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Aula 2 - Introdução ao Aparelho Digestorio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA –UFU
Instituto de Ciências Agrárias - ICIAG
Aparelho Gastrointestinal: Digestão nos animais domésticos
Profa. Dra. Adriane Andrade
Capítulo 16 DUKES fisiologia animal
1
Nutrição animal.....saber o que oferecer e para quem.....
Ruminantes e não ruminantes
Monogástricos e Poligástricos
Monogástricos e poligástricos 
Dois grandes grupos podem ser citados: Ruminantes e não ruminantes.
Os primeiros muitas vezes são chamados de poligástricos e o segundo como monogástricos.
Esses termos são insatisfatórios, porque todos os animais possuem apenas um estômago.
O que existe são adaptações fisiológicas com compartimentos separados, mas como regra geral, apenas um estômago com as mesmas funções em todos os animais.
As modificações anatomo-fisiológicas também podem ser observadas mesmo dentro de espécies
Aspectos comparativos da digestão
Proteínas, gorduras e carboidratos não ocorrem na natureza a não ser em associação com a matéria viva. Portanto, os animais superiores são dependentes de vegetais e de outros animais para obter esses nutrientes.
Os animais são convencionalmente classificados com base em seus hábitos alimentares no estado natural, embora quando domesticados suas dietas possam ser consideravelmente diferentes das que ingerem em condições naturais
Carnívoros
Obtém a maior parte do seu alimento comento outros animais, a digestão é principalmente de natureza enzimática e a digestão microbiana é mínima.
Herbívoros
Os herbívoros domésticos caem em dois grupos:
Ruminantes – como os bovinos, ovinos e caprinos, nos quais ocorre fermentação microbiana extensa da dieta vegetal em uma região especializada do trato digestivo antes da digestão enzimática.
 Aqueles com estômagos simples, tais como o cavalo, nos quais a fermentação microbiana tem lugar na parte distal do trato digestivo.
Onívoros
Animais que se alimentam tanto de vegetais como de animais, sua digestão é principalmente de natureza enzimática, como a dos carnívoros. 
O porco (suíno) é geralmente considerado como onívoro, mas em condições de domesticação é essencialmente herbívoro e há considerável desdobramento microbiano das matérias vegetais no intestino grosso.
Classificação nutricional dos animais
Fonte:Bertechini (2012)
Funções
Sistemas digestores:
• Preensão
• Mastigação
• Deglutição
• Digestão
• Absorção
Divisão do sistema digestório
Canal alimentar 
Orgãos anexos
Cavidade bucal
Faringe
Esôfago
Estômago
Intestinos(delgado e grosso)
Reto
ânus
Glândulas salivares
Fígado
Pâncreas
Órgãos do trato gastrointestinal: HOMEM
Funções gerais do trato gastrintestinal
As funções primárias do trato gastrointestinal e seus órgãos acessórios são a digestão e absorção de nutrientes essenciais aos processos metabólicos dos animais.
As mucosas deve fazer uma discriminação contra substâncias que poderiam ser tóxicas se tivesse acesso ao organismo
O Lúmen do trato gastroentestinal pode ser portanto, considerado “exterior” ao corpo.
Lúmen (Lat. lūmen, uma abertura ou luz) (pl. lumina) é um espaço interno ou cavidade.
O interior de um vaso dentro do corpo, como o pequeno espaço central dentro de artérias ou veias, ou qualquer vaso relacionado onde circule o sangue.
O espaço dentro do retículo endoplasmático, aparelho de Golgi ou microtúbulos.
Numa escala maior, pode se referir a:
O interior do aparelho digestivo
Os caminhos dos brônquios dentro dos pulmões
O interior dos ductos coletores de urina
O canal vaginal
As células epiteliais que revestem o lúmen são a única barreira entre esse meio ambiente “externo” e o sangue.
Tais células, portanto, exercem várias funções, incluindo digestão, secreção e absorção.
Elas podem ter enzimas capazes de digerir açucares e peptídeos e realizam dentro delas, processos de transporte que promovem a captação de conteúdos luminais específicos.
São uma barreira tão eficiente que é necessário um processo de transporte específico para muitas substâncias hidrossolúveis.
Antes que muitos dos constituintes da dieta possam ser absorvidos através do epitélio para o sangue, eles precisam ser desdobrados (digeridos), no lúmen intestinal, em substâncias que possam então interagir com as enzimas das células gastrintestinais ou com as de transporte.
Digestão luminal
Esse processo, denominado digestão luminal (em oposição à digestão pela célula epitelial), requer um meio ambiente luminal específico. 
Esse meio ambiente é proporcionado pelas secreções dos órgãos acessórios e pela mucosa gastrintestinal.
As glândulas salivares, o pâncreas e o fígado fornecem secreções de eletrólitos, água, enzimas digestivas e sais biliares, que são todos necessários para a digestão luminal.
Mucosa gastrointestinal
Também é capaz de secretar ácido base para dentro do lúmen e assim estabelecer pH ideal para as enzimas digestivas.
Essa função secretória, que provê o meio ambiente químico para a digestão luminal, é um processo ativo, dependente de energia, e está sob controle do sistema neuroendócrino.
Trânsito
Outra função importante associada a digestão e absorção é o trânsito.
O trânsito dos conteúdos do lúmen deve ser regulado para processos digestivos específicos, e os produtos da digestão devem ser expostos ao máximo à superfície epitelial para a absorção. Tais exigências são atendidas pela função motora do trato gastrointestinal, que é também um processo dependente de energia sob controle neuroendócrino.
Por fim, os nutrientes digeridos devem ser absorvidos pelo epitélio e transferidos para a circulação. 
De importância igual ou maior é a reabsorção de todas as secreções digestivas isotônicas fornecidas pelas glândulas acessórias e pela mucosa gastrintestinal.
Por causa dos grandes volumes de eletrólitos e água secretados para o lúmen (especialmente em herbívoros), a falha na sua reabsorção poderia resultar em desidratação e colapso circulatório, levando à morte.
Portanto, a função de absorção, que inclui tanto a absorção de nutrientes quanto a reabsorção de secreções endógenas, é o processo mais importante do trato gastrintestinal.
Em resumo: as principais funções do trato gastrintestinal são a digestão e a absorção de nutrientes. Os eventos secretórios e motor provêem o meio ambiente necessário para estas duas funções. As secreções digestivas são recuperadas pelo processo de reabsorção e retorno ao líquido extracelular.
Estrutura do trato digestivo
A estrutura do trato digestivo varia bastante em diferentes espécies por causa das adaptações necessárias em relação à dieta.
AVES (Gallus gallus)
Os dentes estão ausentes. O esôfago é longo e apresenta uma dilatação para armazenamento e umedecimento dos alimentos, o papo. 
O esôfago conduz o alimento ao estômago químico ou pró ventrículo, que secreta enzimas digestivas. Segue-se a moela, cujas paredes musculares trituram o seu conteúdo com o auxílio de pequenas pedras que nelas são mantidas, semelhante à nossa mastigação. 
O intestino delgado apresenta um formato de “U” e possui uma série de dobras e vilosidades que aumentam a sua superfície de absorção. Localizados na junção dos intestinos grosso e delgado estão os cecos que, nos galináceos são em número par, ao contrário dos mamíferos, que é único. 
O intestino grosso das aves é relativamente curto e não bem demarcado em reto e cólon. O fígado e o pâncreas constituem glândulas anexas ao aparelho digestório e suas secreções são conduzidas para o duodeno. 
A vesícula biliar está presente. O pâncreas está situado entre os ramos da alça duodenal. Segue-se a cloaca que, além da função de eliminar fezes e a urina, está relacionada com o aparelho reprodutor das aves.
AVESTRUZ: grupo das ratitas maiores AVES existentes 
A língua era pequena, disposta no assoalho da cavidade oral, possui forma rombóide. O esôfago era um tubo retilíneo de aspecto elástico com fibras longitudinais, sem dilatação, o que confere a ausência do papo. O proventrículo gástrico apresenta formato fusiforme.
O ventrículo gástrico possui formato ligeiramente oval, quando repleto, internamente a recoberto por uma cutícula gástrica espessa. 
O intestino delgado era formado por três regiões distintas: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno possuía coloração cinza claro e apresentava-se curvado em forma de “U”. O jejuno era longo e formado por várias alças curtas dispostas uma sobre a outra e possuía coloração verde escuro. O íleo era de cor cinza e continuo com o jejuno. Na linha ventral ao reto e cloaca, este se estendia em sentido cranial, dorsalmente ao duodeno ascendente. O intestino grosso era formado por dois cecos, um direito e um esquerdo, e o cólon-reto contínuo com o íleo e a cloaca. 
Coelho:
O aparelho digestivo do coelho tem estrutura simples, entretanto o ceco é extremamente volumoso e tanto o ceco como o cólon proximal são saculados.
CAVALO: herbívoro não ruminante
 processo digestivo começa com a apreensão dos alimentos, pelos lábios e língua sendo também utilizados os dentes incisivos na ingestão de substâncias mais firmes como tubérculos e ramos. Na boca, eqüinos com dentição funcional e intacta, esmagam e moem os alimentos, liberando proteínas e carboidratos que podem ser prontamente digeridos no estômago e intestino delgado (MEYER, 1995).
    
A mastigação é acompanhada por uma produção abundante de saliva (40-90ml/min) que possibilita a deglutição, umedecendo o alimento com quantidades de minerais e bicarbonato que servem para neutralizar os ácidos formados na porção inicial do estômago, Meyer (1995) porém a saliva contém uma concentração muito baixa de amilase, praticamente sem tempo de atuar resultando em uma ação pré-gástrica insignificante(TISSERAND, 1983).
 
     
No esôfago o alimento é forçado para baixo através de contrações da musculatura. A deglutição no cavalo é feita de maneira irreversível em razão do desenvolvimento do véu palatino, que impede o retorno do bolo alimentar do esôfago para a boca e também impede a expulsão pelas vias nasais (TISSERAND, 1983).
 
    
O estômago dos eqüinos tem capacidade para 15 a 18 litros, ajustado para uma recepção continua de pequenas quantidades de alimento (THOMASSIAN, 2005).  Meyer (1995) relata que o estômago se preenche em camadas, na região do saco cego aglandular e na região glandular fúndica, sendo posteriormente conduzido ao terço final onde será liquefeito. Segundo o mesmo autor os processos digestivos no estômago são concretizados por uma atividade das enzimas alimentares, microorganismos e do suco gástrico.
O estômago onde ocorre uma parte da digestão protéica e uma degradação parcial dos alimentos, o intestino delgado onde boa parte das gorduras, proteínas e dos carboidratos solúveis são digeridos, este sendo subdividido respectivamente em duodeno, jejuno e íleo, e o intestino grosso que contém microorganismos que digerem boa parte das fibras, e é subdividido respectivamente em ceco, cólon ventral direito, a flexura interna para cólon ventral esquerdo, a flexura pélvica para cólon dorsal esquerdo, a flexura diafragmática para cólon dorsal direito, cólon menor e o reto.  
Características nutricionais de monogástricos
Reduzida capacidade de armazenamento de alimentos, como consequência, deve ter acesso contínuo a alimentação. 
Taxa de passagem dos alimentos no trato digestório é relativamente rápida, e, dessa forma, os nutrientes devem estar prontamente disponíveis, para seu aproveitamento.
Pequena capacidade de síntese gastrintestinal e, como consequência, todos os nutrientes exigidos para o máximo desempenho devem estar presentes na dieta. Enquanto os ruminantes necessitam do elemento cobalto para síntese da vitamina B12 no rúmen, as aves necessitam da própria vitamina na dieta. As aves e suínos necessitam de aminoácidos essenciais na dieta, enquanto que os ruminantes, o fornecimento de nitrogênio e carbono, supre as exigências desses aminoácidos, por meio da biossíntese ruminal.
Baixa capacidade de digerir materiais fibrosos em decorrência da reduzida microbiota celulolítica existente no trato digestório, sendo que as dietas devem ser concentradas.
Digestão básica dos alimentos faz-se por intermédio de enzimas digestivas produzidas pelo animal (endoenzimas).
Aproveitam mais eficientemente os alimentos concentrados do que os ruminantes, por apresentarem menores perdas de nutrientes e energia durante o processo de digestão
Aproveitamento energético entre monogástricos e ruminantes
ENERGIA
Energia Bruta(100%)
Energia digestível (70%)
Energia metabolizável (60%)
Energia líquida (40%)
Energia líquida (20% manutenção e 20% produção)	
60% perdas de energia 
(energia fecal, energia urinária, energia dos gases e incremento calórico)

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