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COMPOSTO MERCADOLÓGICO AULA 2 Prof.ª Vanessa Rolon 2 CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta aula, falaremos sobre o composto mercadológico, abordando os seguintes tópicos: O composto produto Características/classificação dos produtos/serviços Gestão de linhas, níveis de produto e categorias de produtos Design como estratégia e diferencial competitivo Ciclo de vida do produto: estratégias de marketing Introdução Olá! Nesta aula vamos trabalhar juntos o assunto composto mercadológico. Ao pensarmos em mercado e no contexto de composto mercadológico, é viável e indicado que seja levado em consideração várias conjunturas e também tendências nos setores nos quais estamos inseridos. Assim é de fundamental relevância a análise do mercado de forma sistêmica. O fato é que não somente os considerados profissionais de marketing devem ficar alertas a essa constante mudança mercadológica, e necessitam repensar suas práticas, formas de abordagem, filosofias, percepções e uso das chamadas ferramentas mercadológicas... mas todo o mercado de forma geral deve adequar-se às mudanças cada vez mais rápidas e também às consequências das referidas mutações de mercado. CONTEXTUALIZANDO Problematização Entramos em um momento do curso no qual temos que perceber o mercado de forma minuciosa, sabendo que cada consumidor é único e percebe um produto ou serviço de forma particular ao seu olhar. 3 Ao acompanharmos as principais tendências de mercado em relação ao composto produto, suas características, especificidades e adequações na maioria das vezes têm como objetivo destacar as qualidades e atributos do produto ou serviço. Nesse momento vale lembrar que o que diferencia um produto de um serviço é a tangibilidade (produto) e a intangibilidade (serviço). Também é válido chamar atenção para algo que tem se destacado cada vez mais: trata-se de uma maior necessidade de ações que envolvam o consumidor com a marca, e claramente nesse sentido o conteúdo começa a relacionar-se de forma mais intensa. Basta ficar atento ao mercado no qual as propagandas tradicionais focam na estratégia de Branding, ou seja, o ato de envolver o consumidor é um caminho que norteia o rumo do novo perfil de consumo sobre marcas. Preste atenção no quadro a seguir: No que tange às chamadas características e classificações dos produtos/serviços (levando em conta suas particularidades), a gestão adequada de linhas e categorias de produtos, identificação dos fatores favoráveis de compra sob a influência da embalagem, relevância da rotulagem e as garantias de produto e principalmente do chamado “Ciclo de Vida do Produto”. Vale lembrar: Um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os produtos comercializados incluem bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias (KOTLER, 2000). 4 Agora é a sua vez! A empresa “SAPECADO BEBIDAS” lançou um produto novo da marca já existente há tempos no segmento de refrigerantes, mercado esse que sofre uma grande concorrência, e por esse motivo o lançamento desse novo produto atende a uma necessidade da referida marca na qual a mesma precisa diversificar sua linha de produtos como sobrevivência estratégica no mercado. Com base nessa ação, podemos dizer que a referida marca se encontra na fase de: 1. A empresa citada acima adotou uma estratégia para diversificar sua linha de produtos por estar na fase de maturidade. 2. Essa prática é comum para poder permanecer e ainda crescer em um mercado competitivo. 3. A empresa citada acima adotou uma estratégia para diversificar sua linha de produtos por estar na fase de introdução no mercado. 4. Essa prática é comum para poder permanecer e ainda crescer em um mercado pouco competitivo e com grande potencial. Identifique, a seguir, a alternativa correta: a) Apenas as afirmações 1 e 2 são verdadeiras b) Apenas as afirmações 1 e 3 são verdadeiras. c) Apenas as afirmações 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente a afirmação 3 é falsa. e) Somente a afirmação 4 é falsa. TEMA 1: O COMPOSTO PRODUTO Segundo Kotler (2000), o produto representa algo que pode ser oferecido a um mercado para a sua apreciação, uso ou consumo na tentativa de satisfazer um desejo, necessidade ou demanda. Existem alguns aspectos da estratégia de produto que podem influenciar o comportamento de compra do consumidor, como: 5 Novidade Complexidade Qualidade percebida Aparência física: embalagem, rótulo, conforto oferecido, etc. Segundo Costa (1987), um produto é como um complexo de atributos tangíveis (cor, embalagem, design) e intangíveis (reputação da marca, prestação de serviços pós-venda) que deve ser oferecido a um mercado, para apreciação e aquisição, uso ou consumo, devendo satisfazer a um desejo ou a uma necessidade. Nesse momento você deve estar pensando: “Poxa, professor, afinal de contas, um produto é um produto e ponto final! ” E pode ficar se perguntando porque o marketing apresenta muitas vezes o mesmo produto de forma diferenciada. Para deixar mais claro podemos pegar como exemplo um relógio, afinal é um produto que tem como função básica aferir horas de forma pontual, concorda? Pois bem, se nesse momento você estiver com um relógio de pulso, procure verificar alguns de seus atributos: Pergunte-se por que o adquiriu, ou por que foi presentado com ele. Quais são as principais características: sua marca, sua raridade, seus mecanismos, etc. Cada relógio possui um público e esse público é sensível a todas essas qualidades. Confira agora um produto que foi líder de vendas há alguns anos atrás e pense sobre quais seriam os reais atributos que fizeram com que essa marca específica virasse febre entre os adolescentes da época. Este relógio foi lançado a cerca de 30 anos atrás e ainda hoje mantém uma legião de fãs de marcas (love marks). Sobre o relacionamento das marcas com seus consumidores, Kevin Roberts, autor do livro Lovemarks: o futuro além das marcas, defende o amor como peça chave para o sucesso do relacionamento de qualquer empresa com 6 seu público. E intimamente ligado ao amor vem o respeito que segundo Roberts, é um dos princípios das Lovemarks. O modelo de relógio G-Shock revolucionou o mercado e desafiou os conceitos de resistência e funcionalidade. Desde que foi lançado, assim como o tempo, não parou. Da energia solar ao bluetooth, sempre se manteve na vanguarda da tecnologia e do design. Confira mais sobre os 30 anos de história da G Shock no artigo a seguir! http://www.gshockbrasil.com.br/historia A ideia inicial de criar um relógio indestrutível partiu do engenheiro chefe Kikuo Ibe, líder da área de design da marca de relógios Casio na época, que idealizou o conceito Triple 10: um modelo com resistência à queda livre de 10 metros de altura, 10 ATM de resistência à água e bateria com 10 anos de duração. Dois anos e 200 protótipos depois, nasce o relógio mais resistente do mundo. Agora vamos refletir: foi ou não foi uma evolução para época? Aliás você era nascido em 1983? Caso sim, quantos anos tinha? Use as redes sociais (a fanpage do curso) para manter contato conosco, afinal essa também é uma evolução em se tratando de marketing 3.0, nosso relacionamento. TEMA 2: MARKETING 3.0 Para entender melhor esse conceito vamos delimitar em tempo e espaço, foi por voltade 1900 que vivemos a Revolução Industrial – e tivemos a era do Marketing 1.0 - Era do Marketing centrado no Produto, em seguida por volta de 1990 coma avento da tecnologia da informação, vivenciamos a era do Marketing 2.0 quando o marketing tinha objetivo ser centrado no consumidor e de 2010 para cá, vivenciamos a era dos consumidores altamente conscientes e percebemos o chamados Marketing 3.0 - Era do Marketing Centrado no ser humano. E dando um salto no tempo, chegamos em 2012 quando nos deparamos com os modelos que combinam “Triple G”, Resistance, Smart Access e 7 Bluetooth. Relógios resistentes a ação gravitacional, choques e vibrações, combinados a intuitivos sistemas operacionais e capacidade de comunicarem- se com smartphones, etc. Perceba que esteticamente houveram pequenas mudanças, mas no que se relaciona com a tecnologia temos adaptações: eis um exemplo de produtos com longevidade contínua por acompanhar e analisar a evolução de seu mercado. Algumas pessoas compram por status, outros pela praticidade, e tudo faz parte do que estamos fazendo agora: analisando mercado. Enfim, quando se fala de produto estamos tratando da sua variedade, diversidade, das suas qualidades percebidas, o design adequado ao público, cores variadas para cada tipo de gosto, características físicas para decisão de compra e sua distribuição. Refere-se então às características e atributos que o produto ou serviço da sua empresa terá no momento em que for lançada no mercado, ou dependendo do CVP (Ciclo de Vida de Produto) na qual está inserido, identificar a melhor estratégia de decisão de escolha de tamanhos, cores, etc. e suas funcionalidades de maneira geral. Veremos nesta aula também como os valores estendidos, tais como qualidade de serviços e garantias, são diretrizes fundamentais. O professor Achiles também vai dar seu parecer sobre o assunto! Acesse o material on-line e acompanhe! Leitura obrigatória ANDRADE, C.F. Marketing: o que é? Quem faz? Quais as Tendências? Curitiba: Intersaberes, 2012. Páginas 83 a 87. Acesse o vídeo a seguir para conhecer alguns produtos inovadorem em suas áreas! https://www.youtube.com/watch?v=O4aTt5hL87I 8 TEMA 3: CARACTERÍSTICAS/CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS As categorias de produtos existem para poder organizar melhor os produtos para que os seus compradores possam melhor localiza-los e serem distribuídos nas prateleiras e seções de uma loja física. O ideal na categorização é criar um critério, como por exemplo, categorias de tipo de produto: camisetas, calçados, bonés e cintos, fazendo com que a compra seja facilitada e fortalecida. Imagine uma loja desorganizada na qual você mal consegue circular e não tem sucesso ao tentar localizar algo que está buscando, ou uma livraria, que por se tratar de venda de apenas um tipo de produto, se faz necessário categorizar pelo menos por assunto, tal como: livros de mistério, romances, autoajuda, didáticos, etc. Para Kotler e Keller (2006) ao planejar a oferta do produto para o mercado, a empresa deve pensar em cinco níveis de produtos que constituem o portfólio de valor para o cliente, sendo que cada um desses níveis obedece ao nível de satisfação do consumidor e apresenta algumas características distintivas em grau crescente e em relação com perspectivas diferentes. Clique em cada um deles e conheça-os: Benefício central A utilidade do produto real e específica do produto, sendo o serviço ou benefício fundamental que o cliente está realmente comprando. Exemplo: um cliente de um restaurante está comprando “alimento”. Produto básico As demais funções do produto, além da função central, é o benefício central acrescido de características físicas. Exemplo: um restaurante que tenha banheiro, mesa, cadeiras e uma cozinha. Produto esperado Posteriormente avança-se a um produto esperado, que significa as condições mínimas, básicas ou esperadas de um produto, por exemplo, que ele funcione adequadamente, possui uma série de atributos e condições que o comprador normalmente espera ao comprar tal produto. Exemplo: o cliente do 9 restaurante espera mesa arrumada, cadeiras inteiras e limpas, lâmpadas no ambiente que funcionem, um ar condicionado eficiente e tranquilidade para sua refeição. Produto ampliado Na sequência, o quarto nível é o produto ampliado, que excede as expectativas do cliente, sendo então este nível geralmente aplicado no posicionamento da marca, com os benefícios e vantagens que excedam as expectativas do cliente e rapidamente os chamados benefícios ampliados logo se tornam benefícios esperados. Exemplo: o restaurante oferece TV com controle remoto e ambiente com acesso à Internet. Produto potencial Por fim, o último nível é o que abrange todas as ampliações e transformações a que o produto deve ser submetido no futuro, é nessa esfera que as empresas procuram novas maneiras de satisfazer e encantar os clientes e diferenciar sua oferta. Exemplo: o restaurante oferece um cardápio diferenciado, com comidas para intolerantes à lactose e a glúten, um ambiente com experiência de elementos sensoriais (olfativo, auditivo, tácteis, etc...), para uma experiência acima da média de seu cliente. Vale ressaltar que o produto pode ser classificado como sendo de consumo e industrial, divididos da seguinte forma: BENS DE CONSUMO INDUSTRIAIS Consumo de conveniência Compra comparada Especialidade Não procurados Bens de capital Materiais e peças Suprimentos Serviços Equipamentos, instalações, acessórios, veículos, matérias primas, materiais para manutenção e consertos, ferramentas, máquinas e outros Voltando ao nosso raciocínio lembre-se que a classificação de um produto possui uma importância de forma a dar um grau de diferenciação daquilo que é adquirido. Todo o produto possui diferenciação, ele pode ser similar, mas a forma que é classificado determinará a decisão de compra pelo consumidor. 10 Navegue pelo diagrama para entender o mercado de conveniência e seus três tipos básicos: Mercado de conveniência No que se refere ao mercado de conveniência, podemos destacar como sendo os produtos comprados com frequência, sem muita comparação com outros produtos e predominantemente com preços baixos ou percepção de preço baixo. São principais influenciadores a praça, ou seja, a localização, suas características dos produtos, nesse caso os atributos e qualidades percebidas. Produto básico Compro diariamente, mas com controle sobre os mesmos. Ex: arroz, macarrão, feijão, leite e pães. Compra por impulso Sugere que mesmo não necessitando do referido produto para sua vida, uma exposição mais forte acaba motivando a compra, nesse contexto temos o exemplo de chocolate, salgadinhos e outras que estão no caixa (checkout). Produto emergencial Podemos entender como sendo um produto de consumo momentâneo, sendo quase sempre consumido de forma ocasional e não planejada, um exemplo é o guarda-chuva, geralmente é consumido de forma impulsiva, motivado por uma chuva inesperada e nesse caso muitas vezes o fator preço não representa algo relevante no processo de compra e sim esse produto é impulsionado pela localização, ou seja: praça. Os produtos chamados de comparação são comprados com menos frequência, pelo processo de comparação de atributos e benefícios com outros produtos, tendo em geral, preços altos. Exemplos: roupas, móveis, aparelhos eletrônicos. Já os chamados produtos de especialidade são considerados produtos com características bem diferenciadas e com poder de recalle imagem de marca forte, são mais difíceis de serem encontrados e pelos quais seus potenciais clientes ou prospects realizam um esforço maior de procura e compra. 11 A exemplo podemos citar produto de grife, tais quais Ferrari e Rolex, e serviços altamente especializados como a cirurgia plástica. Agora confira uma síntese das classificações de produtos nas tabelas indicadas no site a seguir: http://www.simonsen.br/rds/eletronica_adm/produto.php Lembre-se que veremos no decorrer dessa disciplina maiores informações sobre estratégias de precificação, praça e promoção, focaremos nossa atenção nesse momento no “P” produto, ok? Fique tranquilo que no decorrer do material você terá acesso a todos os conceitos e estratégias! Tudo isso é fundamental para entender como funciona o mercado e como são classificados os produtos é de fundamental importância para poder exercer a função de marketing. Conforme descrito por Limeira (2003, p.105) os produtos considerados como sendo de consumo são classificados como aqueles que são comprados por pessoas físicas para seu benefício pessoal ou da família. A quantidade desses bens e serviços de consumo que são comercializados em cada país acaba por refletir o nível de qualidade de vida da população, bem como avaliar os gostos dessa localidade, suas preferências e as características da sociedade de consumo em questão. Nesse contexto é correto afirmar que são os bens produzidos pelo homem e destinados ao consumo das pessoas. Vale lembrar que um bem de consumo é um bem que tem o objetivo de satisfazer as necessidades de consumo de um indivíduo! Para se ter uma ideia nos idos de 2011, há cerca de 5 anos atrás no Brasil, o top 10 das empresas mais lucrativas e bens de consumo foi dominado por empresas da área de alimentos e bebidas, ou seja, bens não duráveis. Das 10 empresas, apenas duas não se encaixam nessa categoria de alimentos e bebidas, que é o caso da Natura (que vende cosméticos) e da Sousa Cruz (fabricante de cigarros). 12 Confira o ranking de 2011: 1. Bunge Alimentos 2. Cargill 3. Ambev 4. JBS 5. Sadia 6. Brasil Foods 7. Unilever 8. Natura 9. Sousa Cruz 10. Nestlé Os bens de consumo podem ser divididos e caracterizados em duráveis, semiduráveis e não duráveis. Clique em cada exemplo para mais informações sobre cada tipo: Produtos não duráveis: são aqueles feitos para serem consumidos imediatamente e são os chamados bens tangíveis que sobrevivem a pouco uso e possuem reduzida vida útil. Exemplos de produtos não duráveis: alimentos, produtos descartáveis, bebidas, sorvetes, chocolate, enfim, são os produtos consumidos rapidamente. Produtos semiduráveis: Exemplos de produtos semiduráveis são os calçados, as roupas, que têm como características se desgastar aos poucos, tendo assim uma durabilidade mais abreviada. A moda usa muito desse mercado para lançar e relançar produtos que são cíclicos. Produtos duráveis: são bens tangíveis que sobrevivem a vários usos e possuem longa vida útil por longos períodos. Ex: casas, bicicletas, celulares, notebooks, televisão e carro. Já há uma discussão sobre o fato de celular ser um bem semidurável. Leitura obrigatória KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12º. Edição. Editora Prentice Hall. Páginas 366 a 372. 13 TEMA 4: GESTÃO DE LINHAS, NÍVEIS DE PRODUTO E CATEGORIAS DE PRODUTOS Talvez você já tenha ouvido falar no termo linha de produtos. Mas o que a diferencia de uma coleção de produtos qualquer? No estudo de marketing, é correto afirmar que uma linha de produtos é um grupo de produtos que está intimamente relacionado entre si porque satisfaz uma necessidade específica de um segmento de mercado. Esses são usados em conjunto e/ou vendidos para o mesmo conjunto de clientes, entendidos como segmento de mercado ou fatia de mercado, podendo na maioria das vezes serem distribuídos pelo mesmo tipo de lojas ou então estarem inseridas dentro de uma determinada faixa de preço que novamente atende a necessidade de um segmento, sejam preços elevados ou baixos. Um exemplo clássico disso é a marca Polaroid, que nitidamente possui duas grandes linhas de produtos ofertadas ao mercado, as câmeras e os filmes. Um outro claro exemplo são das linhas de produtos da Nike que tem os calçados e as roupas esportivas como sendo carros chefes de sua marca. É comum que cada linha de produto existente possua a sua própria estratégia de marketing adequada a sua realidade, por esse momento é possível que você indague alguma ação aqui abordada, pois pode não fazer parte de sua realidade. Extensão da linha de produtos e extensão da marca Para Semenik e Bamossy (1996, p. 302), uma linha de produtos “consiste num grupo de produtos similares, comercializados por uma empresa, que atendem a uma finalidade similar no mercado." Assim, para que produtos sejam ditos de uma mesma linha, devem, além de possuir características semelhantes, atender às necessidades e aos desejos também semelhantes. Podemos afirmar que dentro de cada linha está um produto específico conhecido por uma marca, tamanho ou preço únicos. Podemos citar por 14 exemplo, o amaciante Comfort que vem dois tamanhos: 330 ml e 600 ml; cada tamanho é considerado um item independente, possuindo um código diferente de pedido. 1: Podemos afirmar que as extensões de linha de produtos e muitas vezes da marca se apresentam como estratégias bastante utilizadas pelas empresas quando do lançamento de novos produtos em um mercado competitivo, principalmente em virtude da sinergia já existente, além das questões econômicas que se obtém em relação ao estabelecimento de um produto inovador e das dificuldades para o seu desenvolvimento. 2: A extensão de uma linha de produto é influenciada pelos objetivos estabelecidos pela organização, no caso a empresa, sendo que as linhas de produtos tendem a aumentar com o passar do tempo e ocorrem quando uma empresa introduz itens a mais em uma mesma categoria de produtos sob a mesma marca como novos sabores, formas, cores, ingredientes, tamanhos, embalagem, etc. 3: É comum que o gerente de linha de produto sinta-se pressionado a acrescentar novos produtos para utilizar e otimizar o excesso de capacidade de produção, por outro lado a equipe de vendas e os distribuidores podem acabar por pressionar os gerentes para conseguir uma linha de produtos mais completa. 4: Porém, quando se acrescenta esses itens a linha de produto cresce, podemos identificar então vários custos que sobem, como design, engenharia, estoques, distribuição, alteração no processo de fabricação, no transporte e nas promoções para lançamento dos novos produtos. 5: Veremos a seguir que isso faz parte da fase de introdução de um produto no mercado, sendo que esse produto pode vir de outro que está na fase de maturidade ou declínio. A extensão de marca é uma estratégia de branding que se tornou muito utilizada por profissionais de marketing das mais diversas empresas. Segundo um estudo realizado por Aaker e Keller (1990:28), a extensão de marca proporciona vantagem pelo reconhecimento do nome e da imagem, reduzindo assim o risco da introdução de novos produtos, gastando-se menos recursos com distribuição e aumentando a eficácia das promoções. 15 Os autores alertam, porém, que o sucesso de uma extensão de marca depende do comportamento do consumidor frente a esta. Um outro estudo realizado acerca da percepção dos consumidores frente às extensões de marca chegou às seguintes conclusões(Tavares, 1997): O consumidor tende a não associar o nome de marcas individuais a seus fabricantes. O consumidor transfere o afeto da marca principal à extensão, mas quando não gosta da extensão, não deixa de gostar da marca principal. A comparação entre produtos, por parte do consumidor, é mais forte junto à sua categoria do que entre marcas. Os atributos considerados secundários podem contribuir para o processo de decisão de compra. Leitura obrigatória KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12º. Edição. Editora Prentice Hall. Páginas 374 a 383. Acesse agora o vídeo Momento Troiano de Branding - Extensão de Marcas - Jaime Troiano e Ricardo Klein, para saber mais sobre esta estratégia! https://www.youtube.com/watch?v=2Zowwf5qAzk TEMA 5: DESIGN COMO ESTRATÉGIA E DIFERENCIAL COMPETITIVO “Quinze anos atrás, as empresas competiam em preço. Hoje em qualidade. Amanhã será no design. ” (Robert Hayes – professor da Harvard Business School) Você já reparou no sucesso da multinacional Apple? Se perguntar a um “applemaníaco” o porquê de ele gostar tanto dos produtos da Apple e de Steve Jobs, um de seus idealizadores, certamente ele irá responder a você coisas como: 16 É inovador! É leve e ‘clean’! É rápido, diferente e bonito! A Apple sempre está à frente dos concorrentes! Além da embalagem ser um grande diferencial competitivo na hora da venda de um produto, é correto que bem próximo a esse pensamento o sentido do design se sobrepõe ao desafio da inovação e multiplica os seus significados. Isso acontece porque a Apple inova e possui em sua filosofia dois pontos importantes identificados por Morace (2009, p.165): Design como sentido criativo no mercado: O design thinking do consumidor e sua capacidade de escolher, interpretar e combinar livremente. Design como sentido criativo da empresa: sustentados pela necessidade, novos valores, reposicionamento. Design Thinking é o conjunto de métodos e processos para abordar problemas, relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. DT é um novo jeito de pensar e abordar problemas ou, dito de outra forma, um modelo de pensamento centrado nas pessoas. O design deve estar tanto para o mercado quanto para a empresa. É o olhar interno e externo do negócio. Já dizia Steve Jobs que “o design não é apenas o que parece e o que se sente. Design é como funciona”. Isso vale para todos os tipos de design: de produto, de embalagem, de projeto, store (loja). Ele cria desejo, valor e se torna competitivo, sendo sempre macro e reinventado. Um exemplo interessante de reinvenção é, sem dúvida, o produto Nescau, que teve o design de sua embalagem reinventado, acompanhando as tendências do seu mercado e consumidor. O Nescau é um produto que existe há 81 anos no mercado. É um exemplo de produto que superou seu ciclo de vida por meio de reinvenções constantes de acordo com o consumidor de cada época. Ele traduz de forma simples e 17 funcional (como Steve Jobs nos alertou que deve ser) os atributos do produto ao design. Os consumidores estão cada vez mais emocionais e visuais, buscando sempre a identificação com as empresas, produtos e serviços. Apostar e investir no design para atingir os objetivos organizacionais, além de ser estratégico, é essencial para o novo mercado que estamos. Rotulagem Para conhecimento geral, cabe lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, visando auxiliar o consumidor na escolha dos alimentos que integrarão sua dieta, publicou, em 2001, a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 40, que trata do Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados, que entrou em vigor em 31 de dezembro de 2003. Mas não pense que foi fácil, pois o uso do rótulo como ferramenta estratégica e como veículo de informação sobre o produto sofreu, em meados da década de 70, várias e fortes resistências. Os empresários pensavam nos custos que essa prática acarretaria ao setor. Os técnicos do Governo, que eram na época os responsáveis pelo registro dos alimentos de origem animal, achavam que os dados que descreviam a composição do produto, seu processo e o prazo de validade, que viria a substituir a data de fabricação, eram apenas um tipo de jogada publicitária. Garantias Mesmo estudando sobre o mix de marketing, é recomendado ao profissional da área o entendimento de uma parte básica legal, pois a Constituição Federal Brasileira (Brasil, 1988) se configura como importante marco na história da defesa do consumidor no Brasil. Sendo uma constituição princípio-lógica, traz diretrizes básicas que serão descritas nas leis ordinárias e demais dispositivos normativos. Assim, os princípios do direito do consumidor estão ali previstos, mas são as leis ordinárias e especialmente a Lei n. 8.078/90 (Brasil, 1990) que irão 18 descrever detalhadamente os instrumentos de defesa e proteção do consumidor no Brasil. Para que seja possível assegurar ao consumidor a real qualidade, eficiência e durabilidade de um produto ou serviço adquirido, há pelo menos três modalidades de garantia. Navegue pela lista e conheça cada um em detalhes: Garantia legal A garantia legal é aquela que é estabelecida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e não depende de previsão em contrato, nesse caso você consumidor está garantido pela lei e ponto final na discussão. Assim, o consumidor tem 30 dias para reclamar. Garantia contratual No caso da garantia contratual que o fabricante ou fornecedor acrescenta a seu produto ou serviço para possuir um diferencial competitivo ou apenas para ser igual aos concorrentes, não é obrigatória e facultativa a decisão do fabricante. É o famoso "termo de garantia". Garantia estendida Já a chamada garantia estendida, também conhecida como "supergarantia" entra em cena uma terceira empresa, sem relação com o fabricante e que, na verdade, oferece um seguro ao consumidor, basicamente uma seguradora do ramo. Base legal Com a base legal em destaque, podemos afirmar que, no que se refere a garantia de produtos, passa a ser não somente uma necessidade como diferencial, mas também como item obrigatório para o bom andamento do chamado jogo mercadológico. Leitura obrigatória KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12º. Edição. Editora Prentice Hall. Páginas 373 a 399. Entenda a importância do design das embalagens no vídeo a seguir! 19 https://www.youtube.com/watch?v=n0OjAGkH20E TEMA 6: CICLO DE VIDA DO PRODUTO: ESTRATÉGIAS DE MARKETING O mercado é mutante, pois ele se transforma, evolui, muda a todo instante e cada vez mais rapidamente, e é nesse sentido que o ciclo de vida do produto é acelerado, as tendências vão e vem a cada ano e todas as marcas necessitam criar, adaptar e vender em uma velocidade mágica, pois mercados que antes eram mantidos por anos mudam a cada estação e poucos permanecem inalterados. De acordo com Reis (2007), o conceito de ciclo de vida do produto surge pela constante mudança do mercado, dos consumidores e dos concorrentes. Sendo assim, exige-se uma estratégia de posicionamento e diferenciação das empresas para garantir seu sucesso, por meio do gerenciamento do volume do investimento em cada etapa do seu ciclo de vida. Nesse material você também terá acesso a um vídeo incrível que trata sobre um assunto que é muito ligado ao CVP, é o conceito de obsolescência programada, ou seja, quando os produtos já nascem com data prevista para serem retiradosdo mercado e assim poderem ser substituídos. Ao estudarmos o ciclo de vida de um produto, ele pode ser compreendido como se fosse a história completa do produto através das fases de suas vendas. Podemos elencar as quatro fases do ciclo de vida do produto no gráfico a seguir. Clique em cada uma para aprofundar seus conhecimentos! 20 Essa pode ser considerada a fase inicial da vida do produto ou o período em que o produto é lançado no mercado, esta fase tem como característica principal o baixo volume de produção e de vendas, sendo necessário a organização ter um fluxo de caixa adequado para manutenção do processo durante esse período. Essa fase possui característica também de ter um alto valor investido em marketing para tornar o produto conhecido e assim gerar um posicionamento mais adequado que permita incentivar a venda, a característica da comunicação nessa fase é gerar credibilidade ao referido produto. Na ocasião do seu lançamento a Nova Schin chegou com um conceito de “nova” cerveja e foi fortemente destacado com um ícone na chamada fase de introdução do referido produto foram feitas inúmeras campanhas para gerar credibilidade a nova marca, inclusive com a presença de celebridades para agregar ainda mais força. Você deve se lembrar da propaganda do slogan “experimenta, experimenta”. Confira o vídeo a seguir sobre essa campanha: https://www.youtube.com/watch?v=JhDZmgx4a3o Nessa fase o produto começa a firmar-se e ser aceito no mercado: observamos um aumento nas vendas, surgem os concorrentes e a prática do benchmarking, uma das principais características nas ações de marketing é destacar suas qualidades em relação ao mercado concorrente. Ex: Kaiser Bock, está em uma fase de crescimento e isso se confirma pela sua sazonalidade e as estratégias adotadas até o presente momento, até a época do seu lançamento, por volta de 1994, o conceito bock era desconhecido dos brasileiros. Na fase de introdução do produto foram feitas inúmeras campanhas para gerar credibilidade para a nova marca, usando uma estratégia de comunicação para se destacar dos concorrentes, ao destacar a questão da safra especial e suas especiais qualidades, por exemplo. No momento em que se observa um baixo crescimento nas vendas, temos a fase de maturidade, na qual percebemos que os níveis de lucro se tornam 21 estáveis ou diminuem, em função dos gastos que a empresa tem para defender o produto da concorrência, oriundos da fase de crescimento. Nesse momento cabe ao profissional de marketing que atua no setor direcionar a produção para diversificação no mercado ou mesmo diversificar as mídias existentes. Um produto que está na fase de maturidade é a Coca-Cola, pois se para estar na fase de maturidade uma das características é a diversificação de produtos e de mídias, a Coca-Cola que tanto inova na segmentação dos seus produtos lançando novidades como Fanta Sabores, Guaraná Jesus, etc., diversificando sabores por região e por países, bem como incorporando linhas de sucos como Del Valle, Matte Leão e outros segmentos de bebidas em seu portfólio para atingir mais share de mercado. Share significa participação, quota, fatia, e é um termo que vem do inglês. Share é muito utilizado em pesquisas e entrevistas, para medir o quanto determinada empresa tem de vantagem sobre a outra, e é uma ferramenta essencial para cada organização. Aqui vemos que o produto passa a perder participação no mercado, decaindo em vendas e seu lucro começa a diminuir, assim é fundamental reposicionar o produto, criando uma outra linha, novos segmentos, mudanças de layout ou de marca ou caso contrário estará fadada à morte certa dentro do seu segmento. Aqui podemos destacar a antiga marca Schincariol que, como pudemos observar, virou Nova Schin, ela estava em fase de declínio, poderia ter sido tirada do mercado, mas foi relançada como um novo produto e foi parar na fase de introdução como vimos anteriormente. Um outro exemplo é a marca Xerox de fotocopiadoras, que se reinventou. Leitura obrigatória KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12º. Edição. Editora Prentice Hall. Cap. 10 (páginas. 316-325). 22 Assista ao documentário sobre obsolescência programada a seguir e reflita sobre esse aspecto da modernidade: https://www.youtube.com/watch?v=JnV9yjGd-Cs Confira também uma matéria sobre a empresa XEROX: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,para-sobreviver-xerox-foi- obrigada-a-se-reinventar-imp-,828934 TROCANDO IDEIAS Com base nas informações contidas nessa aula, identifique no mercado de sua localidade ou mesmo no mercado nacional alguns produtos que se encaixem no conceito de CVP, ou seja, produtos ou serviços que, dentro das características de ações mercadológicas, estejam na fase de introdução, crescimento, maturidade ou declínio no mercado. Lembrando que: Introdução: A característica é gerar credibilidade no mercado com ações de alto investimento em marketing. Crescimento: Destaca-se a qualidade. Maturidade: Ação de diversificação que entra em evidência no mercado. Declínio: Temos que reposicionar ou tirar o produto do mercado. Enfim, com base nessas informações, quais produtos você identifica no mercado que adotaram as referidas estratégias? NA PRÁTICA Como fundamento da atividade prática, leia o seguinte estudo de caso sobre o reposicionamento de marca das sandálias Havaianas: http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2007_1_Fernanda.pdf 23 Após ler o artigo, analise os seguintes questionamentos: 1. Quem são os consumidores alvo? 2. Qual o posicionamento a ser tomado? 3. Como as estratégias serão colocadas em prática? SÍNTESE Confira os principais pontos da aula a seguir: Nessa segunda aula, falamos de como o composto “produto” e os seus atributos e qualidades que influenciam as compras e como é possível destacar as principais características e assim direcionar um produto para um público alvo específico. Vimos também essas características e os tipos de classificações de bens e serviços dentro do contexto mercadológico, a gestão de linhas, destacando qual o momento mais adequado para lançar novos produtos, enfim sobre as categorias existentes no mercado e como as mesmas impactam segmentos específico e movimentam a economia do mesmo, além de também exemplificar como a embalagem, a rotulagem e garantia impactam na administração do mix de marketing. Fechamos com a funcionalidade e aplicação do ciclo de vida de produtos e as estratégias adequadas para cada fase de um produto no mercado com exemplos e casos reais para melhor compreensão sobre o assunto. Esperamos que você tenha gostado desse conteúdo, foi elaborado com muita dedicação e carinho especialmente para você! Em caso de dúvidas, entre em contato diretamente com a tutoria de seu curso, usando o e-mail ou mesmo as redes sociais. REFERÊNCIAS AAKER, D. Administração estratégica de mercado. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. Prentice Hall, 2000. 24 BASIL, D. C. (Organizador). Corporate planning selected concepts. Londres: Mc Graw-Hill, 1971. BERKOWITZ, Eric. Marketing. Rio de Janeiro: LTC, 2003. BOONE; KURTZ. Marketing Contemporâneo. Rio de Janeiro: LTC, 1998. CHURCHILL, G. A.; PETER, J. P. Marketing: Criando valor para os clientes. São Paulo: Ed. Saraiva 2000. 626p. FERREIRA JUNIOR, A. B.; RIEPING, M. Itrend´s: uma análise de tendência e mercados. Curitiba: Intersaberes, 2014. FERREIRA JUNIOR, A. B. Q.A. Marketing Digital, uma análise de mercado, Curitiba:Intersaberes, 2015. FERREIRA JUNIOR, A. B. Marketing político & eleitoral: uma analogia entre o mundo corporativo e a política. Curitiba: Ibpex, 2010. FERREIRA JUNIOR, A. B. SENTA, S. Supervarejo, uma abordagem prática sobre mercados de consumo, Curitiba: Intersaberes, 2014. J. CLANCY, SHUMAN. Revolução no Marketing, Atlas, 2012 KOTLER; ARMSTRONG. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: PhB, 2004. KOTLER, P. 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