tensos durante a flexão. Por isso, uma lassidão 
ligamentar não esperada do ligamento colateral radial nessa articulação pode ser avaliada posicionando cada 
articulação MCF do paciente em flexão passiva completa. Cada dedo então é empurrado em direção a ulna. Na mão 
saudável, o dedo faz pouco ou nenhum deslocamento no sentido ulnar. Se o ligamento colateral radial estiver estirado, 
o dedo pode ser facilmente deslocado em sentido ulnar. Quando e se as articulações MCF se tornam fixadas em flexão 
por causa da doença, a crista mediopalmar pode ficar úmida e macerada pela falta de exposição ao ar. Essa situação 
pode ser acompanhada por um odor fétido, porque se torna difícil para a pessoa fazer a limpeza da mão; por isso, 
paciente, terapeuta e médicos precisam estar atentos para prevenir essa deformidade. 
 
7 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
 
Figura 44-1 Desvio ulnar e subluxação. (Reimpresso com permissão de slides da Coleção de Slides para Ensino da Artrite 
Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão da Faculdade Americana de Reumatologia). 
 
Figura 44-2 Deformidade em pescoço de cisne: hiperextensão de IFP com flexão de IFD. (Reimpresso da Coleção de Slides para 
Ensino da Artrite Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão do Colégio Americano de Reumatologia). 
Deformidades das Articulações Interfalangeanas 
Deformidades em pescoço de cisne e em botoeira são as deformidades dos dedos mais comuns (Rizio & Belsky, 1996) 
(Figs. 44-2 e 44-3). Sinovite prolongada da articulação IFP pode se espalhar no sentido proximal sob a faixa extensora 
central, que se torna frágil e por entre os tendões dos músculos intrínsecos e extensores. Quando a faixa central e as 
faixas laterais são estiradas, elas deslizam em sentido palmar, e assim se instala a deformidade em botoeira (Rizio & 
Belsky, 1996; Wilson, 1996). Nalebuff (1984) descreveu três estágios para a deformidade em botoeira. Estágio I exibe 
apenas uma discreta defasagem extensora, e discreta perda da flexão IFD ocorre. Uma deformidade em flexão de IFP 
a 40º é considerada estágio II. No estágio III, a articulação IFP apresenta deformidade em flexão fixada. 
Se a sinovite inicial é ântero-lateral pode ocorrer estiramento do ligamento transverso, fazendo que o feixe lateral 
migre em sentido dorsal, resultando em hiperextensão de IFP ou deformidade em pescoço de cisne. Os feixes laterais 
nessa posição, impedem o deslocamento volar e lateral habitual que permite a flexão da IFP. Com a progressão da 
sinovite ocorre erosão articular e, por fim, destruição com aderência fibrosa articular ou anquilose óssea (Wilson, 
1986). A deformidade em pescoço de cisne pode também ser causada pelo efeito destrutivo da sinovite originária de 
qualquer uma das três articulações dos dedos (Rizio & Belsky, 1996). A alteração da função em pacientes com 
 
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deformidade em pescoço de cisne, é causadadiretamente pela perda de flexibilidade na articulação IFP (Rizio & 
Belsky, 1996). Quatro tipos de deformidade em pescoço de cisne foram descritas (Wilson, 1986). A deformidade do 
tipo I é caracterizada por flexibilidade completa da articulação IFP. Os pacientes se queixam de travamento ocasional 
da articulação e problemas para iniciar a flexão de IFP. O tipo II apresenta IFP flexível quando a MCF está flexionada, 
mas quando a MCF está em extensão, existe limitação da flexão da IFP. Quando ocorre perda significativa de 
movimento na IFP, a deformidade é classificada com de tipo III. No tipo IV, existe destruição intra-articular e 
limitação do movimento. 
 
Figura 44-3 Deformidade em botoeira: flexão de IFP com 
hiperextensão de IFD. (Reimpresso com permissão de Feinberg, J.R. [1992]. Efeito do profissional de saúde sobre a adesão ao 
uso de órteses de repouso para a mão por pacientes com artrite reumatoide. Arthritis Care Research,5, 17-23). 
Deformidades do Polegar 
A descrição de Nalebuff (1984) de quatro tipos comuns de deformidades do polegar cria uma codificação para 
problemas complexos. O tipo I, ou deformidade em botoeira, é o mais comum e é caracterizado por flexão de MCF e 
hiperextensão de IF (Fig. 44-4). Isso ocorre usualmente quando a sinovite da MCF estira o aparelho extensor, 
incluindo a cápsula dorsal, tendão do extensor curto do polegar e o capuz dorsal. Isso resulta em flexão de MCF; 
também pode ocorrer subluxação volar dessa articulação. O estiramento do tendão do extensor curto do polegar, 
permite seu deslocamento em sentido ulnar e palmar. O tipo II inicia na articulação carpometacárpica (CMC) e resulta 
em flexão e adução de MCF e hiperextensão de IF. Esse tipo é menos comum. O tipo III, ou deformidade em pescoço 
de cisne, é o tipo mais comum; é caracterizado por hiperextensão e adução da articulação MCF e flexão da articulação 
IF. A origem dessa deformidade é a sinovite da articulação CMC (Stein & Terrono, 1996). 
Três outros tipos de deformidade são reconhecidos e classificados (Stein & Terrono, 1996). A mais comum dessas 
deformidades é do tipo IV, deformidade em dedo de couteiro. É caracterizada por adução de MCF e instabilidade 
lateral do MCP e é resultado de desequilíbrio do ligamento colateral ulnar. À medida que a falange proximal desvia 
em sentido radial na articulação MCF, o primeiro MCP assume uma posição em adução, e o espaço interósseo 
diminui. O tipo V consiste em hiperextensão do MCP e flexão IF. O primeiro MCP nem sempre está aduzido e a 
articulação CMC habitualmente não é afetada. A causa inicial é instabilidade ou enfraquecimento da placa volar na 
articulação MCF. O tipo VI consiste em colapso esquelético evidente e perda de substância óssea denominada artrite 
mutilante; o polegar se encurta e se torna instável e a pele parece ser excessiva em relação ao esqueleto subjacente. 
Em geral está associada à deformidade semelhante em outros dedos. 
 
9 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Figura 44-4 Deformidade do polegar do tipo I de 
Nalebuff. (Reimpresso da Coleção de Slides para Ensino da Artrite Reumatoide da ARHP. Utilizado com permissão da Faculdade 
Americana de Reumatologia). 
Tratamento (AR e OA) 
O tratamento aborda os problemas identificados pela avaliação e é orientado pela manifestação da doença, pela 
capacidade de adaptação do paciente à progressão da doença, e as limitações identificadas por ele no funcionamento 
ocupacional. A compreensão sobre o papel das forças biomecânicas alteradas sobre as articulações, os aspectos 
sistêmicos e a progressão da artrite reumatoide, e o nível de engajamento em ocupação significativa orienta o 
tratamento de terapia ocupacional. O tratamento para a AR varia à medida que a doença progride da fase aguda 
(caracterizada pela inflamação e proliferação sinovial e sintomas sistêmicos como dor e febre) para a fase subaguda e 
daí para a fase crônica, em que a doença regride, mas surgem ou mantêm-se as deformidades. Em todos os estágios, a 
fadiga e a dor devem ser evitadas. As metas de funcionamento ocupacional identificadas pelo paciente, podem ser 
comprometidas por algum dos fatores a seguir: 
●conhecimento limitado sobre a doença e sua progressão; 
●conhecimento e habilidade limitados para modificar atividades em casa ou na comunidade para proteger as 
articulações e conservar energia; 
●capacidade limitada para gerenciar um dia completo, equilibrando repouso e atividade; 
●limitações e deformidades articulares; 
●limitação de força; 
●conhecimento limitado sobre uso de órteses; 
●conhecimento limitado sobre como adaptar e modificar o ambiente; 
●limitado senso de autoeficácia para redefinir o estilo de vida. 
O tratamento básico para a OA é a orientação do paciente acerca da redução da carga, da proteção das articulações 
afetadas e o fortalecimento da musculatura ao redor dessas articulações. Outras técnicas de tratamento incluem 
modificação do ambiente, prescrição de dispositivos de assistência, uso de órteses e modificação do estilo de vida. 
Orientação do Paciente e da Família 
Para a AR, as técnicas de tratamento requerem orientação do paciente e da família a respeito da doença, dos sintomas 
e de como a sinovite prolongada pode levar à destruição articular irreversível. Médicos e enfermeiros devem explicar 
a ação da medicação. Os terapeutas ocupacionais precisam reforçar a importância de se obedecer as orientações 
quanto à medicação e as razões para isso. Os pacientes precisam compreender que as deformidades não podem ser 
prevenidas se a doença progride, sem o controle de medicação anti-inflamatória ou modificadora da doença. Embora 
nem todos os casos sejam facilmente ou bem controlados com medicação, existe ampla gama de opções que permite 
várias tentativas até que se encontre o composto e a dose adequados. Os pacientes que não respondem precocemente 
podem se sentir desencorajados. O terapeuta ensina métodos de adaptação à progressão da doença. Além de ajudar o 
paciente e a família a compreender a doença, o terapeuta precisa ainda fomentar esperança que o uso de adaptações e 
modificações necessárias ao longo do curso da doença, possa manter o funcionamento ocupacional significativo. 
 
10 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Para a OA, a meta da orientação é permitir que o paciente controle o tratamento de longo prazo. Compreender como 
a OA afeta as articulações e compreender os princípios de proteção articular e sua aplicação às atividades de vida 
diária, são aspectos fundamentais da orientação. 
Proteção Articular e Controle da Fadiga 
Para a AR, o terapeuta ocupacional utiliza técnicas de proteção articular para reduzir a dor e a deformidade. As metas 
de proteção articular são: reduzir a carga sobre articulações vulneráveis, desenvolver estratégias para preservar a 
integridade atual das estruturas articulares, reduzir a inflamação local (Cordery & Rocchi, 1998). Os princípios de 
proteção articular descritos por Cordery, e recentemente revisados por Cordery e Rocchi (Procedimentos para a 
Prática 44-1), requerem que o terapeuta aplique técnicas de ensino-aprenizagem que leve a essas mudanças de 
comportamento. 
Princípios de proteção articular são adequados à OA, embora os fundamentos sejam diferentes da AR, uma vez que 
a OA se limita a algumas articulações afetadas seletivamente, sem efeito sistêmico. As diretrizes para proteção em 
casos de OA descritas a seguir incluem: prevenir dor durante as atividades, manter ADM articular e aumentar a força e 
o condicionamento muscular, reduzir forças excessivas sobre as articulações afetadas e equilibrar repouso e atividade(Cordery & Rocchi, 1998). 
Respeito à Dor 
Estruturas articulares sensíveis à dor são a cápsula fibrosa, os ligamentos, coxins gordurosos e periósteo. A dor 
durante o processo inflamatório da AR é comum. A dor também pode ser desencadeada quando ligamentos 
enfraquecidos e desarranjos do espaço articular são agravados pela realização de movimentos, que alongam ainda 
mais os ligamentos ou de movimentos resistidos que comprimem o espaço articular (Shapiro, 1996). Quando existe 
dor ao repouso durante o processo inflamatório, redução do nível de atividade para prevenir o aumento da dor e 
promover a redução da inflamação, está indicada. 
Na fase crônica, posturas agravantes e atividades desencadeantes da dor são evitadas ou aconselha-se a adaptação. 
Na OA, a dor articular é produzida por participação em atividades é um sintoma útil, que pode indicar estresse 
articular por uso excessivo além dos limites do conforto articular. Exemplos disso incluem posição ajoelhada ou em 
quatro apoios por tempo prolongado, ambas agravando a dor no joelho. A posição ajoelhada ou em quatro apoios, 
pode ser evitada pela realocação de objetos em níveis mais altos ou por sentar-se em um banco alto. Equipamentos 
que podem ser utilizados para evitar a posição ajoelhada e em quatro apoios, incluem cabos longos na pá de lixo e em 
pegadores. Para evitar levantar peso, quando os membros inferiores estão dolorosos, equipamento usual pode ser 
substituído por versões mais leves fabricadas com materiais como alumínio, plástico ou napa. Exemplos desses 
objetos são malas e bolsas fabricadas com napa. Um carrinho de compras ou de bagagem pode ser utilizado. Posturas 
que agravam problemas lombares quando a coluna vertebral está afetada, como ficar inclinado sobre a mesa por muito 
tempo, podem ser modificadas pelo uso de suporte vertical para livros. Inclinar para frente sobre a grade para levantar 
o bebê do berço pode ser evitado adaptando-se um trilho para levar a grade abaixo do nível do colchão e permitir que 
a pessoa sente, para transferir o bebê para o colo ou para um carrinho alto (consulte Capítulo 32). Aumentar a altura e 
a firmeza de cadeiras, assento do vaso sanitário, camas e outras peças de mobília previne a dor no joelho e no quadril 
no momento de levantar. Suportes laterais ou descanso para os braços também podem ser utilizados para ajudar a 
levantar da posição sentada. Para prevenir dor quando a articulação CMC do polegar está afetada, a pessoa pode 
utilizar abridores de frascos, abridores de lata elétricos, tesouras elétricas, e utensílios leves ou de cabos grandes para 
prevenir estresses desnecessários sobre a articulação (Cordery & Rocchi, 1998; Stein & Terrono, 1996). 
Princípios de Proteção Articular 
●Respeitar a dor como um sinal para interromper a atividade. 
●Manter a força muscular e a ADM articular. 
●Utilizar cada articulação em seu plano anatômico mais estável e funcional. 
●Evitar as posições de deformidade e as forças em sua direção. 
●Utilizar as maiores e mais fortes articulações para o trabalho. 
●Assegurar padrões corretos de movimento. 
●Evitar permanecer na mesma posição por muito tempo. 
●Evitar realizar atividades que não possam ser interrompidas imediatamente se comprovado que estejam além da 
capacidade. 
●Equilibrar atividade e repouso. 
●Reduzir o esforço. 
 
11 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Retirado de Cordery, J. e Rocchi, M (1998). Joint protection and fadigue management. In J. Melvin e G. Jensen (Eds.), 
Rheumatologic rehabilitation series, vol.1: Assessment and management (pp. 279-321). Bethesda, MD: American Occupational 
Therapy Association. Reimpresso com permissão. 
Manutenção da Força Muscular e ADM Articular 
Força equilibrada ao redor de articulações instáveis, podem reduzir mais destruição de cápsula, ligamentos e 
cartilagem. Proteção articular durante os exercícios terapêuticos inclui assegurar que a tração muscular não agrave a 
deformidade. O posicionamento articular e a ADM, são fundamentais para o funcionamento ótimo dos músculos. 
Amplitude limitada em uma articulação como o ombro, por exemplo, requer movimentos exagerados em articulações 
distais para realizar a tarefa. 
Na presença de inflamação articular aguda por AR, quando a amplitude pode estar limitada, a proteção articular 
inclui o uso de exercício suave, sem dor de ADM. Tentativa de avançar além dessa amplitude pode aumentar a pressão 
intra-articular e agravar a dor existente. 
Na OA, a manutenção das atividades diárias dentro do limite de dor do paciente previne a hipotrofia por desuso. O 
fortalecimento ao redor de uma articulação instável pode aumentar a estabilidade e reduzir a dor. Crescimento ósseo 
ao redor da articulação CMC do polegar pode inibir o movimento. Quando isso ocorre, um bloqueio ósseo pode 
impedir o aumento da ADM e causar mais dor; por isso, as tentativas de aumento da ADM são evitadas. 
Utilizar cada Articulação no Plano Anatômico mais Estável e/ou mais Funcional 
O plano anatômico mais estável e/ou mais funcional é aquele em que o músculo, e não o ligamento, fornece a 
resistência ao movimento (Cordery & Rocchi, 1998). Por exemplo, em uma deformidade do polegar do tipo I com 
hiperextensão flexível da articulação IF, a pinça em flexão contra a polpa do polegar, dá maior estabilidade. 
Evitar Posições de Deformidade e Forças em sua Direção 
Evitar cargas externas e forças internas que facilitam a deformidade quando a evolução da doença coloca as 
articulações em risco (Cordery & Rocchi, 1998). Girar uma maçaneta redonda resistente em direção ulnar, quando as 
articulações MCF dos dedos estão subluxadas em sentido volar, é um exemplo de força a ser evitada pelo uso de uma 
maçaneta reta. 
Uso das Articulações Disponíveis mais Fortes para o Trabalho 
O uso das articulações maiores, mais fortes que suportam maiores forças. Exemplo desse princípio é levantar objetos 
do chão com uso dos quadris e dos joelhos, em vez de inclinar a coluna vertebral para frente; puxar ou empurrar 
objetos em vez de carregá-los; e utilizar uma bolsa presa à cintura, em vez de carregá-la com a mão em garra (Fig. 44-
5, A & B). 
Assegurar uso de Padrões Corretos de Movimento 
Padrões incorretos podem resultar em dor, tenossinovites, deformidade, desequilíbrio muscular, ou hábito (Cordery & 
Rocchi, 1998). Para elevar o braço, o ombro desliza (elevação e rotação para cima da escápula) para substituir a flexão 
dolorosa do ombro. Utilizar a articulação glenoumeral dentro do limite da dor mantém a articulação móvel. Outro 
exemplo é fazer extensão do cotovelo quando se levanta de uma cadeira, utilizando uma superfície plana da palma da 
mão, em vez do dorso dos dedos, para prevenir forças deformantes em direção da flexão de MCF. 
 
12 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Figura 44-5 Como distribuir carga sobre áreas maiores 
e utilizar as maiores articulações disponíveis para a tarefa. A. Problema: a paciente carrega a bolsa utilizando as pequenas 
articulações da mão. B. Solução: a paciente utiliza uma bolsa presa à cintura. (Cortesia da Coleção do Centro Nacional de 
Reabilitação Rancho Los Amigos, Downey, CA). 
Evitar Manter-se na Mesma Posição por Períodos Prolongados 
Esse conselho tem sido dado para trabalhadores em geral, porque posturas estáticas podem levar a fadiga muscular. 
Quando músculos fatigados não conseguem manter a estabilidade articular, a carga é transferida para a cápsula 
articular e para os ligamentos subjacentes, que podem já estar estirados por causa da doença (Cordery & Rocchi, 
1998). As pessoas com OA estão propensas a “congelamento” ou rigideze desconforto após longos períodos de 
inatividade. Se, além disso, a atividade requer que a articulação afetada seja mantida em uma posição por muito 
tempo, os músculos ao redor da articulação se cansam e se tornam menos efetivos para dar suporte à articulação 
 
13 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
(Cordery & Rocchi, 1998). Mudanças de posição ou períodos de descanso e realização de exercícios ativos de ADM 
durante as atividades prolongadas, como o uso do computador, são recomendados para prevenir a fadiga muscular e a 
dor e consequente empobrecimento dos padrões de movimento. Esse princípio é difícil de obedecer, como paciente, do 
mesmo modo que para qualquer outra pessoa que deseja realizar uma tarefa. Realizar exercícios ativos de ADM a cada 
15-20 minutos, para as articulações afetadas pode minimizar a rigidez e facilitar a função muscular (Brandt & 
Slemenda, 1993). 
Evitar Iniciar uma Atividade que não possa ser Interrompida Imediatamente se Comprovado que Esteja além da 
Capacidade 
Esse princípio requer planejamento e isso nem sempre é fácil, especialmente em uma tarefa pouco familiar. Músculos 
fatigados ao redor das articulações afetadas, podem levar ao uso de padrões de movimento ruins e aumentar a dor 
quando pausas para descanso não são possíveis. Esse princípio tem sido bem aplicado aos modelos mais novos de 
andador, que dispõem de assentos e bandejas para torná-los mais convenientes para as compras, idas à comunidade e 
na cozinha. Esses andadores têm permitido que muitas pessoas que participam de atividades na comunidade, possam 
sentar quando desejarem,em vez de precisar procurar, muitas vezes sem encontrar, um local para sentar. Outro 
exemplo de aplicação desse princípio é fazer os pacientes identificarem pontos de parada no meio do percurso, como 
uma cadeira na varanda, entre o carro na garagem e a cozinha. O paciente pode sentar e descansar nessa cadeira, se 
não for capaz de percorrer de uma vez todo o trajeto. 
Equilibrar Atividade e Repouso 
As pessoas com AR em geral necessitam de mais descanso do que as outras. As pessoas precisam planejar o equilíbrio 
entre atividade e repouso, para realizar as que são prioridades para cada dia e para a semana (Furst et al., 1987). Não é 
incomum ouvir pacientes dizer, por exemplo, que após um dia de limpeza da casa, precisam ficar o dia seguinte de 
repouso. Determinar e implantar o equilíbrio entre repouso e atividade requer automonitoramento, cujo valor é 
descrito adiante na seção sobre controle da fadiga. 
Reduzir o Esforço 
Esforço intenso ou movimentos resistidos, podem ser um problema para as articulações afetadas, levando a mais 
destruição e/ou dor. Na mão, isso pode ser evitado com uso de cabos especiais que evitam tensão de garra, pois 
estressa excessivamente as articulações afetadas dos dedos e aumenta as forças compressivas sobre o punho (Shapiro, 
1996). Outra maneira de reduzir os movimentos resistidos é o uso de dispositivos de assistência como: utensílios de 
cozinha, mãos leves e abridores de frascos que utilizem mais a força do membro superior em vez de apenas a força da 
mão e do punho afetados. 
Métodos de simplificação do trabalho também reduzem o estresse sobre as articulações.Em vez de carregar objetos 
de um lado para outro na cozinha, colocá-los sobre um carrinho (tipo carrinho de chá) e deslocá-los todos de uma vez, 
reduz a força exercida sobre as pequenas articulações da mão. Atividades resistidas que comprimem as articulações 
MCF instáveis, em direção à ulna devem ser evitadas (Fig. 44-6). Se, porém, a atividade de lazer favorita da paciente 
for tricotar e outra atividade satisfatória substituta não for encontrada, o terapeuta precisa avaliar como o paciente 
pode tricotar, sem utilizar uma força danosa. Sugestões incluem modificar as agulhas e utilizar um suporte para elas, 
fazer pausas frequentes para descanso, escolher pontos de tricô que sejam mais frouxos, e qualquer outra sugestão que 
o paciente possa fornecer. 
Na OA, a cartilagem fica muito delgada para se proteger contra o uso repetitivo de força, o que produz efeitos 
destrutivos sobre a cartilagem. A compreensão do paciente sobre a fisiologia articular e o papel dos proprioceptores, 
podem ajudá-los, a identificar que ocupações diárias utilizam esforço excessivo como: subir e descer uma escada 
carregando peso. Essa compreensão permite que o paciente reconheça a necessidade de uso de métodos alternativos 
para a realização da tarefa, por exemplo, nesse caso, pedir que outra pessoa desça com o peso ou levar pequeno peso 
em uma mochila e utilizar o corrimão, para reduzir o impacto da carga sobre o joelho afetado. 
Controle da Fadiga 
A fadiga tem sido descrita como uma sensação subjetiva persistente de cansaço generalizado ou exaustão (Belza, 
1995). Fatores que contribuem para a fadiga são multidimensionais incluem aspectos psicológicos, comportamentais e 
ambientais (Belza, 2001). Para controlar os efeitos da fadiga sobre as atividades diárias, o terapeuta ensina o paciente 
a analisar as tarefas do dia e a determinar quais atividades aumentam a dor e a fadiga (Cordery & Rocchi, 1998). 
Gerber et al. (1987) descobriram que pausas para repouso ao longo do dia, permitem um dia pleno de atividades. Isso 
foi demonstrado em um estudo sobre um treinamento de 6 semanas com técnicas de conservação de energia e proteção 
articular para pacientes com AR, em que eles aprendiam a fazer pequenos intervalos de repouso durante atividades 
prolongadas. Como resultado, 50% dessas pessoas aumentaram a quantidade de tempo em que se mantinham ativas 
 
14 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
em comparação com 11% dos controles (Gerber et al., 1987). No curso de 6 semanas, os pacientes utilizaram 
formulários para determinar o que poderia ou não ser modificado em seus horários para realizar mudanças realísticas 
autoidentificadas. Atividades adicionais fornecidas pelo caderno de exercícios do treinamento, davam continuidade a 
essa autoanálise para capacitar os pacientes a planejar seu controle da fadiga. Controlando a fadiga, uma pequena 
brochura publicada pela Fundação para a Artrite [Arthritis Foundation] pode complementar a orientação do paciente 
sobre esse assunto. 
Embora a fadiga que acompanha a doença sistêmica na AR não exista na OA, o uso continuado das articulações 
afetadas em conjunto com outras articulações, pode aumentar desconforto das articulações afetadas. O 
automonitoramento pelo reconhecimento do início da dor e desconforto com os horários da rotina diária, deve ser 
utilizado para determinar quando a atividade deve ser interrompida para descanso das articulações afetadas. Ao 
registrar a duração de uma tarefa que se segue de dor e/ou fadiga moderada a severa, o paciente pode reduzir o tempo 
dedicado a tarefa para reduzir a dor e/ou a fadiga. Cordery & Rocchi (1998) defendem períodos de repouso menores 
do que 30 minutos diversas vezes ao dia entre as tarefas. 
Manutenção da Mobilidade Articular 
Os pacientes com AR apresentam ADM limitada por causa de inflamação, destruição articular, fraqueza, inibição 
reflexa pela dor, e uso limitado. A causa da limitação direciona o tratamento. 
Durante a fase de inflamação aguda, ao movimento articular deve ser mantido com pelo menos um exercício de 
ADM completa ao dia. A brochura O Exercício e Sua Artrite publicada pela Fundação para a Artrite (RECURSOS 44-
1) é um exemplo de informação acessível para o paciente. É importante não estirar excessivamente os tecidos 
inflamados na AR, uma vez que a força tênsil pode estar reduzida em até 50%, levando a rupturas (Minor, 1996).Exercícios de ADM ativo-assistidos e ativos são comumente utilizados nesse período. Se o esforço do paciente contra 
a ação da gravidade produz desconforto ou se existe defasagem articular (mais observável no ombro), ADM passivo 
pode ser utilizado para assegurar que não ocorram contraturas durante esse período. É imperativo prestar atenção à 
resposta do paciente se assistência externa é fornecida, porque estoicismo e o desejo de não perder amplitude podem 
fazer com que ele não reaja ao aumento da dor. ADM suave ativo à noite pode reduzir a rigidez matinal (Minor, 
1996), embora alguns pesquisadores relatem que o melhor momento para essa atividade é pela manhã após o uso de 
medicação anti-inflamatória. Quando a inflamação cede, aumento da ADM com alongamento suave e controlado, 
pode recuperar toda ou alguma perda ocorrida durante a fase inflamatória. Diretrizes gerais para exercícios de ADM 
para pacientes com AR, incluem o seguinte (Coppard, Gale & Jensen, 1998; Minor, 1996): 
●Exercícios diários quando a rigidez e a dor chegarem ao nível mínimo. 
●Banho quente ou aplicação de calor/frio superficial antes ou após o exercício. 
●Realização de exercício suave de ADM à noite, para reduzir rigidez matinal e pela manhã para ativar o membro 
antes de levantar. 
●Modificação de exercícios (diminuir a frequência ou adaptar o movimento) para prevenir aumento da dor articular 
durante ou após o exercício. Dor após o exercício é um indicativo para redução do número de repetições. 
●Uso de técnicas autoassistidas como os exercícios com bastão para realização de alongamento. 
●Redução do número de repetições quando a articulação estiver em fase ativa da inflamação. 
Fortalecimento 
Pacientes com AR crônica estão em risco para os efeitos danosos da inatividade, incluindo a hipotrofia muscular e a 
redução da capacidade de exercício, da resistência e do condicionamento cardiovascular, resultando em 
descondicionamento (Komatireddy et al., 1997). Pesquisa sugere que o exercício pode não ser tão danoso como 
acreditava-se anteriormente. 
Exercícios isométricos muitas vezes são utilizados antes ou em conjunto com exercícios dinâmicos resistidos e 
programas aeróbicos. Inicialmente, os exercícios isométricos podem estar indicados para melhorar o tônus muscular, a 
resistência estática e a força e para preparar as articulações para atividades mais vigorosas (Minor, 1996). Contrações 
isométricas realizadas em 70% da contração voluntária máxima, mantida por 6 segundos, e repetida 5 a 10 vezes 
diariamente pode aumentar a força significativamente (Minor, 1996). Minor recomenda que durante o exercício 
isométrico: (1) não se mantenha a contração por mais de 6 segundos; (2) se evite o esforço máximo; (3) expire durante 
a contração e inspire durante período de relaxamento de mesma duração; e (4) se evite a contração de mais do que dois 
grupos musculares ao mesmo tempo. Exercícios dinâmicos podem melhorar a força e a resistência (Minor, 1996). 
Proteja articulações instáveis ou inflamadas durante exercícios com resistência e exercite dentro da amplitude sem dor. 
Iniciar com 8 a 10 repetições em posição antigravitária sem dor, antes de adicionar resistência. Reduzir intensidade, 
frequencia, e ADM se ocorrer dor ou edema articular (Minor, 1996). 
 
15 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Uso de Órteses 
No tratamento da OA, o uso de órtese para mão pode ser útil para estabilizar a primeira articulação CMC instável em 
abdução palmar e desse modo, equilibrar forças nessa articulação. Weiss et al. (2000) concluíram que o uso de órtese 
para a CMC trazia alívio para a dor. Além disso, para pacientes com OA inicial, que é definida como subluxação da 
base do metacarpo e osteófito menor de 2 mm, a intensidade da subluxação pode ser reduzida com uso da órtese. No 
tratamento da AR, as órteses para mão têm diferentes finalidades (Falconer, 1990). A efetividade das órteses para 
todas essas finalidades não está suficientemente documentada, embora alguns estudos tenham abordado a redução da 
dor, força de garra e conforto com diferentes órteses (Kjeken, Moller & Kvien, 1995; Stern et al., 1996; Ter Schegget 
& Knipping, 2000; Tijhuis et al., 1998). A seguir estão algumas das razões para que o uso de órteses fosse considerado 
útil em pessoas com AR. 
Redução da Inflamação 
Durante o processo inflamatório, repouso articular por meio de imobilização tem sido apontado como fator para 
redução da inflamação, conforme apontado em um estudo inicial (aparentemente não repetido mais recentemente), em 
que o diâmetro do dedo anular era reduzido significativamente em pessoas com AR tratadas com imobilização em 
relação aquelas não imobilizadas (Partridge & Duthie, 1963). É bastante comum a prescrição de órtese para mão 
durante a fase inflamatória. Alguns pacientes declaram que quando acordam pela manhã, sentem mais conforto na 
mão pelo repouso em posição confortável durante a noite. As articulações a serem protegidas pela órtese, precisam ser 
determinadas com base na localização da inflamação. Por exemplo, se apenas o punho está afetado, uma órtese de 
punho está indicada. Se toda a mão e o punho estão afetados, a órtese deve abranger toda a mão. As ocupações do 
paciente podem requerer ajuste de duas órteses para a mão inflamada. Uma órtese de repouso para a noite que suporte 
todas as articulações, pode ser alternada com uma órtese mais curta, que permita que os dedos fiquem livres para 
realização de atividades não resistidas e sem dor durante o dia. 
Fornecer Suporte e Reduzir a Dor de Articulações Instáveis Durante a Função 
Na fase pós-inflamatória, se ocorre instabilidade ou subluxação articular ou outro tipo de deformidade, o suporte 
externo da articulação por uma órtese pode melhorar a estabilidade ou prevenir movimento articular. A estabilidade é 
dada apenas para articulações que apresentem problemas. Feinberg & Brandt (1984) descobriram que quando o uso da 
órtese trazia alívio para a dor, o uso da órtese tinha boa adesão. Feinberg (1992) também descobriu que a orientação 
do paciente aumentava a adesão ao uso da órtese. 
Prevenção de Movimento Indesejado durante o Desempenho Ocupacional 
Um exemplo fundamental desse aspecto é a prevenção da hiperextensão nas articulações IFP (deformidade em 
pescoço de cisne), por meio do uso de uma órtese de três pontos que permite a flexão, mas evita a hiperextensão. 
Outro exemplo é o uso de uma órtese no estágio precoce da deformidade tipo I de Nalebuff do polegar, hiperextensão 
da IF do polegar. Embora os pacientes possam ser ensinados a flexionar a articulação IF durante movimento de pinça, 
uma órtese que limite a hiperextensão pode ser um lembrete passivo para a prevenção de hiperextensão mais intensa e 
de alongamento dos ligamentos colaterais. Uma prática controversa é a imobilização da articulação IFP dos dedos em 
extensão quando ocorre a deformidade de dedo em botoeira. Alguns resultados positivos, têm sido observados no 
controle da deformidade por um tempo limitado (Palchik et al., 1990). 
Aumento de ADM ou Prevenção de Deformidade 
Órteses dinâmicas, órteses com mecanismos que permitem a extensão, têm sido comumente utilizadas após 
artroplastia com implante silástico em articulação MCF de um dedo. Esse uso de órteses dinâmicas tem sido proposto 
para outras situações como: para a redução de contraturas secundárias à doença, mas pouca evidência sustenta esse 
resultado ou o uso de órteses dinâmicas para prevenir deformidades. 
Posicionamento Articular para o Desempenho Ocupacional 
Um exemplo de posicionamento articular para o desempenho ocupacional é o uso de órtese para o desvio ulnar de 
MCF (Fig. 44-7, A e B), para permitir o uso continuado dasarticulações IF da mão, quando, sem as órteses, a dor 
articular seria desencadeada pela atividade. Informações a respeito dos tipos de órtese e o uso de órteses customizadas 
ou pré-fabricadas são discutidas nos Capítulos 16 e 17. 
Modificação do Ambiente 
Maneiras de modificar o ambiente para manter a capacidade de participar de ocupações de escolha, incluem 
modificação do ambiente físico, recomendação do uso de dispositivos de assistência, assistência ao paciente para 
 
16 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
reconhecer e escolher ambientes de trabalho e lazer que se adéquem à sua incapacidade. Exemplos de cada uma dessas 
modificações são dados para diferentes problemas. O leitor deve ser capaz de reconhecer prontamente, para qual 
problema da articulação essas modificações são adequadas. As adaptações em geral, podem ser feitas com material 
adquirido em uma loja de ferragens na própria comunidade. 
Modificação do Ambiente Físico 
O paciente e o terapeuta precisam pensar acerca da modificação de todo ambiente, e que seja importante para o 
funcionamento ocupacional do paciente, especialmente em casa e no trabalho. Os ítens a seguir são alguns exemplos 
(Axtell & Yasuda, 1993): 
●Remover as portas dos armários ou fixar alças nos puxadores. 
●Reduzir a altura da bancada da pia. 
●Substituir as prateleiras comuns nos armários por prateleiras móveis. 
●Substituir o fogão à gás pelo forno micro-ondas, colocado em uma superfície de fácil acesso à capacidade de 
alcançar. 
●Substituir maçanetas redondas por maçanetas retas. 
●Substituir acionadores de torneira redondos por acionadores retos. 
●Utilizar dispositivos de controle remoto para ligar/desligar aparelhos elétricos mais comumente utilizados como 
os interruptores de luz. 
●Baixar a altura dos cabides de roupa nos armários se a capacidade de alcançar está diminuída. 
●Organizar o local de trabalho, de modo que as prateleiras fiquem dentro do limite de alcance e que a mesa e as 
cadeiras estejam em altura ergonômica. 
●Fixar suporte de punho e antebraço para trabalhos no computador. 
●Utilizar dispositivo viva-voz ao telefone. 
 PROCEDIMENTOS PARA A PRÁTICA 44-2 
Critérios a Considerar na Escolha de Dispositivos de Assistência 
●Leveza, durabilidade, tamanho, aparência estética. 
●Multiuso para evitar a necessidade de adquirir diferentes dispositivos. 
●Simplicidade de uso. 
●Redução do estresse sobre todas as articulações utilizadas para operar o dispositivo. 
●Adequação à tolerância do paciente para complementos. 
●Adequação à autoimagem do usuário. 
 PROCEDIMENTOS PARA A PRÁTICA 44-3 
Dispositivos de Assistência Disponíveis Comercialmente 
●Autocuidado - Gancho de botão, bastão para se vestir (vários comprimentos podem ser utilizados para o vestir, bem como 
para alcançar objetos distantes), cone para meia, pegador, escova de banho com cabo longo, cabo extensível para manuseio 
do papel higiênico, pente de cabo longo, escova de dentes elétrica, tubo maleável para creme dental. 
●Preparação de refeição – Carrinho tipo de chá, acionador do botão do fogão, cabos especiais para utensílios de cozinha, 
facas com cabo em ângulo reto (Fig. 44-8), abridor de latas elétrico, abridor de garrafas, tesoura com molas, tábua de cozinha 
com borda alta para estabilizar os alimentos, picador de legumes elétrico, banco alto para a bancada da cozinha, banco alto 
com rodas (Fig. 44-9). 
●Manutenção da casa – Espanador de cabo longo, aspirador de pó com rodas, pegadores para tirar objetos do lugar ou pegar 
objetos no chão. 
●Escola e trabalho – Carrinho de bagagem, mochila com rodas, mochila, bolsas fixadas à cintura, descanso para antebraço e 
punho no computador, porta-chave adaptado, cabos de suporte para lápis e caneta, adaptações do telefone, ferramentas 
portáteis adaptadas, grampeador e apontador de lápis elétrico, dispositivo para abrir a porta do carro (Fig. 44-10A). 
●Lazer - Ferramentas para jardinagem adaptadas, carrinho para jardinagem, porta-cartas, suporte para leitura, suporte para 
bordar, carrinho de golfe, acionador de maçaneta (Fig. 44-10B). 
 
 
17 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Dispositivos de Assistência Recomendados 
Muitos dispositivos de assistência estão disponíveis para o público em geral. Esses dispositivos podem auxiliar a 
pessoa com AR ou OA a limitar o estresse articular. É útil ensinar aos pacientes princípios de proteção articular, para 
que eles possam buscar de modo independente, produtos que reduzam o estresse articular. Os critérios a considerar 
quando se orienta os pacientes a escolher dispositivos de assistência são encontrados em Procedimentos para a Prática 
44-2. Excelentes fontes de informação estão disponíveis a respeito de dispositivos especiais, que são fabricados para 
pessoas com problemas articulares no caso de produtos de uso diário não se adequarem aos problemas (Procedimentos 
para a Prática 44-3 e RECURSOS 44-1). Em geral, a seleção desses produtos requer assistência profissional e uma 
oportunidade de experimentar seu uso para assegurar que servirá aos propósitos para os quais estão sendo adquiridos. 
Assim, é importante que a clínica de terapia ocupacional, disponha de uma variedade de dispositivos para uso 
experimental (Mann, 1998). Manter catálogos de materiais atualizados e utilizar a internet para ajudar os pacientes a 
encontrar os ítens adequados, ajuda o paciente a realizar uma ocupação significativa. Quando nenhum dos produtos 
disponíveis no comércio geral ou especializado resolve o problema, o terapeuta pode fabricar esses dispositivos na 
clínica. Métodos comuns de produção de dispositivos customizados modificações para cabos e maçanetas com uso de 
materiais do tipo espuma, termoplástico de baixa temperatura, tubos plásticos, ou ripas de madeira. A criatividade por 
parte do terapeuta é necessária para atender às necessidades do paciente. 
 
Figura 44-8 Faca com cabo angulado utilizada sobre uma tábua com suporte para legumes. (Cortesia de Paul Weinreich, Centro 
Nacional de Reabilitação Rancho Los Amigos, Downey, CA). 
 
18 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Pessoas com OA que apresentam comprometimento significativo de apenas algumas articulações, talvez não busquem 
cuidado de reabilitação e podem não ter consciência ou relutar quanto ao uso de dispositivos de assistência, que 
evitam a perda da participação em ocupações significativas. Assim, é bastante comum ouvir sobre o uso continuado 
das articulações afetadas mesmo com dor, até que ocupações importantes precisem ser abandonadas, quando o uso dos 
dispositivos de assistência teria prevenido o agravamento da condição articular. Por exemplo, vaso sanitário elevado e 
banco para a banheira podem ser utilizados para eliminar o estresse sobre os joelhos e quadris produzido ao se levantar 
de superfícies baixas. Utilizar um pegador e um bastão para se vestir de modo a apanhar objetos no chão evita que se 
incline o corpo para frente. 
Assistência ao Paciente para Identificação e Escolha de Ambientes de Trabalho e Lazer que Sejam 
Adequados à sua Incapacidade 
A modificação de ambientais anteriormente adequados às rotinas de, vida diária para adequação à incapacidade, 
requer esforço significativo. Os métodos utilizados no estudo que capacite a pessoa a modificar seu estilo de vida, 
podem ser aplicados às pessoas com AR. Modificação no estilo de vida sugere que a pessoa pode obter mais 
significado em sua vida, examinando as ocupações que sejam mais significativas e identifiquem o que as impedem de 
participardessas ocupações (Clark et al., 1997). Na modificação do estilo de vida, a pessoa, por meio de um processo 
facilitado pelo terapeuta ocupacional, determina o que é necessário para a realização dessas importantes ocupações e 
desenvolve soluções para superar barreiras ao funcionamento ocupacional. Embora isso seja sabido intuitivamente 
pelo terapeuta ocupacional, Clark et al. (1997) apontaram que, como resultado dessa mudança no estilo de vida, as 
pessoas ficaram mais saudáveis, como demonstrado pelos escores de instrumentos como o questionário Short Form-
36, uma medida de qualidade de vida, em relação aqueles que não participaram dessa mudança. A técnica de 
modificação do estilo de vida, incluiu a exposição a tarefas e atividades em pequenos grupos. Ao mesmo tempo, cada 
pessoa abordava a tarefa determinando o que pode ser feito para atender à sua necessidade, em especial para repetição 
da tarefa, independente do grupo (Jackson et al., 1998). 
Para os pacientes com AR, esses princípios de implementação de modificação do estilo de vida propostos por Clark 
et al. (Jackson et al., 1998), podem ser aplicados periodicamente ou de modo contínuo à medida que a doença progride 
ou que ocorram surtos e remissões. Ensinar as pessoas a implementar mudanças no estilo de vida, enfatizando a 
autoanálise ocupacional e a realização das metas pessoais, elimina a necessidade de atuação do profissional exceto 
quando uma grande crise ocorre na vida da pessoa. 
 
19 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
Expressão Sexual 
Uma área de desempenho ocupacional que algumas vezes é desprezada é a expressão sexual. O foco da avaliação é 
identificar alternativas para a expressão sexual, em relação às habilidades de desempenho, fatores relacionados ao 
paciente, ou ao contexto. Majerovitz e Revenson (1994) apontaram uma associação entre maior incapacidade e maior 
insatisfação entre 113 casais, dos quais 79,6% incluíam um dos cônjuges com AR. Eles sugerem que os profissionais 
da saúde sejam mais sensíveis às questões e preocupações dos pacientes em relação à sexualidade e discutam 
abertamente essas questões com o paciente e seu cônjuge. O tratamento na área da expressão sexual pode incluir 
orientação, desenvolvimento de habilidades de comunicação, planejamento para ato sexual mais confortável e 
posições mais confortáveis. 
Orientação ao Paciente 
Os tópicos incluídos na orientação devem abordar os temas a seguir. Dor e rigidez articular podem levar à recusa ou 
limitação da atividade sexual. Os parceiros também podem ter medo de causar dor. A fadiga que pode ser parte do 
processo da doença, pode reduzir o desejo sexual. Alguns tipos de medicação podem causar fadiga ou reduzir o desejo 
sexual. 
Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação 
Discutir a atividade sexual com o parceiro é difícil para algumas pessoas. Discutir as necessidades de intimidade e 
como o parceiro se sente, pode levar a uma discussão mais profundo quanto os efeitos da doença sobre o desempenho 
sexual. 
Planejamento para Ato Sexual mais Confortável 
As sugestões a seguir são da Fundação para a Artrite (1993): 
●Planejar a atividade sexual para o período do dia em que você se sente melhor. 
●Fazer uso da medicação analgésica de modo que seu efeito máximo ocorra durante as relações sexuais. 
●Modere suas atividades durante o dia, para evitar fadiga extrema. 
●Pratique exercícios de ADM para relaxar as articulações. 
●Aqueça primeiro a cama com um cobertor elétrico. 
●Tome um banho quente de chuveiro ou banheira antes da atividade sexual para relaxar. 
●Encontre posições mais confortáveis. 
FIBROMIALGIA 
Três sintomas são comumente observados em pacientes com fibromialgia (FM): dor generalizada em tecidos moles, 
fadiga e sono não restaurador; esses sintomas são acompanhados de pontos dolorosos difusos. A FM é relatada em 
3,4% das mulheres e 0,5% dos homens (Silver & Wallace, 2002; Wolfe te al., 1995). A prevalência da síndrome 
aumenta com a idade, mas também é observada em crianças. O paciente típico de fibromialgia é uma mulher entre 30 
e 50 anos de idade (Burckhardt, 2001). Melvin (1998) relata que é provável que muitas pessoas sofram com sintomas 
de FM, que vão e vêm e nunca busquem um diagnóstico e que os TO atendam apenas aos casos mais severos. A dor 
difusa em tecidos moles se concentra caracteristicamente em sítios axiais, como o pescoço e a região lombar, estando 
os músculos trapézios comumente afetados. As pessoas em geral, relatam rigidez matinal que desaparece deixando a 
sensação de inchaço articular. Os sintomas são crônicos, mas variam em intensidade a cada dia. Eles são geralmente 
exacerbados por fatores diferentes como exercício físico moderado, inatividade, sono ruim, estresse emocional e 
tempo úmido. Apesar da queixa comum de parestesia em membros superiores e edema das mãos, os resultados obtidos 
em estudos sobre a condução nervosa em geral, não confirma a condição (Burckhardt, 2001; Freundlich & Leventhal, 
1997). Diversas condições estão associadas à FM tais como síndrome da fadiga crônica (50%), alterações intestinais 
(por exemplo, síndrome do colo irritável) (40%), aumento de risco cardíaco (20%), dor de cabeça (53%), e disfunção 
temporomandibular (75%); outras condições com percentuais menores incluem, mas não se limitam a, intolerância ao 
calor e ao frio, sensação subjetiva de fraqueza e alterações do humor (Clauw, 2001; Silver & Wallace, 2002). 
Aproximadamente 20% a 40% das pessoas com FM relatam apresentar alterações perceptíveis de humor do tipo 
depressão e ansiedade (Burckhardt, 2001). Distúrbios cognitivos tais como esquecimento e dificuldade para ordenar 
pensamentos ou trabalhar com eficiência, estão entre os sintomas mais estressantes. A instalação em geral é gradativa 
ao longo de um período de meses ou anos, durante o qual, a dor local ou regional se expande, embora alguns pacientes 
 
20 RADOMSKI, Mary Vining; LATHAM, Catherine A. Trombly. Terapia ocupacional para disfunção física – São Paulo: Santos, 2013. 
iniciem com dor ampla e difusa após um episódio de estado febril (Burckhardt, 2001). Remissão e exacerbação 
espontâneas são a regra (Turk, Monarch & Williams, 2002). Uma hipótese de consenso é que a FM resulte de 
sensibilização do sistema nervoso central, o que leva a expressão dos sintomas (Dworkin & Fields, 2005: Mease, 
2005). O efeito da sensibilização central inclui dor provocada por estímulos incluindo alodínia, uma dor em resposta a 
estímulo habitualmente não doloroso, uma resposta exagerada à dor (hiperalgesia), e um aumento na duração da 
resposta dolorosa após a estimulação. 
Tratamento pela Equipe de Reabilitação 
Terapias não farmacológicas apontadas como sendo úteis incluem programa de exercício aeróbico, terapia 
comportamental cognitiva e terapia ocupacional. Esforço coordenado da equipe multidisciplinar é importante para que 
se alcance bom resultado. 
Avaliação 
Para obtenção de um perfil ocupacional nessa população, é importante examinar o histórico ocupacional do paciente 
ao longo das 24 horas, uma vez que distúrbios do sono são uma característica comum nessa condição (Kornblau & 
Kasyan-Itzkowitz, 2002). Durante esse processo, um registro das atividades diárias e uma entrevista, fornecerão 
pistas se existe fadiga significativa, distúrbio do sono, disfunção cognitiva, alterações do humor, sintomas 
musculoesqueléticos e outros problemas associados. Além disso, esse exame de um dia típico, também pode 
demonstrar que horas do dia, a pessoa tem mais energia para desempenho de atividades. Se algumas respostas para 
questões sobre a compreensão dos fatores de interferência, que contribuam para a insatisfação com o desempenho 
ocupacional

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