AULA 06 MANEJO NA RECRIA

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20/07/2017
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Fase de Recria: Manejo da desmama à 
terminação
Universidade Federal da Bahia
Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
Curso: Medicina Veterinária
Disciplina: Bovinocultura (MEV 138)
Dsc. Rebeca Ribeiro
Salvador, 2017.1
Introdução
• O que é a fase de recria?
Desmama: 
150 – 200kg
Final da Recria: 
±13@ (330 a 390kg 
de PV, ou seja, ±
195 kg de carcaça)
Introdução
• Características de crescimento na fase de recria
• Reduzida exigência de mantença
• Alto potencial de crescimento muscular
• Reduzida capacidade de deposição de gordura
• Machos:
Introdução
• Características de crescimento na fase de recria
• Período de maior crescimento
• Uso dos recursos nutricionais
• Objetivo: atingir peso para reprodução
• Fêmeas:
Introdução
• Quanto tempo dura a recria?
Crescimento x Duração da Recria
Fonte: Coutinho, 2014.
Diferentes 
Taxas de 
Crescimento 
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Nutrição x Duração da Recria
Fonte: Euclides et al., 2001
Introdução
• Quanto tempo dura a recria?
• Objetivo: torná-la tão curta quanto possível!
• Como alcançar o objetivo?
• Animais mais pesados ao desmame
• Investimento em pastagens / nutrição
Introdução
Bom uso das 
pastagens
Economia 
Financeira
“Gargalo” brasileiro!
Composição do Crescimento Durante 
a Recria
• Crescimento alométrico:
Crescimento x Recria
• Os tecidos muscular, ósseo e adiposo não se
desenvolvem de forma isométrica, posto que
cada um terá impulso de crescimento distinto
em uma fase da vida do animal.
Crescimento x Recria
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Crescimento x Recria
2:
Crescimento x Recria
3:
Variação na composição corporal
Composição do Corpo Vazio
Peso Vivo % Água % Proteína % Gordura
200 62,1 19,7 14,2
250 60,0 19,3 17,0
300 58,1 18,8 19,7
350 56,2 18,3 22,4
Tabela 1. Variação na composição corporal de um bovino de raça britânica, 
castrado na recria, baseado nas equações de Simpfendorfer (1974)
Fonte: NRC (1996)
Variação na composição corporal
Composição do Ganho de Peso
Peso Vivo % Água % Proteína % Gordura
200 a 201 57,1 18,3 25,4
300 a 301 50,3 15,7 36,2
350 a 351 46,9 14,4 41,6
Tabela 2. Variação na composição do ganho de peso de um bovino de raça 
britânica, castrado na recria, baseado nas equações de Simpfendorfer
(1974)
Fonte: NRC (1996)
Qual a importância de saber a 
composição do ganho?
Determinar as exigências nutricionais!
EX.: 
• A) 1kg de ganho de peso entre 200 e 
201 kg possui 183 g de proteína
• B) 1kg de ganho de peso entre 350 e 
351 kg possui 144g de proteína
A exigência para deposição 
de proteína é maior em A ou 
em B? E em quantos %?
1) 183 – 144 = 39g
2) 144g ----------- 100%
39g ----------- X%
X = 27% 
Exigências e eficiências nutricionais 
durante a recria
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Exigências Nutricionais - Recria
Variação na exigência para GANHO
Variação na composição corporal do bovino
Exigências Nutricionais - Recria
Porque a exigência em 
energia (Mcal/kg) aumenta?
Porque a deposição líquida 
de proteína (g/kg) reduz?
Eficiência do Crescimento na Recria
Um fato: a eficiência de crescimento na recria é alta!
Eficiência do Crescimento na Recria
Um fato: a eficiência de crescimento na recria é alta!
1) Ainda há, relativamente, pouca gordura na composição
do ganho de peso (comparado à fase de terminação);
2) Exigência de mantença é relativamente baixa (animal
mais leve);
3) Taxa de crescimento relativo é maior no animal jovem.
Grupo 
Genético
Peso 
Inicial (kg)
Peso Final 
(kg)
GMD (kg) CMS/dia
Conversão 
Alimentar(kg 
de MS/Kg
ganho)
Eficiência 
Alimentar 
(Kg 
ganho/kg 
MS)
Nelorea 166 225 0,686 4,1 5,9 0,168
Herefordb 240 328 1,050 6,6 6,3 0,160
Tabela 3. Valores de desempenho de animais de diferentes grupos
genéticos na recria
Fonte:
a. Chardulo et al. (1998)
b. Mir e Mir (1994)
Eficiência do Crescimento na Recria Eficiência do Crescimento na Recria
Conclusões:
• A eficiência de crescimento piora à medida que os
animais aumentam seu peso e a concentração de
gordura no ganho.
A eficiência bruta (kg de alimento/kg de peso) é menor 
para a deposição de gordura do que de músculo!
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Eficiência do Crescimento na Recria
Vejamos o porquê:
Lipídeos são mais 
densos 
energeticamente: 
9,4 kcal/g 
Lipídeos tem 
menos de 10% de 
umidade!
Enquanto isso: proteínas tem 4,5 Kcal/g e mais de 75% de 
água!
Eficiência do Crescimento na Recria
Desta maneira, Lanna (1998), encontrou o seguinte resultado:
10kcal (de energia 
líquida ganho) são 
suficientes para 
depositar 2,8g de 
músculo (proteína)
10kcal (de energia 
líquida ganho) são 
suficientes para 
depositar 0,7g de 
gordura
Ou seja: para 
depositar a 
mesma 
quantidade (g) de 
proteína em 
gordura, um 
bovino precisa 
ingerir 4x mais 
energia!
Conclusão: a fase de recria apresenta eficiência de
conversão melhor do que a fase de
engorda/terminação...
Eficiência do Crescimento na Recria
Enquanto na recria, a conversão alimentar é de 5-6 kg
de MS ingerida/ kg de peso ganho, na terminação
esses valores podem ser superiores a 10kg de MS/kg
peso ganho.
Tá duvidando?
Eficiência do Crescimento na Recria
Tá duvidando? Eficiência do Crescimento na Recria
Valores elevados de eficiência alimentar para animais 
em terminação só ocorrem por 2 motivos:
1) Dietas de elevado teor de concentrado;
2) Bovinos de raças continentais (particularmente
não-castrados) abatidos com baixo percentual de
gordura na carcaça.
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Efeito da suplementação na recria
Suplementação na Recria
• Suplementar ou não suplementar? Eis a questão...
• Qual o objetivo?
• O pasto tá bom?
• Vai engordar na
própria fazenda?
• Quem vai comprar?
Suplementação na Recria
• É sempre bom lembrar: animais à pasto estão
submetidos à sazonalidade forrageira
• Animais em recria alimentados exclusivamente com
forrageiras tropicais, geralmente, apresentam baixo
desempenho pelo reduzido % de PB no alimento...
65
60
55
45
N
D
T 
(%
)
40
50
out nov dez jan fev mar abr mai jun jul setago
Colonião
Tanzânia
Marandu
Decumbens
14
12
10
6
P
B
 (
%
)
4
8
out nov dez jan fev mar abr mai jun jul setago
Colonião
Tanzânia
Marandu
Decumbens
Suplementação na Recria
• Quais tipos de suplementação temos disponíveis?
• Mistura mineral;
• Mistura mineral + ureia;
• Mistura múltipla (ureia + proteína verdadeira +
aditivos + sal);
• Mistura concentrada;
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Suplementação na Recria
• Quando a opção for por inclusão de ureia:
• Introdução gradativa  adaptação dos microrganismos a
doses crescentes de ureia;
• Após o período de adaptação  limite de fornecimento de
ureia é máximo de 40 g/100 kg de peso do animal/dia;
• Quanto fornecer para um novilho de 300 kg?
Suplementação na Recria
• Quando a opção for por inclusão de ureia:
• Evitar mais do que 200g/animal/dia;
• Em misturas concentradas: máximo de 1,5% na dieta total
• Adicionar fonte sulfurada (ureia: sulfato de amônio 9:1)
Suplementação na Recria
• Quanto fornecer de mistura múltipla?
• Aproximadamente 0,1 a 0,2% do PV
Mistura Múltipla
• Sugestão de formulação: 5 a 12% de ureia + 15 a 40% de
fonte de proteína verdadeira + 20 a 30% de fonte de
energia + 15 a 25% de sal branco e 8 a 10% de mistura
mineral.
Suplementação na Recria
• Pode conter aditivos como ionóforos:
• Lasalocida;
• Monensina;
• Salinomicina;
• Virginiamicina.
Mistura Múltipla
• Aumentar a formação de 
ácidopropiônico, diminuir 
a formação de metano e 
reduzir a proteólise!
Suplementação na Recria
• Sal branco serve como delimitador de consumo:
• Chega a entrar na MM em até 13x da exigência
animal;
• Animais mais jovens são mais sensíveis à presença
do sal na dieta.
Mistura Múltipla
Suplementação na Recria
• Caso a meta de consumo seja de 0,1% do PV, teor de
proteína deve ser, aproximadamente, 500g/kg de MS;
• O objetivo é corrigir o déficit de PB nas pastagens;
• Problema: as pastagens modificam seu teor proteico
durante o ano.
Mistura Múltipla
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Suplementação na Recria
• Proporciona taxa de crescimento superior;
• Deve ser utilizado com cautela econômicos!
• Quantidade ofertada: 0,6 a 1% do PV;
• Ganho de peso esperado: 300 – 1.100g/dia
Concentrados
Suplementação na Recria
Mistura 
Múltipla ou 
Concentrados
• Correção do teor de PB na
forragem causa:
• Aumento no CMS; do
aproveitamento da fibra
e no aporte energético!
• Em resumo:
Suplementação na Recria
• Resultados são mais evidentes no período da seca!
• Seja qual for a forma de suplementação:
• Não vale a pena suplementar em época de
abundância de pastagens (quantidade e qualidade)
• Porque?
Suplementação na Recria
Época da SecaÉpoca das Águas
• Bom desempenho ocorre
mesmo sem suplementação;
• Substituição da pastagem
pelo concentrado!
• *Suplementação energética...
• Aumento do ganho em
resposta ao aumento do CMS!
• Animais deixam de perder
peso e atingem ganhos
significativos!
Suplementação na Recria
• Atenção: a suplementação energética na época das
águas pode ser benéfica: neste período as forragens
estão com teor de N elevado, o que pode ser melhor
aproveitado com fonte energética  síntese de
proteína microbiana de alto valor biológico!
• Seja qual for a forma de suplementação:
Suplementação na Recria
• Seja qual for a forma de suplementação:
• Cuidado com as fontes de carboidratos!
• Fontes amiláceas  redução do pH ruminal
• Cuidado com a adição de fonte de gordura:
• Não deve ultrapassar 7% da MS da dieta total!
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Suplementação na Recria
• Seja qual for a forma de suplementação:
• Suplementar na 1ª seca?
• Suplementar na 2ª seca?
• Suplementar na 1ª e na 2ª seca?
• Não suplementar?
Dúvidas?!