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PROBLEMA PREMATURIDADE 2017

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PREMATURIDADE - A ADOLESCENTE GRÁVIDA
Josiane, adolescente de 16 anos, trabalhava como babá numa casa de família. Precisava ajudar financeiramente seus pais, portanto não podia estudar. Começou o seu primeiro namoro com Fábio e, após dois meses, estava grávida. Para o namorado de 17 anos, o namoro não tinha passado de uma brincadeira, já terminada, por sinal. 
Não encontrando a quem recorrer, receosa que a família viesse a saber, não contou à patroa e escondeu a gravidez de todos. Continuou trabalhando, apesar de apresentar um sangramento que cessava e voltava periodicamente até que, numa sexta-feira à tarde, o sangramento foi intenso e, muito fraca, desmaiou no serviço.
A patroa levou-a na unidade de saúde mais próxima à sua casa, que a encaminhou para o Hospital mais próximo da região apesar de não se tratar de um hospital destinado a atender gestação de alto risco. Submeteram-na a uma cesárea de urgência. A criança nasceu com 920g, sexo masculino, com idade gestacional de 27 semanas e 6 dias. À ausculta pulmonar, foi detectado gemido expiratório, apresentava taquipnéia importante, discreta retração torácica e cianose moderada. O bebê foi colocado em incubadora e capacete com oxigënio 60% e, com duas horas de vida, iniciava batimentos de aletas nasais e evidenciava retrações intercostais e esternal, mantinha-se taquipneico, acompanhado de taquicardia. Enquanto aguardavam a transferência, decidiu-se por instalar CPAP no bebê . Porém, com 10 horas de vida, o bebê apresentava gemidos expiratórios à distância, respiração do tipo “gangorra” e retrações torácicas intensas, acompanhado de cianose generalizada. Era sábado, 9 horas da manhã, quando a ambulância chegou para fazer o transporte do bebê. O médico resolveu entubá-lo, e o bebê apresentou uma sensível melhora no estado geral, principalmente na coloração e expansibilidade pulmonar. Sem a disponibilidade de equipamentos apropriados, a auxiliar de enfermagem foi ventilando manualmente com o bebê no colo.
		No caminho, a criança começou a piorar seu estado geral, ficando hipotérmico, cianótico e bradicárdico, apresentando alguns movimentos que sugeriam convulsões e ausculta pulmonar ruim, mesmo sendo ventilado com oxigënio a 100%. Chegando na UTI neonatal, foi atendido rapidamente. O bebê foi colocado sob ventilação mecânica , devidamente ajustada, e, recebendo o plantão do caso , a médica optou por não administrar surfactante pulmonar exógeno. 
Nos dias que se seguiram, a equipe teve muita dificuldade na introdução da dieta, pois o bebê fazia resíduo gástrico em todos os horários da dieta. Também suspeitaram de que o bebê tivesse adquirido uma infecção devido a alteração do seu estado geral. No exame físico, a enfermeira detectou uma lesão importante de pele no local onde antes havia a fixação de uma punção venosa periférica. Também observou uma icterícia zona 3. Ao conversar com a famíia, a enfermeira explicou a eles a importância de permanecerem na unidade e o que isso poderia auxiliar no tratamento de seu filho. Orientou a mãe sobre a ordenha manual, enfatizando a importância do seu leite para seu bebê. A enfermeira elaborou, então, um plano assistencial para o bebê levando em consideração todos os sistemas que estão comprometidos com a prematuridade.
QUESTÕES
1. Quais os fatores predisponentes, apresentados pela mãe e pelo bebê , que foram responsáveis pela suscetibilidade do bebê em apresentar uma afecção respiratória tão grave?
2. Qual seria o diagnóstico feito ao se optar pela instalação do CPAP? Pneumonia, Taquipnéia transitória do recém-nascido ou síndrome do desconforto respiratório? Fundamente a sua resposta, diferenciando cada uma das hipóteses apresentadas. Explique a fisiopatologia do diagnóstico que escolheu.
3. No hospital, como enfermeira(o) da unidade, como você programaria a assistência de enfermagem para este bebê de risco por nascer?
4. Quais os principais sinais de insuficiência respiratória que o RN apresentou? 
5. O que é surfactante e qual a sua ação? 
Quais os tipos de surfactante disponíveis? Quais os cuidados na sua administração? Você achou correta a conduta da médica em não administrar surfactante pulmonar ao bebê naquele momento? Por quê ? 
6. Porque o bebê evoluiu para o pneumotórax? Como se pode evitar a instalação de um pneumotórax ? 
7. O que é CPAP? Este bebê teve uma indicação precisa desta terapêutica?
8. Explique pelo menos 3 complicações que este bebê teria grandes chances de desenvolver, se não tivesse evoluído para o óbito?
O que você achou do transporte realizado? Quais seriam as condições ideais? Neste contexto, o que poderia aprimorar a forma que foi realizado esse transporte?
Avaliando o quadro epidemiológico da doença, quais os pontos a serem considerados, e quais seriam as medidas de saúde a serem tomadas para evitar tal episódio?
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Elaborar um plano de assistência de enfermagem ao RN prematuro, de acordo com as desvantagens fisiológicas, organizado por sistemas:
a) Sistema Respiratório
b) Sistema Termorregulador
c) Sistema Imunológico
d) Sistema Digestivo
e) Sistema Tegumentar
f) Sistema Hematológico
g) Sistema Sensoriomotor
Fundamente cientificamente cada cuidado elaborado
ATENÇÂO: Certifique-se que seu plano contemplou os cuidados necessários para uma assistência humanizada ao RN e sua família

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