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TEMA TGE - 05 - O ESTADO e DIREITO

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1 
Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
_____________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
TEMA TGE- 05 – O ESTADO E DIREITO 
 
O PODER DO ESTADO 
Ao efetuarmos uma análise mais criteriosa do Estrado, mesmo naquelas sociedades mais 
rudimentares, tinha uma “forma de controle” para poder propiciar melhores condições 
de vida aos seus componentes, constatamos a presença da ordem jurídica e de um poder 
político bem definidos. 
 
Observa-se que mesmo que o poder se apresente com a “aparência de mero poder 
jurídico”, acaba sendo um poder jurídico de fato e de direito, em virtude de sua 
legitimidade reconhecida pela ordem jurídica, tendo fins jurídicos ou não, que obedece 
através de normas jurídicas com as quais exerce a “dominação estatal”. 
 
 
A ORIGEM DO ESTADO 
Os doutrinadores acreditam que existem cinco teorias da origem do Estado: 
 
a) Teoria da Origem Familiar 
Esta teoria é inspirada em Aristóteles e São Tomás de Aquino, que defendem a 
“família como célula-mãe do Estado”, sendo a própria natureza do indivíduos 
que nasce em uma sociedade e não por intervenção de alguém. 
 
b) Teoria da Origem patrimonial 
Esta teoria é defendida por autores como: Heller, Preus, Marx e Engel, onde 
acreditam que o Direito à propriedade é um direito natural, portanto anterior e 
superior ao direito positivado pelo próprio Estado. 
 
c) Teoria da Origem Contratual 
Defendida pelos contratualistas Hobbes, Johen Lockm Rousseau e Kant, onde 
afirmam que vários indivíduos que viviam em uma situação de liberdade plena ou 
“estado de natureza”, com a finalidade de manter a paz social, deliberaram em 
abrir mão de sua liberdade plena por um a “liberdade civil”, obedecendo a lei, 
originando o Estado como um “contrato social”. 
 
d) Teoria da Força 
Os doutrinadores que defendem esta corrente, afirmam que a origem do Estado 
aconteceu nos tempos primórdios por um grupo dominador, vencedor, que tinha 
por finalidade manter o outro grupo dominado. Seria uma espécie de submissão 
das hordas(tribos) mais fracas em detrimento às hordas (tribos) mais fortes. 
 
e) Teoria da Origem Natural ou Espontânea do Estado 
Entende-se que não há apenas um único elemento que tenha força de originar o 
Estado. O que ocorre é a junção de diversos elementos que o fazem existir. O que 
seria, na verdade, a conjugação da família, da sociedade, de diversas 
características que originam o Estado. 
 
2 
Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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PRINCÍPIO DO NASCIMENTO DOS ESTADOS 
 
O nascimento do Estado pode ocorrer de três formas: originaria, secundaria ou derivada, 
conforme a seguir: 
 
a) Forma Originária 
Considera-se quando ocorreu a primeira vida ao Estado, com a aglomeração de 
pessoas em determinado lugar. Para o seu nascimento não há nenhum fator 
externo, como foi o de Roma e Atenas. 
 
b) Forma Secundária 
Neste caso, pode ocorrer pela união ou divisão de Estados já existentes. 
 
b.1 - No caso da união, pode ocorrer pelas seguintes formas: 
- forma federativa (união perpétua e indissolúvel de estados não soberanos), 
- forma confederativa (união de dois ou mais Estados soberanos por meio 
de tratados, - convenções, etc.), 
- forma união pessoal (um monarca governando dois ou mais Estados) ou 
- forma união real (junção de dois ou mais Estados que perdem suas 
respectivas soberanias e prevalece uma delas). 
 
b.2 - Pelo método da divisão, pode ser: 
- nacional (obtenção de independência) ou 
- sucessoral (que consiste na divisão de monarquias entre os parentes do 
monarca). 
 
c) Forma Derivada 
Pelo modo derivado, o nascimento do Estado pode ser por conta de: 
- colonização (onde neste caso um Estado-colônia adquire a independência 
e se torna soberano); 
- concessão dos direitos de soberania (consiste na concessão espontânea 
do governo de soberania a algum povo que vivia sob sua égide) 
- governo (acontece quando um governante absoluto, por um ato simples, dá 
nascimento a um Estado). 
 
 
 
FINALIDADE DO ESTADO 
 
O Prof. Dalmo Dallari, citando Groppali, sustenta a ideia de que a finalidade é elemento 
essencial do Estado. 
 
Por sua vez Groppali e J. J. Gomes Canotilho, consideram que o Estado tem como 
finalidades proporcionar a defesa, a ordem, o bem-estar e o progresso aos grupos sociais. 
 
No entanto, Hans Kelsen defendia a teoria que a questão do Estado é política. Por outro 
lado, Mortati, afirmava que a Finalidade do Estado é demasiado genérica, não havendo 
interesse em estuda-la. 
 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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O Estado como sociedade política, tem como finalidade, “um fim geral”, que se constitui 
em um meio para que os indivíduos e as demais sociedades, que estão situadas dentro 
do seu território, possam atingir os fins, de manter a ordem, assegurar a defesa e 
promover o bem estar e o progresso da sociedade. 
 
Desta forma, conclui-se que o fim do Estado é o proporcionar o BEM COMUM, que pode 
ser entendido como: “um conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e 
favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana”. 
 
 
FUNÇÕES DO ESTADO 
 
Os doutrinadores consideram que as funções do Estado são “todas as ações necessárias 
à execução do bem comum” e podem ser consideradas como sendo as seguintes 
funções: 
 
Função Legislativa: É o exercício pelo Poder Legislativo, que tem a função de 
elaborar as leis necessárias para a paz social. 
 
 
Função Executiva: é aquela exercida pelo Poder Executivo que possui como 
finalidade a função de administrar o Estado, procurando atingir os objetivos propostos. 
Verifica-se que isto acontece quando o Estado precisa nomear funcionários, criar cargos, 
executar serviços públicos, arrecada impostos e outros mais. 
 
 
Função Judiciária: Esta função é exercida pelo Poder Judiciário, cuja maior função é 
interpretar e aplicar as leis em todas as oportunidades dos acontecimentos surgidos entre 
os cidadãos, ou ainda entre os cidadãos e o Estado. 
Resumindo, o Poder Judiciário “declara o Direito”, que foi regulamentado pelo Poder 
Legislativo. 
 
 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO 
 
As pessoas físicas quando agem como “órgãos do Estado”, externam uma vontade que 
só pode ser atribuída a este e que não se confunde com as suas atividades individuais. 
 
Esta “vontade estatal” pode ser facilmente compreendida quando essa vontade estatal é 
pressuposto da capacidade jurídica do Estado, é evidente também que essa necessidade 
dessa concepção para o tratamento jurídico dos interesses coletivos, evitando-se a ação 
arbitrária em nome do Estado, ou ainda dos próprios interesses coletivos. 
 
Com isto, somente as pessoas físicas ou jurídicas, podem ser titulares de direitos e 
deveres jurídicos, sendo necessário para o Estado ter direitos e obrigações o seu 
reconhecimento como pessoa jurídica. 
 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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Considera-se que por meio dessa noção de Estado como pessoa jurídica, existente na 
ordem jurídica e procurando atuar segundo o direito, que se estabelecem limites jurídicos 
eficazes à ação do Estado no seu relacionamento com os cidadãos. 
 
Considerando ser inevitável que o Estado se torne titular de direitos, que ele cria próprio 
por meio de seus órgãos, a possibilidade de que os cidadãos, possam fazer valer contra 
as suas pretensões jurídicas. 
 
Desta formaa personalidade jurídica do Estado abrange não só a capacidade de Direito 
Público, que se manifesta no exercício do poder público através dos atos de imperium, 
mas a capacidade de Direito Privado, que se manifesta pelo exercício de direitos de 
caráter patrimonial através de atos de gestão. 
 
Com isto, conclui-se que o Estado é pessoa jurídica de Direito Público. 
 
Direito Público: é um conjunto de normas que organizam o poder soberano do Estado, 
a ordem política, regulam as relações e os interesses do Estado entre os seus agentes e 
a sociedade. 
 
Pessoa Jurídica: considera-se como sendo a unidade de pessoas naturais ou de 
patrimônios que visam a obtenção de certas finalidades, reconhecidas pela ordem jurídica 
como pessoa de direitos e obrigações. 
 
 
ESTADO, DIREITO E POLÍTICA 
 
Observa-se que todo Estado desenvolve uma complexa atividade que têm aspectos 
jurídicos e conteúdo político, sendo que a fixação de regras de comportamentos se prende 
a fundamentos e finalidades, enquanto que a permanência de meios orientados para 
certos fins depende de sua inserção em normas jurídicas. 
 
Com isto, fica reduzida a margem de arbítrio e discricionariedade, assegurando a 
existência de limites jurídicos à ação do Estado. 
 
Enquanto a “sociedade política é voltada pela fins políticos”, o Estado participa da natureza 
política, que convive com a jurídica, que acaba ocorrendo uma interação entre elas. 
 
É o Caráter Político do Estado que lhe dá a função de coordenar os grupos e 
indivíduos em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha dos meios 
adequados, levando-se em conta três características conforme a seguir: 
 
a) A necessidade e possibilidade; deve se identificar as necessidades 
preponderantes do povo (conjunto de condições e dos elementos que assegurem 
a sobrevivência dos indivíduos e dos grupos sociais compatíveis com a natureza 
humana) e os meios disponíveis de cada Estado para viabilizá-las. 
 
b) Indivíduos e coletividade; Também deve se considerar ao tomar decisões 
políticas a conciliação entre as necessidades dos indivíduos e as da coletividade, 
pois, não se pode considerar as necessidades do indivíduo isoladamente. 
 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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c) Liberdade e autoridade; Na escolha dos meios de satisfação das necessidades 
será necessário, não raro, determinar limitações à liberdade individual a fim de 
aumentar a eficácia dos meios disponíveis. Além disso, para que a dinâmica social 
se oriente no sentido de um fim determinado, será preciso coordenar a atuação dos 
indivíduos e dos grupos sociais com o uso da ordem, inclusive com a possibilidade 
de se usar de coação. 
 
 
Considerando o CONCEITO DE POLITICA, de Cassier, que define política como: “arte 
de unificar e organizar as ações humanas e dirigi-las para um fim comum.” 
 
 
De outra forma, verificando o conceito de política proposto por Maquiavel, define como 
sendo “a arte de atingir, exercer e conservar o poder.” 
 
 
 
ESTADO E NAÇÃO 
 
Por volta do século XVIII é que foi criado o conceito de nação, com a finalidade de levar 
a burguesia que era economicamente poderosa e manipulava emocionalmente o povo 
visando conquistar o poder político. 
 
Verifica-se que em nome da Nação é que se lutava contra a monarquia absoluta, 
procurando de forma disfarçada, que era justo e necessário que o povo assumisse o seu 
próprio governo. 
 
Mas foi com as revoluções: Americana e Francesa, que a Nação passou a ser identificada 
com o próprio Estado, em virtude de o termo Nação ser muito vago e abrangente e já era 
utilizado, como símbolo de reinvindicações populares, desviando a atenção de reações 
emocionais e atingiu o ponto maior, na derrubada ou enfraquecimento das monarquias. 
 
Desta forma, os novos governantes passaram a adotar a força mística da expressão para 
justificar as suas investidas sobre os pequenos Estados. 
 
Verifica-se que no século XX aconteceu a exploração de sentimentos nacionais, que 
acabou por detonar duas guerras mundiais, com o pretexto de reunir em uma só unidade 
política os componentes de uma mesma nação, com a afirmativa de se tratar de 
surgimento de uma nação superior. 
 
 
Desta forma, o conceito de Nação, passou a ser um artifício para envolver o povo em 
conflitos de interesses alheios, sem fundamentação jurídica. 
 
Com o conceito atual, que possui a conotação do plurinacionalismo, onde cada Estado 
existem indivíduos de várias Nações, mostrando que dentro de cada Estado, existem 
claramente grupos sociais distintos, resultando de sua cultura e costumes, criando uma 
nova unidade jurídica, que respeita as diferenças de cada uma delas. 
 
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Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
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No entanto, é favorável ao Estado que exista a possibilidade de estabelecer a maior 
quantidade de regras gerais, disciplinando a unidade jurídica que respeita todas as 
diferenças existentes no povo. 
 
De forma resumida, pode ser considerado como: 
 
Estado é uma sociedade e Nação é uma comunidade. 
 
Estado é uma organização político-jurídica de uma sociedade, para a realização do bem 
público, com governo próprio e um território determinado. 
 
 
Sociedade é uma coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar uma 
finalidade comum. 
 
Na conceituação de Aristóteles, o homem é “um animal social”, acredita que vivemos 
em sociedade naturalmente, porque este é o instinto humano. 
 
Já os “contratualistas” Rousseau, Locke e Hobbes convergem no que diz respeito à 
sociedade. Deste ponto, dizem que sociedade é resultado de contrato hipotético entre os 
homens. Eles negam que a sociedade tenha se formado por um impulso natural no 
estado de natureza. 
 
Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum (por exemplo: 
raça), por valores “históricos-culturais” (como por exemplo: língua, dialetos, formação 
histórica) e ainda por motivos psicológicos (como por exemplo: consciência de um povo 
em ser livre), pelos interesses comuns e por ideias e aspirações comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA IMPORTANTE: Este trabalho não pretende esgotar o tema, consiste em um resumo 
que foi organizado com o objetivo de ser prático, objetivo e apenas servir de orientação para 
o desenvolvimento de mais estudos e pesquisas a respeito do tema, pelos alunos do Curso 
de Direito. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA 
 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32.ed. São Paulo: Saraiva. 2014. P.123 
 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7.ed. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária. 2009. P. 66 
 
KELSEN, Hans. Teoria Geral do direito e do Estado. 3.ed. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes. 1998, 
p. 261 e ss 
 
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5.ed. São Paulo: Malheiros. 2004. p.27 
7 
Edison Yague Salgado 
Advogado e Professor de Direito 
_____________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed. São Paulo: Malheiros. 2003.p.149 
 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 37.ed. São Paulo: Globo. 1997. 
 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 6.ed. São Paulo: Celso Bastos. 2004. P. 41 
 
SAHID, Maluf. Teoria Geral do Estado. 25.ed. São Paulo: Saraiva. 1999. P2. 
 
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade ´Para uma teoria geral da política. 9.ed. São Paulo: Paz e Terra. 2001. 
 
DE CICCO, Cláudio de, GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 5.ed. São Paulo:Revista dos Tribunais. 2013. P43 
 
SOARES, Ricardo Maurício Freira. São Paulo: Saraiva. 2013; 
 
LOPES, André Luiz. Noções de Teoria d Estado. Belo Horizonte. 2013 
 
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza, São Paulo: Saraiva. 
 
 
 
 
 
 
 
EYS/TEMA TGE- 05 – O ESTADO E O DIREITO

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