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Doença de Chagas Universidade de Pernambuco – Campus Serra Talhada Módulo Doenças I – Imunologia Básica 3º período – 2014. 2 Prof. Jurandy Magalhães Equipe: Ailton José de Sousa Maria Luíza Ferreira Mariana Brandão Ruamma Martins Histórico Em 1909, o médico e cientista brasileiro Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas, então pesquisador assistente do Instituto Oswaldo Cruz, mudou-se para a cidade de Lassance, interior de Minas Gerais, com objetivo de combater a malária que acometia os trabalhadores envolvidos na construção dos ramais da estrada de ferro central do Brasil. Epidemiologia O número de pessoas portadoras da infecção chagásica na América Latina varia entre 18-20 milhões de casos (OMS). No Brasil, estima-se que há cerca de três milhões de portadores da doença de Chagas. Segundo dados do Ministério da Saúde, no período de 2000 a 2011, houve o registro de 1.252 casos da doença de Chagas no Brasil. Setenta por cento destes casos aconteceram por transmissão oral, em 7% a transmissão ocorreu por via vetorial e em 22% dos casos não se identificou a forma de transmissão. Epidemiologia A Amazônia é hoje a área que apresenta maior número de casos da doença de Chagas. No período de 1997 a 2008 foram registrados, 617 casos da doença de Chagas aguda, considerados como pequenos surtos. Na maioria das vezes esses surtos estão intimamente ligados à transmissão oral, devido à ingestão de sucos de frutas regionais, como o açaí. Sendo assim, hoje, a região Amazônia é contemplada como área endêmica para doença de Chagas. Casos de doença de C Chagas Aguda Profilaxia O grau de adesão varia de acordo com a cepa do parasita, com a forma evolutiva e com o tipo celular hospedeiro T. cruzi pode infectar diferentes tipos de células sangüíneas, incluindo macrófagos. As glicoproteínas de superfície de T. cruzi são importantes para mobilização de cálcio intracelular, tanto no parasito quanto na célula hospedeira, sendo este fenômeno de grande importância para o processo de interiorização de T. cruzi. Adesão do parasita Mobilização do sistema imune Redução da carga parasitária Manifestações crônicas graves Imunidade Inata Reconhecimento de antígenos parasitários Liberação de mediadores pró e antiinflamatórios processos inflamatórios Aspectos imunes Células dendríticas(DC), macrófagos e células NK parecem ter um papel crucial na imunidade parasitária e principalmente a anti-T. cruzi. Muitos protozoários induzem a ativação de células NK em hospedeiros infectados Aumento do número de populações linfocitárias exibindo marcadores característicos das células NK Reconhecimento do antígeno os receptores do tipo Toll são expressos constitutivamente pelos neutrófilos,macrófagos e células dendríticas do hospedeiro Eles são responsáveis pelo reconhecimento de moléculas específicas de patógeno (PAMPs) A ativação das APCs via os TLRs 2, 4, 6 e 9 levam à indução de genes de citocinas pró-inflamatórias como TNF, IFN-y, IL-12 Trabalhos recentes demonstraram a participação do receptor TLR-4 na resistência à infecção pelo T. cruzi Macrófagos IL-12 NK TNF INF-y Fagócitos “O óxido nítrico tem potente ação tripanocida isoladamente ou em associação com a água oxigenada” Mediadores O parasito consegue escapar da ação microbicida do macrófago através do fagolisossomo, modulando o perfil de citocinas secretadas ao nível da transcrição. O parasito, neste estágio, sintetiza e secreta uma proteína formadora de poros transmembrânicos (Tc-Tox) Existe uma mucina ancorada em GPI na superfície do parasito capaz de induzir a secreção de IL-10 e não IL-12 ou TNF- que seriam as condições normais para a defesa contra o parasito Escape do parasita IL-12 ,produzida por macrófagos,é uma citocina importante para estimular a produção de IFN-y e diferenciação de células T em Th1. A IL-10 é uma citocina anti-inflamatória produzida por macrófagos e por alguns linfócitos. Esta citocina inibe a produção de IFN-y pelo linfócito T e de várias citocinas e quimiocinas pelos macrófagos, bloqueando as funções acessórias destas células na ativação de células T Ação do sistema complemento Sobre a forma epimastigota Sobre a forma amastigota Proteína de superfície que se liga ao complexo C5b-9 Sobre a forma tripomastigota Proteínas T-DAF, gp190 e gp58/68 Mimetizam a CRP humana Proteína ligante de manose – não reconhece OBS: PROTEÍNA C REATIVA Imunidade adaptativa Durante a fase aguda Linfócitos B (15 dias) 5 semanas – aumento da parasitemia Durante a fase crônica Entre 2 e 3 meses – anticorpos específicos Anticorpos líticos Anti-gal CD5+ Imunidade adaptativa Linfócitos T: restrito a focos inflamatórios TCD4+ Na fase aguda – TNF-y E anticorpos líticos DIG TCD8+ CARD INFILTRADO Granzima A 29 Patogenia Doenças de Chagas Fase Aguda Fase Crônica Assintomática (90 a 98%) Sintomática (2 a 10%) Forma Indeterminada (50 a 69%) Forma Cardíaca (13%) Forma digestiva (13%) Formas mistas (8%) Parasitologia Dinâmica – Neves / FIOCRUZ Fase Aguda Sintomática Período de Incubação : 5 – 14 dias A fase aguda é de difícil detecção em regiões endêmicas , pois os pacientes não valorizam a sintomatologia ~ atrelam os sintomas a doenças comuns; Quadro clínico: Febre prolongada; Mal estar; Anorexia; Astenia; Alterações gerais: Hepatomegalia, Esplenomegalia, Poliadenia; Sinal de Romanã Chagoma de Inoculação Nessa fase, raramente se desenvolvem alterações cardíacas ou neurológicas (meningoencefalite) Crianças e imunossuprimidos Alguns dias após a infecção, o paciente apresenta DESAPARECIMENTO das manifestações de porta de entrada e gerais: Normalização do ECG e outros exames; Exames sorológicos continuam da mesma forma; * Quadro clínico só se manifesta 30 – 40 dias nos casos de infecção por transfusão sanguínea; Parasitologia Dinâmica – Neves 3ª ed./FIOCRUZ Fase Crônica Assintomática A maioria dos pacientes de fase aguda evoluem para uma “aparente cura”; Pacientes com exames sorológicos e/ou parasitológicos + ; não apresentam sintomas ou sinais da doença (exames clínicos, radiológicos e ECG normais); * Miocardite discreta, intensa atividade imunológica com anticorpos líticos, denervação do SNA – mortes súbitas Paciente chagásico pode viver normalmente de 20 a 30 anos: Não ser doador de sangue ou órgãos; Fazer acompanhamento anual ( ter conhecimento que essa entidade evolui para patologias cardíacas e digestivas); Não maginalização do chagásico; Parasitologia Dinâmica – Neves / FIOCRUZ Doenças de Chagas Fase Aguda Fase Crônica Assintomática (90 a 98%) Sintomática (2 a 10%) Forma Indeterminada (50 a 69%) Forma Cardíaca (13%) Forma digestiva (13%) Formas mistas (8%) Parasitologia Dinâmica – Neves / FIOCRUZ Cardiopatia Chagásica Crônica DIAS, (1982) -SOCERJ Forma grave, acomete mais homens que mulheres, ger., entre 30 – 40 anos; Além da presença do T. cruzi e seus antígenos, a lesão chagásica cardíaca tem envolvimento dos linfócitos T; Uma inflamação crônica ativa, progressiva e fibrosante é o substrato morfológico fundamental dos mecanismos patogênicos responsáveis pela miocardite (MARIN-NETO e cols, 2007); Remodelamento ventricular : hipertrofia das fibras íntegras e dilatação da cavidade ventricular ~ mecanismo compensatório temporário; Destruição do SNA Simpático e Parassimpático ~arritmias; ICC hipóxia de vários órgãos, dispnéia, congestão visceral Fonte: (BIOLO, 2010). Forma Digestiva Crônica “Megas” Esôfago e Cólon; Resposta imune com formação de granulomas; Formas variadas com destruição dos plexos nervosos de Meissner e Auerbach; Incoordenação do peristaltimso; Megaesôfago e/ou megacólon ~ dilatação e atonia Megaesôfago (mal do engasgo); Megacólon (mal da obstipação) AnatPat UNICAMP AnatPat UNICAMP Outras formas da Doença de Chagas Congênita = nos nartimortos, feto com hidropsia e infatamento ganglionar generalizado. Causa mortis por miocardite e meningoencefalites; Nos prematuros: febre, hepatoesplenomegalia, alterações cardíacas importantes; Doenças de chagas em imunossuprimidos : várias doenças ou medicamentos imunossupressores são capazes de agravar o quadro do paciente chagásico ~encefalite multifocal e necrosante = macrófagos, céls gliais e neurônios repletos de amastigotas; Doenças de Chagas transfusional pacientes tem quadro confundido com infecção hospitalar Diagnóstico laboratorial – fase aguda Exames parasitológicos Exame de sangue Esfregaço corado por Giemsa Cultura Separação do soro para inoculação Xenodiagnóstico Diagnóstico laboratorial – fase aguda Exames sorológicos Reação de precipitação ou precipitidina Desuso Já foi a mais indicada – 95% de sensibilidade Reação de imunofluorescência indireta 15º dia Detecção de IgM ELISA Detecta classes específicas de anticorpos Diagnóstico diferencial com leishmaniose Diagnóstico laboratorial – fase crônica Exames parasitológicos Hemocultura Xenodiagnóstico Inoculação Reação em Cadeia Polimerase Diagnóstico laboratorial – fase crônica Exames sorológicos Reação de fixação de complemento ou de Guerreiro e Machado Reação de imunofluorescência indireta Reação de Hemoaglutinação indireta ELISA Lise mediada por complemento (LMCo) Pesquisa de antitripomastigotas
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