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de que faltavam em mim as marcas distintivas de um homem verdadeiramente piedoso e lambem me convenceram da feliz e abençoada condição de uma pessoa piedosa. Portanto, buscava frequentemente a companhia daquelas pessoas, pois não conseguia me afastar mais delas, e, quanto mais ficava em meio a elas, mais examinava minha condição espiritual. Amda lembro como encontrei duas coisas dentro de mim das quais por vezes me maravilhava, especialmente considerando como eu fora, um pouco antes disso, um cego, ignorante, sórdido e impio miserável. Uma coisa era a grande suavidade e a ternura de coração que me trouxeram á convicção do que essas pessoas afirmavam por meio da Escritura, e a outra coisa era a minha forte inclinação para uma continua meditação nestas e nas demais boas coisas que, a qualquer hora, eu ouvisse ou lesse. Essas coisas afetaram tanto minha mente, que senlia-me como um sanguessuga alimentando-se de uma veia e clamando continuamente: “Dá, Dá” (Pv 30.15). Minha mente estava tão fixa na eternidade e nas do reino celestial - isto é, tanto quanto eu conhecia pois, Deus o sabe, eu conhecia bem pouco — que nem prazeres, nem lucros, nem persuasão, nem ameaças poderiam fazerme perder a concentração E, embora me envergonhe de dizer isto, trazer meus pensamentos de volta á terra era tão difícil naquele tempo quanto o era pensar nas coisas celestiais antes de iniciar-se esta inquietação da alma. i \*i 1‘ K I M I IKAN I N í J l l l l l A C ^Õ I S l )A Al M A 2 *S ^ W> ( 1 k A (,:A A n i J N I l A N I I A O P k I N ( . I I * A I I H ) N P l ( A l H t K I s O PO D ER DO E N G A N O Uma coisa não devo om itir havia um jovem em nossa cidade ao qual meu coração estava mais estreitamente ligado em ami:ade Ho que a qualquer outro, contudo, ele era uma pessoa tão impia, em se tratando de blasfemar, insultar e cometei imoralidades, que eu me afastei dele e não busquei mais sua companhia Aproximadamente três meses após ter terminado a amizade, encontreio em certo lugar e perguntei-lhe como estava. Praguejando, como era seu hábito, respondeu-me que estava bem “Mas Ilatry”, eu disse, “por que você pragueja e amaldiçoa dessa maneira? O que lhe acontecerá caso morra nesta condição7” Irritado, ele me respondeu: “O que o Hiabo faria para encontrar um companheiro, se não houvesse alguém como eu?” Nesta época, deparei-me com alguns livros dos ranters (os ranters eram uma seita daqueles dias) que circulavam por meio de alguns homens dc nosso pais - livros que eram também altamente respeitados por várias pessoas conhecidas que, havia muito tempo, prolessavam ser religiosas. Li alguns desses livros, mas não era capaz de fazer nenhum julgamento sobre eles Assim, conforme lia e pensava a respeito deles, tornei-me ciente de minha incapacidade para avaliá-los e me submeteria a uma oraçáo sincera tal como: Senhor, sou tolo e incapaz de distinguir a verdade do erro. Senhor, não me deixes entregue à minha própria cegueira, nem para aprovar nem para condenar esta doutrina. Se ela provém de Ti, não permitas que eu a despreze; se vem do diabo, não me deixes abraçá-la. Senhor, no tocante a este assunto entrego minha alma somente aos teus pês; nao me deixes ser enganado — eu Te suplico humildemente! Tive um companheiro religioso nesta época, e este era o homem do qual talei anteriormente. Nesse periodo, ele se tomou um ranter fanático e entregou-se a todas as íòrmas de comportamento vil, especialmente impureza. Lie também negava que existia um Deus ou que existissem anjos ou espíritos e ria He toHa exortação à sobriedade. Quando eu fazia todo estorço para censurar sua impiedade, ele ria ainda mais e alegava que passara por todas as religiões sem descobrir a certa até àquele momento. Também me disse que, em breve, eu veria todos aqueles que fizeram uma protissao religiosa seguirem os caminhos dos ranters. Entao, detestando aqueles princípios abomináveis, deixei sua companhia imediatamente e tornei-me tão estranho para ele quanto antes lhe havia sido amigo. Esse homem não toi o único a tentar-me. Estando o meu trabalho no campo, eu me deparava com muitas pessoas anteriormente rigorosas em sua religião, mas que igualmente haviam sido afastadas por esses ranters. Essas pessoas também falavam comigo de seus caminhos e me julgavam legalista e confuso, alegando que somente eles tinham alcançado a peiteiçao e podiam ta:er o que quisessem e nao pecar. Essas tentações apelavam para minha natureza pecaminosa, sendo eu jovem e estando no vigor dos anos! Mas Deus, que tinha, como eu esperava, designado-me para coisas melhores, guardou-me 110 temor de seu nome c não permitiu que eu aceitasse tao abomináveis princípios. Bendito seja Deus que dispôs meu coração a clamar por ele, a fim de ser guardado e direcionado por ele, e a continuar desconfiando de minha própria sabedoria! Desde então tenho vislo os eleitos daquela oração em ter o Senhor me preservado, náo somente dos erros dos ranters, mas daqueles que surgiram desde entao. A Diblia era preciosa pra mim naqueles dias Ig n o r â n c i a e c o n f u s ã o Acredito que, em seguida, comecei a olhar a Bíblia com novo entendimento, lendo-a como nunca o fizera antes. As epistolas do apóstolo Paulo eram especialmente encantadoras c agradáveis para m im Eu realmente nunca estava sem a Biblia, encontrava-me sempre lendoa ou meditando nela, enquanto continuava a clamar a Deus para que pudesse saber a verdade e o caminho para o céu e para a glória. Contorme dava prosseguimento à minha leitura, deparei-me com esta passagem: “Porque a um é dada, mediante o Espirito, a palavra de sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espirito, a palavra do conhecimento; a outro, 110 mesmo Espírito, a fé...” (1 Co 12.8-9). E apesar de entender que nestes escritos 0 Espirito Santo se reteria a coisas especiais e extraordinárias, a convicção em meu * \ s r K I M I I K A S I N Í ^ I H I I Al , :ÕI N l>A A l M A ){*£ Yi J í i M C1k a c , :a A m j n u a n i i a o P k i n <. i i *a i o o n P r t m h i k i s espírito prendia-se à minha suposta carência dessas coisas básicas, os dons de sabedoria e entendimento, que sao a potçao de todos os outios ciistaos. Refleti muito nesta passagem, mas não podia dizer o que fazer; a palavra “té” perturbava-me sobremaneira, pois, às vezes, eu não conseguia deixar de questionar se tinha té ou não. Eu estava relutante em concluir que não tinha té, pois pensava que, tosse esse o caso, deveria considerar-me um verdadeiro rejeitado Não, eu disse a mim mesmo, embora esteja convencido de que seja um lolo ignorante c de que tnc lallam aqueles dons abençoados do conhecimento e do entendimento, os quais outras pessoas têm, ainda concluirei que não sou totalmente incrédulo, mesmo que não saiba o que é té. Foi revelado a mim — e isso também por meio de Satanás, como antes eu via as coisas — que aqueles que concluem que estão num estado de descrença nao têm sossego nem quietude em sua alma, e eu relutava em cair em completo desespero Entáo, por meio dessa sugestão, tiquei por um tempo temeroso de ver minha talla de té. Mas Deus não me permitiria destruir minha alma dessa maneira; Ele tazia surgir, continuamente, dentro de mim, pensamentos e idéias que se opunham à minha triste e cega conclusão, de tal maneira que não consegui descansar até que estivesse certo de que possuia té ou não. Estes pensamentos continuavam fluindo cm minha mente: “Mas, se realmente lhe taltar a té? Como você pode saber se tem té?” Além disso, tinha por certo que, se não tivesse te, certamente pereceria para sempre. Embora eu me empenhasse, a principio, para negligenciar o papel da té, logo depois considerei o assunto de maneira mais sensata c me submeti à prova, para ver se tinha té ou nao. Mas, ai de mim! - pobre miserável que era — era tão