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TEMA TGE- 04 - O ESTADO

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1 
Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
_____________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
TEMA TGE- 04 – O ESTADO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Preliminarmente pode-se afirmar que existem duas correntes de doutrinadores, que 
consideram as relações entre Direito e Estado, como sendo uma realidade única, aqueles 
que consideram distintas e independentes ou ainda aqueles que consideram como sendo 
realmente distintas e interdependentes. 
 
Desta forma, tem-se as seguintes correntes, que correspondem as definições citadas 
acima: a teoria dos monistas, a teoria dos dualistas e a teoria do paralelismo. (DE CICCO. 
2012. p.43) 
 
A. TEORIA MONÍSTICA 
 
Esta teoria monista é também conhecida como Estatismo Jurídico, pois considera que 
Direito e Estado são duas realidades sinônimas, como sendo dois conceitos que se 
confundem e se complementam como uma mesma realidade. 
 
Esta teoria tem Hans Kelsen como seu maior adepto, onde defende a ideia que não 
existem outras fontes para o Direito Estatal, que não sejam provenientes do Estado, 
resumindo desta forma: “São atos do Estado não apenas as ações humanas por meio das 
quais se executa a ordem jurídica, mas também as ações humanas pelas quais se cria a 
ordem jurídica, não apenas os atos executivos, mas também os legislativos (...) O Estado, 
como pessoa, nada mais é que a personificação dessa unidade. Um ‘órgão do Estado’ 
que equivale a um ‘órgão do Direito’”. (DE CICCO. 2012. p.43) 
 
ALÉM DE Kelsen, outros doutrinadores também defendem esta conceituação, tais como: 
Hegel, Thomas Hobbes, Rudolf von Ihering, George Jellinek e outros. 
 
Como uma representação ilustrada, pode-se representar esta teoria da seguinte forma: 
(DE CICCO. 2012. p.44) 
 
 
 
 
 
B. TEORIA DUALISTA 
 
Esta teoria é também conhecida como teoria dualista em sentido contrário à monista, 
explicando que o Estado e Direito, são duas realidades distintas e inconfundíveis. 
 
Esta afirmativa também é defendida por Sahid Maluf quando explica que: Para os 
Dualistas, o Estado não é a única fonte do Direito nem com este se confunde. O que 
provém do Estado é apenas uma categoria especial do Direito: o direito positivo. Mas 
Direito 
= 
Estado 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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existem também princípios de direito natural, as normas de direito costumeiro e as regras 
que se firmam na consciência coletiva, que tendem a adquirir positividade e que, nos 
casos omissos, o Estado deve acolher para lhes dar juridicidade”. (MALUF. 1999, p.2) 
 
Outros doutrinadores também defendem esta corrente de pensamento, tais como: Otto 
Von Gierke e Georges Gurvitch e Duguit, que foi um grande defensor desta teoria, por ser 
um naturalista social, quando afirmava que Direito é uma força social, ou seja todo direito 
é social. 
 
Como uma representação ilustrada, pode-se representar esta teoria da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
C. TEORIA DA GRADAÇÃO DA POSITIVIDADE JURÍDICA 
 
Os defensores desta teoria procuram defender o pensamento de que é mais importante 
explicar as relações entre Direito e Estado. 
 
Explicam que o Direito e o Estado são duas realidades distintas, mas que no entanto são 
interdependentes. Desta forma o Estado interfere mais ou menos na esfera da sociedade 
conforme a repercussão que os problemas sociais possam afetar o “bem comum”. 
 
Autores como Giorgio Del Vecchio apresenta uma gradação da positividade jurídica, 
reconhecendo a existência de um Direito não estatal, ou seja, existem outros centros de 
determinação jurídica que não o Estado, embora este seja o principal centro de irradiação 
do Direito Positivo. 
 
Afirma ainda, que o Estado intervém muito pouco no Direito, temos o que podemos chamar 
de Estado minimalista (abstencionista), por outro lado, caso o Estado interfira muito no 
Direito, temos um Estado intervencionista. 
 
Transportamos a representação esquematizada proposta pelo mestre DE CICCO: 
 
 
 
ESTADO MINIMALISTA: 
 
 
 
 
 
 
 
Estado Direito 
Direito Estado 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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ESTADO INTERVENCIONISTA: 
 
 
 
 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 
Considera-se Estado em uma definição simplista como: “É uma organização político-
jurídica de uma sociedade para realizar o bem público comum, com governo próprio e 
território determinado”. 
 
Estado provém do Latim, status, que significa “estar firme”. 
POLÍTICA – significa “a arte de governar” 
 
Acredita-se que esta denominação “Estado” surgiu primeiramente na obra de Maquiavel, 
em “O Príncipe”, meditado em 1513. 
 
A. ORIGEM DO ESTADO – Sob o aspecto da época do surgimento do Estado 
existem três posições fundamentais: 
 
1- O Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu visto que o homem 
desde que vive na terra está integrado numa organização social, dotada de poder 
e com autoridade para determinar o comportamento social de todo o grupo; 
 
2- Outros autores defendem que a sociedade existiu sem o Estado durante um 
certo período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para 
atender às necessidades dos grupos sociais; 
 
3- Alguns autores somente admitem como Estado a sociedade política dotada de 
certas características bem definidas, o que só ocorreu a partir do século XVII. 
 
 
B. FORMAÇÃO DO ESTADO 
 
Existem duas teorias sobre a formação originária do Estado: a formação natural, que 
afirma que o Estado se formou naturalmente e não por ato voluntário; a formação 
contratual, afirmando que um acordo de vontades de alguns homens ou de todos que 
levou à criação do Estado. 
 
Quanto às causas determinantes do aparecimento do Estado existem as seguintes 
teorias: 
 
a) Origem familial ou patriarcal; cada família primitiva se ampliou e deu origem a um 
Estado; 
 
Direito Estado 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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b) Origem em atos de força, de violência ou conquista; a superioridade de força 
de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado 
dessa conjunção de dominantes e dominados; 
 
c) Origem em causas econômicas ou patrimoniais; o acúmulo de riquezas 
individuais deteriorou a convivência harmônica, surgindo assim a necessidade do 
reconhecimento de novas formas de aquisição da propriedade, que se 
desenvolviam umas sobre as outras, num acúmulo acelerado de riquezas que 
dividia a sociedade em classes, sendo a classe possuidora exploradora da não-
possuidora, dominando-a, nascendo a instituição Estado; 
 
d) Origem no desenvolvimento interno da sociedade; é o próprio desenvolvimento 
espontâneo da sociedade que deu origem ao Estado 
 
Independente ou não, o marco do surgimento do Estado Moderno, foi o Tratado de Paz 
de Westfália, em 1648, sendo um marco importante na história política, colocando fim à 
Guerra dos 30 anos, sendo o reconhecimento das fronteiras geográficas dos Estados 
europeus, dentro das quais estes poderiam exercer o poder de forma soberana, excluindo 
o poder do imperador e do papa e unificando a nação. 
 
 
C. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO 
 
ELEMENTOS MATERIAIS 
 
c.1. Elementos do Estado: Conceitualmente sãoconsiderados três os elementos do 
Estado: Povo, Território e Governo. 
 
No entanto existem alguns autores que defendem que existe um quarto elemento, ou seja, 
a Soberania, que para outros autores, a soberania está integrada dentro do terceiro 
elemento que é o governo. O governo pressupõe a soberania, pois se o governo não é 
soberano, não pode existir o Estado de forma perfeita, sendo subordinado a um outro 
Estado. 
 
a) POVO: conjunto de pessoas, politicamente organizado, sob uma ordem judicial, que é 
a sua jurisdição, que controla a todos que estão no seu interior e a forma de 
relacionamento com outros povos. 
População: é o conjunto de habitantes que vivem em um país. 
 
Nação: é uma comunidade de base histórico-cultural, com suas tradições. 
 
Raça: é um conjunto de caracteres somáticos, que identificam um determinado grupo 
humano, sendo transmitido hereditariamente. 
 
b) TERRITÓRIO: É o espaço geográfico delimitado no qual o Estado exerce de maneira 
constante a sua soberania, consistindo de atividade política e jurídica abrangendo as 
atividades econômicas e morais. 
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c) GOVERNO: é a organização política estável, com poder soberano, que mantém a 
ordem interna e representa o Estado, no relacionamento com os demais membros da 
comunidade internacional. 
 
 
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DO TERRITÓRIO DO ESTADO 
 
Não pode existir Estado sem Território, sendo o espaço físico onde exerce a soberania e 
sobre o qual possui total autonomia. 
 
Do ponto de vista jurídico, os limites do Território são: terrestre, aéreo e marítimo conforme 
desdobramento a seguir: 
 
a) TERRESTRE 
Solo: considera-se a porção de terra visível e delimitada por fronteiras 
internacionais e pelo mar territorial. 
Subsolo: para compreensão, toma-se por base a porção de terra, abaixo da 
superfície até os limites possíveis do planeta. 
 
b) AÉREO 
Considera-se o espaço aéreo imediatamente sobre a superfície do território, com 
seus contornos terrestres e inclusive acrescido da parte do mar territorial. 
 
c) MARÍTIMO 
Mar Territorial: Espaço sobre o mar cujos limites são adotados com base em 
Convenções Internacionais, sendo composto de 12 milhas marítimas como mar 
territorial, mais 12 milhas de zona contígua e de 200 milhas consideradas como 
sendo zona de exploração econômica 
 
Podem também ser considerados como extensão do território de acordo com a 
Constituição: (DE CICCO. 2012. p.49) 
 
 Navios e aviões militares: em qualquer parte que se encontrem são considerados 
como parte do Estado, referente a bandeira que representam. 
 
 Navios e aviões de uso comercial ou civil: em sobrevoo ou navegação de 
território não pertencente a outros Estados. 
 
 Fronteiras: são partes limítrofes do território brasileiro, com o território de um outro 
Estado e podem ser classificadas de duas formas: 
 
- naturais: são formadas por rios, montanhas e outros acidentes geográficos. 
 
- artificiais: são compostos por linhas geométricas, por coordenadas matemáticas 
orientadas por instrumentos e também por marcos divisórios físicos, que podem ser 
estacas de concreto ou outros materiais. 
 
 
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ELEMENTO FORMAL 
 
Governo - os doutrinadores divergem sob o ponto de vista de governo, mas acabam 
encontrando um referencial em que o governo é o exercício do poder, de forma 
soberana e exercido pelo povo. 
 
O Governo é o poder do Estado, que por sua vez é dividido em funções exercidas em 
conjunto, representadas pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e que devem 
funcionar de forma harmoniosa e independente, conforme a Constituição de 1988. 
 
Soberania – alguns doutrinadores consideram a soberania como elemento constitutivo do 
Estado, ou outros como sendo o quarto elemento da formação do Estado. 
 
 
NACIONALIDADE: Considera-se que a nacionalidade é a característica de um povo e 
divide-se em dois critérios: 
 
- primários que consistem em jus-soli e o jus sanguinis e o 
 
- secundário que consiste no processo de aquisição da nacionalidade, pela naturalização. 
 
Os critérios da nacionalidade primários, jus-soli são aqueles elementos originários 
nascidos no “solo” do Estado ou o jus sanguinis que são aqueles descendentes de pais 
ou pessoas do mesmo sangue do mesmo Estado. 
 
Uma forma de transmissão da nacionalidade é pelo solo = local de nascimento e a outra 
forma de transmissão é a pelo nascimento dos filhos e a relação de descendência dos 
pais consanguíneos. 
 
Os apátridas, são elementos que por alguma razão perderam ou não possuem 
nacionalidade definida de nenhum Estado. Convenção Internacional visa minimizar os 
efeitos desta problemática situação em que a pessoa se encontra. 
 
Quanto ao critério de aquisição da nacionalidade secundário é aquele previsto na 
Constituição de 1988, em seu Art. 12, II do qual resulta no processo de aquisição da 
naturalização pela prática de atos da vida civil, pela vontade do agente e pelas formas 
previstas no Estatuto do Estrangeiro – Lei 6.815. 
 
 
A GRANDE FINALIDADE DO ESTADO – ATINGIR O BEM COMUM 
 
A finalidade do Estado vem sendo discutida através dos tempos, por muitos pensadores, 
sendo que cada um argumentando um ponto de vista, como: 
- Hegel que acreditava que o Estado é um fim em si mesmo. 
- Hobbes afirmava que o Estado visava a segurança dos seus indivíduos ou habitantes. 
- Para Locke, o Estado representava a liberdade e propriedade de seus habitantes. 
- Rousseau defendia a tese que o Estado proporcionava a liberdade e igualdade. 
 
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O grande objetivo do Estado é proporcionar o bem comum a todos os indivíduos e 
sociedades, situadas no interior do seu território, para que possam atingir os respectivos 
fins (manter a ordem, defesa, promover o bem estar e o progresso da sociedade). 
 
De forma simplista, pode ser entendido que o Estado seja um meio pelo qual os indivíduos 
e as forças sociais possam atingir os seus objetivos, visando proporcionar o bem comum. 
 
 
 
D. FUNDAMENTOS DO ESTADO - Religiosos, jurídicos, psicológicos, etc. 
 
Pode-se afirmar que o Estado tem vários fundamentos, tais como: Religiosos, jurídicos, 
psicológicos e outros mais, dependendo do enfoque: 
 
A teoria religiosa explica que o Estado tem fundamento em Deus ou na providência 
divina. 
 
A teoria jurídica envolve a proteção do Estado em relação à família, ao patrimônio da 
pessoa. 
 
A teoria da força, considera que o Estado é o domínio dos fortes sobre os fracos. 
 
A teoria ética indica que a vida fora do Estado não pode ser considerada válida. 
 
A teoria psicológica menciona que o fundamento do Estado está no impulso que leva os 
homens a se reunirem e viverem sob o império do Estado. 
 
 
E. FINS DO ESTADO 
 
A finalidade do Estado é assegurar a vida humana em sociedade pelo fato que o homem 
não vive isoladamente e necessita de normas que disciplinem comportamentos. Visa o 
“bem comum do povo”. 
 
 
F. TIPOS DOS ESTADOS: podem ser: simples e compostos: 
 
A: Simples: ou unitário é aquele que apresenta um poder único e centralizado, sendo 
formado por uma unidade estatal completa por si só. Existe apenas um Poder Legislativo, 
Executivo e Judiciário e todas as autoridades são delegações do poder central. 
Ex.: França. Suíça, Portugal, Holanda, Uruguai, Chile,Paraguai, etc. 
 
B: Compostos (Federal): possuem estrutura complexa, formada por uma coordenação 
ou associação de estados soberanos e autônomos, possuidores dos mesmos direitos, 
submetendo-se ao poder soberano e central, que os representa no plano internacional. 
Exemplo: Brasil, USA, etc. 
 
O Brasil é composto por ter uma divisão político administrativa em 26 Estados, 1 Distrito 
Federal e cada Estado é composto de muitos Municípios, formando a União Federal. 
 
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G. FORMAS DE GOVERNO – Monarquia e República 
 
Monarquia: é o governo do soberano, que é o supremo legislador, consistindo no governo 
do Rei, que exerce o poder vitaliciamente, a sua sucessão é hereditária e possui amplos 
poderes ilimitados. 
 
República: vem do latim, que significa “res pública” ou “coisa pública”, onde o povo elege 
os seus representantes, para fazer as leis importantes para a sociedade, onde o 
Legislativo e Executivo exercem mandatos temporários e a alternância de poder é 
obrigatória. 
 
 
H. SISTEMA DE GOVERNO – Parlamentar e Presidencialista 
 
Parlamentar: O Parlamento que representa o Estado, escolhe um representante que é o 
primeiro-ministro para governar e exerce a função de confiança, podendo ser destituído 
do cargo se não atingir as metas propostas. 
 
Este regime de governo apareceu inicialmente na Inglaterra, procurando descentralizar as 
funções do monarca que era absoluto, criando um conselho privado, formado pela 
nobreza e pessoas de destaque, que no entanto eram nomeados pelo próprio monarca. 
 
Com o passar dos anos, acabou sendo modificado e passou a ter mais poderes de 
administrar, passou a ser indicado um responsável, denominado de “parlamento” e 
exercido pelo primeiro ministro, que pode ser destituído pelo parlamento, caso não atenda 
as expectativas de governo. 
 
O chefe de governo é o primeiro-ministro e o chefe de Estado é o rei ou presidente e não 
possuem qualquer responsabilidade política. 
Ex. Inglaterra, Espanha (monarquias) e Itália (república). 
 
Presidencialista: O povo elege um representante para ocupar o cargo de Presidente, 
durante um certo tempo que é o mandato. O presidente é o chefe de governo e chefe de 
Estado, representa o país e defende os interesses internos do país e escolhe ministros 
para auxiliar na função de administrar e governar. 
Ex. Brasil, Estados Unidos da América. 
 
Originado da formação norte americana da Constituição, onde os poderes são 
interdependentes entre legislativo, executivo e judiciário, devendo atuar em perfeita 
harmonia. 
 
Neste caso o presidente é eleito para chefiar o Estado e o governo, não mantendo relação 
de dependência ou de responsabilidades perante o parlamento e ainda possui a liberdade 
de nomear ministros de estado para colaborar com o governo. 
 
Como característica especial, temos que a chefia do Estado e o governo são concentrados 
em uma única pessoa que é o presidente. Ele é eleito por um mandato de 4 anos, podendo 
ser renovado por igual período e não responde ao legislativo. Possui ampla liberdade para 
escolher os seus assessores ministeriais, que ajudam a administração do governo. 
 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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I. REGIME POLÍTICO: Democrático, Autocrático, Ditatorial 
 
Democrático: é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Os representantes do povo 
são eleitos por um período, através de eleições indiretas, de partidos ou grupos que 
ocupam o poder para governar e temos ainda a repartição dos Poderes em Legislativo, 
Executivo e Judiciário, onde procuram fazer o melhor em cada esfera de competência. 
 
Os três poderes encontram-se na mesma linha horizontal e um poder não deve sobrepor 
aos demais. O povo pode se manifestar através de Plebiscito, Referendo e Iniciativa 
Popular. 
 
Autocrático: é o governo absoluto por uma só pessoa, que governa de forma enérgica, 
sobrepondo a sua vontade sobre todos os demais. 
 
Ditatorial: é o governo de uma só pessoa, sendo soberano e a sua vontade deve ser 
aceita por todos. Não existe alternância de poder, que fica por muito tempo ocupando o 
cargo, até que uma revolução ou outro acontecimento o retire do poder. 
Existe a concentração de poderes em uma pessoa, onde a sua vontade é lei. 
 
 
J. SISTEMAS ELEITORAIS – Majoritário, Proporcional e Distrital 
 
Na representação Majoritária somente o grupo que tiver a maioria ou seja, majoritário é 
que elege os seus representantes, não se importando quantos são os partidos. 
 
Se tivermos a eleição em apenas um turno, é eleito aquele que tiver a maioria de votos. 
No entanto se tiver o segundo turno nas eleições, são escolhidos os dois mais votados 
para uma nova eleição e ficará com o poder, aquele que tiver a maioria dos votos o que 
acaba favorecendo a governabilidade. 
 
Normalmente utilizado para escolher os membros do Executivo, como presidente, 
Governador e Prefeito. 
 
No sistema Proporcional todos os partidos acabam tendo a possibilidade de ter seus 
representantes, onde é estabelecida uma proporção entre o número de votos recebidos 
pelos partidos e o número de cargos obtidos. 
 
Este sistema é utilizado para eleger os Deputados Federais, Deputados Estaduais e 
Vereadores. 
 
O Sistema Distrital é aquele que divide as zonas eleitorais em distritos, podendo o eleitor, 
votar apenas nos candidatos do seu distrito, o que acaba tendo pelo menos um 
representante por região ou distrito 
 
K. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
 
Formas de Estados: 
 
Unitário: Os Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário não possuem autonomia e 
existe uma centralização do Poder, que é central, que exerce a Soberania em seu 
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território. Observa-se ainda que o Estado Unitário, pode ser composto de divisões 
meramente administrativas tais como: regiões, condados, províncias e cidades. 
 
Federal: Existe a descentralização do Poder, compondo os três Poderes, onde os Estados 
possuem autonomia, mas não possuem a Soberania. É formado pela união de vários 
Estados, que agrupados, formam a Federação. 
 
 
L. CONFEDERAÇÕES 
 
Conceito: é a união de Estados soberanos, que se reúnem com um determinado objetivo, 
por meio de um tratado internacional. Ex. ONU, Mercosul, Nafta, União Europeia, etc. 
 
Observa-se que a Confederação é uma forma instável de união política, em virtude da 
associação só existe, enquanto existir a vontade dos Estados em se manterem agrupados, 
enquanto houver interesses e estes Estados não abrem mão de sua soberania. 
 
 
M. TIPOS DE DEMOCRACIA: Direta, Indireta e semi-direta. 
 
Democracia Direta: também denominada de Democracia Pura Ideal, é aquela onde os 
cidadãos decidem diretamente cada assunto por votação direta (escolha). Este modelo de 
Democracia nos dia atuais é praticamente inviável, dado a grande quantidade de pessoas 
que compõem as cidades e se para cada assunto a ser tratado, precisaria ser submetido 
ao voto de todos o que seria muito complicado, pois quando foi utilizado em Atenas, a 
população era pequena. 
 
Democracia Indireta: é exercida por representantes do povo, escolhidos periodicamente 
por meio de votação, sendo também chamada de democracia representativa, que pode 
ser Democracia Representativa Tradicional e Democracia Representativa por partidos. 
 
Democracia semi-direta: Pode ser considerada como um meio termo entre a Democracia 
Representativa Pura e a DemocraciaRepresentativa, no entanto alguns institutos de 
participação do povo nas decisões do governo, ou seja “o povo participa diretamente de 
algumas decisões políticas”. 
 
Esta forma foi empregada pela Constituição Federal de 1988, quando no Art. 1º parágrafo 
único e no Art. 14, em seus incisos I, II e III e no parágrafo 2º, estabeleceu alguns institutos 
da Democracia Semi-Direta. 
 
O conceito de participação é fundamentado na existência de um vínculo entre o povo e 
o poder”, constante da Democracia Semi-direta, quando revela as manifestações da 
democracia participativa, onde são combinados os institutos da democracia direta e 
indireta, onde temos: o Plebiscito, o Referendo e a iniciativa popular. 
 
Plebiscito: Art. 14, I, Plebiscito e Art. 2º ADCT, quando da possibilidade de escolha pelo 
povo, da forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo 
(parlamentarista ou presidencialismo) que deveriam vigorar no país, von a votação 
popular, depois da Constituição de 1988, estar 5 anos em vigência e que o povo votos e 
preferiu manter a República e o Presidencialismo. 
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Referendo: Considera-se como sendo a convocação do povo, para que vote e opine 
sobre a aprovação ou não de uma ação ou ato de grande importância nacional, como 
tivemos a votação que rejeitou o “estatuto do desarmamento”. 
 
 
Iniciativa Popular: está prevista na Constituição, no Art. 61, parágrafo 2º da Constituição, 
sendo a forma pela qual o povo se une por um ideal comum, coleta uma grande 
quantidade de assinaturas e apresenta uma projeto de lei de seu interesse, diretamente 
na Câmara, para ser apreciado e votado. Ex. Lei 8930/94 que tratou da “Ficha Limpa” dos 
candidatos à disputarem uma eleição. 
 
SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO 
 
FORMA DE ESTADO 
 
ESTADO FEDERAL 
 
FORMA DE GOVERNO 
 
REPUBLICANO 
 
REGIME DE GOVERNO 
 
PRESIDENCIALISTA 
 
REGIME POLÍTICO 
 
DEMOCRÁTICO 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA 
 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32.ed. São Paulo: Saraiva. 2014. P.59 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7.ed. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária. 2009. P. 58 
KELSEN, Hans. Teoria Geral do direito e do Estado. 3.ed. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes. 1998, 
p. 261 e ss 
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5.ed. São Paulo: Malheiros. 2004. p.27 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed. São Paulo: Malheiros. 2003.p.149 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 37.ed. São Paulo: Globo. 1997. 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 6.ed. São Paulo: Celso Bastos. 2004. P. 41 
SAHID, Maluf. Teoria Geral do Estado. 25.ed. São Paulo: Saraiva. 1999. P2. 
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade ´Para uma teoria geral da política. 9.ed. São Paulo: Paz e Terra. 2001. 
DE CICCO, Cláudio de, GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 5.ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais. 2013. P43 
SOARES, Ricardo Maurício Freira. São Paulo: Saraiva. 2013; 
LOPES, André Luiz. Noções de Teoria d Estado. Belo Horizonte. 2013 
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza, São Paulo: Saraiva. 
 
EYS/TEMA TGE- 04 – O ESTADO

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