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A ERA NAPOLEÔNICA
Revolução Francesa: o início da Era Contemporânea
Poucos eventos históricos foram tão significativos para a transformação mundial como a Revolução Francesa do século XVIII. 
 Sua importância faz dela o marco do início da Era Contemporânea. 
 As mudanças estruturais em todas as áreas e a influência deste movimento justificam a escolha dos historiadores como sendo este o momento em que é decretado o fim da Era Moderna.  
As personalidades da Revolução Francesa
A Revolução Francesa mudou o mundo e gravou na história o nome daqueles que participaram de suas diversas fases.
 Luís XVI, o rei decapitado pelos revolucionários, e sua exuberante esposa, Maria Antonieta. Além, dos líderes jacobinos, como Robespierre. 
Poucas personalidades ligadas e este evento tiveram tanta repercussão quanto Napoleão Bonaparte.  
A nova história
Durante muito tempo, a historiografia tradicional concentrou-se na história dos grandes homens e seus feitos. 
As manifestações populares, a importância cultural e a influência das mentalidades desapareciam nas descrições de manobras políticas e grandes conflitos. 
A nova história resgatou a importância do coletivo e dos movimentos sociais. Isso fez com que a história biográfica fosse deixada em segundo plano, como exemplo de uma metodologia histórica ultrapassada. 
Recentemente, a história biográfica vem sendo recuperada e readquirindo papel de importância e reconhecimento como método válido de pesquisa e produção histórica. 
Porém, é bom deixar claro que os biografados são frutos de seu tempo e estão sujeitos a transformações de sua Era, em que são agentes e sujeitos. Ou seja, os chamados notáveis atuam sobre a história de seu tempo, mas também estão condicionados por ela.
Napoleão Bonaparte
Herói, soldado, monstro, ditador, sanguinário, muitas são as visões controversas, tanto de historiadores e biógrafos, quanto de contemporâneos. 
 O fato é que foi amado e odiado, mas jamais esquecido. 
 Napoleão inaugurou uma nova Era que ao terminar reconfigurou o mapa político da Europa e mudou toda a sua história, refletindo inclusive em outros continentes.  
O admirador Beethoven
Seu contemporâneo, Ludwig Van Beethoven, nutria por Napoleão uma intensa admiração. O compositor decidiu dedicar sua terceira sinfonia, conhecida como Eroica, ao líder francês.
Porém, diante das atitudes despóticas de Napoleão, Beethoven indignou-se contra a manobra de Napoleão sagrar-se imperador colocando-se acima dos meros mortais e, em um acesso de fúria, rasgou e suprimiu a dedicatória. 
A ação do compositor demonstra a controversa personalidade do soldado que virou imperador. 
As habilidades de Napoleão
Napoleão possuía uma habilidade para ler mapas e decifrar configurações importantes do terreno das batalhas que se tornou lendárias. Mas embora tenha conhecido algumas derrotas, suas vitórias é que são marcantes.
Um dos grandes desafios era a manutenção do exército, para além das fronteiras da França. A alimentação das tropas era uma questão das mais preocupantes já que, em tempos de guerra, os atrasos no abastecimento de gêneros alimentícios poderiam ser fatais. Demonstrando mais uma vez sua habilidade de comandante militar, Napoleão recorreu a uma novidade inventada poucos anos antes: a comida em conserva. É, essa mesma que hoje temos em nossas despensas e supermercados e conhecemos como enlatados, acredita?
No final do século XVIII, o cozinheiro Nicolas Appert desenvolveu uma técnica para a preservação dos alimentos. Eles eram colocados em jarras de vidro, lacrados com rolha e selados com cera. Depois, eram fervidos para evitar que estragassem em um processo semelhante ao que ainda hoje é utilizado pelos artesãos de produtos como geleias e compotas caseiras ― com exceção da parte de selar com cera, é claro. A utilização da comida em vidros veio em boa hora, pois os franceses continuavam a avançar.
Quem era Napoleão?
Napoleão, descendente de uma família que não era considerada nobre, nasceu na ilha de Córsega, em 15 de agosto de 1769. Suas habilidades o levaram a Paris, onde foi estudar na academia militar. 
 Embora não fosse o primeiro de sua turma, tinha grandes habilidades matemáticas, o que o levou a graduar-se rapidamente como subtenente de artilharia.
O exército francês e a Revolução Francesa
O exército não parecia ser o lugar de Bonaparte. A oficialidade francesa, formada por nobres, o ignorava, já que ele não compartilhava da refinada educação dos jovens franceses. 
Sua origem talvez o tivesse condenado a ocupar as mais baixas patentes militares, destinadas aqueles que não pertenciam à nobreza, quando tudo mudou: veio à revolução em 1789 e nem o exército nem a França seriam mais os mesmos. 
Durante a última fase da Revolução, chamada de Diretório, os realistas buscaram tomar o poder através de um golpe de estado, mas foram contidos por um Napoleão de apenas 26 anos, que os tempos de revolução haviam promovido à posição de general. 
E foi como general que Napoleão inaugurou uma nova era.
A Era Napoleônica
O governo de Bonaparte é conhecido como Era Napoleônica, que alguns estudiosos consideram como parte da Revolução Francesa. 
 As concepções mais recentes, entretanto, entendem o governo de Napoleão como um desdobramento da Revolução, mas não como parte dela. 
Por isso, a divisão entre Revolução Francesa e Era Napoleônica.
A DIVISÃO DA ERA NAPOLEÔNICA
CONSULADO – 1799-1804 Recuperação econômica e reorganização jurídica e administrativa da França.
IMPÉRIO – 1804- 1814 Coroação de Napoleão I e construção do Arco do Triunfo, BLOQUEIO CONTINENTAL .
GOVERNO DOS CEM DIAS - 1815 - Batalha de Warteloo, Fim da Era Napoleônica
Consulado
Em 1799, Napoleão recebeu o título de primeiro cônsul, inaugurando o período do consulado. Para isso, desfez o Diretório, no golpe conhecido como 18 Brumário. 
A França pós-revolução era um país desorganizado econômica e politicamente, pois os dez anos de Revolução Francesa haviam cobrado seu preço. 
Era necessário, portanto, consolidar as mudanças que a revolução havia começado e esse papel coube a Napoleão, que tinha a seu favor o comando do exército.  
O Golpe do18 Brumário foi um golpe de estado ocorrido na França, e que representou o fim da Revolução Francesa, a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder e a consolidação dos interesses burgueses no país. No calendário revolucionário francês, este dia ocorreu em 18 de brumário do ano IV. 09 de novembro de 1799, no calendário gregoriano.
Passados 10 anos do início da Revolução Francesa, o país vinha sendo governado por um colegiado de líderes chamado de Diretório. Napoleão havia retornado de sua desastrosa campanha no Egito, e a França sofria com revoltas internas, além de uma ameaça real de invasão da Segunda Coalizão.( FORÇAS REUNIDAS DE MONARCAS EUROPEUS , LIDERADOS POR HABSBURGO E RÚSSIA PARA ACABAR COM A FRANÇA REVOLUCIONÁRIA)
Num primeiro momento, os deputados do Conselho dos Quinhentos e do Conselho de Anciãos se recusam a modificar a Constituição, mas, em face da forte pressão a que foram submetidos, acabam cedendo e nomeando um governo provisório que recebeu o nome de Consulado.( TRÊS MEMBROS EXERCIAM O PODER IGUALITARIO) Pouco depois, o Consulado seria reformado e deixaria de ser provisório, recebendo outros dois membros, além de Napoleão, que permaneceu como cônsul.
Logo, porém, o futuro imperador começa a acumular poder em detrimento dos outros dois componentes, e acaba por se tornar o Primeiro Cônsul, passando a governar sozinho no dia 18 brumário. Napoleão utilizou muito de seu prestígio nos campos de batalha para derrubar seus opositores e consolidar seu poder, abrindo assim caminho para coroar-se imperador cinco anos mais tarde. 
Mesmo com a grande instabilidade política e econômica que havia naquele momento, Napoleão se valeu do forte apoio recebido da burguesia que defendia um governo forte para pacificar o país e gerar um ambiente de ordem. Alguns políticos astutos( AO CONTRÁRIO DE OUTROS QUE SE OPUSRAM A SUA TOMADA DO PODER) do Diretório deram o apoio necessário a Napoleão e propuseram o uso da força militar para que ele assumisse o governo, pois perceberam que ele era o homem certo para consolidar o novo regime. Assim foi feito, e numa ação eficaz, apesar de tumultuada, Napoleão fechou a Assembléia do Diretório. Era o início do primeiro dos três períodos de Napoleão como governante da França, seguindo-se o Império e mais tarde, o Governo dos Cem Dias.
A nova constituição francesa
As reformas políticas eram urgentes e em 1800 foi aprovada uma nova constituição.
O poder legislativo passaria a ser composto por quatro assembleias e o executivo ficaria a cargo de três cônsules.
Na prática, porém, o primeiro cônsul detinha maiores poderes sobre os demais e esse cargo cabia a Napoleão.
Consulado
O período do consulado, entre 1799 e 1802 foi marcado por reformas e tentativas de conciliação com os países estrangeiros.
No plano interno era preciso evitar a eclosão de uma guerra civil e conciliar os diversos interesses envolvidos na política, em especial as demandas da burguesia e da população. 
 Já no plano externo, foi firmada a paz de Amiens  com o Reino Unido, que punha fim a uma crise que se arrastava há anos.
O Tratado de Amiens( TRATADO DE PAZ FIRMADO EM 25 de março de 1802 na cidade de Paris de Amies) pôs fim às hostilidades existentes entre França e Reino Unido durante as chamadas Guerras Revolucionárias Francesas. 
O tratado, que foi assinado entre José Bonaparte e o Marquês de Cornwallis, foi chamado de "tratado de paz definitivo", pois trouxe fim ao conflito entre as duas maiores potências bélicas da Europa naquele tempo. Porém o mesmo foi quebrado um ano depois. Marcou um dos poucos anos de paz que a Europa veria durante muito tempo, já que a França vinha participando de repetidas batalhas desde 1793 e 1815, considerando o fim das guerras francesas.
A assinatura da Paz de Amiens marcou o fim da Segunda Coligação antifrancesa, formada em 1799. Suas cláusulas foram basicamente a respeito dos territórios coloniais, fazendo, por exemplo, o Reino Unido abrir mão de suas colônias em Trinidad e Tobago e Ceilão, devolver a Índia Ocidental e a Colônia do Cabo à República Batávia e retirar suas tropas do Egito, assim como a Napoleão retirar suas forças dos Estados Papais e as fronteiras da Guiana Francesa serem definitivamente demarcadas. Além disso, Malta, Gozo e Comino foram declarados países neutros.
A reorganização do Estado francês
O Estado francês foi completamente reorganizado. 
 No campo jurídico, foi aprovado o Código Civil, influenciado pelos princípios do direito romano.
Era comum na Europa a prática do direito consuetudinário, ou seja, o direito nascido do costume. Não era usual que as leis fossem escritas, e elas eram seguidas por hábito, o que permitia uma série de distorções.
A quebra da lei era julgada pelos nobres ou pelos senhores feudais, que constantemente favoreciam a quem bem quisessem.
O Código Civil Napoleônico
O Código Civil, que também ficou conhecido como Código Civil Napoleônico, põe fim ao direito consuetudinário e estabelece o princípio da igualdade civil. É o direito que surge dos costumes de uma certa sociedade, não passando por um processo formal de criação de leis, onde um poder legislativo cria leis, emendas constitucionais, medidas provisórias etc. No direito consuetudinário, as leis não precisam necessariamente estar num papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis.
A afirmativa “Todos os homens são iguais perante a lei”, é comum para nós hoje, não é mesmo?
Porém, no século XVIII era uma grande novidade e estava de acordo com as ideias defendidas pelos iluministas. 
Era, enfim, uma proposta extremamente avançada para a época, já que terminava com privilégios centenários. 
O conjunto de leis francesas foi seguido na elaboração de códigos do mundo inteiro e parte de suas proposições ainda estão em vigor na França.  
Plano Econômico, Reforma educacional e nas cidades
Plano Econômico
No plano econômico, havia um alinhamento dos interesses burgueses, como podemos notar pela criação do Banco da França, que tinha, dentre suas atribuições, a emissão de papel moeda. 
A existência deste banco permitiu a consolidação do capital financeiro e a expansão comercial, pois facilitava aos burgueses o empréstimo e a circulação monetária.
Reforma Educacional
A preocupação com a formação de um corpo burocrático e militar qualificado levou a uma extensa reforma educacional, estabelecendo o ensino público, custeado pelo Estado. 
Foram criados os liceus e as escolas de política e técnicas navais. 
É importante ressaltar que o programa de disciplinas consideradas “perigosas”, como história e filosofia, foram alterados para legitimar o novo regime-.
Análise brasileira
No Brasil de hoje, tendemos a olhar a educação por vários ângulos, nem todos favoráveis. 
Existem diversas correntes pedagógicas que foram aplicadas ao longo dos anos, com maior ou menor sucesso, mas nenhuma resolveu completamente o problema educacional brasileiro. Isso ocorre porque há um descaso do Estado com a educação brasileira que remonta há vários governos. 
Embora, no século XXI, o Estado tenha alardeado os índices de crescimento econômico, isso raramente é atrelado ao investimento educacional. 
Países que deram saltos de desenvolvimento, como a Coreia do Sul, nos mostram que somente com um maciço investimento nesta área é possível criar mão de obra qualificada e permitir um solido crescimento econômico. 
No Brasil, os discursos sobre desenvolvimento simplesmente ignoram o papel da educação ― erro que, como professores e historiadores, não podemos cometer. Disciplinas como a história tiveram seus programas alterados em várias partes do mundo para legitimar os governos vigentes. Isso evidencia o papel das Ciências Humanas na formação de cidadãos educados e conscientes de seu lugar social. 
Se o Brasil contemporâneo ignora esta lição, ela foi muito bem aprendida por Napoleão Bonaparte, que tratou de utilizar os currículos escolares para formar indivíduos afins ao seu governo.
Reformas nas cidades
Também foram empreendidas mudanças nas cidades. 
Canais e estradas foram abertos, o porto reformulado e as cidades sofreram diversas intervenções. 
No campo, foi garantida a posse de terra pelos camponeses, um dos trunfos da Revolução Francesa. 
Isso proporcionou a Napoleão um enorme apoio, não só entre a população urbana, mas também rural.
O poder de Napoleão
O Consulado deu à França estabilidade suficiente para que Napoleão pudesse se lançar a novas conquistas.
O general era um admirador da história do Império Romano e acreditava na expansão territorial cujo objetivo seria o de colocar a França como o mais poderoso país do continente.
Napoleão podia ocupar um lugar de destaque político, mas era, antes de tudo, um militar.
Inglaterra: a grande rival
Ainda no período do Consulado, tem início as chamadas eras Napoleônicas, que se estendem de 1803 até 1815. 
A principal rival da França continuava a ser a Inglaterra, que no século anterior havia se industrializado e cuja expansão comercial estava a pleno vapor. 
Além disso, a Inglaterra tinha uma série de alianças firmadas entre os reinos europeus, como Portugal, se tornando uma poderosa inimiga. 
A paz de Amiens foi breve e o desejo de derrotar os ingleses logo seria um dos principais objetivos do exército francês.
Egito
Um dos primeiros países a ser invadido por Napoleão foi o Egito, quando ainda existia o Diretório, em 1798. 
O objetivo era o domínio do império turco otomano, uma estratégia que havia sido aprovada pelo Diretório. 
O interessante na campanha do Egito, que durou até 1801, e que esta não foi somente uma incursão militar. Além do exército, foram designados para a região estudiosos, historiadores e cientistas. 
Já havia a noção da importância histórica da região e Napoleão era um apaixonadapela história do Egito Antigo.
Várias narrativas foram feitas sobre a presença francesa na região e muitas delas acompanharam a biografia de Napoleão por décadas. Atribuía-se, por exemplo, a destruição do nariz da Esfinge, um dos mais importantes monumentos egípcios, a tiros de canhão disparados pelo exército francês por ordem de seu general. 
Estudos mostram que isso estava longe de ser verdade e desenhos da Esfinge do século XVIII a retratam já sem o nariz. A destruição permanece um mistério, podendo ter sido provocado por uma erosão natural ou por combates travados anteriormente nesta região. 
Histórias como essa, que se perpetuaram, representam a figura do general francês como um bárbaro e um selvagem. Mas, se não coube aos franceses à destruição da esfinge, a quantidade de bens históricos e patrimoniais saqueados no Egito e levados para a França talvez façam valer o título de saqueador ao exército francês.
Sarcófagos, tecidos, peças de ouro e joias foram levados para a França e fazem hoje parte do acervo do museu do Louvre, o que é frequentemente questionado pelo governo egípcio contemporâneo, que durante muito tempo reivindicou o retorno das peças. 
Os egípcios possuem um importante argumento para requerer a devolução dos tesouros roubados: o maior número de antiguidades egípcias do mundo está na França, e seu acervo é muito maior do que o existente no Egito inteiro.   
Império
Em 1803 a Inglaterra se alia à Rússia e à Áustria com o objetivo de fazer frente ao poderia militar francês. Mas, em 1804, Napoleão é sagrado imperador, iniciando uma nova fase de seu governo. 
Se como cônsul ele tinha plenos poderes, como imperador era praticamente absoluto. Essa é uma das grandes controvérsias sobre este período. 
No Consulado, que já estudamos, medidas como a aprovação do código civil mostravam-se afins aos princípios iluministas de democracia e cidadania, mas no Império o que se viu foi um governo ditatorial e autoritário e de herói, Napoleão passou rapidamente a ser considerado um tirano.
A obra de Jacques-Louis David, exposta no Louvre, retrata a coroação de Napoleão Bonaparte como Imperador dos Franceses. 
A grandiosidade da obra (6,21 metros por 9,79 metros) retrata o ambiente e a preocupação de Bonaparte com sua imagem.
O quadro é repleto de histórias e lendas. 
Uma delas relata a questão da participação do papa Pio VII na coroação. Contrariando a tradição, Napoleão não permitiu que o papa o coroasse. Pretendendo deixar claro quem era o poder na França, Napoleão se coroou e, após isso, coroou a imperatriz Joséphine.
As guerras napoleônicas e o Bloqueio Continental
Os planos de invasão da Inglaterra foram frustrados com a derrota da França, em 1805, na batalha naval de Trafalgar , na Espanha. 
A derrota em Trafalgar evidenciou o poderio naval inglês e para contê-lo, foi decretado, em 1806, o Bloqueio Continental. É importante notar que, se a Inglaterra era a principal inimiga francesa, não era a única e as guerras napoleônicas envolveram diversos países europeus. Porém, a essa derrota seguiu-se uma notável vitória dos franceses, na batalha de Austerlitz, na região Bohêmia.
O objetivo era sufocar a Inglaterra, impedindo que outras nações fizessem comércio com o país. Como a Inglaterra é uma ilha, se qualquer navio fosse impedido de chegar até ela, provocaria seu total isolamento.
Essa estratégia fazia sentido em termos militares, mas não em termos políticos e diplomáticos. 
O Bloqueio Continental acabou sendo muito mais prejudicial à França do que a própria Inglaterra. 
Mesmo as nações aliadas aos franceses tinham relações econômicas com a Inglaterra, o que provocou, de imediato, uma enorme perda de apoio político. 
Além disso, o bloqueio mobilizava imensos recursos bélicos e humanos, o que impedia o exército de atuar em outras frentes.  
Em Portugal
Nos anos seguintes ao bloqueio, os franceses invadiram a Espanha e em 1808, Portugal. A invasão portuguesa tinha como pretexto o não cumprimento, por parte da coroa, dos termos do bloqueio. 
Portugal era um aliado dos ingleses e não podia se dar ao luxo de quebrar os acordos firmados com a Inglaterra. Tampouco podia fazer frente ao exército inglês. 
E qual foi a solução? 
Essa mesmo. A Família Real Portuguesa fugiu para o Brasil.
A chegada da corte portuguesa para o Brasil provocou enormes mudanças no status da colônia. 
Este período ficou conhecido como período Joanino, por ocorreu durante o reinado de Dom João VI. 
As medidas de Dom João, dentre elas a elevação do Brasil a Reino Unidos de Portugal e Algarves e a abertura dos portos às nações amigas poriam vim ao pacto colonial e daria autonomia à colônia. 
Estas medidas, dentre outros, seriam fatores determinadas para a proclamação da independência em 1822.
Durante as nossas aulas, temos ressaltado com frequência a noção de processos históricos e de como eles estão interligados entre si, não é mesmo?
Mas, atenção, não estamos falando sobre causa e consequência. 
Já vimos em aulas anteriores que estes termos não se aplicam ao estudo da História, certo? 
A análise da vinda da Família Real para o Brasil ilustra com clareza a questão do processo histórico. 
Vamos ver como eles estão interligados?
Revolução Francesa. → Era Napoleônica → Bloqueio Continental → Vinda da Família Real → Independência do Brasil.
A ausência do poder em Portugal e a consequente invasão francesa, além das sucessivas vitórias, fazia parecer que as forças francesas eram praticamente imbatíveis e em 1810 a França constituía um império cujas fronteiras ultrapassavam em muito sua configuração territorial original.
Rússia: o maior erro de Napoleão
Em 1812, outro país quebrou o bloqueio imposto à Inglaterra: a Rússia.
Confiante no poder de seu exército, que contava com milhares de homens, Napoleão não hesitou em invadir o império Russo. 
Ainda que tenha chegado a Moscou, toda a empreitada mostrou-se o maior erro estratégico militar cometido pelo general, que não contava com um poderoso e indestrutível inimigo: o inverno russo. 
Entre novembro e março, as temperaturas na Rússia podem chegar a 50 graus negativos. 
As nevascas são constantes, dificultando o transporte e a locomoção das tropas e, é claro, o recebimento de suprimentos.
O exército francês sucumbiu ao peso da mais rigorosa estação do ano russa, que, não à toa, é conhecida como General Inverno. 
Aproveitando o enfraquecimento francês, a Rússia uniu-se à Áustria e à Prússia, pondo fim à série de vitórias francesas. 
Isolado e sem apoio político, Napoleão renunciou ao poder e foi exilado na ilha de Elba, em 1814.
Governo dos Cem Dias
Com o vazio do poder provocado pelo exílio de Napoleão o Estado francês decide restaurar a monarquia coroando Luis XVIII, da dinastia Bourbon, irmão de Luis XVI, o rei decapitado pelos revolucionários.
Apesar de tudo, a restauração monárquica não foi bem recebida pela população, que via no retorno da monarquia um retrocesso das conquistas empreendidas na revolução. 
Napoleão ainda tinha partidários e simpatizantes entre os franceses e em 1815 fugiu de Elba para aquele que seria seu último período no poder, conhecido como o Governo dos Cem Dias. 
Fuga noticiada pela imprensa
Ao fugir de Elba, o general marchou para Paris e é curioso ver como a imprensa acompanhou progressivamente sua aproximação da capital francesa. 
Veja algumas manchetes do jornal parisiense Monitor Universal da época: 
"O antropófago saiu de sua caverna"
"O ogro da Córsega desembarca no Golfo Juan"
"O tigre chegou a Gap"
"O monstro pernoitou em Grenoble"
"O tirano passa por Lyon"
"O usurpador visto a 60 léguas da capital"
"Bonaparte avança a grandes passos, mas não entrará jamais em Paris"
"Napoleão estará amanhã nas nossas trincheiras"
"O imperador chegou a Fontainebleau"
"Sua Majestade Imperial e Real entrou ontem à tarde no seu castelo das Tulherias, em meio aos seus súditos fiéis".
Visivelmente, não havia um consenso sobre aimagem do imperador, mesmo em sua época.
Waterloo: a batalha final   
O retorno de Napoleão marca a continuidade do combate, mas em 1815 ele é definitivamente derrotado na batalha de Waterloo, na Bélgica. 
A Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrida a 18 de Junho de 1815 perto de Waterloo, na atual Bélgica. Um exército do Primeiro Império Francês, sob o comando do Imperador Napoleão (72 000 homens), foi derrotado pelos exércitos da Sétima Coligação que incluíam uma força britânica liderada pelo Duque de Wellington, e uma força prussiana comandada por Gebhard Leberecht von Blücher (118 000 homens). Este confronto marcou o fim dos Cem Dias e foi a última batalha de Napoleão; a sua derrota terminou com o seu governo como Imperador.
Após a derrota, foi conduzido à ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
A morte de Napoleão
As razões de seu falecimento ainda não foram totalmente explicadas, mas há muitas teorias. 
Grande parte das imagens feitas do imperador, como os diversos quadros de inúmeros pintores, é comum verificarmos uma posição: a mão sobre o estômago. Isso se deve a problemas estomacais, provavelmente uma úlcera ou gastrite, que o acometeram durante toda sua vida. 
 Por isso, uma das causas prováveis da morte teria sido um câncer no estômago, mas as maiores especulações giram em torno de um possível envenenamento por arsênico. 
Os cabelos de Napoleão foram testados por diversos especialistas no século XX, e a quantidade de arsênico encontrada era muito elevada. 
Outra possibilidade não comprovada inclui a sífilis: uma doença que causou a morte de muitos homens na época.
Muitos anos se passaram, mas o interesse pelas causas de sua morte permanece, assim como a curiosidade pelos detalhes de sua vida. 
Napoleão, sem dúvida, é um dos personagens históricos que reúne o maior número de biografias já escritas. 
Admirado por líderes e estrategistas militares, sua política expansionista redesenhou o mapa europeu e tornou necessário um congresso internacional para reconfigurar politicamente a Europa: o Congresso de Viena.    
O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias. 
Seu objetivo foi reorganizar as fronteiras europeias, alteradas pelas conquistas de Napoleão, e restaurar a ordem absolutista do Antigo Regime Após o fim da época napoleônica, que provocou mudanças políticas e econômicas em toda a Europa, os países vencedores (Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido) sentiram a necessidade de selar um tratado para restabelecer a paz e a estabilidade política na Europa, já que momentos de instabilidade eram vividos e temia-se uma nova revolução.
Os representantes de todos os estados que tinham participado nas guerras foram convidados ao Congresso de Viena, mas as principais negociações foram conduzidas pelo "Big Four" (Grã-Bretanha, Rússia, Prússia e Áustria) e, mais tarde, por monarquistas da França.
Os monarcas europeus discutem a reorganização do mapa político da Europa pós-Napoleônica.
Obra que retrata o Congresso de Viena (1814 - 1815), que redefiniu o mapa da Europa.
Finalizando
A História Moderna faz parte do nosso dia a dia, pois suas ocorrências do passado influenciam as projeções futuras.
Esta disciplina teve o intuito de demonstrar fatos marcantes da linha do tempo histórico para melhor compreensão do mundo.

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