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EPIDEMIOLOGIA - A HISTORICIDADE DO CONCEITO DE CAUSA

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Ana Beatriz Vasconcelos
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“Saúde é a ausência de doença”
“Saúde é um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo”
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de moléstia ou enfermidade”
Saúde X doença
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 A saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é considerado doença varia muito.
Saúde X Doença
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O homem é um ser dotado de uma grandiosa capacidade de adaptação fisiológica, que permite que viva ou sobreviva em quase todos os ambientes do continente terrestre. 
O meio onde vive oferece obstáculos naturais e/ou artificiais que se transformam ciclicamente em novas barreiras, à medida que o homem se adapta à condição existente. Esses obstáculos ou barreiras promovem mudanças permanentes ou transitórias na vida do individuo sendo denominados fatores determinantes do processo saúde-doença e oferecem a base para estudos epidemiológicos (BELLUSCI, 1995).
Processo Saúde-Doença
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Desde os primórdios da civilização humana, a doença, o processo como ela se desenvolve, suas causas e consequências, conquistam o pensamento do homem no intuito de controlá-las ou evitá-las.
A Historicidade do Conceito de Causa 
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Conhecida como a fase da magia ou dos aspectos sociais, onde os fatores determinantes da doença provinham de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se fosse cristão, era considerado como uma forma de expiação dos pecados e se fosse de outra orientação religiosa, era considerado como possessão demoníaca.
A primeira fase
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1° Vertente: Assírios, egípicios, caldeus, hebreus e outros povos.
As observações relativas ao aparecimento das doenças eram revestidas de caráter religioso. 
“O corpo humano como o receptáculo de uma causa externa que irá produzir a doença sem que o organismo participe ativamente no processo . As causas podem ser naturais ou espíritos sobrenaturais.
Antiguidade
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2° Vertente: Medicina Hindu e chinesa
Doença é vista como consequência do desequilíbrio entre os elementos que compõem o organismo. A causa deste desequilíbrio era buscada no ambiente físico, na influencia dos astros , no clima, nos insetos e outros animais associados às doenças.
Para restabelecer a saúde procura –se restabelecer o equilíbrio da energia interna (acupuntura).
Homem tem papel ativo no processo e as causas são naturalizadas.
Antiguidade
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Na Grécia a saúde ainda é um estado de harmonia entre os quatros elementos terra, ar, agua e fogo. A doença aparece como consequência de fatores externos que provocam no organismo um desequilíbrio.
Hipócrates: importância atribuída ao ambiente físico
Escola grega : Inúmeros fatores do ambiente físico poderiam ser capazes de produzir doença quando agindo sobre o organismo humano desencadeando alterações dos humores.
Antiguidade
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Período de produção do modo feudal;
Princípios hipocráticos conservados;
Influência do cristianismo , a medicina volta-se a se vestir de caráter religioso 
Epidemias crescentes retorna à questão de causalidade das doenças ;
Doenças contagiosas , a doença poderia ser produzida por meio do contágio entre os homens.
Idade média
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Medicina exercida por leigos e são retomados experimentos e observações anatômicas que resultarão na formação das ciências básicas;
Existência de partículas invisíveis responsáveis pela produção de doença e que atinge o home de diferente maneira/formas de contágios;
Séc. XVI Teoria do contagio de Fracastoro- organismo humano mais uma vez é receptáculo de doença , pouco se podendo fazer para evitá-la.
Renascimento
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Imperava os fatores físico-químicos, os ‘’miasmas’’, que se caracterizavam por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos, como o chorume do lixo e sujeiras que porventura vinham produzir a doença no corpo sadio.
Segunda fase
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Teoria Miasmática 
séc. XVII- “as doenças se originam , parcialmente, das partículas da atmosfera e parcialmente de diferentes fermentações e putrefações
séc. XVIII- o estudo das causas cede lugar a prática clínica – compreensão do funcionamento do corpo e das alterações anatômicas sofridas durante a doença;
Final do séc. XVIII- Após Revolução Francesa- Surge a Causação Social das relações entre condições de vida e trabalho das populações e o aparecimento de doenças. Surge a Teoria Social da Medicina onde o ambiente deixa de ser natural para se vestir do social.
Renascimento
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Denominada biológica ou microbiológica, que se estabelece com a descoberta do microscópio e do mundo das bactérias, se enfatiza a ação dos germes e a consequente degradação sobre a saúde (SOUZA et al, 1997).
Terceira fase
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Bacteriologia -para cada doença um agente etiológico deverá ser identificado e combatido por meio de vacinas ou produtos químicos.
Teoria Unicausal
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Multicausalidade 
Modelo de “balança”– saúde vista como um estado de equilíbrio entre fatores diversos e múltiplos. A doença ocorre quando o equilíbrio é alterado por uma mudança na força com que opera um ou mais destes fatores. 
São reconhecidos 3 tipos de fatores: agente, hospedeiro e meio ambiente; 
Neste modelos os fatores são tomados como se não houvesse interações entre eles e, na pratica apenas um tipo de fator, aquele de maior peso , atuasse na produção de doença .
Teoria Multicausal
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muda a abordagem da doença, relacionando-a a uma causalidade múltipla e incorporando os aspetos sociais ou psicossociais no processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a manutenção da doença na coletividade como resultante da interação do homem com os fatores biológicos, químicos e físicos.
 Na abordagem multicausal, uma única doença é proveniente de diversos fatores determinantes, inter-relacionados e dinâmicos. A intervenção é baseada em múltipla direção de modo a abranger os fatores multicausais.
Quarta fase
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Homem como ser bio-psico-social ;
Rede de causalidade de MacMahom
Modelo Ecológico- a atividade e a sobrevivência dos agente e hospedeiro dependem do ambiente , são alteradas por ele e , por outro lado, também alteram o ambiente que se encontra.
Concepção de determinação social- “O processo saúde-doença é determinado pelo modo como o homem se apropria da natureza em um dados momento , apropriação que se realiza por meio do processo de trabalho baseado em determinando desenvolvimento das forças produtivas e relações sociais de produção.”
Multicausalidade
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Obrigada
anabeatriz@anabeatrizvasconcelos.com

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