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Apostila ANATOMIA

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Prévia do material em texto

Anatomia Humana 
Aplicada
à Educação Física
PROFESSORA
Dr.ª Carmem Patrícia Barbosa
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, 
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos 
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento 
Alessandra Baron, Gerência de Produção de Contéudo Juliano de Souza, Supervisão do Núcleo 
de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Contéudo Mara Cecilia 
Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer 
Educacional Maria Fernanda Vasconcelos, Ana Claudia Salvadego Revisão Textual DanielaFerreira 
dos Santos, Pedro Afonso Barth, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BARBOSA, Carmem Patrícia.
 Anatomia Humana Aplicada à Educação Física. Carmem Patrícia Barbosa.
 (Reimpressão)
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2018.
 230 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Anatomia. 2. Humana. 3. EaD. I. Título.
 ISBN 978-85-459-0437-3
CDD - 22ª Ed. 701.1 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande 
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, 
informação, conhecimento de qualidade, novas 
habilidades para liderança e solução de problemas 
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência 
no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: 
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume 
o compromisso de democratizar o conhecimento por 
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar 
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com 
as demandas institucionais e sociais; a realização 
de uma prática acadêmica que contribua para o 
desenvolvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento acadêmico 
com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja 
ser reconhecida como uma instituição universitária 
de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de 
competências institucionais para o desenvolvimento 
de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos 
presencial e a distância; bem-estar e satisfação da 
comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica 
e administrativa; compromisso social de inclusão; 
processos de cooperação e parceria com o mundo 
do trabalho, como também pelo compromisso 
e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA 
– Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
6 
autora
6 
Professora Doutora
Carmem Patrícia Barbosa
Tem Doutorado e Mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual 
de Maringá (UEM) na área de Concentração Biologia Celular, respectivamente 
nos anos de 2002 e 2013. Especialização em Morfofi siologia Aplicada à Educação 
Corporale à Reabilitação pela UEM (2000). Possui graduação em Fisioterapia pela 
Universidade Estadual de Londrina (UEL/1997). Desde 2002 é professora das 
disciplinas de Anatomia Humana, Fisiologia Humana, Cinesiologia e Biomecânica, 
Bases Neurofuncionais do Movimento no Centro de Ensino Superior de Maringá 
(UniCesumar) e desde 2012 é professora na área de Anatomia Humana na UEM, 
no Departamento de Ciências Morfológicas (DCM) e também no curso de espe-
cialização. Foi membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UniCesumar e 
faz parte do corpo editorial da revista “Saúde e Pesquisa” da mesma instituição. 
Iniciação Científi ca da UniCesumar e ArquiMudi da UEM. Tem experiência nos cur-
sos de Educação Física, Odontologia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Nutrição, 
Biomedicina, Fisioterapia e Estética.
apresentação do material
Anatomia Humana Aplicada à Educação Física
Carmem Patrícia Barbosa
Prezado(a) aluno(a), a palavra Anatomia é originária 
do grego e decorre da fusão de “ana” e “tomein”, que 
significam, respectivamente, “partes” e “cortar”. Assim, 
é possível traduzir literalmente a palavra “Anatomia” 
como cortar em partes. Essa palavra foi escolhida 
porque na Grécia antiga a atenção era dada exclu-
sivamente ao ato de cortar o que estava implícito no 
conceito geral da anatomia. Tal fato explica, ao menos 
em parte, porque até mesmo nos dias de hoje muitas 
pessoas se sentem incomodadas ou têm medo de es-
tudar anatomia.
Enquanto ciência, a anatomia tem um significado 
muito mais amplo, pois estuda macro e microscopi-
camente a constituição e o desenvolvimento do ser 
humano. Sua existência sempre esteve relacionada à 
imensa curiosidade do homem em melhor compre-
ender as estruturas que o formam e as diferenças que 
existem em relação a seus semelhantes, em termos de 
constituição e função.
O início dos estudos anatômicos foi difícil, pois princí-
pios éticos e religiosos da época impunham restrições 
ao ato de expor o corpo humano, já que para desven-
dar os mistérios desta fabulosa “máquina”, a simples 
observação superficial não era suficiente. Por isso, a 
necessidade de aprofundar tal estudo foi posterior-
mente saciada pela dissecação (ou dissecção).
A palavra dissecar tem origem latina e é produto da 
fusão de “dis” (separar) mais “secare” (cortar). Assim, 
por meio da dissecação, os órgãos do corpo podem ser 
expostos cirurgicamente, de maneira metódica, por 
meio de incisões adequadas que mantêm a organiza-
ção natural do corpo. Dessa forma, é possível manter 
os órgãos separados, mas ao mesmo tempo em uma 
relação de dependência entre forma e função.
Vale ressaltar que os estudos da anatomia humana são 
realizados no cadáver - nome dado ao corpo, após a 
morte, enquanto, este ainda conserva parte de seus 
tecidos. Esse termo, segundo a etimologia popular, 
teve origem na expressão latina “caro data vermibus” 
que significa “a carne dada aos vermes”. Os etimolo-
gistas defendem que a palavra deriva da raiz “cado”, 
que significa “caído”. Estranho, não é? Esse termo 
foi escolhido devido ao fato de que, como o estudo 
anatômico era inicialmente proibido, aqueles que se 
interessavam pela dissecação muitas vezes o faziam às 
escuras, violando sepulturas e dissecando corpos que 
já estavam em estado de putrefação.
Complementarmente, estudos realizados em animais 
originaram a anatomia comparativa por meio da qual 
a compreensão da constituição do corpo era realizada 
primeiramente em animais para posterior comparação 
com seres humanos. Inclusive, a dissecação de animais 
prenhes permitiu a observação de fetos e representou 
o início da embriologia como ciência.
A embriologia (estudo da formação dos órgãos e sis-
temas), a citologia (estudo das células) e a histologia 
(estudo dos tecidos) tiveram seus desenvolvimentos 
fortemente marcados pelo surgimento do microscópio. 
Isto porque este instrumento possibilitou o estudo 
específico dos elementos constituintes dos seres orga-
nizados. Vale ressaltar que embora todas estas ciências 
sejam consideradas especializações, são vistas como 
ramos da anatomia.
Em relação aos principais aspectos históricos da ana-
tomia humana, sabe-se que os primeiros esboços ana-
tômicos datam do período paleolítico e que os gregos 
foram grandes responsáveis por seu desenvolvimento. 
No Brasil, a Bahia se destacou como “berço do ensi-
no médico” e, na mesma época, iniciou-se o ensino 
médico oficial no Rio de Janeiro.
Atualmente, o estudo da anatomia ainda é realizado 
por meio da dissecação de cadáveres humanos con-
siderados normais, embora, possam existir variações 
anatômicas individuais e diferenças morfológicas em 
decorrência da passagem do estado vivo ao cadavéri-
co. No entanto, é possível aprender anatomia mesmo 
sem a dissecação por meio da observação do corpo 
humano, por sua palpação e pelo estudo da anatomia 
de superfície (a qual avalia os relevos e depressões 
que as estruturas anatômicas são capazes de formar).
Por todo o exposto, pode-se concluir que esta tão bela 
e polêmica ciência se encarrega de estudar o corpo 
humano em detalhes. Seu estudo pode ser feito de 
maneira regional, clínica ou sistêmica. Enquanto, no 
estudo regional (ou topográfico) são apresentados os 
pormenores de uma determinada região do corpo, 
no estudo clínico as estruturas e as funções são apre-
sentadas aos profissionais da área da saúde a fim de 
habilitá-los a compreender o corpo em um contexto 
clínico geral. 
No entanto, neste livro, estudaremos a anatomia sistê-
mica, ou seja, os detalhes de cada sistema que compõe 
a fabulosa “máquina” chamada corpo humano. Para 
tanto, estudaremos o aparelho locomotor (composto 
pelos sistemas esquelético, articular e muscular), o 
sistema cardiorrespiratório (composto pelos siste-
mas circulatório sanguíneo, circulatório linfático e 
respiratório), o sistema digestório (responsável pelo 
processo da digestão), o sistema urogenital (composto 
pelos sistemas urinários do genital masculino e genital 
feminino) e sistema neuroendócrino (composto pelos 
sistemas nervoso e endócrino).
Em cada unidade, apresento uma INTRODUÇÃO 
sobre as generalidades de cada tema, um DESEN-
VOLVIMENTO para apresentar o conteúdo progra-
mático de cada sistema, CONSIDERAÇÕES FINAIS 
que resumirão o estudo teórico e prático do assunto 
abordado e ATIVIDADES DE ESTUDO para reforçar 
o conteúdo estudado.
Desejo a você, um excelente aproveitamento desta tão 
apaixonante ciência. Na verdade, ela sempre foi não 
só apaixonante, mas também intrigante. Prova disso 
pode ser dada ao ler o texto do salmista (nos versos 
13 a 16 do capítulo 139) que, mesmo sem grandes 
recursos tecnológicos ou científicos, não se conteve 
de tanta admiração ao analisar o milagre da criação e 
do funcionamento do corpo humano.
Que você se encante conhecendo seu próprio cor-
po e que a todo momento descubra as melhores 
formas de favorecer seu desenvolvimento, tanto 
no adulto quanto na criança, por meio do pleno 
conhecimento. 
Bom estudo!
Prof.ª Carmem Patrícia.
sumário
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 
E APARELHO LOCOMOTOR
14 Anatomia Humana: 
Conceito e Introdução ao Estudo
16 Divisões do Corpo Humano
17 Planos e Eixos do Corpo Humano
18 Sistema Esquelético
34 Sistema Articular
40 Sistema Muscular
57 Considerações Finais
64 Referências
UNIDADE II
SISTEMAS CARDIOVASCULAR 
E RESPIRATÓRIO 
70 Sistema Circulatório
90 Sistema Linfático
100 Sistema Respiratório
111 Considerações Finais
116 Referências
UNIDADE III
SISTEMA DIGESTÓRIO 
118 Função Geral e Divisão do 
Sistema Digestório
119 Órgãos do Sistema Digestório
131 Órgãos Anexos
134 Considerações Finais
139 Referências
UNIDADE IV
SISTEMA UROGENITAL 
146 Sistema Urinário
152 Sistema Genital Masculino
160 Sistema Genital Feminino
168 Considerações Finais
174 ReferênciasUNIDADE V
SISTEMA NEUROENDÓCRINO 
186 Sistema Nervoso Central (SNC)
199 Sistema Nervoso Periférico (SNP)
209 Sistema Nervoso Autônomo (SNA) 
212 Sistema Endócrino 
221 Considerações Finais
227 Referências
229 Conclusão Geral
Professora Dr.ª Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Anatomia Humana: Conceito e introdução ao estudo
• Divisões do corpo humano
• Planos e eixos do corpo humano
• Sistema esquelético
• Sistema articular
• Sistema muscular
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar o conceito, a importância, os principais aspectos históricos da anatomia humana e 
a nômina anatômica atualizada.
• Elucidar as principais subdivisões do corpo humano.
• Apresentar os planos de tangenciamento e de secção do corpo humano, bem como os eixos 
de movimento.
• Estudar as generalidades sobre os ossos, as funções do esqueleto, as divisões do esqueleto, 
os tipos de ossos quanto à forma, a constituição e a arquitetura dos ossos, o crescimento, a 
nutrição e a inervação óssea, os processos de ossifi cação, fratura e reparo ósseo, os acidentes 
anatômicos dos ossos e os principais ossos do corpo humano.
• Defi nir articulações e compreender suas funções, classifi cações, tipos, vascularização, 
inervação, movimentos, fatores que afetam, envelhecimento e características das principais 
articulações do corpo humano.
• Elucidar funções musculares, tipos de músculos, tipos de contração do músculo estriado 
esquelético, vascularização e inervação muscular, classifi cação funcional do músculo estriado 
esquelético, órgãos anexos, generalidades e principais músculos do corpo humano.
INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 
E APARELHO LOCOMOTOR
I
unidade
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), o aparelho locomotor é constituído pelos sistemas 
esquelético, articular e muscular. Eles agem de maneira integrada e sob o 
comando do sistema nervoso para permitir correção postural, equilíbrio 
e movimento voluntário.
Enquanto o sistema esquelético é formado por ossos e cartilagens, o 
articular é formado por articulações e o muscular por músculos e órgãos 
anexos. O sistema esquelético é estudado pela osteologia, o articular pela 
artrologia, o muscular pela miologia e os movimentos pela cinesiologia 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Embora cartilagem e osso sejam formas especializadas do tecido 
conjuntivo, a cartilagem é flexível e o osso é rígido. As articulações ou 
junturas são representadas por estruturas que conectam duas ou mais 
partes rígidas do esqueleto (ossos, cartilagens e dentes) e embora possam 
ser chamadas de junturas, não devem ser chamadas de juntas. Os órgãos 
anexos do sistema muscular incluem fáscias de revestimento, bolsas sino-
viais e bainhas fibrosas e sinoviais.
Já ossos, articulações e músculos têm funções diferentes, mas complementa-
res. Ossos suportam e dão forma ao corpo, protegem órgãos internos, atuam nos 
movimentos, armazenam íons, fabricam células do sangue e absorvem toxinas. A 
maioria das articulações e músculos relaciona-se ao movimento, coordenação e 
tônus muscular, peristalse e produção de calor (TORTORA et al., 2010). 
O texto abordará estes importantes sistemas e suas especifi cidades em relação 
ao profi ssional de educação física. Será fundamentado em autores como Dangelo 
e Fattini (2011), Moore et al. (2014), Miranda Neto e Chopard (2014) e outros. 
A nomenclatura está de acordo com a nômica anatômica atualizada. Todavia, é 
necessário utilizar um atlas de anatomia como Narciso (2012) ou Rohen, Yokochi 
e Lütjen-Drecoll (2002).
Veremos aspectos relevantes do aparelho locomotor e a prática do exercí-
cio físico, a visão geral da nomenclatura anatômica, segmentação do corpo e 
planos e eixos. 
Fique atento e aproveite. Bom estudo!
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
14 
FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO ANATÔMICA 
pinça fina, é ideal que o indivíduo tenha cinco dedos 
em cada uma delas. Já o conceito estatístico conside-
ra normal aquilo que a maioria dos indivíduos apre-
senta. Por exemplo, a maioria das pessoas tem cinco 
dedos em cada mão, por isso, é normal ter cinco e 
não três ou quatro dedos (WATANABE, 2000).
Todavia, quando comparamos diferentes in-
divíduos em um pequeno grupo sempre podemos 
identificar a existência de pequenas diferenças mor-
fológicas entre eles (faça isso onde você estiver agora 
e perceba como as pessoas são mesmo diferentes). 
De acordo com Watanabe (2000), quando tais dife-
renças não prejudicam a função desempenhada pela 
estrutura anatômica, diz-se que são apenas “varia-
ções anatômicas”. No entanto, quando tais diferen-
ças atrapalham a função da estrutura, elas são ditas 
“anomalias” e, inclusive, podem ser denominadas de 
“monstruosidades” se impedirem que o indivíduo 
permaneça vivo. 
Uma variação anatômica pode ser, por exemplo, 
as diferentes tonalidades na cor dos olhos de dois ir-
mãos. Uma anomalia pode ser a miopia que um deles 
apresenta. Uma monstruosidade pode ser exempli-
ficada quando dois irmãos nascem grudados e um 
deles tem que ser sacrificado para que o outro viva 
(é o que ocorre com gêmeos siameses ou xifópagos).
Anatomia Humana: 
Conceito e Introdução 
ao Estudo
O 
termo “anatomia humana” é mal visto 
por muitas pessoas. Talvez até para você, 
caro(a) aluno(a), isto porque muitos 
pensam que falar em anatomia é sinô-
nimo de falar de pessoas mortas ou mutiladas. Na 
verdade, a anatomia não tem nada de assustador, 
muito pelo contrário. É uma ciência que muito nos 
tem esclarecido ao longo dos anos. 
A anatomia estuda a estrutura do ser humano e 
as relações entre as partes que o formam. O termo 
“anatomia” deriva de duas palavras gregas, “ana” 
e “temnein”, que significam, respectivamente, “em 
partes” e “cortar ou incisar”. Assim, esta ciência está 
amplamente embasada no ato de cortar o corpo hu-
mano pelo método da dissecção (ou dissecação) a 
fim de melhor compreender sua estrutura externa e 
interna (FREITAS, 2004).
Na anatomia, estudamos o corpo humano consi-
derado “normal”, já que a patologia e outras ciências 
se dedicam ao estudo das doenças que o acometem. 
No entanto, para definir “normal” em anatomia, 
é necessário considerar o conceito estatístico e o 
conceito idealístico. O idealístico considera normal 
aquilo que é melhor para o desempenho da função 
da estrutura anatômica. Por exemplo, para que a mão 
consiga desempenhar adequadamente sua função de 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
Para que estes conceitos de “normal”, “variação 
anatômica”, “anomalia” e “monstruosidade” possam 
ser empregados, é necessário saber que alguns fato-
res podem causar variação. Isto ocorre, por exem-
plo, com a idade do indivíduo, com seu sexo, grupo 
étnico, biótipo e entre outros. Por exemplo, é nor-
mal que um bebê apresente os ossos do crânio se-
parados, mas não é normal que isso ocorra em um 
adulto. É normal que uma mulher tenha os ossos da 
pelve mais abertos a fim de facilitar o parto pélvico, 
mas não é normal que isso ocorra em um homem. É 
normal que um indivíduo negro tenha a pele escura 
e os cabelos enrolados, mas não é normal em um ja-
ponês. É normal que um indivíduo longilíneo tenha 
os membros longos em relação ao corpo, mas não é 
em um indivíduo brevilíneo.
NOMENCLATURA ANATÔMICA 
Cientistas e profissionais da área da saúde usam uma 
linguagem própria ao se referirem às estruturas do 
corpo humano e à forma como a dissecção é feita. 
Por isso, estar atualizado em relação à nomencla-
tura utilizada é essencial ao estudante de anatomia 
humana, bem como aos profissionais da saúde. Na 
anatomia, esta nomenclatura engloba termos gerais e 
especiais originados da língua grega, latina e outras. 
Em conjunto, a Nômina Anatômica, publicada com o 
nome de Terminologia Anatômica, tem o objetivo de 
evitar que estruturasdo corpo humano recebam dife-
rentes denominações em diversos centros de estudos 
e pesquisas em anatomia no mundo (DI DIO, 2002).
Considerada um documento oficial que deve ser 
obedecida por professores e alunos da disciplina de 
anatomia humana, a terminologia anatômica é consti-
tuída por cerca de 6.000 termos esporadicamente revis-
Por fim, é importante destacar que o estudo da 
anatomia humana pode ser feito de diferentes for-
mas conforme o objetivo do estudo. Por exemplo, 
a anatomia pode ser estudada a partir dos sistemas 
que compõem o corpo humano (esta é a anatomia 
sistêmica que aprenderemos aqui). Por outro lado, 
seu estudo pode abranger regiões específicas e en-
tão passa a ser chamada de anatomia topográfica (a 
odontologia, por exemplo, estuda anatomia topo-
gráfica da cabeça). Além disso, seu estudo pode ser 
feito por meio de imagens (anatomia radiológica ou 
de imagem), em comparação a seres de outras es-
pécies (anatomia comparativa), com fins artísticos 
(anatomia artística), em comparação aos diferentes 
tipos raciais e morfológicos (anatomia antropológi-
ca e biotipológica) etc. (WATANABE, 2000). 
tos e atualizados, os quais são traduzidos pelas socieda-
des de anatomia de cada país. No Brasil, a terminologia 
é traduzida pela Comissão de Terminologia Anatômica 
da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA) (CFTA, 
2001; FREITAS, 2004; TORTORA et al., 2010).
Este conjunto de termos empregados fundamen-
ta-se na forma da estrutura ou em parte dela (como o 
músculo deltoide, por exemplo), sua situação (artéria 
vertebral), sua função (glândula lacrimal) e outras pe-
culiaridades. Vale destacar que a utilização de abre-
viações é permitida a fim de facilitar seu uso prático. 
Assim, utiliza-se a. (para artéria), v. (para veia), n. 
(para nervo), m. (para músculo), lig. (para ligamen-
to), gl. (para glândula) e g. (para gânglio). O plural 
destes termos normalmente emprega a duplicação da 
letra utilizada na abreviação, por exemplo, aa. (para 
artérias), vv. (para veias) etc. (WATANABE, 2000). 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
16 
O pescoço é dividido em pescoço anterior (visce-
ral) e posterior (muscular), também denominado 
nuca. Segundo Freitas (2004), o tronco também é 
subdividido em tórax (limitado superiormente pela 
clavícula e inferiormente pelo músculo diafragma), 
abdome (limitado superiormente pelo músculo dia-
fragma e inferiormente pela abertura 
superior da pelve) e pelve (localizada 
entre os ossos do quadril).
Os membros superiores e infe-
riores também são subdivididos 
em uma região conectada ao 
tronco, denominada cíngulo 
(ou cintura) e uma parte livre. 
A raiz ou cíngulo do mem-
bro superior é a cintura 
escapular e sua parte livre 
inclui braço, antebraço 
e mão (sendo sua parte 
anterior denominada 
palma e a posterior, dor-
so). A raiz ou cíngulo do membro 
inferior é a cintura pélvica e sua 
parte livre inclui coxa, perna e pé 
(sendo sua parte superior denomi-
nada dorso e a inferior, planta). Ar-
ticulações conectam as várias partes 
dos membros, por exemplo, as arti-
culações do ombro, cotovelo, qua-
dril e joelhos (FREITAS, 2004). Figura 2 - Partes do corpo humano
A posição anatômica de descrição ou posição 
de referência foi instituída e se tornou de grande 
valia para evitar erros na nomenclatura e no posi-
cionamento do corpo a ser estudado. Em tal posi-
ção, supõe-se que o cadáver está ereto, com a cabe-
ça em nível horizontal, olhos voltados para frente, 
pés plantados no chão e direcionados 
para frente, membros superiores ao 
lado do corpo com as palmas das 
mãos voltadas para frente (MOO-
RE et al., 2014).
A partir da posição anatô-
mica, as várias regiões do corpo 
são denominadas como cabeça, 
pescoço, tronco, membros su-
periores e membros inferiores. 
A cabeça é subdividida em 
crânio facial ou viscero-
crânio e crânio neural ou 
neurocrânio. Enquanto o 
crânio facial é anterior, menor, cons-
tituído por 14 ossos, cujas funções 
se relacionam a abrigar e proteger os 
órgãos dos sentidos e possibilitar a 
fonação e a mastigação, o crânio neu-
ral é posterior, maior, constituído por 
oito ossos os quais estão diretamente 
relacionados à proteção do sistema 
nervoso localizado em seu interior 
(TORTORA et al.,2010).
Divisões do 
Corpo Humano
Figura 1 - Posição anatômica 
de descrição 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
De igual modo, a partir da posição anatômica de 
descrição, supõe-se a existência de planos imaginá-
rios que tangenciam a superfície externa do corpo 
a fim de facilitar a localização das estruturas cor-
póreas. Tais planos são denominados superior ou 
cranial, inferior ou podálico, lateral direito, lateral 
esquerdo, anterior ou ventral, e posterior ou dorsal 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Assim, pode-se afirmar que os olhos são estru-
turas superiores à cicatriz umbilical já que se loca-
lizam mais próximos ao plano superior ou cranial 
do que à cicatriz umbilical. De igual modo, pode-se 
afirmar que as escápulas são estruturas posteriores 
em relação ao osso esterno uma vez que estão mais 
próximas do plano posterior.
Embora os planos de tangenciamento facilitem a 
localização das estruturas corpóreas, o estudo da ana-
tomia também se faz por meio do corpo seccionado, 
lembra? Assim, planos de secção de referência tam-
bém tiveram que ser padronizados. Assim, os termos 
“plano sagital”, “plano transversal” (ou horizontal) e 
“plano coronal” (ou frontal) foram adotados.
O plano sagital é uma secção longitudinal que 
divide o corpo ou qualquer uma de suas partes em 
porções direita e esquerda. Se este plano passar exa-
tamente sobre a linha mediana do corpo, ele é cha-
mado de plano sagital mediano, o qual divide o cor-
po em duas metades iguais denominadas antímero 
direito e antímero esquerdo.
Planos e Eixos do 
Corpo Humano
O plano coronal é uma secção longitudinal que 
divide o corpo em porção anterior e posterior deno-
minadas paquímero anterior ou ventral, e paquíme-
ro posterior ou dorsal. Por fim, o plano transversal 
divide o corpo em porção superior e inferior deno-
minadas metâmero superior ou cranial, e metâmero 
inferior ou podálico (FREITAS, 2004).
Figura 3 - Plano Sagital, Coronal e Transverso
Plano Coronal
Plano Transversal
Plano Sagital
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
18 
Um dos objetivos do estudo da anatomia humana 
é empregar os conhecimentos adquiridos também 
no corpo vivo. Dessa forma, existem termos usa-
dos para descrever os diferentes movimentos dos 
membros e outras partes corpóreas que podem ser 
realizados nas articulações móveis do corpo. Tais 
movimentos são descritos como pares de opostos, 
ou seja, flexão e extensão, abdução e adução, ro-
tação medial e lateral, supinação e pronação etc. 
(MOORE et al., 2014; TORTORA et al., 2010). To-
dos esses movimentos serão abordados, posterior-
mente, nesta unidade, pois são de extrema relevân-
cia ao profissional de educação física.
Os movimentos sempre ocorrem em um dos pla-
nos (sagital, coronal ou transversal) e por meio de 
linhas imaginárias denominadas eixos, os quais são 
perpendiculares aos planos. Assim, os movimentos 
de flexão e extensão ocorrem no plano sagital a par-
tir do eixo coronal; a abdução e a adução ocorrem 
no plano coronal a partir do eixo sagital; a rotação 
medial e lateral ocorrem no plano transversal a par-
tir do eixo longitudinal (GRABINER et al., 1991).
Sistema 
Esquelético
GENERALIDADES SOBRE OS OSSOS 
Ossos são peças rígidas, com formatos variados. Eles 
são muito plásticos, ou seja, adaptam-se às estrutu-
ras vizinhas, inclusive permitindo que tais estrutu-
ras lhes imprimam marcas em decorrência do con-
tato. Isto pode ser visto, por exemplo, ao examinar a 
face interna da calota craniana. Nessa região aparece 
claramente os sulcosvenosos e arteriais, além das 
impressões dos giros.
A criança apresenta um total de 350 ossos, mas o 
indivíduo adulto tem este número reduzido para 206. 
Você pode se perguntar: “O que ocorre para este nú-
mero reduzir tanto”? Na verdade, há uma fusão em 
vários ossos do corpo, por exemplo, no osso frontal, 
no sacro e nos ossos do quadril. Além disso, você 
precisa saber que este número pode sofrer variações 
de acordo com características individuais. Por exem-
plo, se a pessoa tiver um dedo ou uma costela a mais 
ou a menos. Além disso, esse número total de ossos 
no indivíduo adulto também pode ser influenciado 
pelo critério de contagem que foi adotado.
Muitas vezes escuto pessoas dizendo que seus 
pesos na balança não estão altos porque estão “aci-
ma do peso”, mas que seu peso está alto porque elas 
têm os ossos largos e pesados. Sorrio quando ouço 
isso porque tenho a impressão de que as pessoas se 
veem como o Wolverine e seus ossos de adamântio. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
Acho que as pessoas imaginam que os ossos pesam 
muito mais do que verdadeiramente pesam. Você 
sabe qual é o peso real dos seus ossos? Na verdade, o 
peso médio dos ossos de um homem adulto de cerca 
de 80 Kg é cerca de 12 Kg. Assim, não é tanto quanto 
a maioria das pessoas julgam ser.
Por fim, gostaria de esclarecer que, além dos os-
sos convencionais conhecidos por nós desde a vida 
inteira, existem também alguns ossos especiais, por 
exemplo, os ossos suturais (que ficam entre as sutu-
ras do crânio) e os ossos heterotópicos que se for-
mam nos tecidos moles (como nas coxas de jóqueis 
em áreas onde a hemorragia se calcifica).
FUNÇÕES DO ESQUELETO
Se você acha que a função dos ossos se restringe 
a possibilitar movimentos, você está muito enga-
nado. Na verdade, o esqueleto desempenha várias 
funções, inclusive algumas consideradas vitais 
(MOORE et al., 2014).
De fato, os ossos se relacionam ao movimento 
embora não os produzam. Isto porque quem faz o 
movimento acontecer são os músculos e, por isso, 
estes são considerados os elementos ativos do movi-
mento (por outro lado, ossos são elementos passivos 
do movimento). Dessa forma, os ossos são tracio-
nados pelos músculos em um efeito de alavanca. É 
o que ocorre, por exemplo, quando o músculo qua-
dríceps femoral traciona a tíbia e gera movimento de 
extensão do joelho.
Outras duas funções dos ossos podem ser 
identificadas quando observamos atentamente o 
corpo humano na posição bípede (em pé). A ha-
bilidade dos ossos em suportar o peso corporal 
e dar forma aos diferentes segmentos do corpo é 
extraordinária. Tais funções são prontamente per-
cebidas quando imaginamos um osso fraturado (o 
fêmur, por exemplo) e temos a clara certeza de que 
é impossível descarregar peso naquele membro in-
ferior. Além disso, se você comparar a forma arre-
dondada do seu crânio à forma alongada de seus 
dedos terá clareza de que os ossos são os responsá-
veis diretos por tais diferenças.
Quando os ossos protegem os órgãos internos, 
armazenam íons essenciais, sintetizam células san-
guíneas e absorvem toxinas, certamente, concluímos 
que suas funções também são vitais. Ao observar-
mos, por exemplo, a importante ação das costelas e 
do osso esterno envolvendo o coração e os pulmões, 
e do crânio envolvendo o encéfalo, fica claro o quan-
to os ossos nos são relevantes. Além disso, eles atu-
am como reservatórios de cálcio, fosfato e magnésio 
os quais são essenciais à transmissão sináptica e à 
contração muscular.
A síntese de células sanguíneas ocorre por meio 
da medula óssea vermelha que se localiza no interior 
dos ossos (este assunto será esclarecido adiante). E, 
por fim, eles são hábeis em absorver toxinas e metais 
pesados da corrente sanguínea diminuindo os efei-
tos deletérios destes compostos em outros tecidos 
(principalmente no fígado e nos rins). 
DIVISÕES DO ESQUELETO 
O esquelético pode ser dividido em duas partes fun-
cionais, porém interligadas: o esqueleto axial e o 
esqueleto apendicular. O esqueleto axial é formado 
pelos ossos localizados na região central do corpo, 
como aqueles da cabeça (ossos do crânio), pescoço 
(osso hioide e vértebras cervicais) e no tronco (osso 
esterno, costelas, vértebras e sacro).
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
20 
Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos 
localizados nas extremidades do corpo, ou seja, nos 
membros superiores e inferiores incluindo aqueles 
que formam os cíngulos (escápula, clavícula e ossos 
do quadril) (DANGELO; FATTINI, 2011).
TIPOS DE OSSOS QUANTO À FORMA 
Ao avaliar o comprimento, a largura e a espessu-
ra dos ossos, podemos agrupá-los em seis tipos 
principais: longos ou tubulares, curtos, laminares 
ou planos, irregulares, sesamoides e pneumáticos 
(WATANABE, 2000).
Os ossos longos ou tubulares têm predomínio 
do comprimento em relação à largura e à espessura. 
Apresentam uma cavidade central (chamada cavida-
de medular) que abriga a medula óssea. Além disso, 
sua parte central é chamada de diáfise e suas extre-
midades são as epífises. Enquanto, a epífise proximal 
fica mais próxima do cíngulo do membro, a epífise 
distal fica mais distante dele. A região de transição 
entre epífise e diáfise recebe o nome de metáfise. O 
fêmur é um exemplo deste tipo de osso. Alguns os-
sos têm características semelhantes, mas não apre-
sentam cavidade medular e, por isso, são chamados 
de alongados ao invés de longos.
Ossos curtos têm os três diâmetros (comprimen-
to, largura e espessura) equivalentes apresentando 
forma cuboide. É o que ocorre, por exemplo, com os 
ossos carpais e tarsais. Por outro lado, os ossos lami-
nares ou planos são largos e pouco espessos. Geral-
mente, esses ossos têm função protetora, como os os-
sos planos do crânio (o parietal é um bom exemplo).
Já os ossos irregulares (como o próprio nome já 
revela) têm formatos variados sem predomínio es-
pecífico do comprimento, da largura ou da espessu-
ra. São exemplos os ossos da face e as vértebras.
Os ossos sesamoides são também chamados de 
ossos intratendíneos ou periarticulares, pois se desen-
volvem em alguns tendões e são encontrados onde os 
tendões cruzam as extremidades dos ossos longos. As-
sim, eles protegem os tendões contra desgastes e po-
dem mudar seu ângulo de inserção. A patela é um de-Figura 4 - Esqueleto axial x Esqueleto apendicular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
les. Todavia, algumas pessoas podem apresentar ossos 
sesamoides nas mãos e pés como variação anatômica.
Os ossos pneumáticos apresentam cavidades 
contendo ar em seu interior. Localizam-se no crânio, 
por exemplo, o osso frontal, a maxila, o esfenoide e o 
etmoide. Suas cavidades são revestidas por mucosa e 
são chamadas de seios. Devido ao fato de drenarem 
seu conteúdo mucoso para a cavidade nasal podem 
ser chamados, em conjunto, de seios paranasais.
CONSTITUIÇÃO E ARQUITETURA DOS 
OSSOS 
Quando você observa atentamente um osso, é co-
mum achar que se trata de um tecido inerte, seco e 
até sem vida. Todavia, muito pelo contrário, o tecido 
ósseo é vivo, dinâmico e se desenvolve e cresce por 
meio de um metabolismo muito ativo. Pra você ter 
uma ideia, os ossos são renováveis, em média, a cada 
dois anos. Isto significa que o fêmur ou o crânio que 
você tem hoje, não são os mesmos que você tinha 
há dois anos e nem serão os mesmos que você terá 
daqui a dois anos. Fantástico, não?
A constituição do tecido ósseo também é fabulosa, 
pois os ossos são constituídos a partir de três compo-
nentes principais: água, matriz óssea orgânica e matriz 
óssea inorgânica (DANGELO; FATTINI, 2011).
A água representa cerca de 25% da estrutura 
óssea. Todavia, é importante ressaltar que esta pro-
porção é maior em recém-nascidos e crianças, e vai 
diminuindo à medida que o envelhecimento ocorre. 
Por isso, o envelhecimento faz comque os ossos fi-
quem mais sujeitos a sofrerem faturas as quais, em 
idosos, são chamadas de “fratura em galho seco”. 
Crianças têm “fratura em galho verde”. Além disso, 
ossos de idosos normalmente apresentam maior di-
ficuldade para consolidação de fraturas uma vez que 
a quantidade de matriz orgânica diminui.
A matriz orgânica também representa cerca de 
25% da estrutura óssea e é constituída por prote-
oglicanas e colágeno. Assim, esta matriz é rica em 
proteínas que dão resistência à tensão e à tração às 
quais os ossos estão sujeitos diariamente. Por isso, 
a matriz orgânica está diretamente relacionada à 
maleabilidade óssea, ou seja, sua ausência pode 
causar doenças, por exemplo, a doença dos ossos 
de vidro. Nesse caso, os ossos não resistem à tensão Figura 5 – Comparação entre os tipos de ossos
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
22 
e à tração que os músculos lhes impõem e se tor-
nam fragilizados e quebradiços, mesmo aos meno-
res esforços. Sobre a matriz orgânica se deposita a 
matriz inorgânica.
A matriz inorgânica representa cerca de 50% 
da estrutura óssea. É constituída por sais minerais 
(principalmente, fosfato de cálcio e carbonato de 
cálcio) os quais formam a hidroxiapatita que dá ao 
osso resistência à compressão. Deficiência nos com-
ponentes dessa matriz também pode tornar os ossos 
fragilizados e quebradiços.
O tecido ósseo pode se organizar em dois tipos 
principais de ossos: os compactos ou corticais e os 
Figura 6 - Osso compacto e esponjoso
esponjosos ou trabeculares. No osso compacto, as 
trabéculas ósseas estão justapostas e formam uma 
estrutura pouco porosa e com alta capacidade de 
resistência para sustentação de peso. Assim, atuam 
como colunas que suportam a descarga de peso.
Em contrapartida, no osso esponjoso as tra-
béculas ósseas não estão justapostas, mas deixam 
espaços entre si os quais são preenchidos por ar. 
Essa disposição origina uma estrutura altamente 
porosa e adaptada à absorção de impacto uma vez 
que o ar presente em meio às trabéculas ósseas 
funciona como um coxim aerífero que amortece 
a descarga de peso.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
É importante que você saiba que a distribuição de 
tecido ósseo compacto e esponjoso nos ossos não é 
uniforme, mas depende das solicitações biomecâni-
cas impostas aos ossos, ou seja, varia de acordo com 
a função exercida pelo osso, com a tração e com a 
pressão a que os ossos são submetidos. Assim, em-
bora todos os ossos tenham uma fi na camada su-
perfi cial de osso compacto ao redor de uma massa 
central de osso esponjoso, ossos longos adaptados à 
descarga de peso (como o fêmur, por exemplo) apre-
sentam maior quantidade de osso compacto próxi-
mo da parte média da diáfi se onde tendem a se cur-
var. O mesmo não acontece, por exemplo, nos ossos 
longos que não recebem grandes descargas de peso 
(por exemplo, úmero) ou nos ossos carpais e tarsais.
O efeito piezoelétrico explica parcialmente as 
diferenças na arquitetura dos ossos submetidos ou 
não à descarga de peso e à tração óssea. Embora 
a descarga e a tração ocorram constantemente em 
nosso dia a dia, normalmente elas são maiores ao 
realizarmos exercícios físicos (MIRANDA NETO; 
CHOPARD, 2014).
Segundo o efeito piezoelétrico, regiões ósseas onde 
ocorre compressão fi cam sujeitas a potenciais elétricos 
negativos, enquanto nas demais regiões do osso apare-
cem potenciais elétricos positivos. Onde há potencial 
elétrico negativo, células ósseas sintetizadoras de ossos 
são ativadas fazendo deposição óssea proporcional ao 
estímulo dado. Dessa forma, a tensão óssea estimula a 
síntese de matriz orgânica e a deposição de sais mine-
rais (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Esse princípio é facilmente identifi cado em atle-
tas, os quais têm estrutura óssea diferenciada em re-
lação aos indivíduos sedentários e é aplicado à reabi-
litação física de pacientes tetraplégicos que perdem 
a capacidade de manter o ortostatismo. Para estes 
pacientes, a pedestação por meio de mesas ortostáti-
cas possibilita a manutenção da saúde óssea minimi-
zando o aparecimento de fraturas espontâneas.
A arquitetura dos ossos planos do crânio merece 
destaque, pois é adaptada à proteção do encéfalo alo-
jado em seu interior. Em tais ossos, uma camada de 
osso esponjoso, chamada díploe, fi ca interposta entre 
duas lâminas de osso compacto (uma lâmina externa 
e outra interna). Assim, quando uma força é imposta 
à lâmina externa de osso compacto, a díploe absorve 
parte desta força (uma vez que em seu interior existe ar 
interposto às trabéculas ósseas) minimizando as chan-
ces da lâmina interna de osso compacto se fragmentar 
e lesionar o tecido nervoso adjacente. Na díploe, há 
medula óssea vermelha e por ele passam as veias.
Figura 7 - Díploe
O tecido ósseo compacto está disposto em unidades 
chamadas ósteons ou sistema de Havers. Em volta 
destes canais existem lamelas concêntricas (anéis de 
matriz extracelular rígida e calcifi cada), entre as quais 
há pequenos canais (lacunas) contendo osteócitos que 
se comunicam entre si. Canalículos minúsculos com 
líquido extracelular irradiam-se pelos ossos fazen-
do difusão de oxigênio e nutrientes por todo o osso 
e drenando resíduos. Vasos sanguíneos, linfáticos e 
nervos provenientes do periósteo penetram no osso 
compacto por meio de canais perfurantes transversos 
ou canais de Volkmann. O tecido ósseo esponjoso, ao 
contrário, não contém ósteons. Ele é leve (o que reduz 
o peso total dos ossos) e tende a se localizar onde não 
há grandes forças ou onde as forças são aplicadas a 
partir de muitas direções (MOORE et. al, 2014).
medula óssea vermelha e por ele passam as veias.
O tecido ósseo compacto está disposto em unidades 
chamadas ósteons ou sistema de Havers. Em volta 
Figura 7 - Díploe
medula óssea vermelha e por ele passam as veias.
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
24 
A manutenção da saúde dos ossos depende da atuação 
das células que os compõem: os osteoblastos, osteóci-
tos e osteoclastos (MIRANDA NETO; CHOPARD, 
2014). Os osteoblastos são células jovens, originadas 
de células osteoprogenitoras, com grande capacida-
de de divisão celular e, portanto, formadoras de osso. 
Elas sintetizam e secretam fibras colágenas e outros 
componentes orgânicos necessários à formação da 
matriz extracelular e iniciam a calcificação. À medida 
que são recobertos por matriz, tornam-se presos em 
suas secreções e se transformam em osteócitos.
Os osteócitos são considerados células ósseas 
maduras relacionadas à manutenção do tecido ós-
seo e, por isso, são as principais células desse tecido. 
Assim como os osteoblastos, não sofrem divisão ce-
lular (apenas células osteoprogenitoras se dividem).
Já os osteoclastos são células grandes que re-
sultam da fusão de até 50 monócitos. Por meio de 
sua margem pregueada (lacunas de Howship), elas 
liberam enzimas proteolíticas que englobam e so-
lubilizam cristais que contêm cálcio dissolvendo 
as matrizes ósseas. Assim, estão diretamente rela-
cionadas à renovação óssea, uma vez que o tecido 
ósseo sofre reabsorção e reelaboração durante toda 
a vida fazendo com que o esqueleto seja constante-
mente renovado (lembra que, em média, o esque-
leto se renova a cada dois anos?). No entanto, sua 
ação excessiva pode causar osteopenia que pode 
evoluir para osteoporose. 
Figura 8 - Ósteon
Figura 9 - Células ósseas
A ação das células ósseas depende de diversos fatores 
como idade, hereditariedade, nutrição, doença, trau-
ma, gravidez, esforço funcional e influência hormo-
nal. Em relação aos hormônios, os ossos sofrem forte 
influência do hormônio do crescimento (GH), dos 
hormônios sexuais (testosterona, estrógeno e proges-
terona), da calcitonina (hormônio tireoidiano) e do 
paratormônio (ou hormônio paratireoidiano). 
Enquanto o GH, os hormônios sexuaise a cal-
citonina atuam como hormônios osteogênicos 
ativando osteoblastos, o paratormônio estimula a 
degradação da estrutura óssea por estimular os os-
teoclastos. Isto explica o fato da osteoporose (do-
ença que torna os ossos progressivamente mais po-
rosos) ser mais comum na velhice e nas mulheres 
após a menopausa. Nelas, há redução do estrógeno 
e da renovação da matriz orgânica. 
ESTRUTURA DO OSSO LONGO
Ósteon
Cartilagem Osso Ósteon
Medula óssea amarela
Osso compacto
Periósteo
Osteoclasto
Osteócito
Célula
osteoprogenitora
Osteoblasto
Canal Osteonico
Células do tecido ósseo
Osteócito Osteoblasto Célula osteoprogenitora Osteoclasto
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Além disso, no indivíduo com osteoporose, de-
vido à atuação excessiva dos osteoclastos causando 
osteólise, o nível de cálcio no sangue pode subir 
causando complicações como depósito do cálcio 
nas articulações e rins, e hipercoagulação sanguínea 
(causando embolia pulmonar, acidente vascular en-
cefálico isquêmico etc.).
Vale lembrar que deficiência na ingestão de de-
terminados nutrientes pode enfraquecer os ossos. 
É o caso, por exemplo, das proteínas (uma vez que 
aminoácidos são necessários para formar colágeno), 
vitamina C (que estimula a síntese do colágeno), vi-
tamina D (que é responsável pela absorção do cálcio 
e do fosfato do intestino; é ativada pela exposição 
ao sol) e vitamina A (que ajuda a fazer com que os 
ossos respondam adequadamente à tensão).
inferiores). Nos ossos longos, o osso esponjoso da 
diáfise é substituído pela cavidade medular a qual 
abriga a medula óssea. Essa medula pode ser verme-
lha ou amarela. A vermelha é um órgão hematopoi-
ético, ou seja, produz células sanguíneas. A amarela 
perde esta função em decorrência do próprio enve-
lhecimento e se torna altamente gordurosa. 
Uma medula óssea anormal ou cancerosa pode 
ser substituída por uma medula óssea vermelha sau-
dável a fim de reestabelecer as contagens normais de 
células sanguíneas por meio de um transplante de 
medula óssea. A medula óssea vermelha saudável 
pode ser fornecida por um doador do qual é retira-
da, sob anestesia, da crista ilíaca e injetada na veia 
do receptor em um processo muito semelhante a 
uma transfusão de sangue. Um procedimento mais 
moderno envolve o transplante de células do cordão 
umbilical (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Embora as vitaminas A e D sejam importantes 
para os ossos, o excesso de vitamina A acelera 
a ossificação causando cessação precoce do 
crescimento corporal. Além disso, deficiência de 
vitamina D pode causar raquitismo na criança e 
osteomalácia no adulto. Ambas são doenças ca-
racterizadas pela baixa absorção de cálcio pelo 
intestino e má calcificação da matriz óssea cau-
sando amolecimento e deformação dos ossos.
Fonte: Guyton e Hall (2011).
SAIBA MAIS
Ainda em relação à constituição e arquitetura dos 
ossos, é importante estudarmos a medula óssea (alo-
jada no interior de alguns ossos), e as camadas de 
revestimento dos ossos (o pericôndrio, o periósteo 
e o endósteo). A medula óssea está presente em pra-
ticamente todos os ossos do feto e em alguns ossos 
dos adultos (como costelas, osso esterno, ossos do 
quadril, crânio e ossos dos membros superiores e 
Figura 10 - Tipos de medula óssea
Estrutura óssea
Linha epifisial Periósteo
Osso esponjoso
Vasos sanguíneos
Medula óssea amarela
Cartilagem articular
Pericôndrio, endósteo e periósteo são camadas de 
tecido conjuntivo fibroso que revestem os elemen-
tos do esqueleto. O pericôndrio faz o revestimen-
to das cartilagens nutrindo suas faces externas; o 
endósteo reveste internamente a cavidade medular 
e contém uma única camada de células formadora 
de osso; o periósteo faz o revestimento externo dos 
ossos, é capaz de depositar mais osso (sobretudo 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
26 
durante a consolidação de fraturas ou o crescimen-
to ósseo), formar uma interface para fixação dos 
tendões e dos ligamentos, proteger o osso e ajudar 
na nutrição do tecido ósseo. O periósteo se fixa ao 
osso subjacente pelas fibras perfurantes (de Shar-
pey) – feixes espessos de colágeno que se estende 
do periósteo até o interior da matriz óssea (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
lheres e 21 anos para homens, ela se fecha, ou seja, 
suas células param de se dividir e o osso substitui a 
cartilagem permanecendo apenas a linha epifisial. A 
clavícula é o último osso a parar de crescer.
Figura 11 - Pericôndrio, periósteo e endósteo
CRESCIMENTO ÓSSEO
As estruturas responsáveis pelo crescimento ósseo em 
comprimento e em espessura são diferentes. Enquan-
to, o crescimento em espessura dos ossos é possibili-
tado pelo periósteo, o crescimento em comprimento 
é feito pela lâmina epifisial (WATANABE, 2000).
O periósteo já foi mencionado anteriormente 
como sendo uma bainha de tecido conjuntivo que 
circunda a superfície externa dos ossos em partes não 
cobertas pela cartilagem articular. Já a lâmina epifisial 
é uma fina camada de cartilagem hialina localizada 
na metáfise. Por volta dos 18 anos de idade para mu-
Figura 12 - Periósteo e lâmina epifisial
NUTRIÇÃO E INERVAÇÃO ÓSSEA
Você já sofreu alguma fratura? Se já, sabe que dói 
muito e que pode ocorrer sangramento e hema-
toma na região. Mas você sabe por que tais coisas 
acontecem? A dor se deve ao fato dos ossos serem 
abundantemente inervados e o sangramento ocorre 
porque eles são muito vascularizados.
Vasos sanguíneos e nervos penetram a estrutura 
óssea a partir do periósteo. Assim, as artérias perios-
teais penetram a diáfise dos ossos longos passando 
por canais perfurantes e irrigam o periósteo e a par-
te externa do osso compacto. Além disso, próximo 
ao centro da diáfise uma grande artéria nutrícia pe-
netra o osso pelo forame nutrício, chega à cavidade 
medular, divide-se em ramos distal e proximal para 
irrigar o tecido ósseo compacto, esponjoso, medula 
óssea até as linhas epifisiais. É importante ressaltar 
que enquanto alguns ossos têm apenas uma artéria 
nutrícia (como a tíbia, por exemplo), outros têm 
várias (como o fêmur). As extremidades dos ossos 
são irrigadas por artérias metafisárias e epifisiárias 
(MORRE et al., 2014).
Epífise
Cartilagem articular
Osso esponjoso
Periósteo
Osso compacto
Cartilagem epifisial
Epífise Diáfise
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
A drenagem venosa dos ossos é feita por veias que 
seguem trajetos muito semelhantes aos das arté-
rias. Assim, as veias que drenam os ossos podem 
ser uma ou duas veias nutrícias (que acompanham 
as artérias na diáfise), veias metafisárias e epifisi-
árias (que acompanham as artérias metafisárias e 
epifisiárias) e veias periostais (que acompanham as 
artérias periostais).
De igual modo, os nervos dos ossos acompa-
nham os vasos sanguíneos que os suprem. Assim, o 
periósteo é rico em nervos periostais sensitivos (al-
guns responsáveis pela dor) e nervos vasomotores 
responsáveis pela vasoconstrição e vasodilatação 
dos vasos regulando o fluxo de sangue para a me-
dula óssea. Vale lembrar que no periósteo também 
tem vasos linfáticos. 
OSSIFICAÇÃO E FRATURA
Você já se perguntou se os fetos têm ossos prontos? 
Ou se todos os ossos dos fetos são de cartilagem? 
Que tipo de substância pode originar osso?
Bom, para responder estas e outras perguntas, 
primeiro é importante você saber que os ossos não 
nascem prontos. Eles são gradativamente formados 
por um processo contínuo chamado ossificação ou 
osteogênese que se inicia na sexta semana de desen-
volvimento. A ossificação ocorre a partir de células 
mesenquimais presentes no esqueleto do embrião, 
no local onde os futuros ossos serão formados (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Embora alguns ossos (como o esfenoide e o tem-
poral) tenham uma ossificação mista, normalmen-
te, ela ocorrede duas formas: a intramembranosa 
e a endocondral. Na ossificação intramembranosa 
o osso se forma diretamente dentro do mesênqui-
ma, em uma região chamada centro de ossificação. 
Ela ocorre nos ossos do crânio e na mandíbula, os 
quais são ditos ossos conjuntivos. Já na ossificação 
endocondral, primeiro células mesenquimais se 
aglomeram na forma do futuro osso e se diferen-
ciam formando um modelo de cartilagem hialina 
envolto por pericôndrio. Esse tipo de ossificação 
ocorre principalmente nos ossos longos, os quais 
ditos ossos condrais.
Depois do osso formado pode haver, em casos 
de traumas ou doenças, a ruptura do osso caracteri-
zando algum tipo de fratura. Elas são denominadas 
conforme a gravidade, a forma ou a posição da linha 
de fratura. Assim, os tipos mais comuns são fratura 
exposta, fechada, cominutiva, em galho verde, im-
pactada ou por estresse (fissuras microscópicas, sem 
ruptura visível). O reparo de uma fratura é um pro-
cesso relativamente lento e sua recuperação deve ser 
Figura 13 – Artérias ósseas
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
28 
sempre acompanhada por um profissional habilita-
do que acompanhe todas as etapas descritas porque 
se elas não forem respeitadas, pode haver formação 
de um osso defeituoso. 
ACIDENTES ANATÔMICOS
Os acidentes anatômicos constituem os elementos 
descritivos para o estudo dos ossos. Eles surgem 
onde há inserção de tendões, fixação de fáscias, liga-
mentos, onde artérias penetram os ossos etc. Podem 
ser de vários tipos, por exemplo, saliências, depres-
sões e aberturas.
As saliências (como os processos, tubérculos, 
eminências, cristas, espinhas etc.) geralmente estão 
relacionadas a pontos de inserção de músculos e fás-
cias. As depressões (como as fossas, sulcos, incisuras 
etc.) geralmente servem para adaptação a estruturas 
vizinhas. Já as aberturas (como os forames, canais 
etc.) geralmente servem para a passagem de estrutu-
ras como vasos e nervos (WATANABE, 2000).
PRINCIPAIS OSSOS DO CORPO HUMANO
Ossos da Cabeça
Os ossos da cabeça são chamados em conjunto 
de crânio. Esta estrutura que se parece com um 
capacete ou com um estojo ósseo, tem por princi-
pal função proteger o encéfalo (parte do sistema 
nervoso central popularmente conhecida como 
“cérebro”) que fica alojado em seu interior. No 
entanto, o crânio apresenta outras importantes 
funções, por exemplo, abrigar e proteger os ór-
gãos dos sentidos (olhos, mucosa olfatória, ór-
gão auditivo, órgão gustativo e do equilíbrio) por 
meio de cavidades especiais (como a orbital, na-
sal, meato acústico interno e cavidade oral). Por 
fim, o crânio também possibilita a mastigação e 
a fonação por meio dos movimentos da Articu-
lação Temporo-Mandibular (ATM). (DANGELO; 
FATTINI, 2011). 
O crânio tem um teto em forma de cúpula 
(chamado de calvária) e um assoalho (chamado 
de base) e é formado por 22 ossos que se articu-
lam sendo apenas um deles amplamente móvel, a 
mandíbula. Vale lembrar que no interior de dois 
destes ossos (os ossos temporais) estão presentes 
os ossículos da audição chamados de martelo, bi-
gorna e estribo, os quais não entram nesta conta-
gem (DI DIO, 2002).
Dos 22 ossos, 8 formam o crânio neural (osso 
frontal, occipital, esfenoide, etmoide, parietais e 
temporais) e 14 formam o crânio facial ou visceral 
(mandíbula, vômer, nasais, palatinos, maxilas, zigo-
máticos, lacrimais e conchas nasais inferiores). Lem-
bre-se de que a maxila e a mandíbula têm estruturas 
destinadas à sustentação dos dentes (processos alve-
olares) e por todo o crânio há muitos forames para a 
passagem de vasos e nervos.
Figura 14 - Crânio
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Exceto a articulação da mandíbula com o osso 
temporal (que é chamada de Articulação Tempo-
ro-Mandibular ou ATM), as outras articulações do 
crânio ocorrem por meio de suturas (como a sagital, 
a coronal, a lambdoidea, a escamosa, a internasal e 
a intermaxilar).
Estas suturas não estão presentes desde o nasci-
mento, pois, inicialmente, entre os ossos do crânio 
existem espaços preenchidos com mesênquima não 
ossificado chamados de fontículos (popularmente 
chamados de “moleiras”). Os fontículos permitem 
relativa flexibilidade e possibilidade de crescimento 
ao crânio fetal. Os principais são o fontículo ante-
rior (entre o osso frontal e os parietais), o posterior 
(entre os parietais e o occipital), os ântero-laterais 
(entre frontal, parietal, esfenoide e temporal) e os 
póstero-laterais (entre parietal, occipital e tempo-
ral). Esses sofrem ossificação e desaparecem durante 
o crescimento do crânio.
minuir o peso da cabeça sobre as vértebras cervicais 
e a amplificar o som da voz como uma caixa acústi-
ca. A inflamação de tal mucosa é chamada de sinusi-
te (TORTORA et al., 2010).
Ossos do pescoço 
Fazem parte dos ossos do pescoço o hioide, as vérte-
bras cervicais, o manúbrio do esterno (que será des-
crito junto com o esqueleto do tórax) e as clavículas 
(que serão descritas junto ao esqueleto do membro 
superior) (MOORE et al., 2014).
Figura 15 – Fontículos
Alguns ossos do crânio (frontal, esfenoide, etmoide 
e maxilas) apresentam cavidades ocas contendo ar, 
as quais são revestidas por mucosa e chamadas de 
seios paranasais (em decorrência de drenarem seu 
conteúdo mucoso para a cavidade nasal). Tais ossos 
são classificados como pneumáticos e ajudam a di-
O osso hioide é móvel e fica situado na parte ante-
rior do pescoço. Ele é suspenso por músculos e liga-
mentos e não se articula com nenhum outro osso do 
corpo. Assim, além de fixar os músculos da região 
anterior do pescoço, ele ajuda a manter as vias aére-
as abertas. As vértebras cervicais são sete pequenos 
ossos irregulares chamados, respectivamente, de C1 
(ou atlas), C2 (ou áxis), C3, C4, C5 e C6 e C7 (ou vérte-
bra proeminente).
Figura 16 - Ossos do pescoço
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
30 
Ossos do tronco
Os ossos do tronco incluem o osso esterno, as costelas, 
as vértebras torácicas, as vértebras lombares, as vérte-
bras sacrais e as vértebras coccígeas (DI DIO, 2002).
Figura 17 – Ossos do tronco
O osso esterno é um osso ímpar, plano, localizado 
na região central e anterior do tórax. Ele é dividido 
em três partes até a meia idade quando ocorre sua 
ossificação. A parte mais larga e superior é chamada 
de manúbrio e nela se identificam as incisuras clavi-
culares e a incisura jugular. Ele se une ao corpo que é 
mais longo e estreito, e onde se identificam as incisu-
ras costais. O processo xifoide é a menor e mais va-
riável parte do esterno. Ele se ossifica por volta dos 
40 anos e nos idosos pode-se fundir ao corpo (antes 
é cartilagíneo).
As costelas são 12 pares de ossos planos, curvos, 
com alta resiliência e que contém medula óssea. Po-
dem ser verdadeiras, falsas ou flutuantes. As verda-
deiras (do 1° ao 7° par) fixam-se diretamente ao osso 
esterno por meio de suas próprias cartilagens cos-
tais. As falsas (do 8° ao 10° par) têm conexão indi-
reta com o osso esterno, pois suas cartilagens costais 
são unidas (formando a margem costal). As flutuan-
tes ou anesternais (11° e 12° par de costelas) não se 
conectam ao osso esterno.
As 12 vértebras torácicas são chamadas de T1, T2, 
T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9,T10, T11 e T12, as 5 lombares são 
chamadas de L1, L2, L3, L4 e L5, as 5 sacrais são chama-
das de S1, S2, S3, S4 e S5 e as 3 ou 4 coccígeas são cha-
madas de Co1, Co2, Co3 e Co4 (variação anatômica). 
No entanto, as vértebras sacrais e as coccígeas, por 
ossificação de seus discos intervertebrais, originan-
do o sacro e o cóccix, respectivamente.
As lombares são as maiores e mais resistentes 
vértebras da coluna. Seus processos espinhosos são 
quadriláteros, largos, espessos e servem para fixação 
dos grandes músculos do dorso. O sacro é um osso 
triangular que se posiciona naparte posterior da ca-
vidade pélvica, medialmente aos ossos do quadril, 
servindo como forte fundação para o cíngulo do 
membro inferior. Na mulher ele é mais curto, largo 
e curvo a fim de favorecer a expulsão do bebê du-
rante o trabalho de parto normal. O sacro apresenta 
forames sacrais anteriores e posteriores pelos quais 
passam nervos e vasos sanguíneos.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
Para finalizarmos a apresentação do esqueleto do 
tronco, é importante apresentarmos as curvaturas 
da coluna vertebral (CV). Em vista anterior e pos-
terior a CV deve ser retilínea, mas em vista lateral 
ela apresenta curvaturas fisiológicas que permitem 
a adequada distribuição do peso corpóreo e, conse-
quentemente, o equilíbrio.
Tais curvaturas começam a se formar ainda na 
vida embrionária quando a CV do feto apresenta-se 
convexa (em vista posterior) devido à curvatura do 
próprio útero e é chamada de curvatura primária. 
Quando o bebê começa a sustentar a cabeça, uma 
curvatura cervical côncava surge e é chamada de lor-
dose cervical. Ao ficar em pé e sustentar o peso cor-
póreo (em torno de um ano de idade), aparece uma 
curvatura côncava nas vértebras lombares (lordose 
lombar). As regiões torácica e sacral são convexas, 
posteriormente, e, por isso, são chamadas de cifoses. 
Assim, no adulto normal existem quatro curva-
turas fisiológicas na CV: Lordose cervical, cifose to-
rácica, lordose lombar e cifose sacral. No entanto, o 
aumento destas curvaturas pode se tornar patológico 
passando a caracterizar um quadro de hipercifose ou 
hiperlordose. Além disso, o desvio látero-lateral da 
CV também é patológico e é chamado de escoliose 
(que pode ser “C” à direita ou à esquerda, e em “S”).Entre os corpos das vértebras ficam inter-
postos os discos intervertebrais. Esses discos 
são constituídos pelo anel fibroso de fibro-
cartilagem (externamente) e núcleo pulposo 
(internamente). Ele é altamente hidratado e 
por isso é capaz de absorver impactos impos-
tos à coluna vertebral e permitir movimentos.
Fonte: Kahle et al. (2006). 
SAIBA MAIS
Figura 18 – Curva normal e patológicas da CV
Ossos do membro superior
O membro superior é composto por vários ossos 
(32 no total) que se articulam entre si para permitir 
ampla mobilidade e realização dos movimentos das 
mãos, inclusive os de pinça fina. O cíngulo do mem-
bro superior é composto pela clavícula e pela escápu-
la e tem a função de unir a parte livre do membro ao 
esqueleto axial. A parte livre do membro apresenta 
um osso no braço (o úmero), dois ossos no antebra-
ço (o rádio e a ulna), treze ossos nas mãos (oito ossos 
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
32 
carpais e cinco ossos metacarpais) e quatorze ossos 
nos dedos (cinco falanges proximais, cinco falanges 
distais e quatro falanges médias). Apenas os ossos 
carpais são classificados (quanto à forma) como cur-
tos sendo os demais classificados como longos (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
músculos que agem sobre o braço, antebraço e mão.
Enquanto a ulna (o maior osso do antebraço) 
tem localização medial, o rádio é o osso lateral do 
antebraço cuja extremidade distal se articula com 
três ossos do carpo (semilunar, escafoide e pirami-
dal) para formar a articulação radiocarpal. Rádio e a 
ulna se articulam entre si pela membrana interóssea 
do antebraço que serve como ponto de fixação de 
alguns músculos profundos do antebraço.
Os ossos da mão compreendem os ossos carpais 
e metacarpais. Os carpais são oito ossos curtos inter-
ligados por ligamentos nas articulações intercarpais. 
São dispostos em duas fileiras com quatro ossos cada. 
Na fileira proximal estão os ossos escafoide, semilu-
nar, piramidal e pisiforme; na fileira distal estão os 
ossos trapézio, trapezoide, capitato (maior) e hamato.
Os ossos metacarpais são cinco ossos longos nu-
merados de I a V, a partir da posição lateral. Consis-
tem de uma base (proximal), um corpo (intermédio) 
e uma cabeça (distal). Articulam-se proximalmente 
com os ossos do carpo e distalmente com as falan-
ges. Os ossos dos dedos são as falanges. São 14 ossos 
longos que apresentam base, corpo e cabeça e são 
chamadas de proximal, média e distal. O polegar 
tem apenas as falanges proximal e distal.
Ossos do membro inferior
O membro inferior é composto por vários os-
sos que se articulam entre si para permitir ampla 
mobilidade e o suporte de peso corporal durante 
a marcha, assim como o equilíbrio do corpo na 
postura estática. O cíngulo do membro inferior é 
composto pelos ossos do quadril e pelo osso sacro e 
tem por função unir a parte livre do membro ao es-
queleto axial. Já a parte livre do membro apresenta 
um osso longo na coxa (o fêmur), dois ossos longos 
na perna (a tíbia e a fíbula), um osso sesamoide na 
Figura 19 - Ossos do membro superior
A clavícula é um osso fino, em forma de “S”, que fica 
sobre a primeira costela. Sua posição lhe permite se 
articular com o esterno e com a escápula, além de 
servir como ponto de fixação para alguns ligamen-
tos. Em contrapartida, a escápula é um osso grande, 
plano, triangular e posterior que se articula com a 
clavícula e com o úmero. 
Além disso, ela permite a fixação de muitos mús-
culos. Já o úmero é o osso mais longo do membro su-
perior. Sua extremidade proximal se articula com a es-
cápula e sua extremidade distal se articula com o rádio 
e com a ulna. Ele também permite a fixação de vários 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 33
região do joelho (patela), doze ossos no pé (sendo 
sete ossos tarsais e cinco ossos metatarsais) e qua-
torze ossos nos dedos (cinco falanges proximais, 
cinco falanges distais e quatro falanges médias). Os 
ossos do quadril e o sacro são irregulares, os tarsais 
são curtos, os metatarsais e as falanges são longos 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
quanto, o cíngulo do membro superior não se articu-
la diretamente à coluna vertebral, o do membro in-
ferior o faz pela articulação sacroilíaca. Além disso, 
o encaixe na escápula para o úmero é raso e o fêmur 
no osso do quadril é profundo. Assim, enquanto o 
membro superior é adaptado a amplos movimentos, 
o membro inferior é adaptado ao suporte de peso e 
à estabilidade articular (GRABINER, et al., 1991).
O fêmur é o maior, mais pesado e mais resisten-
te osso do corpo. Sua extremidade proximal articu-
la-se com o acetábulo do osso do quadril e a distal 
articula-se com a tíbia e patela. Já a patela é um 
osso triangular e sesamoide que se desenvolve no 
tendão do músculo quadríceps femoral aumentan-
do a força de alavanca deste músculo, mantendo a 
posição de seu tendão na flexão do joelho e prote-
gendo a articulação.
Enquanto, a tíbia é o osso medial e sustentador 
de peso do membro inferior, a fíbula é paralela e la-
teral à tíbia. Superiormente, a tíbia se articula com o 
fêmur e com a fíbula e inferiormente se articula com 
o osso tálus e com a fíbula (pela membrana interós-
sea da perna; sindesmose tibiofibular).
Os ossos do pé incluem os ossos tarsais e me-
tatarsais. Os tarsais (tálus, calcâneo, navicular, 
cuboide, cuneiforme lateral, cuneiforme medial e 
cuneiforme intermédio) unem-se pelas articulações 
intertarsais. Os metatarsais apresentam uma base 
(proximal), um corpo (intermédio) e uma cabeça 
(distal), e são numerados de I a V a partir da posição 
medial. Articulam-se proximalmente com os ossos 
tarsais e distalmente com as falanges.
As falanges (proximal, média e distal) apresen-
tam base, corpo e cabeça, e as articulações que for-
mam entre si são chamadas de interfalângicas. Vale 
lembrar que o hálux (popularmente chamado de 
“dedão”) apresenta apenas falanges proximal e distal.
Figura 20 - Ossos do membro inferior
O osso do quadril do recém-nascido é formado por 
três ossos separados por cartilagem: ílio, ísquio e pú-
bis. Eles se unem completamente por volta dos 23 
anos de idade e se articulamanteriormente na sínfi-
se púbica e, posteriormente, unem-se ao sacro. As-
sim, o anel ósseo completo formado pelos dois ossos 
do quadril e sacro fazem uma estrutura em forma de 
bacia, chamada pelve óssea, que dá suporte à coluna 
vertebral e aos órgãos pélvicos.
Como visto, existem importantes diferenças 
entre o cíngulo do membro superior e inferior. En-
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
34 
DEFINIÇÃO DE ARTICULAÇÃO
Quem nunca ouviu a vó ou o vô reclamando que 
está com dor nas “juntas”? Quem nunca ouviu di-
zer que se estalar o dedo engrossa as “juntas” ou se 
ficar muito tempo sem movimentar uma articulação 
a “junta” seca? Será que essas suposições são fato ou 
boato? A fim de respondermos estas e tantas outras 
questões sobre este tema tão complexo, vamos fazer 
um estudo completo sobre as articulações.
Em primeiro lugar, você só pode chamar de 
articulações ou junturas. Junta não! Em segun-
do lugar, elas são definidas como o conjunto de 
estruturas anatômicas que promovem a conexão 
entre duas ou mais peças do esqueleto. Se a ar-
ticulação ocorrer entre apenas dois ossos ela é 
classificada como simples, mas se acontecer entre 
mais de dois ossos, ela é chamada de composta 
(WATANABE, 2000). O restante, abordaremos 
nos tópicos que seguem.
FUNÇÕES DAS ARTICULAÇÕES
A maioria das articulações relaciona-se à produção 
de movimentos uma vez que as peças ósseas são 
tracionadas pelos músculos (durante a contração) e 
se movem ao redor dos pontos de junturas entre os 
ossos. Todavia, algumas articulações não são muito 
móveis, mas dão estabilidade às zonas de união en-
tre os vários segmentos do esqueleto, ou seja, estão 
mais relacionadas à postura e ao equilíbrio (MOO-
RE et al., 2014).
Quando as articulações perdem suas funções em 
decorrência de doenças articulares graves (por exem-
plo, artrite), um procedimento cirúrgico chamado de 
artroplastia pode ser feito. Nele a articulação lesada é 
substituída por uma articulação artificial.
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
As articulações podem ser classificadas segundo vá-
rios critérios, sendo os dois mais utilizados o critério 
funcional (com base nos tipos de movimentos que 
permitem) e o critério estrutural (baseado em carac-
terísticas anatômicas) (GRABINER, et al., 1991).
A classificação funcional está relacionada ao 
grau de movimento que a articulação permite. As-
sim, pode ser chamada de sinartrose (quando a arti-
culação é fixa, sem movimento), anfiartrose (quan-
do a articulação permite pouco movimento) ou 
diartrose (quando a articulação é muito móvel). Já 
a classificação estrutural é baseada na presença ou 
ausência de um espaço (a cavidade articular) entre 
os ossos da articulação, e no tipo de tecido que une 
os ossos. Assim, a articulação pode ser fibrosa, carti-
lagínea ou sinovial.
Sistema 
Articular
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 35
A articulação fibrosa tem ossos unidos por 
tecido conjuntivo fibroso rico em fibras coláge-
nas não tem cavidade articular entre os ossos e 
permitem apenas pequenos deslocamentos e mo-
vimentos vibratórios. A articulação cartilagínea 
tem ossos unidos por cartilagem hialina ou fibro-
cartilagem, não tem cavidade articular entre os 
ossos e também permite apenas pequenos deslo-
camentos e movimentos vibratórios. Em contra-
partida, a articulação sinovial tem ossos unidos 
por tecido conjuntivo denso não modelado em 
forma de cápsula articular, tem cavidade articular 
e apresenta alguns elementos articulares caracte-
rísticos e outros especiais.
As articulações fibrosas podem ser do tipo sutu-
ra, sindesmose ou gonfose. As suturas são funcional-
mente classificadas como sinartroses, são encontra-
das nos ossos do crânio e podem ser planas (quando 
os ossos se encaixam de forma retilínea, como no 
caso da sutura internasal), serrilhada (quando os os-
sos se interdigitalizam um no outro, como na sutura 
sagital) ou escamosa (quando os ossos se sobrepõem 
um ao outro como ocorre entre o parietal e tempo-
ral). A ossificação das suturas geralmente inicia na 
segunda década de vida e termina após 80 anos, re-
cebendo o nome de sinostose.
Na sindesmose há uma distância maior entre 
os ossos e, por isso, existe mais tecido conjuntivo 
fibroso entre eles o qual pode estar disposto como 
um feixe (ligamento) ou como lâmina (membra-
na interóssea). Exemplo: membrana interóssea da 
perna (sindesmose tibiofibular) e do antebraço 
(sindesmose radioulnar). É funcionalmente classi-
ficada como anfiartrose.
A gonfose ocorre quando uma estrutura cunei-
forme se ajusta a uma concavidade. É o que ocorre, 
por exemplo, na união das raízes dos dentes com os 
processos alveolares da maxila e mandíbula. Vale 
ressaltar que, embora discretos, os movimentos dos 
dentes existem e podem ser percebidos durante pe-
quenos rebaixamentos ao serem submetidos a for-
tes compreensões (servem para suavizar impactos e 
evitar que os dentes se partam). São funcionalmente 
classificadas como sinartroses.
As articulações cartilagíneas podem ser do tipo 
sincondrose ou sínfise. A sincondrose apresenta 
cartilagem hialina entre os ossos e é funcionalmen-
te classificada como sinartrose. Algumas podem ser 
temporárias sofrendo ossificação no decorrer da 
vida (como a sincondrose esfenocciptal e a lâmina 
epifisial) e outras podem ser permanentes (como as 
articulações entre o osso esterno e as dez primeiras 
cartilagens costais).
A sínfise é uma articulação onde os ossos são uni-
dos por um disco de fibrocartilagem (por exemplo, 
sínfise púbica, manubrioesternal e intervertebral). 
São classificadas como anfiartroses. As articulações 
sinoviais têm elementos característicos e especiais 
que podemos citar: a superfície articular, cartilagem 
articular, cápsula articular e líquido sinovial.
A superfície articular é a porção de cada osso da 
articulação. Não tem periósteo, mas é coberta por 
cartilagem articular que é avascular (é nutrida pelo 
líquido sinovial), é fina, lisa e escorregadia (a fim de 
reduzir o atrito entre os ossos e absorver impactos).
A cápsula articular é uma membrana de tecido 
conjuntivo que envolve a articulação vedando-a e 
unindo os ossos (fazendo coaptação articular). É 
amplamente vascularizada e inervada (tanto com 
inervação dolorosa quanto proprioceptiva). É 
composta pela camada fibrosa (externa) e sinovial 
(interna). Enquanto a fibrosa é resistente, permite 
coaptação, mobilidade e resistência à tração, a si-
novial sintetiza o líquido.
ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
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O líquido sinovial é viscoso, amarelo-claro, cons-
tituído principalmente por ácido hialurônico, prote-
oglinas e glicosaminoglicanas. Ele reduz atrito (pois 
lubrifica a articulação), absorve impactos (pois man-
tém os ossos levemente afastados) e elimina calor 
produzido nas articulações durante os movimentos.
Além disso, remove microrganismos e fragmen-
tos resultantes do desgaste articular (pois contém 
células fagocíticas), nutre e oxigena a cartilagem ar-
ticular, assim como dela remove o CO2 e os resíduos 
metabólicos. Como é produzido proporcionalmente 
ao movimento articular, quando uma articulação 
fica imobilizada por muito tempo (para consolidar 
uma fratura, por exemplo), o líquido torna-se me-
nos abundante e viscoso. Por isso, as pessoas dizem 
que a “junta secou”. Todavia, produzido em excesso 
(por um processo inflamatório, por exemplo, sino-
vite), deve ser aspirado a fim de diminuir a pressão 
intra-articular e a dor (FREITAS, 2004). 
Os elementos especiais das articulações sinoviais 
incluem os lábios, os discos articulares, os meniscos, 
os ligamentos acessórios, as bolsas e as bainhas ten-
díneas. Os lábios são estruturas de fibrocartilagem 
localizadas em extremidades articulares, geralmen-
te côncavas, a fim de ampliar a cavidade e conferir 
maior estabilidade à articulação.

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