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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 13.

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 13.
Constituição do crédito tributário. Lançamento. Modalidades. Suspensão do crédito tributário.
Sem registro do autor original.
Atualizado por Umberto Paulini, 20 de agosto de 2012.
1. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
É a obrigação tributária tornada líquida e certa por intermédio do lançamento. Seu nascimento ocorre com o lançamento, o que nos permite defini-lo como uma obrigação tributária lançada ou em estado ativo.
2. LANÇAMENTO
Conceito: é o ato documental de cobrança por meio do qual se declara a obrigação tributária nascida do fato gerador, constituindo-se o crédito tributário.
Natureza jurídica: o lançamento possui natureza jurídica mista:
Declaratória da OT
Constitutiva do CT
Efeitos: o lançamento produz efeitos ex tunc (retroativos).
Ato ou procedimento
Segundo a lei: procedimento
Segundo a doutrina: O Professor Paulo de Barros entende que o lançamento é ato jurídico. Já Eduardo Sabbag entende que se trata de procedimento.
 
É ato administrativo vinculado.
Competência para lançar: é sempre ato privativa do Fisco. 
Outras formas de constituição do crédito tributário.
1) Declaração do contribuinte: “É inteiramente equivocada a afirmação, ainda corrente, de que o lançamento, feito pela autoridade fiscal, é instituto indispensável e sempre presente nos fenômenos tributários e que, ademais, é o único modo para efetivar a constituição do crédito tributário [...] não atribui ao Fisco a exclusividade de constituir o crédito tributário, nem está erigindo o lançamento como única forma para a sua constituição. A exclusividade, a que se refere o dispositivo, diz respeito apenas ao lançamento, mas não à constituição do crédito. [...] Ora, essa formalização (= constituição do crédito tributário) pode ocorrer por vários modos. Em primeiro lugar, pelo lançamento, nas suas diversas espécies. [...] Mas há outras formas de constituição do crédito tributário. "O fato de o cidadão-contribuinte não poder efetuar o lançamento não significa que ele não possa constituir o crédito tributário", observou, com inteira razão, Denise Lucena Cavalcante [...] A modalidade mais comum de constituição do crédito tributário sem que o seja por lançamento é a da apresentação, pelo contribuinte, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF” (extrato do voto no REsp 962379/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1ª Seção, j. em 22/10/2008). 
2) Sentença trabalhista. Segundo o art. 114, VIII, CF, a Justiça do Trabalho deve promover a execução de ofício das contribuições sociais decorrentes das sentenças que proferir. Neste caso, a sentença trabalhista transitada em julgado constitui o crédito tributário.
Funções do lançamento:
verificar a ocorrência do FG;
identificar o sujeito passivo;
determinar a matéria tributável (BC);
calcular o montante do tributo devido;
aplicar a penalidade (multa), se for o caso.
Legislação formal e material aplicável ao procedimento de lançamento: 
Quanto à estrutura da obrigação tributária (aspecto material) aplica-se a lei vigente ao momento do fato gerador, porém normas relativas procedimentos, prerrogativas ou formalidades adstritas ao lançamento (sem relação direta com o aspecto material) poderão ser aplicadas retroativamente. Observação: o aspecto pessoal (identificação do sujeito passivo) integra a estrutura da obrigação tributária e, por isso, não pode ser alvo retroação.
Alteração do lançamento regularmente notificado: após a realização do lançamento, a autoridade administrativa precisa comunicá-lo oficialmente. É a notificação que confere efeitos ao lançamento realizado. Com a notificação, o lançamento se presume definitivo. A regra passa a ser que o mesmo não mais será alterado. O CTN traz, em seu art. 145, as exceções.
Erro de direito e erro de fato – possibilidade de alteração do lançamento. 
Art. 146 do CTN. A modificação introduzida (...) nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada (...) quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. 
Erro de direito: Segundo o STJ, com essa regra o legislador tentou evitar a revisão de lançamentos já realizados com base no chamado “erro de direito”. O novo critério jurídico, escolhido pelo Fisco, na atividade de lançamento, só poderá ter efeitos ex nunc, com aplicação exclusiva a casos futuros, prestigiando-se a boa-fé do contribuinte. Posto isto, é incabível o lançamento suplementar motivado por erro de direito. Súmula 227/TFR: “A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão de lançamento”. STJ: “aceitando o Fisco a classificação feita pelo importador no momento do desembaraço alfandegário ao produto importado, a alteração posterior constitui-se em mudança de critério jurídico vedado pelo CTN”.
Erro de fato: Registre-se que o chamado “erro de fato” pode e deve justificar a revisão do lançamento já realizado, com observância do prazo decadencial previsto no art. 173 (cinco anos). O “erro de fato” se refere às circunstâncias objetivas que não dependem de interpretação normativa para sua verificação. 
Observação: Entendimento sedimentado no STJ, “o depósito judicial para suspender a exigibilidade do crédito tributário já o constitui; razão pela qual o lançamento fiscal em relação ao valor depositado é desnecessário. Assim, não há que se falar em decadência do crédito tributário por não ter sido lançado em relação ao crédito discutido pelo Fisco”. (EREsp 898.992-PR) 
3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO
3.1. LANÇAMENTO DIRETO OU DE OFÍCIO: o Fisco dispõe dos dados suficientes para efetuar a cobrança e assim o faz, dispensando o auxílio do contribuinte. Ex: IPTU, IPVA e contribuições de melhoria. Importante lembrar que o lançamento é ainda feito de ofício para solucionar problemas decorrentes de omissões, erros ou fraudes que justificam a realização de novo lançamento
Decadência nos lançamentos de ofício: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento”.
3.2 LANÇAMENTO “POR DECLARAÇÃO” OU MISTO: é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Não confundir lançamento por declaração com lançamento por homologação. A declaração entregue pelo sujeito passivo da obrigação acessória apenas fornece a matéria de fato necessária para a constituição do crédito que é realizada pelo Fisco. 
Retificação de declaração. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Se o sujeito passivo pretende retificar a declaração para aumentar o tributo exigido, poderá fazê-lo mesmo após a notificação. Nesse caso, a autoridade administrativa efetuará um lançamento complementar de ofício.
Lançamento por arbitramento. O lançamento por arbitramento se refere aos casos em que o valor que vai servir como base de cálculo na constituição do crédito tributário vai ser determinado com base numa prudente e razoável suposição da autoridade administrativa. A jurisprudência entende que a simples ausência de escrita fiscal regular não é motivo para que a autoridadefiscal promova o lançamento por arbitramento, uma vez que tal técnica não possui natureza punitiva. Por fim, ressalte-se que o arbitramento não se constitui numa quarta modalidade de lançamento, sendo apenas uma técnica para se definir a base de cálculo, para que se proceda a um lançamento de ofício. Súmula 76/TFR: “Em tema de imposto de renda, a desclassificação da escrita somente se legitima na ausência de elementos concretos que permitam a apuração do lucro real da empresa, não a justificando simples atraso na escrita”. Súmula 182/TFR: “É ilegítimo o lançamento do imposto de renda arbitrado com base apenas em extratos ou depósitos bancários”. 
3.3 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU “AUTOLANÇAMENTO”
“Autolançamento”: é expressão tecnicamente incorreta eis que contraria o conceito de lançamento enquanto atividade privativa do Fisco. Por isso, somente deve ser utilizada entre aspas.
Lançamento por homologação: deve ser interpretada com cuidado considerando que não se pode entender que o sujeito lança o tributo e a autoridade administrativa apenas homologa o lançamento feito.
Homologação do lançamento: apesar de aparecer no final do § 1º do art. 150 do CTN, também deve ser evitada. O próprio STJ prefere, em seus julgados, utilizar a terminologia “homologação do pagamento” ou “homologação da atividade do sujeito passivo”.
Característica principal dessa espécie: dever do sujeito passivo de antecipar o pagamento
Momento em que o crédito tributário é definitivamente extinto: nos tributos sujeitos a tal modalidade de lançamento, não é com o pagamento, mas sim com a homologação, que se pode considerar o crédito tributário definitivamente extinto. 
Homologação expressa ou tácita. A homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a autoridade administrativa editar ato em que formalmente afirme sua concordância com a atividade do sujeito passivo, homologando-a. Será tácita quando a Administração Tributária deixar escoar o prazo legal para a homologação expressa. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito (Art. 150, §§ 1º e 4º), salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Nos casos de dolo, fraude ou simulação, aplica-se a regra do art. 173, I, referente ao lançamento de ofício. Exemplos de tributos lançados por homologação: IR, ITR, ICMS e ISS
Visão geral. Art. 173, I x Art. 150, §§ 1º e 4º. 1) Art. 173, inc. I. É regra geral da decadência. Alcança os tributos cujos lançamentos são (i) de ofício, (ii) por declaração ou misto; (iii) por homologação sem antecipação de pagamento. Observação: sendo o IPTU lançado de ofício, o prazo decadencial começa a correr do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 2) Art. 150, § 4º. Art. 150. É considerada regra especial de decadência para os tributos lançados por homologação com típica antecipação de pagamento. O transcurso do qüinqüênio decadencial sem que se faça uma conferência expressa provocará a homologação tácita, perdendo a Administração o direito de lançar, de modo suplementar, eventual diferença. Assim, é irrelevante o fato da entrega da declaração do IR ocorrer no ano seguinte, pois o prazo decadencial começa a fluir em 31 de dezembro do ano anterior (fato gerador do IR).
Prescrição e os lançamentos por homologação. O STJ mantém entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, com a entrega da Declaração, caso o Fisco acolha como correto o que foi declarado, porém não pago pelo contribuinte, tem-se a constituição definitiva do crédito tributário. Súmula 436/STJ: "A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco". O termo inicial do prazo prescricional é a data do vencimento do pagamento do tributo previsto na Declaração. Nesses casos: (i) não se fala em decadência, mas em prescrição; (ii) após a entrega da declaração, escoado o prazo para pagamento, o Fisco não precisa notificar o contribuinte para inscrever o débito em dívida ativa; (iii) não há falar em denuncia espontânea; (iv) inibe-se a emissão de certidão negativa de débito. Súmula 446/STJ: "Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa". Entretanto, caso o Fisco verifique que há quantia a ser exigida além daquela que foi declarada, deverá realizar um lançamento suplementar de ofício em relação ao saldo remanescente, havendo aí a fluência de prazo decadencial.
4. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Considerações iniciais. As causas de suspensão podem ocorrer antes, durante ou depois do lançamento. Ex: uma liminar em mandado de segurança mesmo antes da constituição do crédito. Nesses casos, a jurisprudência tem admitido a realização do lançamento pela Administração mesmo que esteja presente uma causa suspensiva da exigibilidade do CT. Isso porque o que a liminar suspende é a exigibilidade do crédito e não a possibilidade de constituí-lo. Deve-se ressaltar ainda que a suspensão do CT não acarreta o descumprimento das obrigações acessórias. A relação das causas de suspensão da exigibilidade encontra-se no art. 151 e é exaustiva. Passamos a analisá-las. 
4.1 MORATÓRIA
Consiste na dilação do prazo de pagamento do tributo. Pode ser concedida em caráter individual (exigindo-se despacho da autoridade administrativa) ou em caráter geral (em face de situações excepcionais).
Moratória geral: é diretamente concedida pela lei, não sendo necessário, para sua fruição, reconhecimento por ato de autoridade administrativa. 
Moratória individual: é aquela concedida em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
Requisitos para concessão da moratória
A lei concessiva da moratória deve conter os seguintes requisitos:
Estipular o prazo do favor;
Destacar a quais tributos se refere;
Definir se é geral ou individual. Se for individual, haverá condições a serem cumpridas e será necessário despacho da autoridade competente.
“Revogação” da moratória individual
A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado� de ofício, sempre que:
se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou 
não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor.
Cobrança dos créditos em caso de “revogação”:
Nessa hipótese, irá cobrar-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Tais disposições aplicam-se, no que couber, à isenção, à anistia e à remissão.
O Poder Judiciário inclina-se a favor da tese segundo a qual a suspensão da exigibilidade do crédito constituído suspende também a prescrição. Súmula 248 do extinto TFR: “O prazo da prescrição interrompido pela confissão e parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia em que o devedor deixa de cumprir o acordo celebrado.”
Moratória parcelada e parcelamento - distinções
A diferença fundamental residiria nos pressupostos de fato que ensejam o manejo dos institutos. A moratória é medida excepcional, que somente deve ter lugar em casos de situações naturais, econômicas ou sociais que dificultem o norma adimplemento das obrigações tributária. Já o parcelamento é corriqueira medida de política fiscal, que visa a recuperar créditos e a permitir o retorno de contribuintes inadimplentes à situação de regularidade.
4.2 DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
Se o sujeito passivo não concorda com o lançamento realizado, pode impugná-lo, administrativa ou judicialmente.Ação judicial. Se a opção é a via judicial, o contribuinte poderá suspender a exigibilidade do crédito tributário mediante o depósito do montante integral do valor exigido pelo Fisco. Trata-se de direito do contribuinte, que não pode ter seu exercício obstado pela Fazenda Pública (STJ, REsp 196.235/RJ).
Impugnação administrativa. Se a opção é a via administrativa, a própria instauração do processo administrativo fiscal tem por efeito a suspensão da exigibilidade do crédito, mas pode o contribuinte decidir realizar o depósito do montante integral como meio de se livrar da fluência dos juros de mora. Assim, só faz sentido falar em depósito do montante integral caso haja algum litígio judicial ou administrativo instaurado ou na iminência de instauração.
Decisão final favorável ao Fisco
Na hipótese de, ao término do litígio, decidir-se que o crédito é efetivamente devido, ocorrerá a automática conversão do depósito em renda (hipótese de extinção do CT). Nesse caso, tendo sido feito o depósito do montante integral, não será cobrado mais nenhum outro valor do sujeito passivo a título de juros ou multa de mora.
Decisão final favorável ao contribuinte
Na hipótese de o sujeito passivo obter decisão favorável, ele tem direito de levantar o valor depositado, corrigido conforme previsto em lei (na esfera federal a taxa é a SELIC).
Obs: nos casos em que transita em julgado uma decisão judicial extinguindo o processo sem julgamento do mérito, o STJ entende que o depósito deve ser convertido em renda, pois a única hipótese que ensejaria o levantamento do depósito seria a decisão favorável ao contribuinte, passada em julgado (EREsp 215.589/RJ)
Valor do depósito. Súmula 112/STJ: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. 
O depósito é uma faculdade do contribuinte para suspender a exigibilidade do crédito. No entanto, caso queira questionar administrativa ou judicialmente o crédito, poderá fazê-lo sem que seja indispensável o depósito. Nesse sentido:
Súmula vinculante n.° 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula vinculante n.° 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário.
4.3 RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Reclamações
Com a impugnação instaura-se um litígio a ser dirimido por um órgão julgador de primeira instância (ou instância única).
Recurso
Decidido o processo em primeira instância e havendo previsão na lei do processo administrativo fiscal, poderá haver recurso contra a decisão, direcionado ao órgão de segunda instância.
Efeito suspensivo das reclamações e recursos
Tanto no caso das reclamações, quanto no dos recursos propriamente ditos, haverá a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo possível ao Fisco promover qualquer ato de cobrança enquanto não encerrado o processo administrativo.
Pedido administrativo de compensação se enquadra nesse inciso e também suspende a exigibilidade do tributo (STJ, REsp 774.179-SC). STJ: O pedido administrativo de compensação tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. (AgRg no REsp 1301890 / RS)
4.4 CONCESSÃO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
Não pode o juiz expedir ordem impedindo que a autoridade fiscal promova o lançamento, sob pena de se inverter o perigo da demora (possibilidade de ocorrência da decadência). A concessão da liminar apenas proíbe a promoção de atos executórios, impedindo a exigibilidade do crédito.
4.5. PARCELAMENTO
O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. Essa lei específica é lei do membro da Federação com competência para a instituição do tributo. Assim, haverá em cada ente federado a edição de duas leis específicas sobre parcelamento. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do CT não exclui a incidência de juros e multas. 
� Aqui o CTN não foi feliz ao utilizar a palavra “revogado”. Isso porque o reconhecimento de moratória concedida por lei é ato administrativo vinculado e, como tal, irrevogável. As hipóteses são de anulação ou de cassação.

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