Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG INSTITUTO DE MATEMA´TICA, ESTATI´STICA E FI´SICA - IMEF FABI´OLA AIUB SPEROTTO DAIANE SILVA DE FREITAS EQUAC¸O˜ES DE RETAS E PLANOS NO ESPAC¸O 1◦ Edic¸a˜o Rio Grande 2018 S749e Sperotto, Fabíola Aiub Equações de retas e planos no espaço [recurso eletrônico] / Fabíola Aiub Sperotto, Daiane Silva de Freitas. - Rio Grande: Ed. da FURG, 2018. 79 p. Modo de acesso: http://www.lemas.furg.br/index.php/material-didatico ISBN: 978-85-7566-528-2 1. Equações de retas 2.Equações de planos 3. Geometria analítica I. Freitas, Daiane Silva de II. Título CDU 517.9 Catalogação na fonte: Bibliotecária Vanessa Dias Santiago – CRB10/1583 Universidade Federal do Rio Grande - FURG EQUAC¸O˜ES DE RETAS E PLANOS NO ESPAC¸O Instituto de Matema´tica, Estat´ıstica e F´ısica - IMEF Fab´ıola Aiub Sperotto Daiane Silva de Freitas site: www.lemas.furg.br/index.php/material-didatico i Suma´rio 1 Retas 1 1.1 Equac¸o˜es Parame´tricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.1.1 Reta definida por Dois Pontos . . . . . . . . . . . . . 4 1.2 Equac¸o˜es Sime´tricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.2.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.3 Equac¸o˜es Reduzidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.4 Retas Paralelas aos Planos e aos Eixos Coordenados . . . . . 11 1.4.1 Retas Paralelas aos Planos Coordenados . . . . . . . . 11 1.4.2 Retas Paralelas aos Eixos Coordenados . . . . . . . . 13 1.4.3 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.5 Aˆngulo entre Retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.6 Condic¸o˜es de Ortogonalidade, Paralelismo e Coplanaridade entre retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.6.1 Condic¸a˜o de Ortogonalidade entre duas retas . . . . . 17 1.6.2 Condic¸a˜o de Paralelismo entre duas retas . . . . . . . 17 1.6.3 Retas Coplanares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.7 Posic¸o˜es relativas entre retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.7.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 1.8 Intersec¸a˜o de duas retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.8.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.9 Reta ortogonal a duas retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.9.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.10 Distaˆncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.10.1 Distaˆncia de um ponto a uma reta . . . . . . . . . . . 25 1.10.2 Distaˆncia entre retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.11 Lista de Exerc´ıcios - Retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2 Planos 32 2.1 Determinac¸a˜o da Equac¸a˜o de um Plano . . . . . . . . . . . . 34 2.1.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 2.1.2 Outra forma para determinar a equac¸a˜o geral do plano 39 2.2 Planos Paralelos aos Eixos e Planos Coordenados . . . . . . . 40 2.2.1 Planos Paralelos aos Eixos Coordenados . . . . . . . . 40 ii 2.2.2 Planos Paralelos aos Planos Coordenados . . . . . . . 41 2.3 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 2.4 Equac¸a˜o Vetorial e Equac¸o˜es Parame´tricas do Plano . . . . . 43 2.5 Aˆngulo entre dois planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 2.6 Planos Paralelos e Perpendiculares . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.7 Retas e Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 2.7.1 Aˆngulo de uma reta com um plano . . . . . . . . . . . 46 2.7.2 Condic¸o˜es de paralelismo e perpendicularismo entre reta e plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 2.7.3 Condic¸o˜es para que uma reta esteja contida num plano 47 2.7.4 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 2.8 Intersec¸a˜o entre Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 2.9 Intersec¸a˜o de uma reta com o plano . . . . . . . . . . . . . . 49 2.9.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 2.10 Intersec¸a˜o de um Plano com os Eixos e Planos coordenados . 51 2.11 Distaˆncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 2.11.1 Distaˆncia de um ponto a um Plano . . . . . . . . . . . 52 2.11.2 Distaˆncia entre dois planos . . . . . . . . . . . . . . . 53 2.11.3 Distaˆncia de uma reta a um plano . . . . . . . . . . . 53 2.11.4 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 2.12 Lista de Exerc´ıcios - Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3 Gabaritos 58 3.1 Lista de Exerc´ıcios - Retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 3.2 Lista de Exerc´ıcios - Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 A Retas e Planos - Exemplos 62 B Estudo da Reta no plano cartesiano 66 B.1 Conceito de Produto Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . 66 B.1.1 Coordenadas Cartesianas na reta . . . . . . . . . . . . 67 B.1.2 A Equac¸a˜o da Reta no plano . . . . . . . . . . . . . . 69 iii Cap´ıtulo 1 Retas No estudo da reta no plano cartesiano (R2), e´ fa´cil perceber que da- dos dois pontos distintos obtemos uma u´nica reta, que e´ definida por uma equac¸a˜o linear. Para maiores detalhes, revise o apeˆndice B.1. Nosso objetivo agora e´ o estudo da reta no espac¸o (R3), que sera´ deter- minada por um ponto e um vetor indicando a direc¸a˜o da reta, conforme a Figura 1.1. Neste cap´ıtulo, mostraremos como usar os produtos escalares e vetoriais para escrever equac¸o˜es para retas e segmentos de retas. Figura 1.1: Ponto da reta e vetor direcional Definic¸a˜o: Considere uma reta r que passa pelo ponto A(x1,y1,z1) e com direc¸a˜o do vetor na˜o nulo ~v = (a,b,c). Dado um ponto P qualquer, esse ponto pertence a reta r se, e somente se, o vetor −→ AP e´ paralelo ao vetor ~v. Enta˜o, −→ AP= t~v, para algum t real. (1.1) 1 Pela equac¸a˜o (1.1), temos que P −A = t~v ⇒ P = A+ t~v, ou em coordenadas, (x,y,z) = (x1,y1,z1) + t(a,b,c). (1.2) A equac¸a˜o (1.2) e´ denominada equac¸a˜o vetorial da reta r no espac¸o (R3). O vetor ~v e´ o vetor diretor ou vetor direcional da reta e t e´ denomi- nado paraˆmetro. A reta no R3 e´ o conjunto de todos os pontos A(x1,y1,z1) para os quais−→ AP‖ ~v ( −→ AP e´ paralelo ao vetor ~v) e o paraˆmetro t depende da localizac¸a˜o do ponto A ao longo da reta. E o domı´nio de t e´ (−∞,∞). Exemplo 1. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta que passa pelo ponto A(2,3,5) e tem direc¸a˜o do vetor ~v = 3~i+ 4~j − ~k. Soluc¸a˜o: O vetor ~v = 3~i+ 4~j −~k pode ser reescrito na forma de coorde- nadas: ~v = (3,4,− 1). Enta˜o, a equac¸a˜o vetorial da reta e´ (x,y,z) = (2,3,5) + t(3,4,− 1). Se desejarmos obter pontos da reta r, atribu´ımos valores para o paraˆmetro t. Assim, para t = 0⇒ A(2,3,5) t = 1⇒ B(5,7,4) t = −1⇒ C(−1,− 1,6), e assim sucessivamente. Se o paraˆmetro t assumir todos os valores reais teremos todos os infinitos pontos da reta. Observe o gra´fico da Figura 1.2. 2 IMEF - FURG 1.1. EQUAC¸O˜ES PARAME´TRICAS Figura 1.2: Pontos selecionados sobre a reta. Exemplo 2. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta que passa pelo ponto A(1,− 3,2) e tem direc¸a˜o do vetor ~v = 3~i+ 5~j − 4~k. Reescrevendo o vetor na forma de coordenadas, ~v = (3,5,−4). A equac¸a˜o vetorial da reta fica (x,y,z) = (1,− 3,2) + t(3,5,− 4). Observac¸a˜o: Aequac¸a˜o vetorial dos exemplos anteriores na˜o e´ u´nica. Existem infinitas equac¸o˜es vetoriais para uma mesma reta, pois basta escre- ver a equac¸a˜o usando outro ponto da reta ou outro vetor na˜o nulo que seja mu´ltiplo do vetor diretor. 1.1 Equac¸o˜es Parame´tricas Pela equac¸a˜o vetorial da reta (1.2): (x,y,z) = (x1, y1,z1) + t(a,b,c) ou ainda (x,y,z) = (x1 + at,y1 + bt,z1 + ct) igualamos as componentes corres- pondentes dos dois lado, e temos: x = x1 + at y = y1 + bt −∞ < t < +∞. z = z1 + ct (1.3) As equac¸o˜es (1.3) sa˜o denominadas de Equac¸o˜es Parame´tricas. O paraˆmetro t das equac¸o˜es parame´tricas e´ u´nico para cada ponto da reta de coordenadas (x,y,z). Sabendo que o domı´nio do paraˆmetro t e´ (−∞,∞), as equac¸o˜es parame´tricas nos fornecem as coordenadas de todos os pontos da reta. 3 IMEF - FURG 1.1. EQUAC¸O˜ES PARAME´TRICAS Exemplo 3. Dado o ponto A(4,6,− 8) e o vetor ~v = (1,− 2,3): a) Escrever as equac¸o˜es parame´tricas da reta r que passa por A e tem direc¸a˜o de ~v. b) Determinar dois pontos B e C da reta r cujos paraˆmetros sa˜o t = 1 e t = 8, respectivamente. Soluc¸o˜es: a) x = 4 + t y = 6− 2t z = −8 + 3t b) Ponto B: x = 4 + (1) = 5 y = 6− 2(1) = 4 z = −8 + 3(1) = −5 O ponto B tem coordenadas (5,4,− 5). Ponto C: x = 4 + (8) = 12 y = 6− 2(8) = −10 z = −8 + 3(8) = 16 O ponto C tem coordenadas (12,− 10,16). Observac¸a˜o: O paraˆmetro t das equac¸o˜es parame´tricas pode ser inter- pretado como o instante de tempo. Por exemplo, uma part´ıcula lanc¸ada no espac¸o que descreve um movimento retil´ıneo uniforme m.r.u. para um determinado vetor velocidade ~v = (a,b,c), a cada instante de tempo estara´ localizada em um determinado ponto (x,y,z) no espac¸o. 1.1.1 Reta definida por Dois Pontos O segmento de reta definido pelos pontos A(x1,y1,z1) e B(x2,y2,z2) e´ o segmento de reta que passa pelo ponto A (ou pelo B) e tem direc¸a˜o do vetor: ~v = −→ AB= (x2 − x1,y2 − y1,z2 − z1). Exemplo 4. Parametrize o segmento de reta que liga os pontos P (−3,2,−3) e Q(2,− 2,4). 4 IMEF - FURG 1.1. EQUAC¸O˜ES PARAME´TRICAS Soluc¸a˜o: −→ PQ= (2,− 2,4)− (−3,2,− 3) = (5,− 4,7). r : x = −3 + 5t y = 2− 4t z = −3 + 7t Observe que quando t = 0 temos o ponto P e para t = 1 temos o ponto Q. Se adicionarmos a restric¸a˜o 0 ≤ t ≤ 1 parametrizamos o segmento. r : x = −3 + 5t y = 2− 4t 0 ≤ t ≤ 1 z = −3 + 7t Figura 1.3: Parametrizac¸a˜o do segmento de reta PQ Exemplo 5. Parametrize o segmento de reta r que passa por A(3,− 1,− 2) e B(1,2,4). Soluc¸a˜o: Primeiramente, calculando o vetor −→ AB= B −A = (1,2,4)− (3,− 1,− 2) = (−2,3,6). Agora escolhemos um dos pontos, A ou B e escrevemos as equac¸o˜es parame´tricas da reta. Neste caso escolheremos o ponto B. x = 1− 2t y = 2 + 3t − 1 ≤ t ≤ 0. z = 4 + 6t 5 IMEF - FURG 1.2. EQUAC¸O˜ES SIME´TRICAS 1.2 Equac¸o˜es Sime´tricas Pelas equac¸o˜es parame´tricas (1.3), x = x1 + at y = y1 + bt. z = z1 + ct Sendo as componentes do vetor diretor na˜o nulas, podemos escrever a equac¸a˜o da reta como t = x− x1 a , t = y − y1 b , t = z − z1 c , e, sabendo que para cada ponto da reta corresponde um u´nico valor para o paraˆmetro t: x− x1 a = y − y1 b = z − z1 c . (1.4) As equac¸o˜es (1.4) sa˜o denominadas Equac¸o˜es Sime´tricas da reta. Ob- serve que para escrever a equac¸a˜o 1.4, as componentes do vetor, (a, b, c), devem ser na˜o nulas. Exemplo 6. Escreva as equac¸o˜es sime´tricas da reta que passa pelo ponto A(−2,4,0) e tem direc¸a˜o do vetor ~v = −2~i+~j − 3~k. Soluc¸a˜o: Substituindo as coordenadas do vetor direc¸a˜o e o ponto A temos: x+ 2 −2 = y − 4 = z −3 . Exemplo 7. Seja o triaˆngulo de ve´rtices A(−1,4,−2), B(3,−3,6) e C(2,− 1,4). Escrever as equac¸o˜es parame´tricas da reta que passa pelo ponto me´dio do lado AB e pelo ve´rtice C. Soluc¸a˜o: Primeiro, vamos calcular o ponto me´dio M , entre A e B: M = ( (−1) + 3 2 , 4 + (−3) 2 , (−2) + 6 2 ) = (1, 1 2 ,2). Agora vamos calcular o vetor diretor da reta, o vetor ~v com origem no ponto M e extremidade em C. ~v = C −M = (2,− 1,4)− (1,1 2 ,2) = (1,− 3 2 ,2). 6 IMEF - FURG 1.2. EQUAC¸O˜ES SIME´TRICAS Por fim, escreveremos as equac¸o˜es parame´tricas da reta que passa no ponto C e tem vetor diretor ~v. x = 2 + t y = −1− 32 t. z = 4 + 2t Figura 1.4: Reta que passa pelo ve´rtice C do triaˆngulo ABC. Exemplo 8. Verificar se M(13,17,− 14) pertence a reta r : (x,y,z) = (1,− 3,2) + t(3,5,− 4). Soluc¸a˜o: Reescrevendo a equac¸a˜o da reta r na forma parame´trica e isolando o paraˆmetro t, temos: x = 1 + 3t −→ t = x−13 y = −3 + 5t −→ t = y+35 z = 2− 4t −→ t = z−24 . Igualando o paraˆmetro t, vamos escrever a equac¸a˜o na forma sime´trica: t = x− 1 3 = y + 3 5 = −z + 2 4 . Agora, vamos substituir o ponto M e verificar se ele satisfaz a equac¸a˜o: 13− 1 3 = 17 + 3 5 = 14 + 2 4 = 4. Logo, verificamos que o ponto M(13,17,− 4) pertence a reta r. 7 IMEF - FURG 1.3. EQUAC¸O˜ES REDUZIDAS 1.2.1 Agora tente resolver! 1. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas e sime´tricas da reta: (a) que passa pelos pontos P (−3,− 4,6) e Q(5,3,2); (b) que passa pelo ponto P (3,5, − 6) e e´ paralela a reta que passa pelos pontos A(2,3,1) e B(3,− 2,1); (c) que passa pelo ponto (−4,2,5) e e´ paralela a` reta r : x− 1 2 = y + 3 3 = z − 7 4 ; (d) que passa na origem e e´ paralela a` reta r : x− 3 5 = y − 2 −3 = z + 2 −2 . 2. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas dos eixos coordenados. 3. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas da reta que passa no ponto (3,0,4) e pelo ponto me´dio do segmento AB, sendo A(2,7,9) e B(2,3,5). 1.3 Equac¸o˜es Reduzidas Podemos isolar duas varia´veis em func¸a˜o de uma terceira, desta forma temos outra maneira de escrever a equac¸a˜o da reta. Partindo das equac¸o˜es sime´tricas (1.4) vamos escrever a equac¸a˜o da reta em func¸a˜o da varia´vel x. Enta˜o: y − y1 b = x− x1 a y − y1 = b a (x− x1) y − y1 = b a x− b a x1 y = b a x− b a x1 + y1 y = mx+ n. Portanto, y = mx+ n. (1.5) Observando que b a = m e − b a x1 + y1 = n. De forma ana´loga, temos z − z1 a = x− x1 c ⇒ z = px+ q (1.6) As equac¸o˜es (1.5 e 1.6) sa˜o denominadas como Equac¸o˜es Reduzidas da reta em na varia´vel x. Sendo assim, 8 IMEF - FURG 1.3. EQUAC¸O˜ES REDUZIDAS { y = mx+ n z = px+ q Observac¸a˜o: Como determinar um ponto e um vetor dada a equac¸a˜o reduzida da reta: Podemos isolar a varia´vel independente nas equac¸o˜es reduzidas e com- para´-las com as equac¸o˜es sime´tricas da reta. • Se a equac¸a˜o reduzida esta´ em func¸a˜o da varia´vel x:{ y = mx+ n z = px+ q enta˜o, x = y − n m e x = z − q p . Enta˜o, a sua forma sime´trica e´ dada por x = y − n m = z − q p . Agora fica fa´cil perceber que a reta passa pelo ponto P (0,n,q) ∈ y0z e seu vetor diretor e´ ~v = (1,m,p). Exemplo 9. { y = 3x− 4 z = 4x+ 3 Soluc¸a˜o: P (0,− 4,3) o ponto P e´ obtido fazendo x = 0, ~v = (1,3,4). • Se a equac¸a˜o reduzida esta´ em func¸a˜o da varia´vel y:{ x = m1y + n1 z = p1y + q1 enta˜o, y = x− n1 m1 e y = z − q1 p1 . Portanto, x− n1 m1 = y = z − q1 p1 . A reta passa no ponto P (n1,0,q1) ∈ x0z e seu vetor ~v = (m1,1,p1). • Se a equac¸a˜o reduzida esta´ em func¸a˜o da varia´vel z:{ x = m2z + n2 y = p2z + q2 enta˜o, z = x− n2 m2 e z = y − q2 p2 . Assim, reescrevendo na forma sime´trica temos x− n2 m2 = y − q2 p2 = z. A reta passa no ponto P (n2,q2,0) ∈ x0y e tem ~v = (m2,p2,1). 9 IMEF - FURG 1.3. EQUAC¸O˜ES REDUZIDAS Exemplo 10. Estabelecer as equac¸o˜es reduzidas da reta r que passa por A(4,2,1) etem direc¸a˜o do vetor ~v = (3,1,1). Soluc¸a˜o: Primeiramente, vamos escrever a equac¸a˜o na forma sime´trica: x− 4 3 = y − 2 = z − 1 Agora, reescrevendo as equac¸o˜es na varia´vel x: x− 4 3 = y − 2⇒ y = x 3 + 2 3 e, x− 4 3 = z − 1⇒ z = x 3 − 1 3 Portanto, y = x 3 + 2 3 z = x 3 − 1 3 . Agora tente resolver! 1. Escrever equac¸o˜es reduzidas na varia´vel x da reta que passa pelos pontos M(3,− 1,4) e N(4,0,5). 2. Determinar equac¸o˜es reduzidas na varia´vel y da reta que passa pelos pontos M(−1,5,7) e N(8,6,9). 3. Escreva equac¸o˜es reduzidas da reta l: x = 1 + t y = 2 + 3t z = 3− t 4. Escreva equac¸o˜es reduzidas da reta s: x = 2 + 2t y = 1− 4t z = 6− t 5. Escreva as equac¸o˜es reduzidas da reta s que passa no ponto P (3,1,−3) e tem direc¸a˜o do vetor ~s = (3,− 6,4): a. na varia´vel z, b. na varia´vel y. 10 IMEF - FURG 1.4. RETAS PARALELAS AOS PLANOS E AOS EIXOS COORDENADOS 6. Escrever um ponto e o vetor diretor de cada uma das retas: a. r : { x = 3y − 2 3 z = −y + 2 b. s : y = −6x− 2 5 z = 1 2 x+ 3 c. t : x = 3z + 4 3 y = 3 7 z − 2 d. p : x = 52z y = z − 3 2 e. m : { x = −y3 + 53 z = 23y − 13 1.4 Retas Paralelas aos Planos e aos Eixos Coor- denados 1.4.1 Retas Paralelas aos Planos Coordenados Uma das componentes do vetor diretor e´ nula: O vetor diretor ~v e´ orto- gonal a um dos eixos coordenados, e a reta r e´ paralela ao plano dos outros eixos. 1. Se a=0, ~v = (0,b,c) ⊥ Ox ∴ r ‖ yOz. Equac¸o˜es: { x = x1 y − y1 b = z − z1 c Exemplo 11. x = 4y − 3−3 = z − 34 11 IMEF - FURG 1.4. RETAS PARALELAS AOS PLANOS E AOS EIXOS COORDENADOS Figura 1.5: Reta paralela ao plano yOz. 2. Se b = 0, ~v = (a,0,c) ⊥ Oy ∴ r ‖ xOz. Equac¸o˜es: { y = y1 x− x1 a = z − z1 c Exemplo 12. { y = 4 x− 2 3 = z − 3 4 Figura 1.6: Reta paralela ao plano xOz. 3. Se c = 0, ~v = (a,b,0) ⊥ Oz ∴ r ‖ xOy. Equac¸o˜es: { z = z1 x− x1 a = y − y1 b Exemplo 13. z = 4x− 4 = y − 2−2 12 IMEF - FURG 1.4. RETAS PARALELAS AOS PLANOS E AOS EIXOS COORDENADOS Figura 1.7: Reta paralela ao plano xOy. 1.4.2 Retas Paralelas aos Eixos Coordenados Duas componentes do vetor diretor sa˜o nulas: O vetor diretor ~v tem direc¸a˜o de um dos vetores ~i ou ~j ou ~k e a reta e´ paralela ao eixo que tem direc¸a˜o de ~i ou ~j ou ~k. 1. Se a = b = 0, ~v = (0,0,c) ‖ ~k ∴ r ‖ Oz. Equac¸o˜es: x = x1 y = y1 z = z1 + ct Figura 1.8: Reta paralela ao eixo Oz Exemplo 14. r : { x = 3 y = 6 13 IMEF - FURG 1.4. RETAS PARALELAS AOS PLANOS E AOS EIXOS COORDENADOS 2. Se a = c = 0, ~v = (0,b,0) ‖ ~j ∴ r ‖ Oy. Equac¸o˜es: x = x1 y = y1 + bt z = z1 Exemplo 15. r : { x = 1 z = 2 Figura 1.9: Reta paralela ao eixo Oy 3. Se b = c = 0, ~v = (a,0,0) ‖~i ∴ r ‖ Ox. Equac¸o˜es: x = x1 + at y = y1 z = z1 Exemplo 16. r : { y = −2 z = 3 Observac¸a˜o: Os eixos coordenados Ox, Oy e Oz, sa˜o retas particulares: • a reta Ox passa pela origem O(0,0,0) e tem direc¸a˜o do vetor −→i = (1,0,0). Equac¸o˜es parame´tricas: x = t y = 0 z = 0 14 IMEF - FURG 1.4. RETAS PARALELAS AOS PLANOS E AOS EIXOS COORDENADOS • a reta Oy passa pela origem O(0,0,0) e tem direc¸a˜o do vetor −→j = (0,1,0). Equac¸o˜es parame´tricas: x = 0 y = t z = 0 • a reta Oz passa pela origem O(0,0,0) e tem direc¸a˜o do vetor −→k = (0,0,1). Equac¸o˜es parame´tricas: x = 0 y = 0 z = t Exemplo 17. Determinar as equac¸o˜es sime´tricas da reta que passa no ponto A(−2,3,− 2) e tem direc¸a˜o do vetor ~v = 3~i+ 2~k. Soluc¸a˜o: Pelo vetor ~v percebemos que a reta e´ perpendicular ao plano Oy e para- lelo ao eixo xOz, enta˜o as equac¸o˜es sime´tricas sa˜o:{ y = 3 x+ 2 3 = z + 2 2 1.4.3 Agora tente resolver! 1. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas da reta que passa pelos pontosA(7,4,3) e B(7,5,4). 2. Escreva as equac¸o˜es da reta que passa pelo ponto A(6,8,9) e tem direc¸a˜o do vetor ~v = 7~j. 3. Determine a posic¸a˜o relativa das retas em relac¸a˜o aos eixos ou planos coordenados, e escreva um ponto e um vetor diretor para cada uma das retas: a. r : { x = 4 y + 1 8 = z + 1 6 b. s : y = 2x 4 = z − 18 −12 c. p : { z = 4 x = −2y + 4 15 IMEF - FURG 1.5. AˆNGULO ENTRE RETAS d. m : { y = −8 z = 6 e. n : { x = −4 y = 4 f. o : { x = 6 z = −3 4. Determinar a equac¸a˜o da reta, em todas as suas formas poss´ıveis, que passa no ponto R(2,− 6,8) e (a) tem direc¸a˜o de ~u = (2,0,− 3) (b) e´ paralela (‖) ao eixo Oz 5. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas das retas nos seguintes casos: a. Passa pelo ponto (7,8,6) e e´ perpendicular ao plano xOz. b. Passa pelo ponto (4,− 4,5) e e´ paralela ao eixo x. c. Passa pelo ponto (6,− 3,4) e e´ paralela ao eixo z. d. Passa pelo ponto (5,5,2) e tem direc¸a˜o do vetor 2~i−~j. e. Passa pelo ponto (1,3,4) e tem direc¸a˜o do vetor 2~j 6. Considere a reta s : x = 1 + 2t y = 3 2 + t z = 3 + 3 2 t encontre a intersec¸a˜o da reta s com o plano coordenado xy. 1.5 Aˆngulo entre Retas Considere duas retas, a reta r que passa pelo ponto A1 e tem direc¸a˜o do vetor ~v1 e a reta s que passa pelo ponto A2 e tem direc¸a˜o do vetor ~v2. Denomina-se aˆngulo de duas retas o menor aˆngulo formado por r e s, isto e´, o menor aˆngulo de um vetor diretor de r e de um vetor diretor de s. Sendo assim: cos(θ) = |~v1 · ~v2| |~v1||~v2| , 0 ≤ θ ≤ pi 2 Exemplo 18. Calcular o aˆngulo entre as retas r : x = 3 + 3t y = −6t z = −1− 2t s : { x+ 2 2 = y − 3 1 = z −2 16 IMEF - FURG 1.6. CONDIC¸O˜ES DE ORTOGONALIDADE, PARALELISMO E COPLANARIDADE ENTRE RETAS Soluc¸a˜o: O vetor diretor da reta r e´ ~v1 = (3,− 6,− 2) e o vetor diretor da reta s e´ ~v2 = (2,1,− 2), enta˜o: cos(θ) = |(3,− 6,− 2) · (2,1,− 2)| |(3,− 6,− 2)||(2,1,− 2)| = 4 21 θ = arccos ( 4 21 ) ≈ 79,01◦. 1.6 Condic¸o˜es de Ortogonalidade, Paralelismo e Coplanaridade entre retas 1.6.1 Condic¸a˜o de Ortogonalidade entre duas retas Dadas duas retas r e s e seus respectivos vetores diretores ~v1 = (a1,b1,c1) e ~v2 = (a2,b2,c2), a condic¸a˜o de ortogonalidade (Cap´ıtulo de Produto Esca- lar) diz que se ~v1 · ~v2 = 0 ou a1a2 + b1b2 + c1c2 = 0 . enta˜o as retas r e s sa˜o ortogonais. Exemplo 19. Verifique se as retas a seguir sa˜o ortogonais. r : { y = −2x+ 1 z = 4x s : x = 3− 2t y = 4 + t z = t Soluc¸a˜o: O vetor diretor da reta r e´ ~v1 = (1, − 2,4) e o vetor diretor da reta s e´ ~v2 = (−2,1,1), enta˜o: (1,− 2,4) · (−2,1,1) = −2− 2 + 4 = 0, logo as retas sa˜o ortogonais. 1.6.2 Condic¸a˜o de Paralelismo entre duas retas Se duas retas r e s sa˜o paralelas, enta˜o seus vetores ~v1 e ~v2 sa˜o paralelos: ~v1 = m~v2 ou a1 a2 = b1 b2 = c1 c2 . 17 IMEF - FURG 1.6. CONDIC¸O˜ES DE ORTOGONALIDADE, PARALELISMO E COPLANARIDADE ENTRE RETAS Figura 1.10: Retas paralelas Exemplo 20. Sejam ~u = (8,− 6,2) e ~v = (−4,3,− 1) vetores diretores das retas r e s respectivamente. Essas retas sa˜o paralelas? Soluc¸a˜o: Observe que, 8 −4 = −6 3 = 2 −1 = −2 logo as retas sa˜o paralelas. 1.6.3 Retas Coplanares Dadas as retas r que passa pelo ponto A1 e tem direc¸a˜o do vetor ~v1 = (a1,b1,c1) e s que passa pelo ponto A2 e tem direc¸a˜o do vetor ~v2 = (a2,b2,c2), elas sera˜o coplanares se os vetores ~v1, ~v2 e −→ A1A2 forem coplanares, isto e´, se for nulo o produto misto (~v1, ~v2, −→ A1A2). Exemplo 21. Determinar o valor de m para que as retas r : { y = mx+ 1 z = 3x− 1 s : x = t y = 1 + 2t z = −2tsejam coplanares. Soluc¸a˜o: 18 IMEF - FURG 1.7. POSIC¸O˜ES RELATIVAS ENTRE RETAS O vetor diretor de r e´ ~v1 = (1,m,3) e de s ~v2 = (1,2,− 2) e o vetor −→ A1A2 e´ A2 −A1 = (0,1,0)− (0,1,− 1) = (0,0,1). O produto misto mostra que: ((1,m,3),(1,2,− 2),(0,0,1)) = ∣∣∣∣∣∣ 1 m 3 1 2 −2 0 0 1 ∣∣∣∣∣∣ = 0 = 2−m ⇒ m = 2 Portanto, para que as retas sejam coplanares m deve ser igual a 2. 1.7 Posic¸o˜es relativas entre retas Suponha duas retas r e s no espac¸o. Elas podem ser: 1. Retas Coplanares: Situadas no mesmo plano. Podem ser: Paralelas, Concorrentes, Coincidentes. 2. Retas Na˜o Coplanares: Sa˜o as retas reversas, enta˜o r ∩ s = ∅. � Como classificar cada uma: 1. Analisar os vetores direcionais das retas dadas. 2. Se os vetores forem colineares enta˜o as retas sa˜o paralelas (r ∩ s = ∅) ou coincidentes. 3. Se as retas forem paralelas e o produto misto (~v1, ~v2, −→ A1A2) = 0 enta˜o, as retas sa˜o coplanares. Se as retas na˜o forem paralelas e o produto misto (~v1, ~v2, −→ A1A2) = 0 enta˜o, as retas sa˜o concorrentes, mas se o produto misto (~v1, ~v2, −→ A1A2) 6= 0 sa˜o reversas. Exemplo 22. Estudar a posic¸a˜o relativa das retas: r : { x 2 = y − 1 −1 = z s : x = 2− 4t y = 2t z = −2t+ 1 Soluc¸a˜o: O vetor diretor de r e´ ~v1 = (2, − 1,1) e de s e´ ~v2 = (−4,2, − 2), temos que: 2 −4 = −1 2 = 1 −2 = − 1 2 . Logo as retas sa˜o paralelas. Pergunta: Sera´ que elas sa˜o coincidentes? 19 IMEF - FURG 1.7. POSIC¸O˜ES RELATIVAS ENTRE RETAS Vamos escolher um ponto da reta s, para t = 1, teremos: s : x = −2 y = 2 z = −1 Agora vamos substituir os pontos em r: r : { −2 2 = 1 −1 = −1 Temos um ponto em comum entre as duas retas, vamos testar para outro ponto de s, escolhemos t = 0. s : x = 2 y = 0 z = 1 r : { 2 2 = −1 −1 = 1 Temos outro ponto em comum, logo as retas sa˜o coincidentes. 1.7.1 Agora tente resolver! 1. Estudar a posic¸a˜o relativa das retas: r : { x− 2 2 = y 3 = z − 5 4 s : x = 5 + t y = 2− t z = −7− 2t 2. Verificar se as seguintes retas sa˜o paralelas ou ortogonais(perpendiculares): a. r : x+ 3 4 = y − 4 −3 = z − 2 s : M(−1,2,− 3) e N(−5,5,4) b. l : { x− 3 2 = y − 3 4 = z + 1 6 l : x 1 = y + 1 1 = z − 3 −1 c. r : x = 1 + 10t y = −2 + 16t z = 18t s : x = 2 + 5t1 y = −2 + 8t1 z = 9t1 d. r1 : x = 2 + 2h y = 3 + h z = 1 r2 : x = 4 y = 1 z = t 3. A reta r : { y = mx+ 3 z = x− 1 e´ perpendicular a reta s determinada pe- los pontos A(1,0, − 3) e B(−2,2m,2m). Determinar m e as equac¸o˜es parame´tricas da reta s. 20 IMEF - FURG 1.8. INTERSEC¸A˜O DE DUAS RETAS 4. Verificar se a retas r : x− 2 2 = y 3 = z − 5 4 e s : { x = −y − 8 z = 3y + 15 sa˜o ortogonais. 5. Determinar a equac¸a˜o da reta t que passa no ponto T (−1,0,−2) e´ orto- gonal ao vetor ~v = (2,1,−1) e coplanar com a reta l : { x = z − 3 y = −3z + 1 . 1.8 Intersec¸a˜o de duas retas Duas retas r e s coplanares e na˜o paralelas sa˜o concorrentes, logo existe um ponto em comum entre elas. Figura 1.11: Intersec¸a˜o de duas retas Exemplo 23. Encontrar o ponto de intersec¸a˜o das retas: r : { y = −3x+ 2 z = 3x− 1 s : x = −t y = 1 + 2t z = −2t Soluc¸a˜o: Vamos determinar seu ponto de intersec¸a˜o I(x,y,z), as coordenadas deste ponto satisfazem o sistema formado pelas equac¸o˜es das respectivas retas. Sendo assim, primeiramente vamos reescrever a equac¸a˜o da reta s na forma reduzida: { y = 1− 2x z = 2x 21 IMEF - FURG 1.9. RETA ORTOGONAL A DUAS RETAS Agrupando todas as equac¸o˜es, temos um sistema a resolver: y = −3x+ 2 z = 3x− 1 y = 1− 2x z = 2x Igualando a segunda equac¸a˜o com a quarta equac¸a˜o, temos: 3x− 1 = 2x⇒ x = 1 Logo, y = −1 e z = 2. Por fim, o ponto de intersec¸a˜o e´ I(1,− 1,2). 1.8.1 Agora tente resolver! 1. Encontrar a equac¸a˜o da reta t, em todas as suas formas, que passa na intersec¸a˜o das retas r : { x = y − 1 z = −y + 3 e s : x+ 1 2 = y − 1 = z − 2−1 e e´ paralela a reta m : { x = y − 1 z = −y + 5 2. Dois foguetes FA e FB sa˜o lanc¸ados de suas plataformas situadas nos pontos A(4,2, − 6) e B(−2,4,2) respectivamente. Sabe-se que suas trajeto´rias sa˜o retil´ıneas e seus vetores velocidades sa˜o ~vA = (−1,3,1) e ~vB = (2,2,− 3), pergunta-se: a. Sera´ que suas trajeto´rias interceptam-se? b. Caso afirmativo, em que ponto ocorre? c. Sendo os vetores dados em km/h, quantas horas apo´s o lanc¸amento ocorrera´ a colisa˜o? 3. Encontrar o ponto de intersec¸a˜o das retas: r : x = 2 + 2h y = 3h z = 5 + 4h s : x− 5 1 = y − 2 −1 = z − 7 −2 . 1.9 Reta ortogonal a duas retas Suponha duas retas na˜o paralelas r e s sendo ~v1 e ~v2 seus vetores dire- tores. Se uma terceira reta t e´ simultaneamente ortogonal as retas dadas, enta˜o o vetor diretor da reta t e´ paralelo ou igual ao vetor ~v1× ~v2. Neste caso, e´ poss´ıvel determinar a equac¸a˜o da reta t conhecendo um de seus pontos. 22 IMEF - FURG 1.9. RETA ORTOGONAL A DUAS RETAS Exemplo 24. Dadas as retas: r : { y = 2x− 3 z = −3x+ 1 s : x− 1 5 = y + 3 −1 = z + 2. Determine a equac¸a˜o da reta t que passa pelo ponto M(3,− 6,7) e e´ simul- taneamente ortogonal a`s retas r e s. Soluc¸a˜o: Observe que os vetores diretores das retas r e s na˜o sa˜o paralelos: 1 5 6= 2−1 6= −3 1 Como a reta t e´ simultaneamente ortogonal as retas r e s, o vetor diretor ~vt sera´: ~vt = ~vr × ~ss Portanto, ~vt = ~vr × ~vs = ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 1 2 −3 5 −1 1 ∣∣∣∣∣∣ = −~i− 16~j − 11~k ~vt = (−1,− 16,− 11) = (1,16,11) Assim, ficam determinadas as equac¸o˜es parame´tricas da reta t: x = 3 + t y = −6 + 16t z = 7 + 11t No caso em que as retas r e s sejam paralelas, existem infinitas retas que passam por um ponto e esta˜o em um plano ortogonal as retas r e s. Figura 1.12: Retas ortogonais a retas paralelas 23 IMEF - FURG 1.9. RETA ORTOGONAL A DUAS RETAS Exemplo 25. O ponto M(10,8,− 9) pertence a reta t e sabe-se que o vetor diretor ~vt = (a,b,c) e´ perpendicular as retas r e s onde as equac¸o˜es das retas sa˜o: r : { x = y z = 2y + 3 s : x = 2− t y = 3− t z = −2t Determine a equac¸o˜es da reta t. Soluc¸a˜o: Um ponto e o vetor da reta r sa˜o: Pr(0,0,3) e ~vr = (1,1,2). Um ponto e o vetor da reta s sa˜o: Ps = (2,3,0) e ~vs = (−1,− 1,− 2). Observem que as reta sa˜o paralelas, 1 −1 = 1 −1 = 2 −2 ∴ −1 = −1 = −1, logo, α = −1. Enta˜o, temos infinitas possibilidades para as equac¸o˜es da reta t. Por exemplo, sabendo que M ∈ t e sendo a reta t ortogonal a reta r: ~vt ⊥ ~vr ⇒ ~vt · ~vr = 0⇒ (a,b,c) · (1,1,2) = 0. Resolvendo o produto escalar: a+ b+ 2c = 0⇒ a = −b− 2c. Uma poss´ıvel soluc¸a˜o: se b = 1 e c = 2 ⇒ a = −5 e ~vt = (−5,1,2) t : x = 10− 5t y = 8 + t z = −9 + 2t Outra soluc¸a˜o: se b = 0 e c = −1 ⇒ a = 2 e ~vt = (2,0,− 1) t : x = 10 + 2t y = 8 z = −9− t Observac¸a˜o: Podemos obter uma soluc¸a˜o particular dando-se outra condic¸a˜o, por exemplo, dizendo que a reta t e´ ortogonal ao plano de r e s. Se t e´ ortogonal ao plano de r e s, podemos determinar o vetor diretor da reta t fazendo: ~vt = ~vr× −→ PrPs 24 IMEF - FURG 1.10. DISTAˆNCIAS ~vt = ~vr × ~vs = ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 1 1 2 2 3 −3 ∣∣∣∣∣∣ = −9~i+ 7~j + ~k Desta forma, as equac¸o˜es parame´trica da reta sa˜o t : x = 10− 9t y = 8 + 7t z = −9 + t 1.9.1 Agora tente resolver! 1. Determine as equac¸o˜es sime´tricas da reta que passa pelo pontoA(−2,1,3) e e´ ortogonal a`s retas na˜o paralelas t : x = 2− t y = 1 + 2t z = −3t s : x− 1 −3 = y + 1 2 = z −2 2. Determinar as equac¸o˜esda reta t ortogonal ao plano das retas r :{ y = 2x− 3 z = 3x− 5 e s : x = y 2 = z 3 e que passa no ponto T (2,− 1,6). 1.10 Distaˆncias 1.10.1 Distaˆncia de um ponto a uma reta Dados um ponto P1(x1,y1,z1) e uma reta r. Seja P0(x0,y0,z0) um ponto qualquer no espac¸o na˜o pertencente a reta r. O vetor diretor ~v da reta e o vetor −→ P1P0 determinam um paralelogramo cuja altura corresponde a` distaˆncia d de P0 a r que pretendemos calcular: Sabemos que a a´rea do paralelogramo e´ definida pela multiplicac¸a˜o da base do paralelogramo pela sua altura, A = d · |~v|. Ou pela interpretac¸a˜o geome´trica do produto vetorial: A = |~v× −→ P1P0 |, comparando os dois, temos: d = d(P0,r) = |~v× −→ P1P0 | |~v| . (1.7) 25 IMEF - FURG 1.10. DISTAˆNCIAS Figura 1.13: Distaˆncia entre ponto e reta Exemplo 26. Calcular a distaˆncia do ponto P (2,3,-1) a` reta r : x = 3 + t y = −2t z = 1− 2t . Soluc¸a˜o: Primeiro, vamos calcular o vetor −→ P1P= P − P1 = (2,3, − 1) − (3,0,1) = (−1,3,− 2). Desta forma, d = d(P,r) = |(1,− 2,− 2)× (−1,3,− 2)| |(1,− 2,− 2)| = |(10,4,1)| |(1,− 2,− 2)| = √ 117 3 u.c. Sendo assim, d(P,r) = √ 117 3 u.c. 1.10.2 Distaˆncia entre retas A distaˆncia entre retas so´ esta´ definida se as retas forem paralelas ou reversas: Retas Paralelas: A distaˆncia entre duas retas paralelas se reduz ao ca´lculo da distaˆncia de ponto a uma reta. • r s � � � � � � � ��� •| | | | | | P1 P0 d 26 IMEF - FURG 1.10. DISTAˆNCIAS Retas reversas: Consideremos duas retas: a reta r que passa pelo ponto P1(x1,y1,z1) e tem direc¸a˜o do vetor ~u, e a reta s que passa pelo ponto P2(x2,y2,z2) e tem direc¸a˜o do vetor ~v. Os vetores ~u, ~v e −→ P1P2 determinam um paralelep´ıpedo, cuja base e´ definida por ~u e ~v e a altura a` distaˆncia d entre as retas r e s. O volume deste paralelep´ıpedo e´ dado pelo produto da sua a´rea da base multiplicado pela sua altura: V = |~u× ~v|d ou de acordo com a interpretac¸a˜o geome´trica do mo´dulo do produto misto: V = |(~u,~v, −→ P1P2)|. Comparando os dois, temos: d = d(r,s) = |(~u,~v, −→ P1P2)| |~u× ~v| . (1.8) Figura 1.14: Distaˆncia entre retas reversas Exemplo 27. Calcular a distaˆncia entre as retas r e s onde: r : x = 1− t y = 2 + 3t z = −t e s: e´ o eixo Ox. Soluc¸a˜o: Um ponto do eixo OX e´ P (1,0,0) e o vetor e´ ~vx =~i = (1,0,0). Um ponto da reta r e´ Pr(1,2,0) e o vetor e´ ~vr = (−1,3,− 1). 27 IMEF - FURG 1.11. LISTA DE EXERCI´CIOS - RETAS Calculando o vetor −→ PPr= (0,2,0) e aplicando na equac¸a˜o, temos: d = d(r,s) = |(~i,~vr, −→ PPr)| |~i× ~vr| = 2√ 10 √ 10√ 10 = √ 10 5 Portanto, d(r,s) = √ 10 5 u.c. 1.11 Lista de Exerc´ıcios - Retas 1. Escrever as equac¸o˜es parame´tricas e sime´tricas da reta que passa por A(6,3,9) e e´ paralela a` reta r : (x,y,z) = (4,5,2) + t(2,− 6,− 1). 2. Representar graficamente as seguintes retas de equac¸o˜es: (a) x = 2 + t y = −1 + 2t z = 3 + 3t (1.9) (b) x = 3 y = 1 + t z = 2t (1.10) (c) { y = 4 z = 3 (1.11) (d) { x = 4 z = 2 (1.12) 3. Obter as equac¸o˜es reduzidas na varia´vel x, das seguintes retas: (a) Que passa por A(8,2,− 2) e tem direc¸a˜o de ~v = (4,8,7). (b) Pelos pontos A(3,2,1) e B(6,− 1,0). 4. Escrever as equac¸o˜es reduzidas na varia´vel z da reta que passa por A(−1,6,3) e B(2,2,1). 5. Escrever equac¸o˜es parame´tricas das retas que passam pelo pontoA(4,− 5,3) e sa˜o, respectivamente, paralelas aos eixos Ox, Oy, Oz. 6. Determinar o aˆngulo entre as seguintes retas: 28 IMEF - FURG 1.11. LISTA DE EXERCI´CIOS - RETAS (a) r1 : x = −2− t y = t z = 3− 2t r2 : { x 2 = y + 6 1 = z − 1 1 (b) r2 : { y = −x+ 5 z = 3x− 2 r2 : { x− 2 = y = z + 3 2 7. Determine o valor de m sabendo que as retas sa˜o coplanares: r1 : { y = 4x− 3 z = −2x+ 1 r2 : { x− 4 = y m = z + 2 8. Verificar se as retas sa˜o concorrentes e, em caso afirmativo, encontrar o ponto de intersec¸a˜o: (a) r1 : { y = 2x− 3 z = −x+ 5 r2 : { y = −3x+ 7 z = x+ 1 (b) r1 : x = 2− t y = 3− 5t z = 6− 6t r2 : x = −3 + 6h y = 1 + 7h z = −1 + 13h 9. Determinar as equac¸o˜es das seguintes retas: (a) que passa por A(1,− 2,4) e e´ paralela ao eixo dos x; (b) que passa por B(3,2,1) e e´ perpendicular ao plano xOz; (c) que passa por A(4,− 1,2) e tem direc¸a˜o do vetor ~i−~j; (d) que passa pelos pontos M(2,− 3,4) e N(2,− 1,3). 10. Determine o ponto de intersec¸a˜o das seguintes retas: r1 : { y = −3x+ 3 z = 3x− 2 r2 : x = −t y = 1 + 2t z = −2t 11. Determine o ponto de intersec¸a˜o das seguintes retas: r1 : x = 4 + t y = 1− t z = 1 + t r2 : x = 9− 4h y = 2 + h z = 2− 2h 12. Calcular a distaˆncia do ponto P (4,2,1) a` reta: r : x = 1− 2t y = 3 + t z = 6− 2t 29 IMEF - FURG 1.11. LISTA DE EXERCI´CIOS - RETAS 13. Calcular a distaˆncia entre as duas retas: r1 : x = 2− t y = 3 + 2t z = 2− 2t r2 : { y = x− 2 z = −x+ 3 14. Dado o triaˆngulo de ve´rtices A(3, − 4,4), B(4, − 7,2), C(1, − 3,2) determinar: (a) As Equac¸o˜es sime´tricas da reta suporte do lado AB. (b) O ponto em que a reta fura o plano xOy. 15. Calcule o valor de m para que sejam coplanares as seguintes retas: (a) r : { y = mx− 3 z = x− 1 s : { y = 4x−m z = x 16. Dadas as retas l : { x = 2z − 4 y = −3z + 6 e t : { x− 4 2 = y + 2 = z − 2 −1 , determinar a equac¸a˜o da reta m simultaneamente ortogonal as retas dadas e que passa no ponto de intersec¸a˜o das mesmas. 17. Determinar a equac¸a˜o da reta t que passa pelo ponto M(3,3,-2) e´ concorrente com o eixo Oy e ortogonal a` reta m : { y = −x z = x+ 3 . 18. Sendo A(1,0,1), B(2,−1,1), C(−1,0,2), D(3,2,2) ve´rtices de um tetra- edro, pede-se: (a) as equac¸o˜es parame´tricas da reta r, suporte da altura hD do te- traedro de base ABC relativa ao ve´rtice D. (b) as equac¸o˜es parame´tricas da mediana relativa ao ve´rtice C do triaˆngulo ABC. 19. Sendo A(1, − 2,2), B(3,0,1), C(3, − 2,0) ve´rtices de um triaˆngulo, de- terminar a equac¸a˜o da reta suporte da altura baixada do ve´rtice C. (Dica: aplicar duas vezes o produto vetorial) 20. Dados os ve´rtices de um triaˆngulo A(−1,1,3), B(2,1,4), C(3,− 1,− 1), obter as equac¸o˜es sime´tricas das retas suportes dos lados AB, AC, BC. 21. Estudar a posic¸a˜o relativa das retas e calcular a distaˆncia entre as retas r : { x− 3 3 = y − 5 3 = z − 1 −8 e s : x = −2 + 3t y = −t z = −2 30 IMEF - FURG 1.11. LISTA DE EXERCI´CIOS - RETAS 22. Determine a equac¸a˜o da reta t que passa no ponto A(1,− 3,2) e´ con- corrente com o eixo Oz que passa na origem e e´ ortogonal a reta m : { y = x+ 2 z = 2x− 1 23. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas da reta r que passa pelo ponto A(4,− 4,2) e´ ortogonal ao vetor −→v = (10,10, − 1) e intercepta a reta s :{ y = −x+ 3 z = 4x− 4 24. Determine a equac¸a˜o da reta que passa pelo ponto P (2,− 3,4), e´ con- corrente com o eixo Ox e ortogonal a` reta s : x− 5 −1 = y + 2 z = 4 25. Determinar a equac¸a˜o da reta r que passa pelo ponto P (3,3, − 2) e´ concorrente com o eixo Oy e ortogonal a` reta s : { y = −x z = x+ 3 26. Os itens a seguir mostram pontos e um vetor diretor. Para cada item, escreva as equac¸o˜es parame´tricas das retas e fac¸a o estudo da posic¸a˜o relativa das mesmas em relac¸a˜o aos eixos ou planos coordenados, sa- bendo que as retas passam pelo ponto me´dio do segmento AB: (a) A(−1,− 2,− 3), B(1,3,5) e −→v = (2,0,3) (b) A(−2,− 2,4), B(2,2,− 4) e −→v = (1,0,0) (c) A(3,− 2,1), B(5,1,4) e −→v = (0,2,1) (d) A(1,4,1), B(7,8,5) e −→v = (3,2,0) (e) A(2,1,4), B(8,2,10)e −→v = (0,1,0) 27. Dadas as seguintes retas: r : { y = 3x− 1 z = 2x+ 1 s : { y = 4x− 2 z = 3x (a) escreva os respectivos vetores diretores das retas; (b) fac¸a o estudo da posic¸a˜o relativa das retas; (c) determine o ponto de intersec¸a˜o das retas; (d) parametrize o segmento de reta que passa pelo ponto de intersec¸a˜o (item c) e pelo ponto (5,0,1). 31 IMEF - FURG Cap´ıtulo 2 Planos A equac¸a˜o geral ou cartesiana de um plano pi no espac¸o e´ determinada conhecendo-se um ponto sobre o plano e sua inclinac¸a˜o ou orientac¸a˜o. Essa inclinac¸a˜o e´ definida especificando-se um vetor que seja perpendicular ou normal ao plano, observe a Figura 2.1. Figura 2.1: Plano Portanto, o plano pode ser definido como o conjunto de todos os pontos P (x,y,z) ∈ R3, onde o vetor −→AP e´ ortogonal ao vetor −→n . Notac¸a˜o: Usamos letras gregas pi, α, β, para representar as equac¸o˜es dos planos. O vetor normal ao plano e´ dado por ~n = (a,b,c). Definic¸a˜o: Considere A(x0,y0,z0) um ponto pertencente a um plano pi e um vetor normal ~n = (a,b,c), na˜o nulo, ortogonal ao plano que determina sua inclinac¸a˜o ou orientac¸a˜o, observe a Figura 2.2: 32 Figura 2.2: Definic¸a˜o de Plano no Espac¸o Sendo o vetor ~n ortogonal ao plano pi, ~n sera´ ortogonal a todo vetor representado no plano pi. Dado um ponto P (x,y,z) qualquer, esse ponto pertencera´ a pi se, e somente, se o vetor −→ AP e´ ortogonal a ~n, isto e´, ~n· −→ AP= 0. (2.1) A igualdade acima e´ va´lida pela condic¸a˜o de ortogonalidade (ver produto escalar). Reescrevendo, temos ~n · (P −A) = 0 (2.2) ou, em coordenadas (a,b,c) · (x− x0,y − y0,z − z0) = 0, (2.3) resolvendo o produto escalar, chegamos a seguinte expressa˜o ax+ by + cz − ax0 − by0 − cz0 = 0. (2.4) Fazendo −ax0 − by0 − cz0 = d, obtemos ax+ by + cz + d = 0. (2.5) A equac¸a˜o 2.5 e´ denominada equac¸a˜o geral ou cartesiana do plano. Exemplo 28. pi : 2x− 5y + z − 3 = 0. Os coeficientes 2,− 5,1 da equac¸a˜o geral representam as componentes do vetor normal ao plano, enta˜o, ~n = (2, − 5,1). Esse mesmo vetor e´ ortogonal a qualquer plano paralelo a ele. Desta forma, todos os infinitos planos paralelos a pi teriam como equac¸a˜o geral 2x− 5y + z + d = 0. 33 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO 2.1 Determinac¸a˜o da Equac¸a˜o de um Plano Agora sabemos que um plano e´ determinado por um de seus pontos e pelo seu vetor normal. Vamos analisar situac¸o˜es que tambe´m ficam evidentes para a determinac¸a˜o da equac¸a˜o do plano. A. O plano passa por um ponto A e e´ paralelo a dois vetores ~v1 e ~v2, na˜o colineares: o vetor normal sera´ determinado ~n = ~v1 × ~v2 (2.6) Neste caso, os vetores ~v1 e ~v2 sa˜o chamados de vetores de base do plano e para determinar o vetor normal usamos a definic¸a˜o de produto vetorial, visto que e´ o u´nico dos produtos de vetores que determina um vetor simultaneamente ortogonal aos vetores dados (ver propriedades do produto vetorial). 34 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO Exemplo 29. Determine a equac¸a˜o do plano que passa por A(2,1,4) e e´ paralelo aos vetores ~u = (2,1,− 1), ~v = (3,2,− 4). Soluc¸a˜o: ~n = ~v1 × ~v2 = (2,1,− 1)× (3,2,− 4) = (−2,5,1). Portanto, temos a equac¸a˜o: pi : −2x + 5y + 1z + d = 0, substi- tuindo o ponto A, temos que d = −5 e reescrevendo a equac¸a˜o: pi : −2x+ 5y + z − 5 = 0 ou pi : 2x− 5y − z + 5 = 0. Observac¸a˜o: Qualquer mu´ltiplo de ~n, ou seja k~n, com k 6= 0 tambe´m e´ normal ao plano pi. B. Se o plano passa por treˆs pontos dados A, B e C na˜o em linha reta, neste caso os vetores −→ AB e −→ AC na˜o sa˜o paralelos, portanto ~n = −→ AB × −→ AC (2.7) 35 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO Nesta situac¸a˜o os vetores −→ AB e −→ AC sa˜o os vetores de base e novamente usamos o produto vetorial para determinar o vetor normal ao plano. Exemplo 30. Determine a equac¸a˜o do plano que passa por A(2,1,−4), B(1,− 2,− 1), C(3,0,1). Soluc¸a˜o: −→ AB= (−1,− 3,3) e −→ AC= (1,− 1,5), fazendo ~n = −→ AB × −→ AC= (−1,− 3,3)× (1,− 1,5) = (−12,8,4) = (−3,2,1). Enta˜o, pi : −3x+ 2y+ z+d = 0, substituindo o ponto C, por exemplo, temos que d = 8 portanto, pi : −3x+ 2y + z + 8 = 0 ou pi : 3x− 2y − z − 8 = 0. C. Conte´m duas retas concorrentes: Primeiro precisamos analisar a posic¸a˜o relativa das retas dadas (ver cap´ıtulo de retas). Se as retas dadas na˜o sa˜o paralelas, mas sa˜o coplanares (ver propriedades do produto misto), enta˜o as retas sa˜o concorrentes e o vetor normal e´ determinado da se- guinte forma: ~n = ~v1 × ~v2 (2.8) Exemplo 31. Determine a equac¸a˜o do plano que passa pelas retas: r : x = t y = −3 + 2t z = 5− t e s : { x = y − 7 −3 = z − 1 36 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO Soluc¸a˜o: O vetor diretor da reta r e´ ~v1 = (1,2, − 1) e da reta s e´ ~v2 = (1,−3,1). Analisando a posic¸a˜o relativas das retas dadas elas sa˜o concorrentes (verifique!), enta˜o o vetor normal e´ ~n = ~v1 × ~v2 = (−1,− 2,− 5). Assim, pi : −x− 2y− 5z+d = 0, substituindo um ponto da reta r, por exemplo (0,− 3,5), temos que d = 19 e a equac¸a˜o: pi : −x− 2y − 5z + 19 = 0 ou pi : x+ 2y + 5z − 19 = 0. D. Conte´m duas retas r1, r2 paralelas: Verificar se os vetores diretores das respectivas retas satisfazem a condic¸a˜o de paralelismo, e determinar o vetor normal ao plano usando: ~n = −→ AB ×~v (2.9) onde, A e B sa˜o pontos respectivamente das retas r1 e r2. O vetor ~v sera´ o vetor diretor da reta r1 ou da reta r2. Exemplo 32. Determine a equac¸a˜o do plano que passa pelas retas r : x = y = z + 3 e s : { x = y + 3 z = y − 2 Soluc¸a˜o: Um ponto da reta r e´ A(0,0, − 3) e um ponto da reta s e´ B(3,0, − 2), enta˜o −→ AB= (3,0,1) e usando o vetor diretor de r, ~vr = (1,1,1), temos: ~n = −→ AB ×~vr = (−1,− 2,3) Portanto, pi : −x− 2y + 3z + d = 0, substituindo um ponto da reta r, por exemplo A(0,0,− 3), temos que d = 9 e: pi : −x− 2y + 3z + 9 = 0. E. Conte´m uma reta r e um ponto B /∈ r, desta forma A sera´ um ponto na reta r e v o vetor diretor da reta. Assim, ~n = ~v× −→ AB (2.10) Exemplo 33. Determine a equac¸a˜o do plano que conte´m a reta r :{ x = −2y z = 4y + 1 e um ponto P (3,0,− 1). 37 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO Soluc¸a˜o: Sendo A(0,0,1) um ponto de r, o vetor −→ AP= (3,0, − 2). O vetor diretor de r e´ ~v = (−2,1,4), ~n = ~v× −→ AP= (−2,8,− 3). Temos a equac¸a˜o, pi : −2x+ 8y − 3z + d = 0, substituindo o ponto P , temos que d = 3. Desta forma, pi : −2x+ 8y − 3z + 3 = 0. F. Passa por dois pontos A e B e e´ paralelo a um vetor na˜o colinear ao vetor −→ AB: ~n = ~v× −→ AB (2.11) Exemplo 34. Determine a equac¸a˜o do plano que passa por A(2,1,3) e B(4,5,0) e e´ paralelo ao vetor ~u = (2,− 1,2). Soluc¸a˜o: −→ AB= (4,5,0)− (2,1,3) = (2,4,− 3) ~n = ~u× −→ AB= (2,− 1,2)× (2,4,− 3) = (−5,10,10). Assim, pi : −5x + 10y + 10z + d = 0, substituindo o ponto B, temos que d = −30 enta˜o, pi : −5x+ 10y + 10z − 30 = 0 ou x− 2y − 2z + 6 = 0. Observac¸a˜o: Nos casos acima fica claro que o vetor normal ~n e´ sempre dado pelo produto vetorial de dois vetores representados no plano. 2.1.1 Agora tente resolver! 1. Encontre a equac¸a˜o do plano que passa pelos pontosA(3,1,2), B(−1,2,− 2), C(2,1,− 2). 2. Determine a equac¸a˜o do plano que passa pelo ponto P (5,2,3) e e´ per- pendicular a` reta r : x = 5 + 2t y = 1 + t z = −2t . 3. Encontre a equac¸a˜o do plano que passa pelo ponto A(2, − 2,3) e e´ perpendicular ao vetor da origem O(0,0,0) ate´ o ponto A. 38 IMEF - FURG 2.1. DETERMINAC¸A˜O DA EQUAC¸A˜O DE UM PLANO 4. Determine a equac¸a˜o do plano que passa pelo ponto P (2, − 1,2) e e´ paralelo ao planopi : 3x+ 2y + z = 7. 5. Dado o plano pi : 2x − y + 5z − 10 = 0 determinar um vetor normal ao plano e um ponto do plano. E, verifique se M(1,-3,5) pertence ao plano pi. 6. Determinar a equac¸a˜o do plano perpendicular ao segmento AB que passa no ponto me´dio do mesmo, sendo A(5,3,− 1) e B(−1,− 1,− 3). 7. Encontre a equac¸a˜o do plano que passa pelos pontosA(1,2,3) eB(−2,0,1) sabendo que o plano e´ paralelo ao vetor ~u = (2,3,− 1). 8. Determine a equac¸a˜o geral do plano que conte´m as retas: r1 : { y = 2x− 3 z = −x+ 5 r2 : { y = −3x+ 7 z = x+ 1 2.1.2 Outra forma para determinar a equac¸a˜o geral do plano Dados dois vetores de base do plano, por exemplo, ~v1 e ~v2 e um ponto P (x,y,z) ∈ pi, se o plano passa pelo ponto A, o produto misto entre os seguintes vetores deve ser nulo, isto e´, ( −→ AP ,~v1, ~v2) = 0, pois esses vetores sa˜o coplanares. Dados, A(x1,y1,z1), ~v1 = (a1,b1,c1), ~v2 = (a2,b2,c2), e´ poss´ıvel obter a equac¸a˜o geral do plano desenvolvendo o seguinte determinante: ( −→ AP ,~v1, ~v2) = x− x1 y − y1 z − z1a1 a2 a3 b1 b2 b3 = 0 (x− x1) [ b1 c1 b2 c2 ] − (y − y1) [ a1 c1 a2 c2 ] + (z − z1) [ a1 b1 a2 b2 ] = 0 Portanto, ax+ by + cz + d = 0. Exemplo 35. Sendo A(0,2,−4) e os vetores ~v = (2,4,−6), ~u = (−1,−1,5), determine a equac¸a˜o do plano. Soluc¸a˜o: ( −→ AP ,~v, ~u) = x y − 2 z + 42 4 −6 −1 −1 5 = 0 Desenvolvendo o determinante acima temos que a equac¸a˜o do plano e´: 14x− 4y + 2z + 16 = 0. Observac¸a˜o: Um plano cuja equac¸a˜o tenha a forma: 39 IMEF - FURG 2.2. PLANOS PARALELOS AOS EIXOS E PLANOS COORDENADOS 1. ax+ by + d = 0, e´ perpendicular ao plano xOy; 2. by + cz + d = 0, e´ perpendicular ao plano yOz; 3. ax+ cz + d = 0, e´ perpendicular ao plano xOz. Isto e´, se uma das varia´veis na˜o figurar na equac¸a˜o, o plano sera´ perpendi- cular ao plano coordenado correspondente a`s duas varia´veis presentes. 2.2 Planos Paralelos aos Eixos e Planos Coorde- nados 2.2.1 Planos Paralelos aos Eixos Coordenados Considere ~n = (a,b,c). No caso de uma componente do vetor normal ser nula, o vetor normal sera´ ortogonal a um dos eixos coordenados. E o plano sera´ paralelo ao mesmo eixo. A. Plano paralelo ao eixo Ox: a = 0, ~n = (0,b,c) ⊥ Ox e pi ‖ Ox Equac¸a˜o: by + cz + d = 0. Equac¸a˜o do plano que conte´m o eixo Ox: by + cz = 0, onde d = 0, o plano passa na origem O. Observe a Figura 2.3, a equac¸a˜o do plano e´ pi : 3y + 2z + 4 = 0, portanto ~n = (0,3,2). 40 IMEF - FURG 2.2. PLANOS PARALELOS AOS EIXOS E PLANOS COORDENADOS Figura 2.3: Plano paralelo ao eixo Ox pi : 3y + 2z + 4 = 0 B. Plano paralelo ao eixo Oy: b = 0, ~n = (a,0,c) ⊥ Oy e pi ‖ Oy Equac¸a˜o: ax+ cz + d = 0. Equac¸a˜o do plano que conte´m o eixo Oy: ax+ cz = 0, onde d = 0, ja´ que o plano passa na origem O. C. Plano paralelo ao eixo Oz: c = 0, ~n = (a,b,0) ⊥ Oz e pi ‖ Oz Equac¸a˜o: ax+ by + d = 0. Equac¸a˜o do plano que conte´m o eixo Oz: ax + by = 0, onde d = 0, o plano passa na origem O. 2.2.2 Planos Paralelos aos Planos Coordenados Quando duas componentes do vetor normal sa˜o nulas, o vetor normal e´ colinear a um dos vetores −→ i ou −→ j ou −→ k . Sendo assim, temos: A. Plano paralelo ao plano xOy: Se a = b = 0, ~n = (0,0,c) ∴ ~n = (0,0,1) = ~k ∴ pi ‖ xOy. Equac¸a˜o: cz+d = 0 ∴ z = −dc . Os planos cujas equac¸o˜es sa˜o da forma z=k representam planos paralelos ao plano xOy. Observe a Figura 2.4. 41 IMEF - FURG 2.2. PLANOS PARALELOS AOS EIXOS E PLANOS COORDENADOS Figura 2.4: Plano paralelo ao plano xOy B. Paralelo ao plano xOz: Se a = c = 0, ~n = (0,b,0) ∴ ~n = (0,1,0) = ~j portanto, pi ‖ xOz. Veja Figura 2.5. Equac¸a˜o: y=k. Figura 2.5: Plano paralelo ao plano xOy C. Paralelo ao plano yOz: Se b = c = 0, ~n = (a,0,0) ∴ ~n = (1,0,0) = ~i, portanto, pi ‖ yOz. A equac¸a˜o para estes planos e´ da forma x=k. Observe a Figura 2.6. 42 IMEF - FURG 2.3. AGORA TENTE RESOLVER! Figura 2.6: Plano paralelo ao plano xOy 2.3 Agora tente resolver! 1. Determine a posic¸a˜o relativa dos seguintes planos em relac¸a˜o aos eixos e ou planos coordenados: (a) z − 7 = 0; (b) x− 3y = 0; (c) 3y − 2 = 0; (d) −3x+ z − 4 = 0; (e) 4y − 8z + 5 = 0; (f) x = −4 (g) y − 8 = 0 2. Nos itens a seguir, obter a equac¸a˜o geral do plano: (a) paralelo ao eixo y que contenha os pontos A(3,1,2) e B(4,0,3); (b) paralelo ao eixo x que contenha os pontos A(2,1,1) e B(4,0,3). 2.4 Equac¸a˜o Vetorial e Equac¸o˜es Parame´tricas do Plano Seja A(x0,y0,z0) um ponto pertencente a um plano pi e ~u = (a1,b1,c1) e ~v = (a2,b2,c2) dois vetores paralelos ao plano pi, pore´m, ~u e ~v sa˜o vetores na˜o paralelos entre si. 43 IMEF - FURG 2.5. AˆNGULO ENTRE DOIS PLANOS Para um ponto P (x,y,z) pertencer ao plano pi, os vetores −→ AP , ~u e ~v devem ser coplanares. Sendo assim, um ponto P (x,y,z) pertence a pi se, e somente se, existem nu´meros reais h e t tais que P −A = h · ~u+ t ·~v ou, em coordenadas (x,y,z) = (x0,y0,z0) + h(a1,b1,c1) + t(a2,b2,c2), h, t ∈ R (2.12) A equac¸a˜o 2.12 e´ denominada equac¸a˜o vetorial do plano pi. Os vetores ~u e ~v sa˜o vetores de base do plano pi. Pela equac¸a˜o 2.12, (x,y,z) = (x0 + a1h+ a2t,y0 + b1h+ b2t,z0 + c1h+ c2t) obtemos, x = x0 + a1h+ a2t y = y0 + b1h+ b2t z = z0 + c1h+ c2t (2.13) as equac¸o˜es 2.13 que sa˜o as equac¸o˜es parame´tricas do plano. Exemplo 36. Determinar as equac¸o˜es parame´tricas, vetorial e geral do plano que passa por A(1,2,5) e B(3,3,5) e e´ paralelo a ~v = (1,1,2). Soluc¸a˜o: (x,y,z) = (1,2,5) + h(1,1,2) + t(2,1,0) e x = 1 + h+ 2t y = 2 + h+ t z = 5 + 2h Para encontrar a equac¸a˜o geral do plano resolvemos: ~n = ~v× −→ AB, desta forma: ~n = ~v× −→ AB= ~i ~j ~k1 1 2 2 1 0 = −2~i+ 4~j − ~k. Portanto, a equac¸a˜o geral do plano e´ −2x+4y−z+d = 0, como A(1,2,5) ∈ pi tem-se −2x+ 4y − z − 1 = 0 ou 2x− 4y + z + 1 = 0. 2.5 Aˆngulo entre dois planos Sejam: pi1 : a1x+b1y+c1z+d1 = 0 e pi2 : a2x+b2y+c2z+d2 = 0, e ~n1 = (a1,b1,c1) e ~n2 = (a2,b2,c2) sa˜o os vetores normais a pi1 e pi2, denominamos aˆngulo de dois planos como sendo o menor aˆngulo que um vetor normal de um plano forma com o outro, observe a Figura 2.7, desta forma 44 IMEF - FURG 2.6. PLANOS PARALELOS E PERPENDICULARES cos(θ) = | ~n1 · ~n2| | ~n1| · | ~n2| , com 0 ≤ θ ≤ pi 2 (2.14) Figura 2.7: Aˆngulo de dois planos 2.6 Planos Paralelos e Perpendiculares Considere os seguintes planos pi1 : a1x + b1y + c1z + d1 = 0 e pi2 : a2x+ b2y + c2z + d2 = 0. Sabe-se que ~n1 = (a1,b1,c1) ⊥ pi1 e ~n2 = (a2,b2,c2) ⊥ pi2 Enta˜o, as condic¸o˜es de paralelismo e de perpendicularismo de dois planos sa˜o i. Se pi1 ‖ pi2 ⇒ ~n1 ‖ ~n2 ∴ a1a2 = b1b2 = c1c2 Se ale´m disso, a1a2 = b1 b2 = c1c2 = d1 d2 os planos sa˜o coincidentes. ii. Se pi1 ⊥ pi2 ⇒ ~n1 ⊥ ~n2 ∴ a1a2 + b1b2 + c1c2 = 0 Exemplo 37. Planos paralelos: 45 IMEF - FURG 2.7. RETAS E PLANOS Figura 2.8: pi1 : 3x+ 6y + 9z − 5 = 0 e pi2 : x+ 2y + 3z + 8 = 0 Exemplo 38. Planos Perpendiculares: Figura 2.9: pi1 : y = 0 e pi2 : z = 0 2.7 Retas e Planos 2.7.1 Aˆngulo de uma reta com um plano Dados uma reta r e um plano pi. Considere α sendo o aˆngulo entre a reta e o plano. Como α e´ o complemento do aˆngulo θ que a reta forma com 46 IMEF - FURG 2.7. RETAS E PLANOS uma reta normal ao plano (θ + α = 90◦ → α = 90◦ − θ), da trigonometria cos(θ) = sin(α), portanto, sin(α) = |~v · ~n| |~v| · |~n| , com 0 ≤ α ≤ pi 2 (2.15) Exemplo 39. Encontre o aˆngulo formado pela reta { y = −2x y = 2x+ 1 e pi : x− y + 5 = 0 Soluc¸a˜o: sin(α) = |(1,− 2,2) · (1,− 1,0)|√ 1 + 4 + 4 √ 1 + 1 ⇒ α = arcsen( √ 2 2 ) 2.7.2 Condic¸o˜es de paralelismo e perpendicularismo entre reta e plano i. Se r ‖ pi, ~v ⊥ ~n. ii. Ser ⊥ pi, ~v ‖ ~n. 2.7.3 Condic¸o˜es para que uma reta esteja contida num plano i. O vetor ~v de r e´ ortogonal ao vetor ~n. ii. Um ponto A pertence a r pertence tambe´m ao plano. 2.7.4 Agora tente resolver! 1. Determinar o aˆngulo entre os planos: (a) pi1 : 2x− 3y + z − 5 = 0 e pi2 : x+ 2y − 2z − 12 = 0 (b) pi1 : 2x− 3y + 5z − 8 = 0 e pi2 : 3x+ 2y + 5z − 4 = 0 (c) pi1 : 3x+ 2y − 6 = 0 e pi2 : plano xOz. 2. Determine se os seguintes planos sa˜o paralelos ou ortogonais: (a) pi1 : 4x+ 6y + 8z = 0 e pi2 : 2x+ 3y + 4z − 3 = 0; (b) pi1 : 3x− 2y + z + 4 = 0 e pi2 : 2y + 4z = 0; (c) pi1 : 4x− 6y + 2z − 4 = 0 e pi2 : −6x+ 9y − 3z + 1 = 0; (d) pi1 : −2x+ 3y − 2z + 1 = 0 e pi2 : −x+ 2y + 4z − 4 = 0; 3. Verifique se as retas sa˜o paralelas aos planos: a) r : { x− 1 3 = y + 1 −2 = z e pi : x+ 2y + 3 = 0 47 IMEF - FURG 2.8. INTERSEC¸A˜O ENTRE PLANOS b) s : { y = 2x z = −3x+ 7 e pi : 2x+ 5y + 4z − 12 = 0 4. Sendo r : { x− 1 a = y − 2 −1 = z + 3 e pi : 2x+3y−z+d = 0, determinar a e d tal que a reta r esteja contida no plano pi. 2.8 Intersec¸a˜o entre Planos Considere dois planos: pi1 : a1x + b1y + c1z + d1 = 0 e pi2 : a2x + b2y + c2z + d2 = 0, a intersec¸a˜o de dois planos na˜o paralelos e´ uma reta r cujas equac¸o˜es se deseja determinar. Portanto, pi1 ∩ pi2 = {t}. Figura 2.10: Intersec¸a˜o entre planos Para determinar um ponto e um vetor diretor da reta t, da Figura 2.10, encontramos suas equac¸o˜es reduzidas, isolando duas varia´veis em func¸a˜o da terceira. Como a reta t esta´ contida nos dois planos, as coordenadas de 48 IMEF - FURG 2.9. INTERSEC¸A˜O DE UMA RETA COM O PLANO qualquer ponto (x,y,z) ∈ t devem satisfazer, simultaneamente, as equac¸o˜es dos dois planos. Assim, os pontos da reta constituem a soluc¸a˜o do sistema formado pelas equac¸o˜es dos planos. Exemplo 40. Encontre a reta de intersec¸a˜o dos planos pi1 : x+3y−z+4 = 0 e pi2 : 3x− 2y + z − 7 = 0. Soluc¸a˜o: x+ 3y − z + 4 = 0 3x− 2y + z − 7 = 0(+) 4x+ y − 3 = 0⇒ y = −4x+ 3 substituindo na primeira equac¸a˜o, temos: x+ 3(−4x+ 3)− z + 4 = 0 −11x− z + 13 = 0 z = −11x+ 13 Enta˜o: { y = −4x+ 3 z − 11x+ 13 Estas sa˜o as equac¸o˜es reduzidas da reta intersec¸a˜o dos planos, sendo os pontos desta intersec¸a˜o da forma: (x,− 4x+ 3,− 11x+ 13). Observac¸a˜o: Sendo ~vr ⊥ ~n1 e ~n2, o vetor da reta pode ser obtido por ~vr = ~n1 × ~n2. (Resolva o exemplo anterior usando o produto vetorial). Um ponto da reta r satisfaz as equac¸o˜es dos planos, sendo uma soluc¸a˜o particular pelo sistema formado por elas. 2.9 Intersec¸a˜o de uma reta com o plano Para ilustrar a situac¸a˜o vamos resolver o exemplo a seguir. Exemplo 41. Considere r : { x = −y + 2 z = −3y + 6 e pi : 2x + y − 4z − 13 = 0. Encontre o ponto de intersec¸a˜o entre a reta e o plano. Se existir, tera´ coordenadas que satisfac¸am simultaneamente as equac¸o˜es da reta e do plano. 49 IMEF - FURG 2.9. INTERSEC¸A˜O DE UMA RETA COM O PLANO Resolvendo o sistema: r ∩ pi = I ⇒ x = −y + 2 z = −3y + 6 2x+ y − 4z − 13 = 0 ⇒ 2(−y + 2) + y − 4(−3y + 6)− 13 = 0. Portanto, o ponto de intersec¸a˜o e´ I(−1,3,− 3). RESUMO: Posic¸a˜o relativa entre reta e plano: a) Se ~n e ~vr sa˜o ortogonais ⇒ ~n · ~vr = 0 (~n ⊥ ~vr). Ou r ⊂ pi ou r ‖ pi ⇒ r ∩ pi = ∅. b) Se ~n e ~vr na˜o sa˜o ortogonais ⇒ ~n · ~vr 6= 0, r ∩ pi = I a reta intercepta o plano. c) Se ~n e ~vr sa˜o ortogonais, para decidir se r ⊂ pi ou r ‖ pi , verificamos se um ponto de r pertence ao plano. Caso afirmativo, r ⊂ pi sena˜o r ‖ pi. Posic¸a˜o relativa entre planos: a) Se o plano pi1 coincide com pi2 : ~n1 ‖ ~n2. pi1 ≡ pi2 se e somente se, os coeficientes a1, b1, c1, d1 e a2, b2, c2, d2 sa˜o proporcionais. b) pi1 ‖ pi2, ~n1 ‖ ~n2 ∴ a1 a2 = b1 b2 = c1 c2 , pore´m d1 e d2 na˜o tem a mesma proporc¸a˜o. c) ~n1 e ~n2 na˜o paralelos, pi1 ∩ pi2 = r. 2.9.1 Agora tente resolver! 1. Determinar um ponto e um vetor da reta de intersec¸a˜o com os seguintes planos: (a) pi1 : x− 2y + z − 8 = 0 e pi2 : 2x− y + z − 5 = 0 (b) pi1 : 3x+ y + 2z + 1 = 0 e pi2 : −x+ 3y − 2 = 0 2. Determinar a intersec¸a˜o, se houver, do planos e a reta: (a) pi : x− 3y − 3z − 5 = 0 e r : x+13 = y+34 = z+42 50 IMEF - FURG 2.10. INTERSEC¸A˜O DE UM PLANO COM OS EIXOS E PLANOS COORDENADOS (b) pi : x+ y − 2z + 4 = 0 e x = 5 + 3t y = 2− t z = −4 + t (c) pi : xOy e { y = 2x z = −3x+ 9 2.10 Intersec¸a˜o de um Plano com os Eixos e Pla- nos coordenados Considere o plano: pi : 3x+ 4y + z − 12 = 0. Vamos encontrar a intersec¸a˜o de pi com os eixos coordenados e com os planos coordenados a) Com os eixos coordenados Lembrando que: Ox { y = 0 z = 0 , Oy { x = 0 z = 0 , Oz { x = 0 y = 0 (2.16) Voltando ao exemplo, resolvendo os sistemas lineares: 1. pi ∩ 0x→ 3x+ 4y + z − 12 = 0 y = 0 z = 0 → Px(4,0,0) 2. pi ∩ 0y → Py(0,3,0) 3. pi ∩ 0z → Pz(0,0,12) 51 IMEF - FURG 2.11. DISTAˆNCIAS Figura 2.11: Intersec¸a˜o do plano com os eixos b) Com os planos coordenados Lembrando que as equac¸o˜es dos planos coordenados sa˜o respectiva- mente: xOy : z = 0, xOz : y = 0 e yOz : x = 0. 1. pi ∩ x0y = r → { 3x+ 4y + z − 12 = 0 z = 0 → { y = −34x+ 3 z = 0 2. pi ∩ x0z = r → { 3x+ 4y + z − 12 = 0 y = 0 → { z = −3x+ 12 y = 0 3. pi ∩ y0z = r → { 3x+ 4y + z − 12 = 0 x = 0 → { z = −4x+ 12 x = 0 2.11 Distaˆncias 2.11.1 Distaˆncia de um ponto a um Plano Dado um ponto A(x0,y0,z0) na˜o pertencente a pi e o plano pi : ax+ by+ cz + d = 0, queremos determinar a distaˆncia de A ao plano pi. Se P (x,y,z) e´ um ponto no plano e ~n a normal ao plano enta˜o a distaˆncia de qualquer ponto A ao plano, d(A,pi), e´ o mo´dulo da projec¸a˜o ortogonal −→ PA na direc¸a˜o de ~n. Observe a Figura 2.12. 52 IMEF - FURG 2.11. DISTAˆNCIAS Figura 2.12: Distaˆncia de ponto a plano d(A,pi) = ∣∣∣proj~n ~PA∣∣∣ = ∣∣∣∣−→PA · ~n|~n| ∣∣∣∣ (2.17) d(A,pi) = ∣∣∣∣(x0 − x,y0 − y,z0 − z)(a,b,c)√a2 + b2 + c2 ∣∣∣∣ d(A,pi) = ∣∣∣∣a(x0 − x) + b(y0 − y) + c(z0 − z)√a2 + b2 + c2 ∣∣∣∣ Como P ∈ pi, suas coordenadas satisfazem a equac¸a˜o do plano, enta˜o d = −ax− by − cz. Portanto, d(A,pi) = |ax0 + by0 + cz0 + d|√ a2 + b2 + c2 (2.18) Observe que a expressa˜o do numerador se obte´m substituindo as coordena- das do ponto A. Esse valor sera´ sempre positivo, pois no numerador temos o mo´dulo do nu´mero e o denominador e´ o mo´dulo do vetor normal ao plano. 2.11.2 Distaˆncia entre dois planos A distaˆncia entre dois planos so´ e´ definida se os planos sa˜o paralelos, portanto, a distaˆncia d entre eles e´ a distaˆncia de um ponto qualquer de um dos planos ao outro: d(pi1,pi2) = d(A,pi2) com A ∈ pi1. 2.11.3 Distaˆncia de uma reta a um plano So´ e´ definida quando a reta e´ paralela ao plano, enta˜o a distaˆncia da reta ao plano e´ a distaˆncia de um ponto qualquer da reta ao plano, d(r,pi) = d(A,pi) com A ∈ r. 53 IMEF - FURG 2.12. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 2.11.4 Agora tente resolver! 1. Encontrar a distaˆncia da reta: r : { x = 3 y = 4 a) Ao plano x0z b) Ao plano y0z c) Ao plano pi : x+ y − 12 = 0 2.12 Lista de Exerc´ıcios - Planos 1. Escrever a equac¸a˜o do plano que passa por A(3,2,3) e e´ perpendicular ao segmento que liga este ponto ao ponto P (4,4,6). 2. Determinar a equac¸a˜o geral do plano perpendicular a` reta r : { y = 3x+ 2 z = 4x− 2 e que contenha o ponto A(3,1,2). 3. Determinar a equac¸a˜o geral do plano que passa pelo ponto me´dio do segmento de extremos A(4,3,6), B(2,1,0) e seja perpendicular a ele. 4. Dadas as equac¸o˜es parame´tricas x = 3 + 2h+ t y = 4− h+ t z = 6− h+ 2t , obter uma equac¸a˜o geral do plano. 5. Escrever uma equac¸a˜o geral e as equac¸o˜es parame´tricas do plano de-terminado pelos pontos: A(2,1,6), B(−1,4,8), C(1,− 1,− 1). 6. Determinar uma equac¸a˜o geral do plano que conte´m as retas: r1 : { y = 2x+ 2 z = 3x− 1 r2 : { x− 1 2 = y − 4 1 = z − 2 2 7. Determinar uma equac¸a˜o geral do plano que conte´m as retas: r1 : { x = 2y − 2 z = y − 3 r2 : { y = 2x+ 1 z = −3x− 2 8. Determinar a equac¸a˜o geral do plano que contenha o ponto e a reta dados: (a) A(3,4,6) e r x = t y = 3− t z = 3 + 2t (b) A(4,5,2) e o eixo z 54 IMEF - FURG 2.12. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 9. Obter uma equac¸a˜o geral do plano paralelo ao eixo dos x e que conte- nha os pontos A(−4,1,2), B(0,− 3,4). 10. Determinar a posic¸a˜o relativa dos seguintes planos, em relac¸a˜o aos planos e eixos coordenados: (a) 3x− 2y + 6 = 0 (b) x− 3z = 0 (c) 2y + z − 9 = 0 (d) z − 3 = 0 (e) y = 0 (f) x+ 5 = 0 11. Determine as intersec¸o˜es dos planos com os eixos coordenados e repre- sente graficamente: (a) 5x+ 2y − 10 = 0 (b) y + 2z − 4 = 0 (c) x− 5 = 0 (d) z = 3 (e) 3x+ 2y + 4z = 12 (f) 4x+ 2y + 6z = 12 (g) y + z = 5 (h) x+ y − z = 0 12. Determine a equac¸a˜o do plano que passa: (a) pelo ponto P (5,6,2) e e´ paralelo ao plano xOy; (b) pelo ponto P (2,3,3) e e´ paralelo ao plano xOz; (c) pelo ponto P (1,− 2,2) e e´ paralelo ao plano yOz. 13. Dados os seguintes planos: pi : ax + by − 4z + 3 = 0 e α : 3x + 2y − 2z + 20 = 0, calcule: (a) a e b para que os planos sejam paralelos. (b) a distaˆncia entre eles. 14. Determinar a equac¸a˜o geral do plano que passa pelo ponto A(−4,2,9) e e´ perpendicular ao eixo Oz. 15. Determinar a equac¸a˜o geral do plano mediador do segmento retil´ıneo que tem por extremidades os pontos A(4,3,− 4), B(2,3,− 4). 55 IMEF - FURG 2.12. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 16. Escreva a equac¸a˜o do plano paralelo ao eixo Ox e que passa pelos pontos A(6,1,2) e B(6,− 1,3). 17. Determinar a equac¸a˜o do plano que passa pelo ponto A(3,1, − 1) e e´ perpendicular ao plano 2x− 2y + z + 4 = 0, tendo sua intersec¸a˜o com o eixo Oz no ponto de cota igual a −3. 18. Determine a equac¸a˜o do plano que passa pela origem e e´ perpendicular aos planos xOy e y − 2 = 0. 19. Escreva a equac¸a˜o do plano determinado pelas retas r : x2 = y + 1 = z − 3 e (x,y,z) = (−1,1,0) + t(4,2,2). 20. Determinar a intersec¸a˜o da reta r : (x,y,z) = (0,1,0) + t(1, − 2, − 1), como plano pi : 2x+ y − z − 4 = 0. 21. Escreva a equac¸a˜o do plano: (a) paralelo ao plano xy, 10 unidades acima dele; (b) perpendicular ao eixo dos z, no ponto (0,0,− 15); (c) paralelo ao plano xz, 8 unidades atra´s dele. 22. Escreva as equac¸o˜es parame´tricas da reta r, intersec¸a˜o dos planos: pi1 : 2x+ y − z = 0 e pi1 : x− 2y + z − 1 = 0. 23. Determinar a equac¸a˜o do plano pi, paralelo ao plano α : 2x + 5y + z − 4 = 0, sabendo-se que passa pelo ponto de intersec¸a˜o da reta r : (x,y,z) = (1,0,3) + t(2,− 1,3) com o plano pi2 : x+ 3y − z − 2 = 0. 24. O ponto A(3,2,2) ∈ pi e o plano pi e´ paralelo aos vetores ~u = (3,2,− 1) e ~v = (2,2,3). Escreva a equac¸a˜o vetorial, as equac¸o˜es parame´tricas e a equac¸a˜o geral do plano pi. 25. Determine as equac¸o˜es parame´tricas do plano pi : 3x+ 2y− z + 6 = 0. 26. Determine a equac¸a˜o geral do plano pi de equac¸o˜es: x = 1 + 3h+ t y = −1 + h+ 2t z = −h+ 3t 27. Escrever uma equac¸a˜o geral e as equac¸o˜es parame´tricas dos planos determinados pelos seguintes pontos: (a) A(2,0,− 1), B(3,1,2), C(4,− 1,− 3) (b) A(3,2,1), B(1,− 2,1), C(0,2,3) 56 IMEF - FURG 2.12. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 28. Escreva uma equac¸a˜o geral do plano paralelo ao eixoOx e que contenha A(2,3,0) e B(1,0,− 1). 29. Determine uma equac¸a˜o geral para o plano pi que conte´m A(2,1,− 1) e B(3,2,3) e e´ perpendicular ao plano α : 3x− y + 2z = 0. 30. Determine a distaˆncia dos pontos aos respectivos planos: (a) P (2,3,6) e pi : x+ y + z = 0 (b) P (2,− 1,2) e pi : 2x− 2y − z + 3 = 0 (c) P (−3,1,2) e pi : 2x− 3y + 6z − 42 = 0 31. Verifique se os planos sa˜o paralelos, caso afirmativo calcule a distaˆncia entre os mesmos: pi1 : x+ y + z = 4 e pi2 : 2x+ 2y + 2z = 5. 32. Determine a distaˆncia da reta r ao plano pi: r : x = 4 + 3t y = −1 + t z = t pi : x− y − 2z + 4 = 0. 57 IMEF - FURG Cap´ıtulo 3 Gabaritos 3.1 Lista de Exerc´ıcios - Retas 1. x = 6 + 2t, y = 3− 6t, z = 9− t; x− 6 2 = y − 3 −6 = z − 9 −1 2. gra´ficos 3. a.y = 2x− 14, z = 7 4 x− 16; b. y = −x+ 5, z = −1 3 x+ 2 4. x = −3 2 z + 7 2 , y = 2z 5. Paralela ao eixo x : x = 4 + t, y = −5,z = 3 ou y = −5,z = 3. Paralela ao eixo y : x = 4, y = −5 + t, z = 3 ou x = 4, z = 3. Paralela ao eixo z : x = 4, y = −5,z = 3 + t ou x = 4, y = −5. 6. a. θ = arccos( 1 2 ); b. θ = arccos( √ 66 11 ). 7. m = −19 5 8. a. I(2,1,3); b. h = 1, t = −1, I(3,8,12) 9. a. y = −2, z = 4; b. x = 3, z = 1; c. x = 4 + t, y = −1 − t, z = 2; d. x = 2, y = −3 + 2t, z = 4− t. 10. I(2,− 3,4) 11. I(1,4,− 2) 12. √ 306 3 u.c. 13. 2 √ 2u.c. 58 3.2. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 14. a. x− 3 1 = y + 4 −3 = z − 4 −2 ; b. (5,− 10,0) 15. m = 4 16. x = 2 + 2t, y = −3 + 4t, z = 3 + 8t 17. Uma soluc¸a˜o: −→v = (−3,− 1,2);x = 3− 3t, y = 3− t, z = −2 + 2t 18. a. x = 3− t, y = 2− t, z = 2− 2t; b. x = −1 + 5 2 t, y = −1 2 t, z = 2− t 19. −→v = (−−→AB×−→AC)×−−→AB = (6,− 12,− 12);x = 3 + 6t, y = −2− 12t, z = −12t 20. −−→ AB = (3,0,1), x+ 1 3 = z − 3, y = 1; −→AC = (4, − 2, − 4), x+ 1 4 = y − 1 −2 = z − 3 −4 ; −−→ BC = (1,− 2,− 5), x− 2 = y − 1−2 = z − 4 −5 21. 7u.c. 22. −→v = (1,− 3,1);x = 1 + t, y = −3− 3t, z = 2 + t 23. −→v = (1,− 2 5 ,6);x = 4 + t, y = −4− 2 5 t, z = 2 + 6t 24. x− 2 3 = y + 3 3 = z − 4 −4 25. x− 3 3 = y − 3 = z + 2−2 26. a. Pm(0, 1 2 ,1), x = 2t, y = 1 2 ,z = 1 + 3t; b. Pm(0,0,0), x = t, y = 0, z = 0; c. Pm(4,− 1 2 , 3 2 ); d. Pm(4,6,3); e. Pm(5, 3 2 ,7) 27. Na˜o sa˜o paralelas, sa˜o coplanares, ponto de intersec¸a˜o I(1,2,3), para- metrizac¸a˜o: x = 1 + 2t y = 2− t 0 ≤ t ≤ 2. z = 3− t 3.2 Lista de Exerc´ıcios - Planos 1. x+ 2y + 3z − 16 = 0 2. x+ 3y + 4z − 14 = 0 3. x+ y + 3z − 14 = 0 4. x+ 5y − 3z − 5 = 0 59 IMEF - FURG 3.2. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 5. 17x+ 23y − 9z − 3 = 0 6. x+ 4y − 3z − 11 = 0 7. 5x− 7y − 3z − 1 = 0 8. a. 5x− 3y − 4z + 21 = 0; b.5x− 4y = 0 9. 2y + 4z − 10 = 0 10. a. plano paralelo Oz; b.plano paralelo Oy; c. plano paralelo Ox; d. plano paralelo ao plano xOy; e. plano paralelo ao plano xOz; f. plano paralelo ao plano yOz 11. Gra´ficos. 12. a. z − 2 = 0; b. y − 3 = 0; c. x− 1 = 0 13. a. a = 6, b = 4 14. z − 9 = 0 15. x− 3 = 0 16. y + 2z − 5 = 0 17. 5x+ y − 8z − 24 = 0 18. x = 0 19. 5x− 5y − 5z + 10 = 0 20. P (3,− 5,− 3) 21. a. z = 10; b. z = −15; c. y = −8 22. y = 3x− 1, z = 5x− 1 23. 2x+ 5y + z − 3 = 0 24. 8x− 11y + 2z − 6 = 0 25. x = t, y = h, z = 6 + 3t+ 2h 26. x− 2y + z − 3 = 0 27. a.x+ 8y − 3z − 5 = 0; b. 2x− y + 3z − 7 = 0 28. y − 3z − 3 = 0 29. 6x+ 10y − 4z − 26 = 0 60 IMEF - FURG 3.2. LISTA DE EXERCI´CIOS - PLANOS 30. a. 11 √ 3 3 u.c.; b. 7 3 u.c.; c. 39 7 u.c. 31. √ 3 2 u.c. 32. 3 √ 6 2 u.c. Bibliografia 1. Steinbruch, A.; Winterle, P. Geometria Anal´ıtica, Sa˜o Paulo: Pearson Makron Books, 1987. 2. Winterle, P. Vetores e Geometria Anal´ıtica, Sa˜o Paulo: Makron Books, 2 ed., 2014. 3. Boulos, P. Geometria Anal´ıtica: um tratamento vetorial, Sa˜o Paulo: McGraw-Hill, 1987. 4. Weir, Maurice D. Ca´lculo (George B. Thomas), Volume II, Sa˜o Paulo: Addison Wesley, 2009. 61 IMEF - FURG Apeˆndice A Retas e Planos - Exemplos Exemplos de retas e planos: Exemplo 42. A intersec¸a˜o dos planos pi : 3x − 6y − 2z − 15 = 0 eα : 2x+ y − 2z − 5 = 0 e´ a reta r : (x,y,z) = (2.8,− 1.02,− 0.1) + t(14,2,15). Figura A.1: Intersec¸a˜o entre planos. 62 Exemplo 43. Treˆs pontos na˜o alinhados pertencentes a um plano. Figura A.2: Pontos pertencentes a um plano. 63 IMEF - FURG Exemplo 44. Intersec¸a˜o entre retas. Essas retas sa˜o tambe´m ortogonais. Figura A.3: Retas ortogonais. 64 IMEF - FURG Exemplo 45. Reta perpendicular ao plano xOy. O ponto A ∈ xOy. Figura A.4: Reta perpendicular ao plano xOy. 65 IMEF - FURG Apeˆndice B Estudo da Reta no plano cartesiano B.1 Conceito de Produto Cartesiano Dados dois conjuntos A e B, o produto cartesiano de A por B, (A×B) e´ o conjunto formado por todos os pares ordenados (a,b), em que a ∈ A e b ∈ B: A×B = {(a,b)|∀a ∈ A;∀b ∈ B} Exemplo 46. Considere os seguintes conjuntos: A = {1,3,5} e B = {2,3}. A×B = {(1,2),(1,3),(3,2),(3,3),(5,2),(5,3)} Produtos cartesianos importantes: Sendo R - conjunto dos reais. Indica-se por R2 o conjunto formado pelos pares ordenados (x,y), em que x e y sa˜o nu´meros reais. O produto cartesiano: R× R = R2 = {(x,y)|∀x ∈ R; ∀y ∈ R}. O nu´mero x e´ a primeira coordenada (abscissa) e o nu´mero y a segunda coordenada (ordenada) do par (x,y). Indica-se por R3 o conjunto formado pelos ternos ordenados (x,y,z), em que x,y e z sa˜o nu´meros reais. O produto cartesiano: R× R× R = R3 = {(x,y,z)|∀x ∈ R,∀y ∈ R,∀z ∈ R}. 66 B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO O nu´mero x e´ a primeira coordenada (abscissa) e o nu´mero y a segunda coordenada (ordenada) e z e´ a terceira coordenada (cota) do terno (x,y,z). B.1.1 Coordenadas Cartesianas na reta Uma reta orientada e´ uma reta na qual tomamos um sentido positivo de percurso (flecha). Figura B.1: Reta Orientada. Como vimos, cada ponto no plano (R2) possui uma abscissa e uma or- denada, portanto, o ponto P e´ um par ordenado (x,y). Note que o plano cartesiano e´ formado a partir de duas retas mutuamente perpendiculares. O eixo x e´ perpendicular ao eixo y. Figura B.2: Plano cartesiano. Exemplo 47. Pontos no plano cartesiano. 67 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Suponha que deseja-se marcar o ponto A(1, − 3) no plano cartesiano. Para isso, imagine uma reta vertical passando pelo ponto 1 do eixo x e uma reta horizontal passando pelo ponto −3 do eixo y. A intersec¸a˜o dessas duas retas e´ o ponto A. Figura B.3: Ponto no plano cartesiano. Distaˆncia entre dois pontos Para falar em distaˆncia entre dois pontos devemos lembrar do Teorema de Pita´goras, que relaciona as medidas dos lados de um triaˆngulo retaˆngulo. Os lados que formam um aˆngulo reto sa˜o denominados catetos e o lado oposto ao aˆngulo reto e´ chamado de hipotenusa. Assim, temos a2 = b2 + c2. Pela figura abaixo, considere os pontos P (x1,y1) e Q(x2,y2) Figura B.4: Distaˆncia entre dois pontos. 68 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO |−−→PQ|2 = |x2 − x1|2 + |y2 − y1|2 = (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 |−−→PQ| = √ (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 Ponto Me´dio Considere treˆs pontos sobre uma reta A(x1,y1), B(x2,y2), P (x,y), onde P e´ o ponto me´dio entre A e B, enta˜o AP = PB. Portanto, x = (x1 + x2) 2 , y = (y1 + y2) 2 P = ( x1 + x2 2 , y1 + y2 2 ) Figura B.5: Ponto me´dio. B.1.2 A Equac¸a˜o da Reta no plano E´ fa´cil perceber que dois pontos distintos definem uma u´nica reta. Con- sidere a reta definida por A(x0,y0) e B(x1,y1). Um ponto P (x,y) esta´ sobre a reta desde que A,B e P sejam colineares, como podemos observar pela figura abaixo. Tal condic¸a˜o de alinhamento e´ satisfeita se os triaˆngulos ABM e APN forem semelhantes, PN AN = BM AM Portanto, y − y0 x− x0 = y1 − y0 x1 − x0 . 69 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura B.6: Definic¸a˜o da equac¸a˜o da reta. Onde, x0,y0,x1,y1 sa˜o nu´meros conhecidos. Tal constante e´ o coefici- ente angular da reta a e pode ser calculado dividindo-se a variac¸a˜o 4y das ordenadas dos pontos conhecidos da reta pela variac¸a˜o4x de suas abscissas. a = 4y 4x = y1 − y0 x1 − x0 . Enta˜o, y1 − y0 x1 − x0 = a ou y − y0 = a(x − x0) e´ a equac¸a˜o na forma ponto coeficiente angular. Isolando y, temos y = ax− ax0 + y0, onde ax0 + y0 = b, enta˜o a forma da equac¸a˜o reduzida da reta e´ dada por y = ax+ b. Sendo assim, a e´ o coeficiente angular da reta e b o coeficiente linear. Di- zer que y = ax+b e´ uma equac¸a˜o de uma dada reta significa que todo ponto da reta tem coordenadas que satisfazem sua equac¸a˜o. Reciprocamente, todo par ordenado que satisfaz sua equac¸a˜o e´ um ponto da reta. Declividade ou coeficiente angular Considere uma reta r na˜o paralela ao eixo Oy e α sua inclinac¸a˜o, o coeficiente angular a e´ o nu´mero real que expressa a tangente trigonome´trica de sua inclinac¸a˜o α. a = tgα Observe a seguir os casos com 0◦ ≤ α < 180◦ : A equac¸a˜o da reta horizontal e´ y = b. 70 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura B.7: Reta horizontal. Figura B.8: Reta com coeficiente angular negativo. 71 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura B.9: Reta com coeficiente angular positivo. Figura B.10: Reta vertical. A equac¸a˜o da reta vertical e´ x = c. Observamos que uma reta com coeficiente angular positivo dirige-se para cima e para direita, e, uma reta com coeficiente angular negativo dirige-se para baixo e para direita. Exemplo 48. Como calcular o coeficiente angular: Dados dois pontos da reta, por exemplo, A(2,3) e B(4,7), enta˜o: a = 7− 3 4− 2 = 4 2 = 2 Equac¸a˜o da reta conhecidos um ponto e a declividade: 72 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Considere P (x,y) um ponto gene´rico sobre a reta e a a declividade (co- eficiente angular), temos tgα = a = y − y1 x− x1 ⇒ y − y1 = a(x− x1) Exemplo 49. Se o ponto A(3,2) pertence a reta r e o coeficiente angular da reta e´ 2, usando a equac¸a˜o (y − y1) = a(x− x1), temos: (y − 2) = 2(x− 3)⇒ (y − 2) = 2x− 6⇒ y = 2x− 4. Equac¸a˜o Geral da reta: Toda reta possui uma equac¸a˜o na forma ax+ by + c = 0 na qual a,b e c sa˜o constantes e a e b na˜o sa˜o simultaneamente nulos, chamada de equac¸a˜o geral da reta. Retas paralelas Duas retas sa˜o paralelas quando na˜o existe um ponto comum a elas. Por- tanto, duas retas sa˜o paralelas se, e somente se, possuem a mesma inclinac¸a˜o a e cortam o eixo Oy em pontos diferentes. Figura B.11: Retas paralelas. Retas concorrentes Exemplo 50. Dadas as retas r : 3x + 2y − 7 = 0 e s : x − 2y − 9 = 0, determinar o ponto P de intersec¸a˜o das retas r e s. 73 IMEF - FURG B.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura B.12: Retas concorrentes. Soluc¸a˜o: Resolver o seguinte sistema:{ 3x+ 2y − 7 = 0 x− 2y − 9 = 0 Temos: 4x − 16 = 0 ⇒ 4x = 16 ⇒ x = 4, substituindo na segunda equac¸a˜o, y = −5 2 . Portanto, P (4, −5 2 ). Retas perpendiculares Duas retas sa˜o perpendiculares quando o aˆngulo entre elas e´ 90◦. Sejam, r : y = ax+ b e s : y = mx+ n, r e s sa˜o perpendiculares se ma = −1. Figura B.13: Retas perpendiculares. 74 IMEF - FURG
Compartilhar