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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO - PONTO 4

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO - PONTO 4
Receita pública. Conceito. Ingressos e receitas. Classificação: receitas originárias e receitas derivadas.
Atualizado por Jucelio Fleury Neto em agosto de 2012
RECEITAS PÚBLICAS: 
1) CONCEITO. DIFERENÇA ENTRE INGRESSOS E RECEITAS.
Como despesa pública pressupõe receita, pode-se dizer que receita pública é o ingresso de dinheiro aos cofres públicos do Estado para atendimento de suas finalidades.
Para Sainz de Bujanda, receita pública é vista como “somas de dinheiro que recebem o Estado e os demais entes públicos para cobrir com elas seus gastos”.
Para Alberto Deodato “é o capital arrecadado, coercitivamente do povo, tomado por empréstimo ou produzido pela renda dos seus bens ou pela sua atividade, de que o Estado dispõe para fazer face às despesas públicas”.
O autor ressalva, contudo, que o conceito de receita não se confunde com o de entrada, pois todo ingresso de dinheiro aos cofres públicos caracteriza uma entrada, mas nem todo ingresso corresponde a uma receita pública.
Ou seja, o ingresso de dinheiro pode ser caracterizado como receita pública ou como meras “entradas de caixa”, como as cauções, fianças, depósitos recolhidos ao Tesouro e etc, que são representativos de entradas provisórias e que devem ser, oportunamente, devolvidas.
Com base nessa observação acima, Aliomar Baleeiro conceituou receita como a “entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo”.
O autor afirma, porém, que a Lei 4320/64 não perfilhou a conceituação doutrinária de receita pública, ditada por financistas. A lei não elege como requisito indispensável à configuração da receita pública o ingresso de dinheiro sem contrapartida no passivo nem o acréscimo patrimonial da entidade política. Conquanto não tenha definido expressamente o que seja receita pública, pelo exame do seu art. 11 e parágrafos, permite identificá-la como “todo ingresso de recursos financeiros ao tesouro público, com ou sem contrapartida no passivo e independentemente de aumento patrimonial”.
Por força do princípio da unidade de tesouraria, previsto no art. 56, todo ingresso de dinheiro deve ser centralizado no tesouro público e contabilizado ou como receita corrente ou como receita de capital. Não há como contabilizá-lo a título de mera “entrada de caixa” ou sob a rubrica “receita provisória”, figuras inexistentes na lei 4320/64.
* Conforme consta no site do tesouro nacional:
Receita Pública: 1- A entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo; 2 - Toda arrecadação de rendas autorizadas pela Constituição Federal, Leis e Títulos Creditórios à Fazenda Pública; 3 - Conjunto de meios financeiros que o Estado e as outras pessoas de direito público auferem, e, livremente, e sem reflexo no seu passivo, podem dispor para custear a produção de seus serviços e executar as tarefas políticas dominantes em cada comunidade. Em sentido restrito, portanto, receitas são as entradas que se incorporam ao patrimônio como elemento novo e positivo; em sentido lato, são todas quantias recebidas pelos cofres públicos, denominando-se entradas ou ingressos (em sentido restrito, nem todo ingresso constitui receita pública; o produto de uma operação de crédito, p. ex. , é um ingresso mas não é receita nessa concepção, porque em contraposição à entrada de recursos financeiros cria uma obrigação no passivo da entidade pública);
Ingressos Públicos ou Entradas: Importâncias em dinheiro, a qualquer título, recebidas pelos cofres públicos. Nem todos os ingressos constituem receitas públicas, uma vez que alguns se caracterizam como simples movimentos de fundos, isto é, não se incorporam ao patrimônio do Estado, uma vez que suas entradas condicionam-se a uma restituição posterior.
2) CLASSIFICAÇÃO.
2.1. QUANTO AO CRITÉRIO DA REGULARIDADE OU RELATIVA PERIODICIDADE:
- RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS: são aquelas auferidas em caráter excepcional e temporário, em função de determinada conjuntura. Exemplos: empréstimos compulsórios e os impostos extraordinários de guerra, já que esses impostos não servem como fontes perenes de receitas, pois, por terem caráter contingente, devem ser, gradativamente, suprimidos assim que cessadas as causas de sua criação.
- RECEITAS ORDINÁRIAS: são aquelas que ingressam com regularidade, por meio do normal desenvolvimento da atividade financeira do Estado. Constituem fonte regular e permanente de recursos financeiros necessários ao atendimento das despesas públicas.
2.2. QUANTO À ORIGEM:
- RECEITA ORIGINÁRIA: é aquela que advém da exploração, pelo Estado, da atividade econômica. Isto é, são aquelas que resultam da atuação do Estado, sob o regime de direito privado, na exploração da atividade econômica.
* Modalidades de receitas originárias segundo as fontes:
	- Receitas patrimoniais: são as geradas pela exploração do patrimônio do Estado, mobiliário (composto por títulos representativos de crédito e de ações) e imobiliário (foros, laudêmios, taxas de ocupação etc);
Obs: o autor chama a atenção para o fato de os Entes Públicos (U, E, DF e M) não explorarem devidamente seus bens. Ou seja, para ele, os bens imóveis poderiam ser ótimas fontes de renda, se os Entes cobrassem pela permissão de ocupação temporária de calçadas para realização de obras, de uso de calçadas para banca de jornais, de uso das vias públicas para estacionamentos, as concessões reais de uso e etc. “Muito embora a Lei de Responsabilidade Fiscal vede apenas a renúncia de receitas de natureza tributária (art. 14), ante as notórias dificuldades do Poder Público, a cobrança do preço pela utilização de bens públicos insere-se no âmbito do poder-dever”.
	- Receitas industriais, comerciais e de serviços: são as geradas pelo Estado no exercício da atividade empresarial. Atuação atípica do Estado, conforme previsão constitucional.
- RECEITAS DERIVADAS: São extraídas do patrimônio dos particulares para o Estado, em razão do seu poder de império. São os tributos, as penas pecuniárias, as multas aplicadas por autoridades administrativas ou judiciais, o confisco e as reparações de guerra. O Estado, em virtude do seu poder de autoridade, pode retirar dos súditos parcelas de suas riquezas para a consecução dos seus fins, visando ao bem-estar geral.
* Há quem ainda aponte uma terceira modalidade, quanto à origem:
- RECEITAS TRANSFERIDAS: São extraídas do patrimônio dos particulares para o Estado, em razão do seu poder de império.
2.3. CLASSIFICAÇÃO LEGAL:
Segundo a Lei 4320/64, de acordo com as categorias econômicas, as receitas podem ser:
- RECEITAS CORRENTES:
São resultantes da atividade própria da administração (Estado como agente arrecadador e agente econômico):
- tributos (impostos, taxas e contribuição de melhoria)
- receita de contribuições;
- receita patrimonial (exploração dos bens próprios dos Estados);
- receita agropecuária;
- receita industrial;
- receita de serviços;
- receitas recebidas de outro ente (transferência), quando destinadas ao pagto de despesa corrente.
OBS: Segundo o art. 2º, IV, da Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se como:
- receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:
        a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
        b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
        c) na União, nos Estados e nos Municípios,a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9o do art. 201 da Constituição.
        § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
        § 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.
        § 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.
- RECEITAS DE CAPITAL:
- operações de crédito (assunção de dívidas);
- alienação de bens;
- amortização de empréstimos;
- receitas recebidas por transferência de outro ente para pagamento de despesa de capital.
- superávit do orçamento corrente.
QUESTÕES DE CONCURSOS:
1) AGU/2003: Conforme o estabelecido na lei 4320/64 e de acordo com as lições doutrinárias referentes à receita pública, julgue os itens a seguir:
As receitas públicas, segundo as categorias econômicas, classificam-se em receitas correntes e receitas de capital.
Resposta: Art. 11 da Lei: “A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas correntes e de capital”. Portanto, item CORRETO.
Receitas tributárias e receitas resultantes da exploração do patrimônio público são receitas correntes. ITEM CORRETO.
2) AGU/2005: Em linha distinta da doutrina majoritária, a vigente classificação legal de receita inclui alguns ingressos ou entradas financeiras cuja índole não se compatibiliza com a noção de receita pública strictu sensu. ITEM CORRETO.
3) PROCURADOR DO MP DO TC/PE/2004: O conceito legal de receita orçamentária pública não corresponde ao conceito de receita na contabilidade privada. Enquanto na contabilidade privada considera-se uma venda a prazo como receita ocorrida no momento da operação, no orçamento público, fatos semelhantes somente são considerados receita no momento do efetivo recebimento dos valores financeiros. ITEM CORRETO.
Explicação: No setor público, a receita é contabilizada pelo chamado regime de caixa, pelo qual só se considera gerada a receita na entrada do numerário nos cofres públicos. Nesse sentido, o art. 39 da Lei 4320/64 “Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias” . Ao reverso, no setor privado utiliza-se o regime de competência, pelo qual se contabiliza a receita quando da venda, na prestação do serviço ou entrega da mercadoria, independentemente de o pagamento ser feito a vista ou a prazo.
BIBLIOGRAFIA
Obras utilizadas: Direito Financeiro e Tributário, Kiyoshi Harada. 18ª Ed. 2009. Direito Financeiro e Econômico – Questões Comentadas, Editora Método.

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