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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 10

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 10
Fato gerador. Taxas e preços públicos. Taxas contratuais e facultativas. Contribuições para a Seguridade Social. Contribuição sobre o lucro. O regime da COFINS. CPMF. A CIDE e o seu regime. Empréstimo compulsório. As limitações constitucionais do empréstimo compulsório na Constituição Federal de 1988.
Resumo atualizado por Thalynni Lavor, modificações foram realizadas em vermelho.
Atualizado em setembro de 2010 por Ingrid Aragão Freitas Porto.
Atualizado por Rodrigo Parente Paiva Bentemuller em agosto de 2012
ANOTAÇÕES DO CADERNO DO LFG SOBRE FG:
- Fato Gerador: a lei descreve situações hipotéticas, abstratas, que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se fixe o momento do nascimento da OT. E é essa definição abstrata, contida na lei, das hipóteses em que o tributo incide ou em que o tributo deva ser cobrado, que denominamos de FG da OT. O FG é, assim, a situação de fato, prevista na lei de forma prévia, genérica e abstrata, que, ao ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito, ocorra o nascimento da OT, seja esta principal ou acessória. A lei abstrata, por si só, não é capaz de fazer surgir a OT.
Nos arts. 114 e 115, CTN encontramos dois conceitos de FG, como sendo:
- obrigação principal: é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência;
- obrigação acessória: é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, e não só exclusivamente na lei, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
→ São 3 os elementos básicos do FG:
a) legalidade: exigibilidade do cumprimento do princípio constitucional da legalidade;
b) economicidade: aspecto econômico do fato tributável (como regra geral, envolvendo a BC e alíquota do tributo) e a capacidade contributiva do sujeito passivo;
c) causalidade: corresponde à consequência ao efeito do FG; enfim, ao nascimento da OT.
→ Momento da ocorrência do FG: art. 116, CTN – salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o FG e existentes os seus efeitos:
a) tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que se produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
b) tratando-se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
O art. 117, CTN, nesse sentido, dispõe que os atos ou negócios jurídicos condicionais serão reputados como perfeitos e acabados, desde o momento: a) de seu implemento, sendo a condição suspensiva; b) da prática do ato ou da celebração do negócio, sendo a condição resolutória.
Fatores irrelevantes à definição do FG: art. 118, CTN – a definição legal do FG deve ser interpretada de modo que não sejam levados em consideração questões relacionadas:
a) à validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como à natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
b) aos efeitos dos fatos efetivamente praticados.
Assim, desde que se materialize, na vida real, a hipótese de incidência tributária descrita na lei, surge a obrigação principal ou acessória, inclusive em se tratando de atividades ilícitas em face da norma penal. Por ex.: na venda de mercadorias contrabandeadas, ingressadas no Brasil irregularmente, o Estado exige o pagamento do ICMS; da mesma forma, as receitas oriundas do tráfico de drogas e corrupção serão normalmente tributadas pelo IR. (pecunia non olet)
 Classificação do fato gerador�
As hipóteses de incidência ou fatos geradores são classificados quanto ao momento da sua ocorrência em instantâneos, continuados ou de período, como segue:
• fato gerador instantâneo: é o fato isolado que ocorre num determinado momento plenamente identificável, como a saída do produto industrializado do estabelecimento industrial (art. 2º, II, da Lei 4.502/64: IPI) ou o lançamento a débito em conta corrente de depósito (art. 2º, I, da Lei 9.311/96: CPMF, extinta no final de 2007);
• fato gerador continuado: é a situação jurídica que se perpetua no tempo, verdadeiro status jurídico, como a propriedade de imóvel rural (art. 1º da Lei 9.393/96: ITR);
• fato gerador de período (ou complexo): é a situação composta por diversos fatos considerados em conjunto, como os rendimentos anuais da pessoa física ou o lucro real trimestral ou anual da pessoa jurídica apurado tendo em conta suas receitas e despesas operacionais, com as adições, exclusões e compensações determinadas pela legislação (arts. 1º e 2º da Lei 9.430/96: IRPJ). Entendemos que a denominação fato gerador “de período” é preferível à denominação fato gerador “complexo” porque esta pode levar à ideia de atos jurídicos complexos, quando, em verdade, o fato gerador de período pode não envolver atos complexos, mas um conjunto de atos simples considerados como uma unidade por questões de política tributária.
Também são classificados, conforme configurem atividade do estado ou situação relativa ao próprio contribuinte, em vinculados e não vinculados:
• fato gerador vinculado: é aquele realizado pela própria Administração, como a prestação de serviço de recolhimento de lixo (taxa de lixo) ou a realização de fiscalização para renovação de licença de funcionamento (taxa de renovação de alvará);
• fato gerador não vinculado: é aquele que não diz respeito à atividade da Administração, mas ao próprio contribuinte, como ser proprietário de imóvel rural (ITR), adquirir a disponibilidade econômica ou jurídica de renda (IR), promover a saída de mercadoria do estabelecimento (ICMS), importar produto estrangeiro (II).
Não se deve confundir o fato gerador vinculado (aspecto material da hipótese de incidência) com a vinculação do produto da arrecadação (destinação do tributo).
TAXAS E PREÇOS PÚBLICOS
	A Taxa (igualmente à contribuição de melhoria) caracteriza-se como um tributo vinculado, vez que a sua cobrança encontra-se vinculada a determinada atividade específica e divisível, cobrada daqueles entes que dela se beneficiaram direta ou potencialmente. Diferencia-se do tributo não vinculado, pois este ocorre quando o fato gerador não é uma atividade do Estado, mas sim atividade ou situação econômica do contribuinte.
	A Classificação acima tratada não se relaciona à destinação do produto da arrecadação, mas sim ao próprio fato gerador. O destino da arrecadação só importará para a classificação de contribuições (Entidades profissionais e de seguridade social), não para a definição dos demais tributos.
	No que tange às Taxas, o art. 77 do CTN, reza que “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.
		Para Aliomar Baleeiro, “taxa é o tributo cobrado de quem utiliza de serviço público especial e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.
		A competência para a instituição do tributo será daquele ente que possui a competência para prestar o serviço público, ou exerce a fiscalização da atividade.
	O Art. 145 §2º da CF determina que não pode haver Taxa com base de cálculo própria de Imposto. A base de cálculo da Taxa deve ter relação com o custo da atividade, não podendo ser utilizada nenhuma das atividades já definidas como base de cálculo dos impostos, todavia é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra (Súmula Vinculante 29)
		As taxas são de duas espécies:
		Taxas de polícia: decorrem do exercício regular do poder de polícia (definição no art. 78 do CTN) A 1ª – taxa de polícia tem por fato gerador o exercício regular do poderde polícia, o qual foi definido no art.78 do CTN, que trata da atividade de polícia administrativa, que atua, por meio da restrição ou condicionamento de atividades privadas em prol da coletividade. Deve ser exercício pelo órgão estatal competente e dentro dos parâmetros legais de exercício de fiscalização. Diferentemente da Taxa de Serviço, a taxa de polícia somente pode ser cobrada pelo efetivo exercício da atividade de polícia (não pode ser por prestação potencial) (STF). 
A Súmula 665 do STF traz um exemplo de taxa de polícia, cobrada pela CVM.
O STF, em decisões recentes, tem presumido o exercício do poder de polícia quando existente o órgão fiscalizador, mesmo que este não comprove haver realizado fiscalizações individualizadas no estabelecimento de cada contribuinte (RE 416.601). Adiante, no RE 588.322/RO, nem mesmo a existência de um órgão fiscalizador específico seria sempre necessária para legitimar a cobrança de uma taxa de policia, desde que ocorrendo essa situação, possa ser demonstrado que o ente estatal realmente desempenha a atividade de policia correspondente ao fato gerador da taxa.
	Há recentes posicionamentos do STJ, com o cancelamento do enunciado S. 157 do STJ no sentido de acatar a cobrança de Taxa de Polícia por atividade potencialmente exercida. O precedente trata da cobrança de taxa de fiscalização e funcionamento do Município de São Paulo, fundamentou-se com a notoriedade de fiscalização (RESp271.265/SP). 
	Taxas de serviços públicos: decorrem da prestação de serviço público específico e divisível, cuja utilização pelo contribuinte pode ser efetiva ou potencial. 
Os serviços públicos são: 
	Específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade ou de necessidades pública; e 
Divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
	A caracterização de serviço público como específico e ou divisível gera debate doutrinário, mas para a doutrina majoritária, que é acolhida pelo STF, todo serviço público específico é também divisível, sendo desnecessário exigir-se como dois critérios estanques, os conceitos são mutuamente dependentes entre si.
	 Do ponto de vista da prestação o serviço seria geral ou específico (uti singuli), sob a ótica da utilização seria divisível ou não. Ex. de serviço geral e indivisível: Taxa de Iluminação Pública (S. 670 STF) que não pode ser cobrada mediante Taxa, para se burlar a vedação criou-se por meio de EC39 a contribuição de Iluminação Pública, que teria uma natureza jurídica sui generis.
	Efetivos, quando o usuário realmente usa o serviço.
	Potenciais, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à disposição do usuário, mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. A coleta domiciliar de lixo é compulsória, desde que exista efetivamente o serviço, mesmo que não haja produção individual de lixo, o contribuinte tem de pagar.
Súmula Vinculante 19 - a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
RE 209.365-3/SP – o STF adotou a seguinte classificação:
1-	serviços públicos propriamente estatais: cuja prestação o Estado atue no exercício da sua soberania. São serviços indelegáveis e remunerados mediante taxa. Ex: emissão de passaporte e serviço jurisdicional;
2-	serviços públicos essenciais ao interesse público: prestados no interesse da comunidade. Remunerados mediante taxa, a qual incidirá sobre a utilização efetiva ou potencial do serviço. Ex: serviço de distribuição de água (há controvérsia) , coleta de lixo, de esgoto, de sepultamento;
3-	serviços públicos não essenciais: quando não utilizados, não resulta dano ou prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. São em regra delegáveis, e podem ser remunerados mediante preço público. Ex: serviço postal, serviços telefônicos, de distribuição de energia, de gás.
Serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público: tarifa ou preço público (STF – RE 518.256; STJ – Súmula 412, AgRg no REsp 1236750)
Serviços de água e esgoto, quando prestado pelo próprio ente público (mesmo que por autarquia): taxa (AI 765898 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12)
Taxa x Tarifa (ou preço público)
Ambas são contraprestações pelos serviços prestados pelo Estado e seus delegatários.
Taxa: é devida por conta da prestação de um serviço público compulsório, tem natureza tributária (tributo vinculado).
Tarifa: é devida por conta de um serviço público facultativo, não tem natureza tributária. Exemplos, segundo o STF: água, luz, esgoto, telefonia.
Exercício regular do poder de polícia: só pode ser remunerado por taxa (STF).
Serviços públicos gerais (uti universi): só podem ser remunerados por impostos (não são específicos ou divisíveis).
Serviços públicos específicos e divisíveis, mas exclusivamente estatais (ex.: custas pela prestação jurisdicional): só podem ser remunerados por taxa.
- Taxas e Preços Públicos: 
	Taxa
	Preço Público (Tarifa)
	Regime Jurídico de Direito Público
	Regime Jurídico de Direito Privado
	O vinculo obrigacional é de natureza tributária, não admitindo rescisão 
	O vinculo obrigacional é de natureza contratual, admitindo rescisão
	O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público
	O sujeito ativo pode ser uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado
	O vinculo nasce independentemente de manifestação de vontade
	Necessidade de manifestação de vontade
	Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou potencial do serviço público
	Somente pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva do serviço público
	A receita arrecadada é derivada
	A receita arrecadada é originária
	Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, anterioridade, noventena)
	Não se sujeita
	Pedágio
	Em decorrência do principio da Uniformidade Geográfica, que veda a existência de tributo que tenha como fato gerador a procedência ou o destino da mercadoria (garantia ao direito de circulação), e ao fato de a CF ter previsto o pedágio como uma exceção a essa regra (art. 150, V), a doutrina e a jurisprudência passaram a divergir acerca da natureza jurídica do pedágio.
	A ressalva feita ao pedágio no dispositivo constitucional parece indicar que, para o constituinte, o pedágio se afigura como tributo. O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço (RE 181.475-6). Entretanto, é cediço que o pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização. Nestes casos, terá natureza de tarifa ou preço público.
	Para quem defende ser Taxa, os argumentos são: 1) É compulsória- quando não existe via alternativa; 2) cobrado pelo poder público; 3)atividade licita; 4) previsão literal do artigo constitucional; 5) Previsto dentro do Sistema Tributário Nacional ( Princípio da Topografia).
	Para quem defende ser Tarifa ( maioria da doutrina), os argumentos são: 1)A ressalva da CF seria apenas explicativa; 2)Não há compulsoriedade na cobrança; 3)a simples disponibilização não gera obrigatoriedade; 4) tem natureza contratual; 5) pode ser explorado por empresa privada, podendo gerar lucro; 5) Não estaria sujeito às limitações tributária.
	Observe que a CF só previu pedágio intermunicipal, ou interestadual. O pedágio intramunicipal não foi previsto, mas também não foi proibido, desde que exista via alternativa.
	A Jurisprudência do STF e STJ tem se manifestado pela desnecessidade de via alternativa para as vias Federais, Estaduais e Intermunicipais.
Casuística:
Custas judiciais: natureza jurídica de taxa de serviço público
taxa de pesquisa de jazida: é preço público ADIn 2.586-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 16.5.2002.(ADI-2586) (Informativo 269)
b) taxa processual do CADE – TRF 1ª entende ser caso de taxa: TRIBUTÁRIO - TAXA PROCESSUAL DO CADE - EXERCÍCIOREGULAR DO PODER DE POLÍCIA - APELAÇÃO NÃO PROVIDA. (…) 2 - A Taxa Processual não se relaciona com o direito de petição consagrado na Constituição Federal (art. 5º, XXXIV), mas com a própria regulação e controle do setor econômico. 3 - Quanto ao valor da taxa, o artigo 4º da Lei 9.781/99 assegura isenção àqueles que comprovarem insuficiência de recursos, não havendo que se falar em violação a qualquer princípio constitucional. 4 - Apelação não provida. 5 - Sentença mantida. (AC 200234000004729, j. 15/08/2008)
c) taxa florestal: “Por entender inocorrente a alegada ofensa à Constituição sustentada pela recorrente (artigos 145, II, § 2º e 150, I e IV), a Turma manteve acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que concluíra pela constitucionalidade da cobrança da Taxa Florestal instituída pela Lei estadual 7.163/77, como remuneração pelo exercício do poder de polícia sobre o carvão vegetal consumido por empresas siderúrgicas em seu processo industrial. Precedentes citados: AG (AgRg) 196.465-MG (DJU 26.9.97); RE 239.397-MG (28.4.2000) e RE (AgRg) 240.357-MG (DJU 16.3.2001). RE 228.332-MG, rel. Min. Carlos Velloso, 25.9.2001.(RE-228332)” (Informativo 243)
	Imposto
	Taxa
	- Competência privativa;
- Inexiste atividade estatal relativa ao contribuinte;
- Sua receita financiará os serviços públicos gerais;
- Tem como fato gerador uma atividade econômica do contribuinte.
	- Competência comum;
- Existe vínculo direto identificável entre o Estado e o contribuinte;
- Sua receita financiará o custeio dos serviços públicos específicos e divisíveis;
- Tem como fato gerador a prestação de serviço público.
	Taxas:
	Preços Públicos:
	São instituídas em lei e, por conta disso, estão sujeitas ao regime constitucional tributário.
Não há autonomia; não há escolha.
O que temos é uma relação de subordinação entre Estado e particular (entre o prestador e o usuário) – trata-se, pois, de uma relação vertical (que vem de cima para baixo).
	São prestações decorrentes da adesão a um contrato, e, por isso, sujeitas ao regime de direito privado.
O elemento essencial aqui é a autonomia da vontade e, portanto, a existência de escolha.
Aqui temos uma relação de coordenação entre prestador e usuário – trata-se, pois, de uma relação horizontal (mesmo patamar).
	Taxas
	Contribuições de Melhoria
	- São cobradas anteriormente à prestação do serviço;
- Sua receita se destina ao custeio de serviço já existente (permanente ou não);
- Tem como FG um serviço público, específico e divisível, prestado ao contribuinte, ou posto à sua disposição; ou o exercício regular do poder de polícia.
	- São cobrados após o beneficiamento do imóvel;
- Sua receita se destina ao custeio de obra nova (despesa realizada);
- Tem como FG o beneficiamento do imóvel do contribuinte.
CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL
	Após a Constituição de 1988, acabaram-se as dúvidas sobre o caráter tributário ou não das contribuições. Atualmente, é pacífico que contribuições são tributos.
A doutrina e o STF entendem que o art.149 é a regra matriz das contribuições. A EC 39/02 acresceu a esse art. 149-A que trata da Contribuição de Iluminação Publica, que segue princípios diferenciados.
Afetação: é a característica maior das contribuições, ou seja, a receita delas é vinculada a um fim específico (ex.: custear a previdência social). Recorde-se que os impostos são sujeitos ao princípio da não-afetação. O que não se confunde com a classificação de ser ou não tributo vinculado, o que vai depender da caracterização do fato gerador.
Referibilidade: alguns autores entendem que é indispensável que exista alguma atividade estatal quanto ao contribuinte. Entendo, porém, que essa não é uma característica essencial das contribuições. A contribuição previdenciária patronal, por exemplo, não é referida a nenhuma atividade estatal dirigida à empresa que a paga.
Contribuições:
Intervenção no domínio econômico (149)
Corporativas (149)
Sociais (strictu sensu) (149)
Para custeio da iluminação pública(149-A) 
	Competência: é exclusiva da União, com as seguintes ressalvas: contribuições para iluminação pública, de competência dos Municípios e do DF, bem como para o custeio da previdência dos servidores. Aqueles entes que possuem regime próprio de previdência para os seus servidores passaram a ter que obrigatoriamente instituir a contribuição após a EC 41/03. A alíquota desses não pode ser inferior à da contribuição dos servidores de cargo efetivo da União. Antes dessa Emenda, era possível a esses entes instituir também contribuição para a assistência social, o que restou vedado após a modificação constitucional (Estados, DF e Municípios).
Todas as contribuições podem ser instituídas por meio de lei ordinária. A única exceção é a criação de contribuição de seguridade social que incida sobre base econômica diferente das discriminadas na CF (competência residual da União), que exige lei complementar. Elas estão sujeitas à lei complementar de normas gerais em matéria tributária (CTN), mas não dependem previamente a sua instituição, de estabelecimento em lei complementar de seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.
O art.195, II da CF estabelecia contribuição social a ser devida pelos trabalhadores. A Lei 8.213/91, por meio da lei 9.506/97, acresceu dentre os segurados empregados a figura do ocupante de mandato eletivo. Ocorre que estes indivíduos não se enquadram na categoria de trabalhadores de acordo com a legislação trabalhista, assim a nova legislação acabaria por atuar na área de competência residual devendo ter sido instituída por meio de lei complementar. Com a lei que a previu era ordinária acabou por ser declarada a inconstitucionalidade do dispositivo. A União a fim de não perder a arrecadação dessas instituições aprovou a EC 20/98 alterando o disposto no art. 195, II da CF, passando a prever também “ para os demais segurados da previdência social”. Contudo, como prevalece no Brasil a tese de que a inconstitucionalidade de uma lei a retira do ordenamento, a superveniência da Emenda não constitucionalizou a lei. Assim a Lei 10.887/2004 acresceu a alínea J com igual teor. 
As contribuições, inclusive residuais, podem ter fatos geradores e base de cálculo próprios de impostos, segundo jurisprudência pacífica do STF, diferenciando-se dos impostos apenas quanto a destinação da receita. As contribuições residuais não podem ter base de cálculos iguais as de outras contribuições sociais.
Todas as contribuições são tributos, estando, pois, sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar. Como regra, estão sujeitas ao princípio da anterioridade e da noventena, com as seguintes exceções: a) as contribuições para a seguridade social, inclusive o PIS/PASEP e a CPMF (que não foi renovada a partir de janeiro/2008), estão sujeitas apenas à noventena - que, segundo o STF, somente se aplica para os casos de instituição e aumento da contribuição, e não para qualquer modificação (artigo 195 § 6º); b) CIDE-combustíveis, no caso específico do restabelecimento das alíquotas, não se sujeita à anterioridade de exercício, mas se sujeita à noventena.
	A pessoa jurídica em débito com a seguridade social não poderá contratar com o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
	Há imunidade para as contribuições para a seguridade social para as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências legais
	Há imunidade para todas as contribuições sociais (não só as destinadas à seguridade social) relativamente às receitas decorrentes de exportação.
	Contudo, para a CSLL e CPMF, o STF entendeu não se aplicar a referida imunidade. Segue notícia do julgamento (INFO 595): Min. Marco Aurélio, relator asseverou que, se ficasse entendido que o vocábulo receita, tal com previsto no inciso I do § 2º do art. 149 da CF, englobaria o lucro, acabar-se-ia aditando norma a encerrar benefício para o contribuinteconsiderada certa etapa, além de deixar capenga o sistema constitucional, no que passaria a albergar a distinção entre receita e lucro, em face da incidência da contribuição social para as pessoas jurídicas em geral (CF, art. 195) e, de forma incongruente, a alusão explícita à receita a ponto de alcançar, também, o lucro quanto a certo segmento de contribuintes — os exportadores. (...) Afirmou que o princípio do terceiro excluído, bem como o sistema constitucional até aqui proclamado pelo Tribunal afastariam a visão de se assentar que, estando o principal — a receita — imune à incidência da contribuição, também o estaria o acessório — o lucro. Concluiu que o legislador poderia ter estendido ainda mais a imunidade, mas, mediante opção político-legislativa constitucional, não o fez, não cabendo ao Judiciário esta tarefa. (RE-474132)
	É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições de seguridade sobre a folha de salários e da contribuição previdenciária do trabalhador, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar (ainda não editada).
	As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
	Em relação às contribuições para a seguridade social, não há parafiscalidade necessária. Não descaracteriza a contribuição o fato de ela ser administrada, arrecadada e fiscalizada por órgão da Administração Direta (Receita Federal), pois o importante é a correta destinação do produto de sua arrecadação.
	A EC 42/2003 inseriu a previsão de que a lei estabeleça a não-cumulatividade das contribuições de seguridade incidentes sobre a receita ou o faturamento e das contribuições do importador, para determinados setores de atividade.
	A EC 42/2003 passou a prever que deverá ocorrer uma substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente sobre a folha de salários pela incidente sobre a receita ou o faturamento. O objetivo de tal previsão é estimular a contratação formal de trabalhadores, ou, ao menos, reduzir o estímulo à contratação informal, já que a oneração da folha de salários enseja resistências à contratação formal. 
a)	Contribuições de intervenção no domínio econômico
A Constituição Federal, no art. 149, faz apenas uma previsão genérica da competência da União para instituir contribuições de intervenção no domínio econômico. Não traz, porém, o delineamento dos fatos geradores.
Há, porém, um único fato gerador de CIDE na Constituição: o da CIDE-combustíveis, no art. 177. É um instrumento de atuação da União na Ordem Econômica, logo deve ser observado os princípios do art. 170 da CF.
As CIDE não exigem lei complementar para instituição.
Exemplo de contribuições de intervenção no domínio econômico: SEBRAE, CIDE, AFRMM, ATP (adicional de tarifa portuária).
Todas as CIDE’s, sem exceção, são de competência da União. Em regra, estão sujeitas, a todos os princípios tributários, exceto a CIDE-Combustível que, em relação à legalidade e à anterioridade do exercício financeiro, podem ser suas alíquotas diminuídas e restabelecidas por ato do Executivo.
Há imunidade de CIDE sobre receita de exportação (art. 149, §2º da CF), o que não ocorre com Importação de produtos estrangeiro ou serviço.
Podem ter alíquota especifica ou ad valorem (149,§2,III da CF)., e podem incidir uma única vez consoante definição legal.
b)	CIDE
CIDE, na verdade, é uma expressão genérica para contribuições de intervenção no domínio econômico. Mas, como já foi visto, algumas não levam essa denominação, como a contribuição para o SEBRAE. Com o nome de CIDE mesmo, há atualmente duas contribuições:
CIDE COMBUSTÍVEIS
Instituída pela Lei 10.336/2001, com base no § 4º. art. 177, da CF/88.
Fato gerador: importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.
Sujeito Passivo: é o produtor, o formulador (ex.: refinaria) ou o importador.
Base de Cálculo: é por unidade de medida, já que a alíquota é específica (ex.: m³ de gasolina, tonelada, etc).
Alíquotas: são específicas e não ad valorem (ex.: R$ 500,00 por m³ de gasolina) e podem ser diferenciadas por produto ou uso.
Destinação da receita: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
É não cumulativa.
O Executivo pode alterar alíquotas, mas apenas para restabelecer as que tenham sido reduzidas por ato seu.
Está sujeita apenas à anterioridade dos 90 dias.
Repartição das receitas: do total arrecadado, 29% serão repassados pela União, aos Estados e DF. Os Estados devem repassar 25% do que receberem da União aos seus Municípios. Os recursos recebidos pelos Estados devem ser destinados ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
CIDE ROYALTIES
Foi instituída pela Lei 10.168/2000.
Fato gerador: pagamento de direitos de licença e royalties a pessoas domiciliadas no exterior; pagamento pela prestação de serviços técnicos e de assistência administrativa prestados por residentes no exterior. Ela é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. É devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia.
Base de cálculo: é o valor pago pelos direitos, royalties ou serviços.
Alíquota: 10%.
Destinação: FNDCT – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (estímulo ao desenvolvimento tecnológico e à pesquisa científica).
c) Constituições Sociais (strictu sensu)
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
É a contribuição social sobre o lucro líquido.
Foi instituída pela Lei 7.689/88.
A forma de contabilização do lucro, para fins de apuração da CSLL, é a mesma do IRPJ. A CSLL também pode ser pelo lucro real, presumido ou arbitrado, como o IRPJ. Se a empresa optar pelo IRPJ com base no lucro presumido, por exemplo, a CSLL também deverá ser calculada com base no lucro presumido.
Base de cálculo: é o lucro.
Lucro presumido: a base de cálculo é de 12% do faturamento para atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; já para a prestação de serviços, exceto os já citados, bem como para a intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de imóveis e móveis, a base de cálculo é de 32% do faturamento.
Alíquota: 9%.
Não é alcançada pela imunidade relativa às receitas decorrentes de exportação, porque incide sobre o lucro (RE 474132/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 12.8.2010).
STF e STJ entenderam que isenções conferidas ao IRPJ não podem ser estendidas à CSLL: AI 767141 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12; e AgRg no Ag 1354036, Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 05/04/11
COFINS
É a contribuição para o financiamento da seguridade social.
Foi criada pela Lei Complementar nº. 70/91.
Foi alterada pela Lei 9.718/98
STF declarou a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo da COFINS e do PIS, feita pela Lei 9.718/98, que ampliou a BC de faturamentopara receita bruta (que é igual a faturamento + outras receitas), pois na época a Constituição dizia que a BC era apenas o faturamento, embora posteriormente a EC 20/98 tenha aplicado essa BC.
Em 2003, foi editada a Lei 10.833/03, que instituiu a COFINS não cumulativa, definindo novamente a base de cálculo como sendo a receita bruta. Por ser posterior à EC 20/98, o Judiciário tem entendido que a BC da COFINS é a receita bruta, não mais o faturamento, desde a edição da Lei 10.833/03.
Hoje, temos duas modalidades de COFINS:
Cumulativa: tem como base de cálculo a receita bruta, com alíquota de 3%, sem qualquer direito a crédito. É adotada pelas empresas optantes pela sistemática do lucro presumido.
Não cumulativa: tem como base de cálculo também a receita bruta, com alíquota de 7,6%, mas é possível aproveitar créditos de COFINS incidentes sobre bens adquiridos para revenda, bens e serviços utilizados como insumos, energia elétrica, máquinas e equipamentos para o ativo imobilizado, etc. Opta pela COFINS não cumulativa quem adota a sistemática do lucro real.
Discussões judiciais:
COFINS E O AUMENTO DA ALÍQUOTA DE 2% PARA 3%: O STF tem atendimento assentado no sentido de ser constitucional o aumento da alíquota de 2% para 3% perpetrado pela Lei n. 9.718/98, tendo em vista ter como fundamento a CAFINS o diposto no art. 195, I, da CF/88 em sua redação original, não exigindo, dessa forma, a edição de lei complementar. Ementa: (...) Esta Suprema Corte decidiu que o aumento da alíquota da Cofins promovida pelo art. 8º da Lei 9.718/1998 não viola a reserva de lei complementar. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (AI 682021 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 17/04/2012) 
COFINS e sociedades civis: o art. 56 da Lei nº 9.430/96 revogou a isenção prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 70/91. O Plenário do STF, em conclusão de julgamento, por maioria, desproveu dois recursos extraordinários, e declarou legítima a revogação da isenção do recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, prevista no art. 6º, II, da LC 70/91, pelo art. 56 da Lei 9.430/96. Considerou-se a orientação fixada pelo STF no julgamento da ADC 1/DF (DJU de 16.6.95), no sentido de: a) inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela própria CF; b) inexigibilidade de lei complementar para disciplina dos elementos próprios à hipótese de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional. Como não havia necessidade de edição de lei complementar para tratar da COFINS, a LC 70/91 é materialmente ordinária, sendo, por tal motivo, passível de alteração por outra lei ordinária RE 377457/PR e RE 381964/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.9.2008. Por conseguinte, julgando a AR 3.761-PR, na sessão de 12/11/2008, a Primeira Seção do STJ deliberou pelo CANCELAMENTO da Súmula n. 276. 
CPMF
Foi instituída pela Lei 9.311/96. Teve as seguintes alíquotas:
23/01/97 a 23/01/99: 0,20%
17/06/99 a 17/06/00: 0,38%
17/06/00 a 10/03/01: 0,30%
19/03/01 até hoje: 0,38%
Estava programada para vigorar apenas até o final de 2007. Não foi prorrogada.
Antes, a receita da CPMF era para o Fundo Nacional de Saúde, depois era para ele e para o Fundo Nacional de Combate à Pobreza (que pode ser enquadrado como assistência social).
Fato gerador: movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira.
Base de cálculo: o valor da operação.
Não está sujeita à imunidade prevista para o ouro, definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.
	Art. 149, § 1º, CR/88
	Art. 149-A, CR/88
	- Competência dos E, DF e M.
- Competência para criar contribuições que serão cobradas de seus servidores: têm como finalidade específica custear o sistema de previdência de cada ente.
	- Competência do DF e M.
- Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: essa contribuição também fica sujeita ao art. 150, I e III, CR/88 (todo regime constitucional tributário).
PIS/COFINS:
Essas contribuições estão previstas no art. 195, CR/88. Esse artigo trata de contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social. A seguridade social é integrada por ações que beneficiem a saúde, a assistência social e a previdência social.
Essas contribuições são muito importantes. Têm por objetivo agregar recursos, direcionar dinheiro pra a seguridade social. Buscam incorporar recursos para as ações da saúde, previdência e assistência social. 
São contribuições de competência da União.
- PIS: Programa de Integração Social.
- COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
Histórico Legislativo:
O PIS tem início com a LC n° 7/1970 e incidia sobre o faturamento. Essa LC institui uma contribuição destinada à seguridade, que vai incidir sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
A CR/88 recepciona o PIS no art. 239, estabelecendo, ainda, no art. 195, I, que a União poderia criar outras contribuições sobre o faturamento.
	Posteriormente, foi criada a COFINS (LC n° 70/1991). Essa contribuição incide sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
O faturamento é eleito como base de cálculo das duas contribuições.
Mas o que é o faturamento? O faturamento corresponde à receita bruta da pessoa jurídica, que se refere à venda de mercadorias e prestação de serviços. O faturamento equivale a “tudo que entra” nos cofres da pessoa jurídica, mas tudo que entra limitado à venda de mercadorias e prestação de serviços.
Chega um momento em que o legislador resolve unificar essas contribuições. Essa unificação é feita na lei n° 9.718/1998. Ao fazer isso, essa lei, em seus arts. 2o e 3o, tratou da base de cálculo dessas contribuições, e disse que esta continua sendo o faturamento das pessoas jurídicas, porém, entendido o faturamento como receita bruta.
Essas contribuições, portanto, continuam incidindo sobre o faturamento. Só que dessa vez o faturamento é entendido como receita bruta. Não há referência à venda de mercadoria e prestação de serviços. Na verdade, é “tudo que entra” sem quaisquer limitações. Houve, assim, uma ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, mas essa ampliação foi feita sem respaldo constitucional.
O art. 195, I, CR/88 afirmava que era possível criar contribuições sobre o faturamento. Assim, quando há essa ampliação, ela é realizada sem respaldo constitucional. O legislador constituinte percebe essa falha, vindo a promulgar a EC n° 20/1998, imediatamente depois. Essa EC 20/98 altera o art. 195, CR/88, para dizer que podemos ter contribuições sobre o faturamento ou sobre a receita.
A partir desse histórico, surgem discussões na jurisprudência acerca do PIS e da COFINS.
Discussões na Jurisprudência:
1) Discussão Relativa à Inconstitucionalidade da Ampliação da Base de Cálculo pela Lei 9718:
Vejamos os argumentos:
	Fazenda
	Contribuintes
	- A EC 20/1998 “constitucionalizou” a lei 9.718/1998 - a EC teve por objetivo constitucionalizar a Lei 9.718, por isso a ampliação é constitucional;
 - Pressupõe-se a aplicação retroativa da EC;
 - Pressupõe-se a constitucionalidade superveniente.
	- A lei 9.718/1998 nasceu inconstitucional e não pode ser constitucionalizada.
- Há ofensa ao art. 110, CTN: faturamento é um termo de direito privado que foi utilizado pela CR para definir competência tributária. Assim, o faturamento deve ser entendido como o direito privado entende.
O STF decidiu pela tese dos contribuintes, afirmando que não existe constitucionalidade superveniente. As expressões “faturamento” só são tidas como sinônimas se limitadas à prestação de serviços e venda de mercadorias. A ampliação é, portanto, inconstitucional.
2) Discussão Relativa à constitucionalidade da inclusãodo ICMS na BC da COFINS:
Onde está definida a BC dessas contribuições? A BC está no art. 3º, lei n° 9.718/1998. 
Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        	Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        	§ 1º(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
        	§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta:
        	I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
          	 II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        III .(Revogado pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente.
       V - a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeitos).
Essa discussão, portanto, se centra exatamente nesse dispositivo, que diz que a base de cálculo é o faturamento, mas existem algumas receitas que serão excluídas, como aquelas provenientes do IPI e do ICMS substituição tributária. Contudo, há inclusão do ICMS cobrado no regime normal. 
O artigo 3º tem um §2º que estabelece os valores passíveis de exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS.
O que interessa aqui para ser excluído é o IPI e o ICMS substituto tributário. Quando estudamos o IPI foi visto que o IPI é um imposto que é transferido ao próximo da cadeia, repassado no preço. Tanto é repassado no preço que temos uma queda no valor dos produtos quando ele é excluído. O mesmo ocorre com o ICMS. Para a empresa, na receita, está incluído o preço e o IPI.
A lei afirma que, caso se trate de IPI e de ICMS exigido sobre o regime de substituição tributária, a receita que deve integrar é apenas a receita relativa ao preço, que é o que decorre da venda da mercadoria. Assim, a lei afirma que, caso seja ICMS normal, haverá a inclusão total: preço e ICMS repassado.
No caso de IPI e ICMS substituição tributária, esses impostos são calculados por fora, enquanto o ICMS normal é calculado por dentro. Se você compra um produto industrializado (carro sem isenção de IPI) haverá na nota fiscal o destaque do IPI. O IPI será demonstrado na nota fiscal de uma forma separada do preço. Isso significa que o IPI não está misturado no preço. O IPI, nesses impostos, pode ser evidenciado. Isso é o cálculo por fora.
Acontece que isso não ocorre com o ICMS normal. No ICMS normal o que nós temos é um cálculo por dentro. Isso significa dizer que o valor do imposto está misturado no preço. Não há como olhar e evidenciar o ICMS pago. Simplesmente pela análise da nota não há como saber quanto está sendo pago de ICMS. Isso é o cálculo por dentro. Se o ICMS é calculado por dentro, deve ser incluído tudo na base de cálculo da COFINS. Essa é a diferença fundamental.
Expliquemos melhor:
Tanto o ICMS como o IPI são impostos indiretos. Isso significa que são repassados para o próximo da cadeia. A empresa tomadora é que paga o IPI é contribuinte de fato, porque no final das contas, é ela que paga, o IPI é repassado para ela. Assim, do ponto de vista econômico, ela é contribuinte de fato, enquanto a empresa prestadora é contribuinte de direito, pois é ela quem realiza o fato gerador.
Quando a empresa tomadora paga o valor do produto + IPI, ela está pagando pelo preço do produto que adquiriu, mas nesse preço, há um pedaço relativo efetivamente ao produto, e um outro pedaço relativo ao IPI. Quando a empresa prestadora recebe o preço, este constitui uma receita para ela, é uma entrada, ainda que uma parte seja relativa ao imposto. Como institui uma receita, em tese, deveria haver a incidência, sobre esse valor, do PIS e da COFINS.
Apesar dessa teoria, em relação ao IPI e ao ICMS substituição tributária, há a exclusão feita pela lei. Em contrapartida, a lei não fala nada do ICMS. A lei faz isso tendo em vista a própria sistemática de repasse do ICMS, que é diferente da sistemática do IPI e do ICMS substituição tributária. Isso porque o ICMS é calculado por dentro, enquanto o IPI e o ICMS substituição tributária são calculados por fora.
Essa conjugação entre valor do bem e valor do ICMS devido é chamada de preço final. O ICMS não incide sobre o preço, mas sobre o preço final. Aplica-se a alíquota para ter o imposto devido. Por conta disso, não é possível separar o preço do imposto.
Segundo os contribuintes, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS desvirtua o conceito de faturamento. Isso porque o ICMS é receita do Estado e não receita da pessoa jurídica, logo, essa inclusão seria inconstitucional e ofenderia o art. 110 do CTN.
Já segundo a Fazenda, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é necessária e decorre da sistemática do ICMS. Essa sistemática é decorrente do cálculo por dentro, que faz com que o ICMS seja receita da pessoa jurídica. Por essa razão tem-se a exclusão do IPI e do ICMS substituição tributária e não do ICMS.
Síntese dos argumentos:
	Contribuintes
	Fazenda
	- O ICMS repassado no preço e, posteriormente, recebido pelo vendedor, equivale a uma receita do Estado e não receita da Pessoa Jurídica. Logo, a inclusão do ICMS na BC da COFINS deve ser afastada. Esta inclusão desnatura o conceito de faturamento.
	- O ICMS deve ser incluído na BC da COFINS porque é calculado por dentro. Sendo assim, seu valor mistura-se com o próprio preço, constituindo receita da pessoa jurídica. Logo, a inclusão do ICMS na BC da COFINS é constitucional e decorre da própria sistemática do imposto.
Essa tese chegou no STF e foi para o Pleno. 6 ministros votaram pela inconstitucionalidade, acolhendo a tese dos contribuintes. Quando chegou no ministro Gilmar Mendes, ele pediu vista e suspendeu o julgamento.
Diante dessa situação, todos os advogados já deram a causa como ganha, e ao mesmo tempo, a Fazenda se assustou e passou a dizer que o STF não poderia decidir pela inconstitucionalidade, pois significaria um prejuízo imenso.
Por conta disso, teve início um movimento no STF, para ver como a Fazenda poderia fazer para não ter que acatar esse julgamento.
A solução foi o PR ajuizar uma ADC, para dizer que a questão era sim constitucional.
O ministro Marco Aurélio não aceitou, dizendo que não fazia sentido rejulgar o caso. Mas ele foi voto vencido.
A ADC foi recebida, e, em 13 de agosto de 2008 foi concedida liminar para suspender o julgamento de todos os processos que estavam pendentes relativos aquele período. A liminar foi prorrogada, pois passou o prazo de 180 dias estabelecido para o julgamento do mérito. O prazo da prorrogação venceu de novo e foi mais uma vez prorrogada. Estamos esperando a decisão do mérito.
Ou seja, o STF havia decidido a favor dos contribuintes, ocorre que o PR ajuizou a ADC 18, e o placar foi revertido em favor da Fazenda.
No STJ, a discussãoresta pacificada a favor da Fazenda Pública:
TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ISS. PRECEDENTES. SÚMULAS 68 E 94/STJ. APLICAÇÃO POR ANALOGIA.
1. Em situação semelhante à presente controvérsia, está consolidado o entendimento, por força das Súmulas 68 e 94/STJ, de que o ICMS integra a base de cálculo do PIS e da Cofins.
2. Na mesma linha, deve o valor do ISS compor a base de cálculo do PIS e da COFINS, pois integra o preço dos serviços e, por conseguinte, o faturamento decorrente do exercício da atividade econômica. Precedentes: AgRg. no RESP. 1.197.712/RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, Dje 9.6.2011; RESP. 1.109.559/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, Dje 9.8.2011; AgRg. nos EDcl. no RESP. 1.218.448/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, Dje 24.8.2011.
3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 157.345/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 02/08/2012)
Excetuam-se, todavia, os créditos presumidos do ICMS:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS E COFINS. NÃO INCLUSÃO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. (AgRg no REsp 1214684/PR, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 01/08/2012)
O TRF 1ª, por outro lado, vem concedendo decisões favoráveis ao contribuinte, especialmente com base na maioria que já votou no RE 240.785-2/MG, da Relatoria do Ministro Marco Aurélio, em fase de julgamento:
TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DO JULGAMENTO. MEDIDA CAUTELAR. STF. PERDA DA EFICÁCIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. EXCLUSÃO DO ICMS E DO ISS DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS E DO PIS. CABIMENTO. COMPENSAÇÃO. APLICACÃO DO ART. 170-A DO CTN.
(...)
4. A parcela relativa ao ICMS não se inclui na base de cálculo do PIS e da COFINS (RE 240.785-2/MG, da Relatoria do Ministro Marco Aurélio, em fase de julgamento, já com maioria dos votos). Precedentes desta Corte.
5. Adota-se o mesmo raciocínio da exclusão do ICMS da base de cálculo das supracitadas contribuições sociais para se excluir o ISS, considerando que este também não se enquadra como faturamento.
(…) (AMS 2007.40.00.003900-5/PI; j. 27/07/2012)
Empréstimo compulsório
Características:
Restituibilidade (obrigatoriamente em dinheiro)
causalidade e vinculação
competência exclusiva da União
Hipóteses: Art. 148, CF.
Para cobrir despesas extraordinárias: decorrentes de calamidade pública; ou de guerra externa ou sua iminência.
Neste caso, é criado por lei complementar e não se sujeita a qualquer princípio de anterioridade.
Para cobrir despesas com investimento público, desde que seja: a) de caráter urgente; b) de relevante interesse nacional
Nesse caso, é criado também por lei complementar e deve respeitar tanto o princípio da anterioridade de exercício quanto dos 90 dias.
Essas hipóteses não são os seus fatos geradores, os quais virão definidos em sua lei instituidora, são apenas os fatos que a autorizam o exercício da competência tributária da União. Em tese, qualquer fato econômico pode ser utilizado como gerador desse tributo, inclusive aqueles que já são os fatos geradores dos tributos ordinários (posição majoritária na doutrina).
Observações:
STF declarou que devolução deve se dar da mesma maneira que o pagamento – se pagou em dinheiro, deve ser restituído dinheiro, não títulos da dívida pública. Exceção: do empréstimo compulsório instituído pela Eletrobrás (ADCT, ART. 34, 12º: “A urgência prevista no artigo 148, II, não prejudica a cobrança do empréstimo compulsório instituído, em benefício das Centrais Elétricas Brasileiras S/A (ELETROBRÁS), pela Lei n. 4.156, de 28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores”)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA. OBRIGAÇÕES AO PORTADOR. ART. 543-C DO CPC. QUESTÃO DECIDIDA PELA SISTEMÁTICA DE JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS (REsp 1.050.199/RJ). CASO ANÁLOGO. PRAZO DECADENCIAL. NÃO OCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO AO ART. 535 CPC. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. AGRAVO DA FAZENDA NACIONAL PARCIALMENTE PROVIDO. AGRAVO DA ELETROBRÁS NÃO PROVIDO.
1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na assentada do dia 10/8/08, julgou o REsp 1.050.199/RJ, submetido à sistemática prevista no art. 543-C do Código de Processo Civil, concluindo que: a) as OBRIGAÇÕES AO PORTADOR emitidas pela ELETROBRÁS em razão do empréstimo compulsório instituído pela Lei 4.156/62 não se confundem com as DEBÊNTURES e, portanto, não se aplica a regra do art. 442 do CCom, segundo o qual prescrevem em vinte anos as ações fundadas em obrigações comerciais contraídas por escritura pública ou particular. Não se trata de obrigação de natureza comercial, mas de relação de direito administrativo a estabelecida entre a ELETROBRÁS (delegada da União) e o titular do crédito, aplicando-se, em tese, a regra do Decreto 20.910/32; b) o direito ao resgate configura-se direito potestativo e, portanto, a regra do art. 4º, § 11, da Lei 4.156/62, que estabelece o prazo de cinco anos, tanto para o consumidor efetuar a troca das contas de energia por OBRIGAÇÕES AO PORTADOR, quanto para, posteriormente, efetuar o resgate, fixa prazo decadencial, e não prescricional.
(…) 6. Agravo regimental da Eletrobrás não provido. Agravo regimental da Fazenda Nacional parcialmente provido apenas para afastar a alegada violação ao art. 535 do CPC e negar provimento ao seu recurso especial.(AgRg no AgRg no REsp 840.379/SC, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 28/05/2012)
Limitações da CF/88: o empréstimo compulsório só pode ser instituído por lei complementar e não é mais cabível para a absorção temporária do poder aquisitivo.
Fatos geradores: a CF nada diz a respeito. A guerra, a calamidade e o investimento não são fatos geradores, mas apenas circunstâncias autorizadoras da instituição do tributo. O fato gerador deve ser determinado na LC que o instituir o empréstimo compulsório em cada caso, não havendo consenso na doutrina sobre as possibilidades de escolha, sobretudo se pode ou não eleger materialidades da competência estadual ou municipal.
A lei complementar que o instituir fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate.
�	Extraído do resumo do TRF 5ª

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