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Histologia - Fernando Zanette

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Histologia 3ª Fase – Fernando N. Zanette – Med. UFSC 13.2 
 Sistema reprodutor masculino 
O aparelho reprodutor masculino é composto por testículos, ductos genitais, glândulas acessórias e pênis. 
Os testículos desempenham a função de produzir hormônios e espermatozoides. A testosterona – assim como 
seu metabólito, a diidrotestosterona – qualifica-se como o principal hormônio andrógeno proveniente dos 
testículos, e ela atua de forma imprescindível na espermatogênese, diferenciação sexual durante a embriogênese e 
desenvolvimento fetal e para o controle da secreção das gonadotropinas. A diidrotestosterona age em diversos 
órgãos e tecidos do corpo durante a puberdade e a vida adulta. Juntamente a isso, ambos os andrógenos 
influenciam os caracteres sexuais secundários masculinos. 
Os ductos genitais e as glândulas acessórias produzem secreções que servem para nutrir e conceder 
mobilidade aos espermatozoides enquanto estes permanecem armazenados no homem. Os espermatozoides e as 
secreções dos ductos genitais e glândulas acessórias compõem o chamado sêmen. 
 Testículos 
Cada testículo se encontra envolvido pela túnica albugínea, uma cápsula 
grossa de tecido conjuntivo denso. Ela se espessa na superfície dorsal do testículo 
para formar o mediastino do testículo, de onde partem septos fibrosos que 
dividem os testículos em lóbulos testiculares. Cada um desses lóbulos é ocupado 
por de um a quatro túbulos seminíferos que se alojam como novelos dentro de um 
tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células 
intersticiais (de Leydig). Os túbulos seminíferos produzem os espermatozoides, 
ao passo que as células intersticiais secretam o andrógeno testicular. 
Durante o desenvolvimento testicular no feto, os testículos migram da parte 
dorsal da cavidade abdominal e se alojam dentro do escroto, ficando suspensos na 
extremidade do cordão espermático. Devido a essa migração, cada testículo 
arrasta consigo a túnica vaginal, um saco de membrana serosa derivada do 
peritônio. Essa túnica consiste em uma camada parietal exterior e uma camada 
visceral interna, que recobrem a túnica albugínea nas porções laterais e anterior 
do testículo. O escroto desempenha o importante papel de regulador de 
temperatura testicular. 
 Túbulos seminíferos 
Esses túbulos enovelados - em número de 250~1.000 por testículo - iniciam em fundo cego e terminam em 
curtos tubos conhecidos como túbulos retos. Estes conectam os túbulos seminíferos a uma anastomose de canais 
finos - revestidos por um epitélio simples pavimentoso ou cúbico -, o que acaba por formar a rede testicular no 
mediastino do testículo. 
Os túbulos seminíferos são formados por uma parede compos-
ta por um epitélio germinativo ou epitélio seminífero, que é 
envolvida por uma lâmina basal e por uma bainha de tecido 
conjuntivo. Este é formado por algumas camadas de fibroblastos e 
sua camada mais interna – aderida à lâmina basal – consiste em 
células mióides achatadas e contráteis com características de células 
musculares lisas. As células intersticiais ocupam a maior parte do 
espaço entre os túbulos seminíferos. 
Corte histológico de testículo 
Corte histológico de testículo com túbulos seminíferos 
destacados 
O epitélio seminífero consiste em dois tipos celulares: as células de Sertoli e as células da linhagem 
espermatogênica. Dispostas em 4 a 8 camadas, estas células apresentam como função a produção de 
espermatozoides – processo conhecido como espermatogênese e, na diferenciação final, espermiogênese. 
 Espermatogênese 
O processo se inicia com uma célula germinativa primitiva, a 
espermatogônia, pequena e localizada próxima à lâmina basal do 
epitélio. Durante a puberdade, as espermatogônias iniciam a divisão 
mitótica e produzem sucessivas gerações celulares. 
 O hormônio folículo estimulante (FSH) estimula 
as células de Sertoli no processo da espermatogênese. 
As células-filhas podem seguir dois caminhos: 
 Continuar a mitose, permanecendo como células-tronco 
de outras espermatogônias. As que seguem esse caminho recebem a 
denominação de espermatogônias de tipo A; 
 Diferenciar-se durante sucessivos ciclos de divisão para se 
transformarem em espermatogônias de tipo B. 
Em histologia comum, não é possível distinguir os dois tipos 
de espermatogônia. 
As espermatogônias de tipo B se qualificam como células 
progenitoras que se diferenciarão em espermatócitos primários, os 
quais apresentam 26 cromossomos e material genético 2n. Logo após 
sua formação, esses espermatócitos primários entram na prófase da 
meiose I. Como essa prófase dura cerca de 22 dias, a maioria dos 
espermatócitos presentes nos cortes se encontrará nessa fase . Os 
espermatócitos primários apresentam o maior tamanho da linhagem 
espermatogênica e podemos distingui-los pela presença de 
cromossomos nos seus núcleos e pela sua localização próxima à 
lâmina basal. 
Dessa primeira divisão meiótica surgem duas células menores denominadas espermatócitos secundários, 
com somente um cromossomo sexual (22 + X ou 22 + Y), e metade da quantidade de DNA. Espermatócitos 
secundários mostram-se difíceis de observar em cortes de testículo já que permanecem um período efêmero em 
intérfase e logo entram na segunda divisão meiótica, que também é 
rápida. A divisão de cada espermatócito secundário resulta em duas 
espermátides. 
 Espermiogênese 
Fase final da produção de espermatozoides, processo pelo 
qual as espermátides se transformam em espermatozoides. 
Nenhuma divisão celular se processa durante essa transformação. 
As espermátides podem ser distinguidas pelo seu pequeno 
tamanho, por núcleos com porções variadas de cromatina 
condensada e por sua posição próxima ao lúmen. O espermatozoide 
maduro é liberado no lúmen do túbulo seminífero ao final do 
processo. 
Pode-se dividir espermiogênese em três etapas: 
 Etapa do complexo de Golgi 
Corte histológico aproximado de testículo, com os prin-
cipais elementos visíveis. No tecido intersticial se local i-
zam as células de Leydig, produtoras de testosterona, e 
externamente aos ductos seminíferos pode se ver a túnica 
albugínea e a túnica vaginal 
Corte de testículo evidenciando as células de Sertoli - 
de núcleo menos corado e com o citoplasma se prolon-
gando até o lúmen tubular - e as células da linhagem 
espermatogênica 
O citoplasma das espermátides contém um complexo de Golgi bastante desenvolvido. Pequenos grânulos 
PAS-positivos chamados grânulos pró-acrossômicos acumulam-se no complexo de Golgi. Eles depois se fundem 
para formar um único grânulo acrossômico no interior de uma vesícula limitada por membrana, chamada 
vesícula acrossômica. Os centríolos migram para perto da superfície da célula, em posição oposta ao acrossomo 
que está se formando, e depois migram para perto do núcleo, ao mesmo tempo em que começa a se formar o 
axonema do flagelo. 
 Etapa do acrossomo 
A vesícula e o grânulo acrossômico se estendem sobre a 
metade anterior do núcleo como um capuz e passam a ser chamados 
de capuz acrossômico e, finalmente, de acrossomo. Este contém 
várias enzimas hidrolíticas – como hialuronidase, neurominidase e 
fosfatase ácida. As enzimas são capazes de dissociar as células da 
corona radiata e de digerir a zona pelúcida, estruturas que 
envolvem os ovócitos. Quando os espermatozoides encontram um 
ovócito, vários pontos da membrana externa do acrossomo se 
fundem com a membrana citoplasmática do espermatozoide, 
liberando as enzimas acrossômicas no espaço extracelular. Esse 
processo, denominado reação acrossômica, é um dos primeiros 
passos da fertilização. 
Durante essa etapa da espermiogênese o núcleo das espermá-
tides fica voltado para a base do túbulo seminífero e o axonema se 
projeta em seu lúmen. Além disso, o núcleo se torna mais alongadoe condensado. O flagelo cresce a partir de um dos centríolos 
enquanto mitocôndrias se acumulam ao redor da porção proximal 
do flagelo para produzir energia para o movimente flagelar, o qual 
resulta da interação entre microtúbulos, ATP e dineína, uma 
proteína com atividade de ATPase. 
 Etapa de maturação 
Uma parte do citoplasma das espermátides é desprendida, 
formando os chamados corpos residuais, que sofrem fagocitose pelas células de Sertoli, e os espermatozoides são 
liberados no lúmen do túbulo. 
 Na clínica médica 
A síndrome dos cílios imóveis é caracterizada por espermatozoides imóveis e infertilidade. Ocorre 
devido à falta de dineína ou de outras proteínas requeridas para a motilidade ciliar e flagelar. Infecções 
respiratórias crônicas – causadas pela menor motilidade dos cílios das células do epitélio respiratório – costumam 
acompanham essa síndrome. 
 A natureza clonal das células germinativas 
As células-filhas resultantes das divisões das espermatogônias de tipo A se separam até que uma dessas 
células se torne comprometida para se transformar em uma espermatogônia de tipo B. A partir desse momento, 
as células que resultam da divisão dessas células não se separam completamente, no entanto permanecem unidas 
por pontes citoplasmáticas. Estas permitem a comunicação entre os espermatócitos primários e secundários e 
espermátides derivados de uma única espermatogônia e podem contribuir para o sincronismo dos eventos da 
espermatogênese. Quando o processo de maturação das espermátides se completa, a perda de citoplasma e das 
pontes leva à separação das espermátides. 
Corte histológico com as etapas finais da espermatogê-
nese e da espermiogênese, com formação de espermáti-
des em maturação 
Após a liberação ao lúmen do túbulos, os espermatozoides são transportados em um meio apropriado – o 
fluido testicular, produzido pelas Sertoli e por células da rede testicular. Esteroides, proteínas, íons e proteína 
ligadora de andrógeno (ABP) compõem esse ambiente. 
A espermatogênese não se processa simultânea e sincronizadamente quando se comparam vários túbulos 
seminíferos, além de não ser sincronizada dentro de cada túbulo. Logo, áreas diferentes de secção de um túbulo 
exibem fases distintas de espermatogênese. Essa assincronia recebe a denominação de ciclo do epitélio 
seminífero. 
 Células de Sertoli 
As células de Sertoli mostram-se elementos essenciais para a função dos testículos. Elas apresentam 
formato piramidal e envolvem parcialmente as células da linhagem espermatogênica. As bases das células de 
Sertoli aderem à lâmina basal dos túbulos, e suas extremidades apicais se projetam ao lúmen tubular. A 
microscopia eletrônica revela que essas células contêm abundante REL, pouco REG, um complexo de Golgi bem 
desenvolvido e numerosas mitocôndrias e lisossomos. O perfil do núcleo é frequentemente triangular e possui 
reentrâncias; exibe pouca heterocromatina e um nucléolo proeminente. 
Junções gap conectam as Sertoli e permitem uma comunicação iônica e química entre as células, mecanis-
mo importante para a coordenação do ciclo seminífero descrito acima. Células de Sertoli adjacentes se unem por 
junções ocludentes nas suas paredes basolaterais, a barreira hematotesticular. As espermatogônias permanecem 
em um compartimento basal situado abaixo dessa barreira. 
Durante a espermatogênese, algumas das células que resultam da divisão de espermatogônias atravessam 
essas junções e ocupam o compartimento adluminal, situado sobre a barreira. Espermatócitos e espermátides 
permanecem em recessos das paredes laterais e do ápice das células de Sertoli, no compartimento adluminal, 
enquanto os flagelos das espermátides se estendem para o lúmen tubular. Acredita-se que movimentos apicais das 
Sertoli liberem os espermatozoides quando estes se mostram maduros. 
 As células de Sertoli não se dividem durante a vida sexual madura de um indivíduo. 
Esquematização das fases da espermatogênese nos túbulos seminíferos. Atentar para a diferença nos níveis de 
condensação do núcleo dos espermatócitos primários em relação ao dos espermatócitos secundários, o que 
facilita a sua segregação na lâmina histológica. Logo acima das espermatogônias, pode se ver as células miói-
des, de núcleo alongado. 
Juntamente a isso, as Sertoli apresentam extrema resistência a condições adversas como infecções, desnu-
trição e radiações, e possuem uma taxa muito melhor de sobrevivência depois dessas agressões que as células da 
linhagem espermatogênica. 
 
 Funções das células de Sertoli 
 Suporte, proteção e suprimento nutricional dos espermatozoides em desenvolvimento: 
a rede de células espermatogênicas se apoia fisicamente por extensas ramificações do citoplasma das Sertoli. Pelo 
fato de espermatócitos, espermátides e espermatozoides se disporem isoladamente do contato direto com o plasma 
pela barreira hematotesticular, tais células dependem das Sertoli para a troca de nutrientes e metabólitos. Por fim, 
a barreira formada pelas Sertoli também protege os espermatozoides em desenvolvimento do ataque imunológico. 
 Fagocitose: durante a espermiogênese, o exces-
so de citoplasma das espermátides sofre descarte sob a forma de 
corpos residuais. As Sertoli fagocitam e digerem esses 
fragmentos. 
 Secreção: as Sertoli secretam continuamente 
nos túbulos seminíferos um fluido que é transportado na direção 
dos ductos genitais e é usado para transporte de espermatozoides. 
As células de Sertoli, além disso, dispõem de um mecanismo de 
conversão da testosterona em estradiol, e secretam um peptídeo 
chamado inibina, que suprime a síntese e a liberação de FSH na 
hipófise. 
 Fatores que influenciam a espermatogênese 
A espermatogênese depende ativamente da ação de hormô-
nios, essencialmente o hormônio folículo estimulante (FSH) e o 
hormônio luteinizante (LH) da hipófise. O LH age nas células 
intersticiais, estimulando a produção de testosterona necessária 
para o desenvolvimento normal de células da linhagem 
espermatogênica. O FSH atua sobre as Sertoli, promovendo a 
síntese e secreção de proteína ligadora de andrógeno (ABP). Esta 
se combina com a testosterona, servindo para concentrar o 
andrógeno nos túbulos seminíferos, local onde se mostra 
necessária para a espermatogênese. A espermatogênese é 
estimulada por testosterona e inibida por estrógenos e 
progestógenos. 
A temperatura se mostra muito importante para o controle 
da espermatogênese, que só acontece em valores abaixo da do 
corpo. A temperatura testicular beira os 35ºC, e tal número se mantém pouco variável por meio de inúmeros 
mecanismos. Um rico plexo venoso – o plexo pampiniforme – envolve as artérias dos testículos e forma um 
sistema contracorrente de troca de calor. A evaporação de suor da pele do escroto e a contração de músculos 
cremastérico do cordão espermático - que puxam os testículos nos canais inguinais – demonstram-se como 
outros mecanismos essenciais para a homeostasia da 
temperatura testicular. 
 Na clínica médica 
Falhas na descida dos testículos durante a vida 
fetal – o criptorquidismo - mantêm esses órgãos à 
temperatura de 37ºC, o que inibe a espermatogêne-
se. Esta pode retornar ao normal se os testículos 
forem realocados cirurgicamente para o escroto, e 
Além da produção de testosterona pelas células de Leydig, os testículos 
também sintetizam estradiol (E2) e outros estrógenos. As células de Serto-
li convertem a testosterona a estradiol por meio de um mecanismo idênti-
co às células granulosas do antro folicular das mulheres. A testosterona e 
o estradiol no sangue atuam sobre o hipotálamo, exercendo um feedback 
negativo na produção de GnRH e, consequentemente, reduzindo a libera-
ção e LH e FSH. A inibina produzida pelas células de Sertoli, juntamente 
a isso, suprime a secreção de FSH pela adenohipófise .O criptorquidismo se classifica em verdadeiro (localização normal no ca-
minho da descida testicular) e ectópico (localização anormal). 
caso não tenham permanecido muito tempo em altas temperaturas após o início da espermatogênese. Por essa 
razão, salienta-se importante examinar recém-nascidos do sexo masculino para conferir se ambos os testículos 
estão presentes no escroto. Embora a proliferação das células germinativas seja inibida pela temperatura 
abdominal, isso não se processa com a síntese de testosterona. Isso explica por que os homens com criptorquidis-
mo podem ser estéreis, porém desenvolvem características masculinas secundárias e alcançam ereção. 
Desnutrição, alcoolismo e ação de certas substâncias levam a alterações nas espermatogônias, causando 
uma diminuição na produção de espermatozoides. Irradiações e sais de cádmio se mostram bastante tóxicos para 
as células da linhagem espermatogênica, causando a morte dessas células e esterilidade nos indivíduos afetados. 
A droga bussulfan age nas células germinais; quando é administrada a ratas grávidas, promove morte das células 
germinais de seus fetos, os quais são estéreis, e seus túbulos seminíferos contêm apenas células de Sertoli. 
 Tecido intersticial 
O tecido intersticial do testículo é um importante local de produção de andrógenos. Os espaços entre os 
túbulos seminíferos do testículo são preenchidos com tecido conjuntivo, nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. 
Os capilares sanguíneos do testículo são fenestrados e permitem a passagem livre de macromoléculas, como as 
proteínas do sangue. O tecido conjuntivo possui vários tipos de células, incluindo fibroblastos, células conjuntivas 
indiferenciadas, mastócitos e macrófagos. Durante a puberdade, fica mais evidente um tipo adicional de célula, 
arredondada ou poligonal e que tem um núcleo central e um citoplasma eosinófilo rico em pequenas gotículas de 
lipídeos. São as células intersticiais ou de Leydig, que têm características de células produtoras de esteroides. 
Essas células produzem a testosterona, hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento das 
características sexuais masculinas secundárias. A testosterona é sintetizada por enzimas presentes em 
mitocôndrias e no REL, e o hormônio LH age ativamente na indução da produção de testosterona . 
A atividade e o número das células intersticiais dependem de estímulo hormonal. Durante a gravidez, o 
hormônio gonadotrópico da placenta passa do sangue materno para o feto, estimulando as abundantes células 
intersticiais dos testículos fetais a produzirem andrógenos. A presença desses hormônios é requerida para a 
diferenciação embrionária da genitália masculina. As células intersticiais embrionárias permanecem diferenciadas 
por até quatro meses de gestação e então regridem, acompanhando-se de uma diminuição das taxas de 
testosterona circulante. As células permanecem inativas ao longo do resto da gravidez e até o período pré-púbere, 
quando retomam a síntese de testosterona, estimuladas pelo hormônio luteinizante (LH) da hipófise. Tumores de 
células intersticiais, produtores de andrógeno, podem causar puberdade precoce em indivíduos do sexo 
masculino. 
 Ductos intratesticulares 
Os ductos genitais intratesticulares, que se seguem aos túbulos seminíferos e conduzem espermatozoides e 
fluidos, são os túbulos retos, a rede testicular e os ductos eferentes. 
A maioria dos túbulos seminíferos tem forma de 
alça, cujas extremidades terminam nos túbulos retos. 
Nestes faltam as células da linhagem espermatogênica e 
há um segmento inicial formado somente por células de 
Sertoli seguido por um segmento principal revestido por 
um epitélio de células cuboides apoiado em uma 
envoltura de tecido conjuntivo denso. Os túbulos retos se 
continuam na rede testicular, situada no mediastino do 
testículo e composta por uma rede altamente 
anastomosada de canais revestidos por um epitélio de 
células cuboides. 
Da rede testicular saem 10 a 20 ductos eferentes 
formados por grupos de células epiteliais cuboides não 
ciliadas que se alternam com grupos de células cujos 
Corte histológico do mediastino testicular com presença da rede testi-
cular e dos túbulos retos 
cílios batem em direção ao epidídimo, dando a este epitélio um característico aspecto com saliências e 
reentrâncias. As células não ciliadas absorvem muito do fluido secretado pelos túbulos seminíferos, o que, 
juntamente com a atividade de células ciliadas, cria um fluxo que conduz os espermatozoides para o epidídimo. 
Uma delgada camada de células musculares lisas orientadas circularmente pode ser vista em volta da lâmina basal 
do epitélio. Os ductos eferentes gradualmente se fundem para formar o ducto do epidídimo. 
 Ductos genitais extratesticulares 
Desempenhando o papel de transportar os espermatozoides do testículo para o meato do pênis , enqua-
dram-se aqui o ducto do epidídimo, o ducto deferente e a uretra. 
 O ducto do epidídimo – enrolado e medindo de 4m a 6m de comprimento -, forma o corpo e a cauda do 
epidídimo juntamente com o tecido conjuntivo circundante e os vasos sanguíneos. É formado por um epitélio 
colunar pseudoestratificado, composto por células basais arredondadas e por células colunares. A superfície 
destas se reveste por longos e ramificados microvilos de formas irregulares, os estereocílios. O epitélio do ducto 
do epidídimo participa da absorção e digestão dos corpos residuais das espermátides, que são eliminados 
durante a espermatogênese. As células epiteliais 
se apoiam em uma lâmina basal cercada por 
células musculares lisas e tecido conjuntivo 
frouxo. As contrações peristálticas do músculo 
liso ajudam a mover o fluido ao longo do tubo. 
Do epidídimo sai o ducto deferente, que 
termina na uretra prostática, onde esvazia seu 
conteúdo. O ducto deferente é caracterizado por 
um lúmen estreito e uma espessa camada de 
músculo liso. Sua mucosa forma dobras 
longitudinais e ao longo da maior parte de seu 
trajeto é recoberta por um epitélio colunar 
pseudoestratificado com estereocílios. A 
lâmina própria da mucosa é uma camada de 
tecido conjuntivo rico em fibras elásticas, e a 
camada muscular consiste em camadas internas 
e externas longitudinais separadas por uma 
cama circular. O peristaltismo do músculo liso 
participa da expulsão de espermatozoides do 
pênis durante a ejaculação. 
O ducto deferente constitui parte do cordão espermático – inclui a artéria testicular, o plexo pampiniforme 
e nervos. Logo antes de penetrar a próstata, esses ductos sofrem uma dilatação e formam uma região chamada de 
ampola do ducto deferente, onde o epitélio é mais espesso e muito pregueado. Na porção final da ampola 
desembocam as vesículas seminais. Ao adentrar a próstata, o ducto se abre na uretra prostática. O segmento que 
entra na próstata se chama ducto ejaculatório, cuja mucosa é semelhante ao do deferente, todavia não é 
envolvida por músculo liso. 
 Glândulas acessórias 
As glândulas genitais acessórias são as vesículas seminais, a próstata e 
as glândulas bulbouretrais, produtoras de secreções essenciais para a função 
reprodutiva do homem. 
As vesículas seminais consistem em dois tubos tortuosos, com cerca de 
15cm de comprimento. A sua mucosa é pregueada e formada com epitélio 
cuboide ou pseudoestratificado colunar rico em grânulos de secreção. 
Apresenta lâmina própria rica em fibras elásticas e envolvida por uma delgada 
camada de músculo liso. Destaca-se como função dessas glândulas a produção 
Microscopia de secção do ducto deferente. 
Corte histológico da próstata, evidencian-
do as glândulas túbulo-alveolares e o 
estroma fibromuscular 
de uma secreção amarelada que contém substâncias importantes aos espermatozoides – frutose, inositol, 
proteínas. O monossacarídeo frutose se qualifica como o carboidrato mais abundante encontrado no líquidoseminal. Cerca de 70% do volume ejaculado se origina nas glândulas seminais. A altura das células epiteliais das 
vesículas seminais e o grau de atividade secretora dependem dos níveis de testosterona circulantes. 
A próstata é um conjunto de 30 a 50 glândulas túbulo-alveolares ramificadas. Seus ductos desembocam na 
uretra prostática. Esse órgão se divide em três 
zonas distintas: zona central (25%), zona 
intermediária (15%) e zona periférica (70%). A 
zona periférica é o principal local de câncer 
prostático. A zona de transição se qualifica como 
de grande importância médica pois é o sítio onde 
se origina a maioria das hiperplasias prostáticas 
benignas. 
As glândulas da próstata constituem-se por 
um epitélio cuboide ou pseudoestratificado 
colunar. Um estroma fibromuscular reveste essas 
glândulas. A próstata se mostra envolta por uma 
cápsula fibroelástica rica em musculatura lisa, e 
septos dessa cápsula penetram na glândula e a 
dividem em lóbulos. 
Com as funções e estrutura reguladas pela 
testosterona, as glândulas prostáticas produzem 
secreção e a armazenam para expulsá-la durante a 
ejaculação. 
 Aplicação médica 
A hipertrofia prostática benigna ocorre em 50% dos homens de mais de 50 anos e em 95% dos homens 
com mais de 70 anos. Ela causa a obstrução da uretra, levando a sintomas clínicos em 5% a 10% dos casos. 
Os tumores prostáticos malignos enquadram a segunda forma mais comum de câncer nos homens e a 
terceira principal causa de mortes pela doença. Um dos produtos da próstata – o antígeno específico da próstata 
(prostate specific antigen, PSA) – é secretado no sangue e sua concentração no soro aumenta frequentemente na 
presenta de tumores malignos, dados que se usam para diagnóstico e, principalmente, controle de tratamento do 
tumor. 
As glândulas bulbouretrais – de 3 a 5mm de diâmetro – situam-se na porção membranosa da uretra onde 
lançam sua secreção. Um epitélio cúbico simples secretor de muco reveste essas glândulas túbulo-alveolares, ao 
passo que células musculares esqueléticas e lisas se encontram presentes nos septos que dividem as glândulas em 
lóbulos. O muco secretado apresenta coloração clara e funciona como lubrificante. 
 Pênis 
Órgão copulador masculino, possui como constituição 
a uretra e três corpos cilíndricos de tecido erétil – dois corpos 
cavernosos dorsais e um corpo esponjoso ventral, o qual 
envolve a uretra – revestidos por pele. Na extremidade distal 
do pênis o corpo esponjoso se dilata e forma a glande do 
pênis. A maior parte da uretra peniana é revestida por 
epitélio pseudoestratificado colunar, que na glande sofre 
transição para estratificado pavimentoso. Glândulas 
secretoras de muco – glândulas de Littré – dispõem-se ao 
longo da uretra peniana. 
Corte histológico de maior aumento da próstata. Atentar ao epitélio cu-
boide das glândulas, bem característico 
Corte histológico do pênis, com destaque especial aos corpos caverno-
sos e ao corpo esponjoso 
O prepúcio se caracteriza como uma dobra retrátil de pele que contém tecido conjuntivo com músculo liso 
em seu interior. Glândulas sebáceas se mostram presentes na dobra interna e na pele que recobre a glande. 
A túnica albugínea – tecido conjuntivo denso – envolve os corpos cavernosos. O tecido erétil do pênis 
possui espaços venosos separados por trabéculas de fibras de tecido conjuntivo e células musculares lisas que, 
durante a excitação sexual, enchem-se de sangue e se tornam rígidas. No estado flácido, o fluxo é pequeno, 
mantido pelo tônus intrínseco da musculatura lisa e por impulsos contínuos de inervação simpática. A ereção 
ocorre quando impulsos vasodilatadores do parassimpático provocam relaxamento da musculatura dos vasos 
penianos e dos músculos liso dos corpos cavernosos. A vasodilatação também se associa a uma concomitante 
inibição de impulsos vasoconstritores do simpático. A abertura das artérias penianas e dos espaços cavernosos 
aumenta o fluxo de sangue que preenche os espaços cavernosos, produzindo rigidez do pênis. A contração e o 
relaxamento dos corpos cavernosos dependem da taxa de cálcio intracelular que, por sua vez, é modulada por 
guanosina monofostato (GMP). Após a ejaculação e o orgasmo a atividade parassimpática é reduzida, e o pênis 
volta a seu estado flácido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema reprodutor feminino 
O sistema reprodutor feminino consiste em dois ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e genitália 
externa. Suas principais funções se listam logo abaixo: 
 Produzir gametas; 
 Acomodar o feto durante todos os estágios do desenvolvimento; 
 Sintetizar hormônios sexuais essenciais para o corpo feminino. 
A partir da menarca – primeira menstruação -, o sistema reprodutor sofre modificações cíclicas em sua 
estrutura e atividade funcional controladas por mecanismos neurohumorais. A menopausa se classifica como um 
período variável durante o qual tais modificações se tornam irregulares e acabam por cessar. No período pós-
menopausa, há uma lenta involução do sistema. 
 Ovários 
Órgãos extremamente diminutos e de forma de amêndoa, a superfície ovariana se dispõe coberta por um 
epitélio pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo. Debaixo desse epitélio há uma camada de tecido 
conjuntivo denso, a túnica albugínea, responsável pela coloração esbranquiçada do ovário. Abaixo da túnica há 
a região cortical, onde predominam os folículos ovarianos que contêm os ovócitos. Os folículos se localizam no 
tecido conjuntivo – estroma – da região cortical, o qual contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito 
característico, formando “redemoinhos”. Esses fibroblastos respondem a estímulos hormonais de um modo 
diferentes dos fibroblastos de outras regiões. A parte mais interna do ovário se qualifica como a região medular, 
a qual contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. 
 Desenvolvimento inicial do ovário 
Em torno do primeiro mês 
de vida embrionária, células 
germinativas primordiais migram 
do saco vitelínico até os 
primórdios gonadais, onde as 
gônadas iniciam o desenvolvimen-
to. Nessa região, dividem-se e se 
transformam em ovogônias. A 
partir do terceiro mês de gestação, 
elas iniciam a prófase da primeira 
divisão meiótica, no entanto 
interrompem na fase de diplóteno 
e não progridem para as outras 
fases da meiose. Tais células são 
os ovócitos primários, os quais se 
encontram envolvidos pelas 
células foliculares. Até o sétimo 
mês gestacional a maioria das 
ovogônias se transformaram em 
ovócitos primários, contudo 
muitos deles acabam perdidos por 
Representação esquemática do ciclo de um folículo ovariano 
um processo degenerativo denominado atresia A atresia persiste pelo restante da vida reprodutiva da mulher. 
Cerca de apenas 450 ovócitos são liberados pela mulher ao longo da sua vida reprodutiva, ao passo que o restante 
– por volta de 7.550 – desintegra-se por atresia. 
 Folículos ovarianos 
O folículo ovariano é formado por um ovócito envolvido por uma ou mais camadas de células foliculares – 
também denominadas células da granulosa. Os folículos primordiais – provenientes do desenvolvimento fetal – 
caracterizam-se como ovócitos primários revestidos por uma camada de células foliculares achatadas. A 
maioria desses folículos se localiza na região cortical, próximos à túnica albugínea. O ovócito do folículo 
primordial possui núcleo esférico com um nucléolo bastante evidente. Os cromossomos se mostram desenrolados 
e não se coram facilmente. Essas células se encontram na etapa de prófase da meiose I. As organelas do ovócito 
tendem a se concentrar próximas ao núcleo, sendo que há muitas mitocôndrias, complexos de Golgi e cisternas de 
retículo. Uma lâmina basal envolveas células foliculares e marca o limite entre o folículo e o estroma conjuntivo 
adjacente. 
 Crescimento folicular 
A partir da puberdade, diariamente um pequeno grupo de 
folículos primordiais inicia o crescimento folicular, o qual 
compreende modificações do ovócito, das células foliculares e dos 
fibroblastos do estroma que envolve cada um desses folículos. Tal 
processo sofre direta influência do FSH, secretado pela 
adenohipófise. 
O crescimento do ovócito se mostra um processo de extrema 
rapidez durante a primeira parte do crescimento folicular: o núcleo se 
expande, as mitocôndrias multiplicam-se e se distribuem 
uniformemente pelo citoplasma, ao passo que o RE cresce e os 
golgiossomos migram para próximo à superfície celular. 
As células foliculares sofrem divisão mitótica e formam uma 
camada de células cuboides. A partir desse instante, o folículo passa 
a ser chamado de folículo primário unilaminar. Essas células 
continuam sua proliferação e originam um epitélio estratificado – 
denominado camada granulosa -, cujas células se comunicam por 
junções gap. Nessa fase, o folículo é conhecido como folículo 
primário multilaminar ou pré-antral. Uma espessa camada amorfa – 
a zona pelúcida, composta por glicoproteínas – é secretada e envolve 
o ovócito. Delgados prolongamentos de células foliculares e 
microvilos do ovócito penetram na zona pelúcida e estabelecem 
contato entre si por junções comunicantes. 
À medida que os folículos crescem – devido, essencialmente, 
ao aumento em tamanho e número das células da granulosa – eles 
ocupam as áreas mais profundas da região cortical. Certa quantidade 
de líquido – denominado líquido folicular – começa a se acumular 
entre as células foliculares. Os pequenos espaços que contêm esse 
fluido se juntam e as células da granulosa se reorganizam e formam 
uma grande cavidade, o antro folicular. Os folículos, a partir desse 
momento, recebem a denominação de folículos secundários ou 
antrais. No líquido folicular há componentes do plasma e produtos 
secretados pelas células foliculares, altas concentrações de esteroides 
– como progesterona, andrógenos e estrógenos – e diversas 
proteínas (inclusive proteínas ligantes de esteroides). 
Durante a reorganização das células da granulosa para a 
Esquematização do crescimento folicular 
formação do antro, algumas células dessa camada 
se concentram em determinado local da parede do 
folículo, formando um pequeno espessamento, o 
cúmulos oophorus, o qual serve de apoio para o 
ovócito. Juntamente a isso, um pequeno grupo de 
células foliculares envolve o ovócito e constitui a 
corona radiata. Elas acompanham o ovócito 
quando este abando o ovário durante a ovulação. 
Enquanto essas modificações se processam, 
o estroma localizado imediatamente em torno do 
folículo se modifica para formar as tecas 
foliculares, com duas camadas: a teca externa e 
a teca interna. As células da teca interna, quando 
totalmente diferenciadas, produzirão esteroides, 
como a androstenediona, que é transportada para 
as células da camada granulosa. Estas – sob 
influência do FSH – sintetizam uma enzima 
aromatase, que transforma androstenediona em 
estrógeno. Este hormônio se difunde até o estroma, penetra nos vasos sanguíneos e sofre distribuição pelo corpo. 
As células da teca externa se mostram 
semelhantes às células do estroma ovariano, 
todavia se arranjam de modo organizado, 
concentricamente em volta do folículo. O limite 
entre as tecas é pouco preciso; entre a teca interna 
e a camada granulosa, por outro lado, demonstra-
se bem evidente, já que suas células possuem 
características morfológicas distintas e entre 
ambas existe uma lâmina basal. 
Pequenos vasos sanguíneos – provenientes 
do estroma circundante - adentram a teca interna 
e formam um plexo capilar em torno das células 
secretoras dessa camada. 
 Não há vasos sanguíneos na 
camada de células granulosas durante o 
crescimento folicular. 
Durante cada ciclo menstrual, um folículo 
antral cresce mais do que os outros e se torna o 
folículo dominante. Ao atingir seu máximo de desenvolvimento, esse folículo fica conhecido como folículo 
maduro, pré-ovulatório ou de Graaf. Dessa 
maneira, os outros folículos, pertencentes ao grupo 
que estava crescendo com certa sincronia, sofrem 
atresia. O folículo maduro apresenta um tamanho 
tão exacerbado – 2,5cm de diâmetro – que faz 
saliência na superfície ovariana e pode ser 
detectado por ultrassom. 
 Como resultado do acúmulo de líquido, a 
cavidade folicular aumenta de tamanho e a 
camada de células da granulosa da parede do 
folículo se torna mais delgada, pois essas células 
não se multiplicam na mesma proporção que o 
crescimento folicular. Esses folículos possuem as 
camadas das tecas muito espessas, e o processo 
Corte histológico de ovário. Notar a diferença de dimensões dos 
folículos primários e dos folículos em crescimento 
Corte histológico de ovário, destacando o folículo primário unilami-
nar com zona pelúcida bem evidente e células foliculares cuboides 
Esquema histológico de um folículo secundário, também denomina-
do folículo antral. Notar a existência do cúmulos oophorus servindo 
de apoio ao ovócito 
total de crescimento folicular – desde primordial até maduro - dura, aproximadamente, 90 dias. 
 Atresia folicular 
A atresia se caracteriza como um processo pelo qual as células foliculares e os ovócitos morrem, sendo 
posteriormente eliminados por fagocitose. Folículos em qualquer fase de desenvolvimento podem sofrer atresia. 
Tal processo se compõe pela parada de mitoses nas células da granulosa , separação dessas células da lâmina 
basal e morte do ovócito. Após a morte das células, macrófagos invadem o tecido e fagocitam os seus restos. Em 
um estágio posterior, fibroblastos ocupam a área do folículo e produzem uma cicatriz de colágeno que pode 
persistir por muito tempo. Embora a atresia aconteça desde o desenvolvimento fetal até alguns anos depois da 
menopausa, ela se mostra mais intensa após o nascimento, e durante a puberdade e gravidez, quando se 
processam as marcadas modificações hormonais. 
 Ovulação 
A ovulação consiste na ruptura de parte 
da parede do folículo maduro e a liberação do 
ovócito, que será capturado pelo infundíbulo da 
tuba uterina. Acontece normalmente na época 
próxima à metade do ciclo menstrual, ou seja, 
ao redor do 14º dia de um ciclo normal de 28 
dias. Normalmente, apenas um ovócito é 
liberado pelo ovário durante cada clico, todavia, 
às vezes, nenhum ovócito sofre ovulação. Em 
outras ocasiões, dois ou mais ovócitos podem 
ser liberados concomitantemente e, caso sejam 
fecundados, podem dar origem a gêmeos 
bivitelínicos/fraternos. 
O pico de secreção de LH – liberado pela 
hipófise em resposta aos altos níveis de 
estrógeno circulantes produzidos pelos 
folículos em crescimento - mostra-se estímulo 
importante para a ovulação. Poucos minutos 
após o aumento LH circulante, processa-se um 
incremento do fluxo sanguíneo no ovário, e 
proteínas do plasma escoam por capilares e vênulas pós-capilares, o que resulta em um edema. Há uma liberação 
local de prostaglandinas, histamina, vasopressina e colagenase . As células da granulosa produzem mais ácido 
hialurônico e se soltam de sua camada. Uma pequena área da parede do folículo se enfraquece por causa da 
degradação de colágeno da túnica albugínea, por causa de isquemia e pela morte de algumas células. Essa 
fraqueza localizada – combinada com uma pressão aumentada do fluido folicular e com a contração das células 
musculares lisas que circundam o folículo – conduz à ruptura de parte da parede exterior do folículo e à 
ovulação. 
Uma indicação da ovulação iminente é o aparecimento do estigma, uma marca na superfície folicular, no 
qual o fluxo sanguíneo cessa, acarretando uma mudança localde cor e transparência da parede testicular. Em 
conta da ruptura da parede folicular, o ovócito – e o primeiro corpo polar -, envoltos pela zona pelúcida, pela 
corona radiata e juntamente a um pouco de fluido folicular, deixam o ovário e entram na extremidade aberta da 
tuba uterina, onde o ovócito pode ser fertilizado. Caso isso não se processe dentro das primeiras 24 horas 
subsequentes à ovulação, ele degenera e sofre fagocitose. 
A primeira divisão meiótica se completa pouco antes da ovulação – até aqui o ovócito se encontrava em 
prófase I. Os cromossomos se dividem igualmente entre as células filhas, no entanto uma dos ovócitos 
secundários retém quase todo o citoplasma. O outro se torna o primeiro corpúsculo polar. Imediatamente após a 
expulsão do primeiro corpúsculo polar do ovócito, inicia-se a segunda divisão meiótica, que estaciona em 
metáfase II até que ocorra a fertilização. 
 
Corte histológico mostrando ovócito em grande aumento. Preste aten-
ção nas células foliculares que circundam o ovócito e compõem a corona 
radiata 
 Corpo lúteo 
Após a ovulação, as células 
foliculares e da teca interna do folículo 
que ovulou se reorganizam e formam um 
glândula endócrina temporária – o corpo 
lúteo – situada na camada cortical do 
ovário. A liberação do fluido folicular 
resulta em um colapso da parede do 
folículo. Devido à ovulação, certa 
quantidade de sangue pode fluir para a 
cavidade do antro folicular, onde 
coagula e, depois, é invadido por tecido 
conjunto. Este, acompanhado por restos 
de coágulos de sangue que são 
gradualmente removidos, constitui a 
parte mais central do corpo lúteo. 
Embora as células da granulosa 
não se dividam depois da ovulação, elas 
aumentam muito suas dimensões. Essas 
células compõem por volta de 80% do 
parênquima do corpo lúteo e recebem a 
denominação de células granulosa-
luteínicas, com características de 
secretoras de esteroides. As células da teca 
interna também contribuem para a 
formação do corpo lúteo, originando as 
células teca-luteínicas, que tendem a se 
acumular nas pregas da parede do corpo 
lúteo. 
Os vasos sanguíneos e linfáticos – 
que se restringiam à teca interna – agora 
crescem, dirigem-se para o interior do 
corpo lúteo e originam uma abundante 
rede vascular. 
A reorganização do folículo ovulado 
e o desenvolvimento do corpo lúteo 
resultam de estímulo pelo LH liberado 
antes da ovulação. Ainda sobre efeito 
desse hormônio, as células modificam seus 
componentes enzimáticos e iniciam a 
secreção de progesterona e estrógenos. 
O destino do corpo lúteo depende de estímulos após sua formação. Pelo estímulo inicial de LH – que 
provocou a ovulação -, ele é programado para secretar durante 10~12 dias. Caso não se processe nenhum outro 
estímulo adicional, suas células sofrem apoptose e degeneram. Isso ocorre na ausência de uma gravidez. 
A secreção decrescente de progesterona – em decorrência da falta de estímulo pelo LH – desemboca na 
menstruação, caracterizada pela descamação de parte da mucosa uterina . Altas taxas de estrógeno circulante 
inibem a liberação de FSH pela hipófise. Todavia, após a degeneração do corpo lúteo, a concentração de 
esteroides no sangue cai, e o FSH é secretado em quantidades maiores, o que estimula o crescimento de outro 
grupo de folículos. 
Corte histológico de ovário, com presença marcante do corpo lúteo preenchido 
por uma mancha de coágulo 
Imagem histológica de cicatriz de tecido conjuntivo denso marcante onde 
estava o corpo lúteo. Ele passa a ser chamado agora de corpo albicans 
O corpo lúteo que dura somente parte de um ciclo menstrual recebe a denominação de corpo lúteo de 
menstruação. Seus restos sofrem fagocitose, e fibroblastos adjacentes invadem a área e produzem uma cicatriz de 
tecido conjunto denso – conhecida como corpo albicans. 
Caso se processe a fertilização, o corpo lúteo recebe sinal das células trofoblásticas do embrião implanta-
do, as quais sintetizam a gonadotropina coriônica humana (HCG), estimulando o corpo lúteo de modo 
semelhante ao LH e impedindo sua degeneração. Isso resulta em um crescimento adicional dessa glândula 
endócrina e estimula a secreção de progesterona que, além de manter a mucosa uterina, também incita a secreção 
das glândulas uterinas. Esse é o corpo lúteo da gravidez, o qual persiste por volta de quatro a cinco meses e, em 
seguida, degenera e se transforma em um corpo albicans. 
 Células intersticiais 
Não obstante as células da granulosa e os ovócitos degenerem durante a atresia folicular, as células da 
teca interna frequentemente persistem isoladas ou em pequenos grupos no estroma cortical, recebendo a 
denominação de células intersticiais. Elas se qualificam como secretoras de esteroides, além de receberem 
estímulos por meio de LH. 
 Tubas uterinas 
As tubas classificam-se como dois tubos musculares de grande mobilidade, com cerca de 12cm a 15cm 
cada. Uma de suas extremidades – o infundíbulo – abre-se 
na cavidade peritoneal próximo aos ovários e apresenta 
prolongamentos em forma de franja, as fímbrias; a outra 
extremidade – denominada intramural – penetra a parede 
do útero para se abrir no interior desse órgão. 
A parede da tuba se dispõe em três camadas: 
 Uma camada mucosa; 
 Uma camada espessa de músculo liso 
disposto em uma camada circular interna e outra 
longitudinal externa; 
 Uma camada serosa formada por 
uma lâmina visceral de peritônio. 
A mucosa apresenta dobras longitudinais que se 
mostram muito numerosas na ampola das tubas, e, à 
medida que se aproximam do útero, ficam menores. Na porção 
intramural as dobras se tornam pequenas 
protuberâncias e a superfície interna da mucosa é 
quase lisa. 
A mucosa é formada por epitélio colunar 
simples e por uma lâmina própria de tecido 
conjuntivo frouxo. O epitélio apresenta dois tipos 
celulares, com um sendo ciliado e o outro secretor. 
Os cílios batem em direção ao útero, 
movimentando uma película de muco – produtos 
das células secretoras - que cobre sua superfície. A 
secreção liberada apresenta como função 
nutrição, proteção e capacitação de 
espermatozoides. No instante da ovulação, a tuba 
se movimenta e a extremidade afunilada da 
ampola se coloca próxima ao ovário para capturar 
o ovócito. 
Corte histológico de tuba uterina 
Corte de grande aumento da tuba uterina. Notar o epitélio simples colunar 
da mucosa 
A fertilização normalmente se processa na ampola, e ela age como um estímulo para o ovócito completar 
sua segunda divisão meiótica, transformando o ovócito primário em secundário. A corona radiata ainda se 
mantém por algum tempo durante o trânsito do ovócito pela tuba. Em caso de não fertilização, o ovócito 
permanece viável por volta e 24h quando, então, sofre autólise na tuba. Após fertilizado, o ovócito – agora 
denominado zigoto – inicia uma série de divisões celulares e é transportado para o útero por meio de um processo 
que dura, em média, cinco dias. Os movimentos dos cílios e a contração da musculatura lisa transportam o 
ovócito ou o zigoto ao longo do infundíbulo e do restante da tuba, além de servirem como empecilho para a 
passagem de microrganismos do útero para a cavidade peritoneal. 
 Em mulheres com síndrome dos cílios imóveis, tal transporte ocorre normalmente, demons-
trando que os batimentos ciliares não são essenciais para esse transporte. 
 Na clínica médica 
A nidação do embrião na tuba uterina constitui um tipo de gravidez ectópica. A tuba uterina, devido ao seu 
diminuto diâmetro, não apresenta capacidade de conter o embrião quando ele inicia seu desenvolvimento, e acaba 
se rompendo, o que desencadeia uma extensa hemorragia que, se não tratada a tempo, pode ser fatal. 
 Útero 
Órgão em forma de pera que pode ser dividido em três porções: 
 Corpo do útero: porção maisdilatada do órgão; 
 Fundo do útero: porção superior do corpo do útero, em formato de cúpula; 
 Cérvice ou colo uterino: porção estreita do fundo do útero, que se abre na vagina. 
A parede do útero se mostra espessa e formada por três camadas: externamente encontramos uma delgada 
serosa – composta por mesotélio e tecido conjuntivo – ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia – 
constituída apenas de tecido conjuntivo. As duas outras camadas são o miométrio – musculatura lisa – e o 
endométrio – mucosa uterina. 
 Miométrio 
Classifica-se como uma espessa 
camada de músculo liso. Pacotes de 
fibras musculares lisas separadas por 
tecido conjuntivo que se distribuem 
em quatro camadas bem definidas 
compõem o miométrio. A primeira e a 
quarta camadas apresentam fibras 
longitudinalmente, ao passo que as 
duas do meio contêm grandes vasos 
que irrigam o órgão. 
Durante o período da gravidez o 
miométrio expande muito devido à 
hiperplasia – aumento de número 
celular - e hipertrofia – aumento de 
tamanho celular. Juntamente a isso, 
nesse período as células musculares 
adquirem características secretoras de 
proteínas e sintetizam colágeno. 
 Endométrio 
Também denominado mucosa uterina, o endométrio consiste em um epitélio e uma lâmina própria que 
contém glândulas tubulares simples. Células ciliadas secretoras compõem o epitélio colunar simples que reveste 
Corte histológico do útero, segregando claramente o endométrio e o miométrio 
a cavidade uterina. O epitélio das glândulas uterinas se assemelha ao superficial, no entanto as células ciliadas se 
mostram mais raras. O tecido conjuntivo da lâmina própria apresenta rica quantidade de fibroblastos e matriz 
extracelular, além de fibras de colágeno tipo III. 
O endométrio pode ser dividido em duas camadas: 
 Camada basal: mais profunda e adjacente ao miométrio. Formada por tecido conjuntivo e pelas 
porções iniciais das glândulas uterinas; 
 Camada funcional: composta pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção 
final das glândulas e pelo epitélio superficial. Essa camada que sofre mudanças intensas durante o ciclo 
menstrual. 
Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio se demonstram imprescindíveis no processo de perda de 
parte do endométrio durante a menstruação. Das artérias arqueadas partem dois grupos de artérias que suprem o 
endométrio: as artérias retas – irrigam a camada basal – e as artérias espirais – irrigam a camada funcional. 
 O ciclo menstrual 
Após a puberdade, os hormônios ovarianos – por estímulo da adenohipófise – fazem com que o endomé-
trio sofra modificações estruturais cíclicas durante o ciclo menstrual. Os ciclos costumam surgir por entre os 12 
e 15 anos da jovem, no evento conhecido como menarca – primeira menstruação -, e perduram até os 45 a 50 
anos, quando se processa a menopausa. Como os ciclos se mostram consequência de eventos ovarianos 
relacionados à produção de ovócitos, a mulher só é fértil durante o período em que os ciclos estiverem 
ocorrendo. A duração do ciclo tem uma duração de, em média, 28 dias. 
O ciclo inicia com o sangramento menstrual, que consiste, basicamente, em minúsculos fragmentos de 
endométrio e sangue dos vasos sanguíneos rompidos 
durante a menstruação. Essa fase, conhecida como 
fase menstrual, dura por volta de três a quatro dias. A 
fase seguinte, conhecida como fase proliferativa, 
apresenta duração variável em torno de dez dias. A 
seguir vem a fase secretória ou lútea, a qual ocorre 
após a ovulação e dura aproximadamente 14 dias. 
 Fase proliferativa ou folicular 
A mucosa uterina é bastante delgada após a 
descamação da fase menstrual. O início dessa fase 
coincide com um crescimento acelerado de um grupo 
de folículos ovarianos que, quando o ciclo começou, 
encontravam-se provavelmente na transição entre 
folículos pré-antrais e antrais. Quando sua teca 
interna se desenvolve, esses folículos passam a 
secretar estrógenos, os quais agem sobre o endométrio 
e induzem sua proliferação celular, o que reconstitui 
as camadas perdidas durante a menstruação. O 
endométrio, nessa fase, esta recoberto por um epitélio 
colunar simples. As glândulas – compostas pelo 
mesmo epitélio – apresentam tubos retilíneos e lúmen 
estreito. As células epiteliais acumulam cisternas de 
RER e o golgiossomo aumenta de tamanho em 
preparação para o incremente de sua fase secretora. Ao 
término da fase proliferativa, o endométrio passa a 
ter cerca de 2mm a 3mm. 
Esquematização do ciclo ovariano e a influência dos respectivos 
hormônios 
 Fase secretória ou lútea 
A fase secretória começa após a ovulação e resulta da ação da progesterona secretada pelo corpo lúteo. 
Atuando sobre as glândulas que se desenvolveram pela ação do estrógeno, a progesterona continua a estimular as 
células glandulares. As células epiteliais passam a acumular glicogênio na porção infranuclear. Seguidamente, a 
quantidade de glicogênio diminui e os produtos de secreção dilatam o lúmen das glândulas e elas se tornam 
tortuosas. Nessa fase, o endométrio alcança sua espessura máxima - por volta de 5mm – como resultado do 
crescimento da mucosa, do acúmulo de secreção e do edema no estroma . 
 Divisões mitóticas são raras durante essa fase secretória. 
Caso tenha ocorria a fertilização, o embrião terá sido transportado ao útero e aderido ao epitélio uterino 
durante a fase secretória, cerca de sete ou oito dias depois da ovulação. 
 Fase menstrual 
Se não ocorrer fertilização do ovócito e a nidação do embrião, o corpo lúteo deixa de funcionar entre 10 a 
12 dias após a ovulação. Em consequência disso, os níveis de progesterona e estrógeno circulantes decaem 
rapidamente. Isso acarreta vários ciclos de contração das artérias espirais, o que bloqueia o fluxo sanguíneo, 
provocando isquemia e, posteriormente, morte por necrose das paredes das artérias, bem como da porção da 
camada funcional do endométrio irrigada por esses vasos. As artérias se rompem após os locais de constrição e 
o sangramento começa. Uma porção da camada funcional do endométrio é separada, ao passo que o resto 
encolhe pela perda de fluido intersticial. No término da fase menstrual, o endométrio se encontra reduzido a 
uma camada bastante delgada – a camada basal. A partir daqui, o endométrio está pronto para reiniciar o ciclo. 
 Endométrio grávido 
Caso a implantação embrionária se processe, as células trofoblásticas sintetizam a HCG, o que estimula 
o corpo lúteo a permanecer secretando progesterona , impedindo a descamação do endométrio durante o período 
da gravidez. Essa progesterona promove, além disso, uma dilatação das glândulas uterinas, as quais aumentam a 
sua secreção em relação à fase secretória. 
 Nidação e surgimento da decídua 
A nidação 
compreende a adesão do 
embrião às células do 
epitélio endometrial 
seguida pela penetração 
do embrião na mucosa 
uterina. Tal processo se 
inicia por volta do 7º 
dia, e em ao redor do 9º 
ou 10º dia após a 
ovulação o embrião já se 
encontra completamente 
imerso no endométrio. 
Imediatamente após a 
nidação, o tecido 
conjuntivo endotelial 
sofre uma 
transformação. Os fibroblastos aumentam de tamanho, tornam-se arredondados e exibem características de 
células produtoras de proteínas. Eles agora recebem a denominação de células deciduais, e todo o endométrio 
passa a ser chamado de decídua. 
A decídua pode ser dividida, basicamente, em três porções: 
 Decídua basal: situada entre o embrião e o miométrio. Corresponde à parte da placenta e se 
localiza mais distante do concepto; 
Esquematização do embrião e seus anexos iniciais se formando na cavidade uterina, dando destaque às três 
porções da decídua 
 Decídua capsular: parte do endométrio oposta à decídua basal. Localizada entre o embrião e o 
lúmen uterino. Essa camada recobre o embriãoe suas membranas; 
 Decídua parietal: ocupa o restante da mucosa uterina. Nessa camada não houve nidação. 
 Placenta 
A placenta se caracteriza como um órgão temporário que serve como local de trocas fisiológicas entre a 
mão e o feto. Ela consiste em uma porção fetal – o cório – e uma porção materna – a decídua basal. A placenta 
secreta endocrinamente hormônios como HCG, tireotropina coriônica, corticotropina coriônica, estrógenos e 
progesterona, além da somatomamotropina coriônica humana, proteína que apresenta atividade lactogênica e 
estimula o crescimento. A decídua basal fornece sangue arterial materno à placenta e recebe sangue venoso de 
espaços sanguíneos que existem dentro desse órgão. 
 Cérvice uterina ou colo uterino 
A cérvice uterina – também denominada colo do 
útero – caracteriza-se como a porção cilíndrica e inferior 
do útero. Sua estrutura histológica difere da do resto do 
útero, com a mucosa apresentando revestimento de um 
epitélio colunar simples secretor de muco. Esse canal 
cervical interno recebe a denominação de endocérvice. 
A mucosa, ainda, apresenta poucas fibras muscula-
res e consiste, basicamente, de tecido conjuntivo denso. 
A porção externa do colo – denominado ectocérvice - 
cria uma saliência no lúmen vaginal e, ao contrário da 
parte interna, mostra-se recoberta por um epitélio 
pavimentoso estratificado não queratinizado. O orifício 
cervical externo (óstio do útero) apresenta morfologia 
distinta segundo a paridade da mulher: em nulíparas, o 
formato é puntiforme, ao passo que nas multíparas pode ter forma circular, ser ovulado ou de fenda transversa, 
conforme a ruptura decorrente do parto. 
A mucosa do colo contém as glândulas mucosas cervicais que, durante a gravidez, proliferam e secretam 
um líquido mucoso mais abundante e mais viscoso. 
Juntamente a isso, a mucosa cervical não sofre 
grandes alterações no ciclo menstrual e não descama 
durante a menstruação. 
As secreções cervicais desempenham um 
papel essencial na fertilização: 
 No período da ovulação, elas ad-
quirem uma característica mais fluida e facilitam a 
penetração do esperma no útero; 
 Na fase luteal ou na gravidez, os 
níveis de progesterona alteram as secreções 
mucosas, e elas se tornam mais viscosas, o que 
previne a passagem de esperma – bem como de 
microrganismos patogênicos - para dentro do útero. 
A dilatação do colo que precede o parto se 
processa devido à intensa colagenólise, que acarreta 
o amolecimento de sua parede. 
Corte histológico de tecido do colo uterino. Note o epitélio simples colu-
nar mais inferior da endocérvice e o epitélio estratificado pavimentoso 
mais superior da ectocérvice. A zona de transição entre os dois epitélios 
– destacada no quadrado da imagem – recebe a denominação de zona de 
transformação. 
Esquematização do colo uterino, com presença de ectocérvice e 
endocérvice saudáveis 
 Métodos de contracepção 
Alguns dos procedimentos mais comuns para a contracepção se listam abaixo: 
 Ingestão de hormônios ovarianos – a pílula -, o que inibe o pico de secreção de LH que induz a 
ovulação. 
 A inserção do DIU (dispositivo intrauterino), um pequeno pedaço de plástico ou cobre na cavi-
dade uterina. Ele causa uma reação inflamatória local espermicida. 
 A ingestão de um composto – o RU486, a pílula do dia seguinte – análogo de progesterona que 
se liga a seus receptores no útero, prevenindo a ação da progesterona e, consequentemente, a implantação 
do embrião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ferida no colo do útero 
A ferida no colo do útero – conhecida como ectopia 
cervical ou ectrópio (não confundir com gravidez ectópica) 
– refere-se a uma condição em que o revestimento do colo 
uterino foi danificado ou dissolvido. Histologicamente, o 
quadro se caracteriza pela expansão da endocérvice – de 
epitélio simples cilíndrico, com menor capacidade de 
proteção – para a região da ectocérvice, onde deveria sofrer 
a transformação para epitélio estratificado pavimentoso, 
com maior poder protetor. 
Essa condição nem sempre acarreta sintomas e pode 
afetar mulheres de todas as idades. Não é necessário ter uma 
vida sexual ativa para o seu desenvolvimento e, portanto, 
até mesmo crianças e bebês podem desenvolver esse 
quadro. 
 Sintomas de ferida no útero 
Embora a condição se processe muitas vezes de maneira assintomática, certos sintomas podem surgir: 
 Corrimento vaginal de cor amarelada, branca ou esverdeado; 
 Cólica ou desconforto na região pélvica; 
 Coceira ou ardência ao urinar; 
 Sangramento após relação sexual 
 Diagnósticos 
O diagnóstico da ectopia cervical pode ser 
feito por meio de, basicamente, dois exames: 
 Papanicolau: consiste na coleta, 
com o auxílio de espátulas descartáveis, de amostra 
da secreção que normalmente existe na vagina, na 
região do colo uterino e das paredes vaginais. Esse 
exame se utiliza há muito tempo para diagnosticar 
anormalidades do colo e da vagina, incluindo as 
infecções genitais e alterações relacionadas ao 
câncer. 
 Colposcopia: esse exame preven-
tivo é realizado em conjunto com o Papanicolau, e 
consiste na avaliação do colo uterino e das paredes 
vaginais usando lentes de aumento. A principal 
finalidade da colposcopia é detectar as lesões do 
colo uterino, como feridas – ectopias cervicais – e 
alterações precursoras do câncer genital inferior 
(colo, vagina e vulva). Qualifica-se como uma 
procedimento indolor e permite diagnóstico em 
praticamente 100% dos casos. 
Erosão cervical (ectrópio) 
Exame de Papanicolau 
 Causas 
As principais causas do desenvolvimento de uma ferida no colo do útero, geralmente, são as infecções não 
tratadas que persistem por um tempo superior a seis meses. Tais infecções podem ser: 
 Clamídia; 
 Candidíase; 
 Tricomoníase; 
 HPV; 
 Cervicite. 
Essas infecções costumam surgir decorrente a uma má ou inadequada higienização da área privada 
feminina. Banhar-se em piscinas públicas, rios, cachoeiras ou mares com água contaminada, bem como a 
migração de bactérias intestinais para a região vaginal (por meio do suor, por exemplo), aumentam as 
probabilidades de desenvolvimento desses quadros infecciosos. Outro meio de propagação dessas infecções é 
através da relação sexual desprotegida. 
 Complicações 
A ferida no colo do útero, em casos mais graves – onde se observam feridas moderadas ou severas – e sem 
o tratamento adequado, apresenta a possibilidade de evoluir para um caso de câncer de colo uterino. Juntamente 
a isso, há maiores chances de um ectrópio se transformar em uma neoplasia quando causado pelo vírus HPV. 
 Tratamento para ectopia cervical 
O tratamento desse quadro pode ser feito com o uso de uma pomada de aplicação diária , pelo tempo 
determinado pelo médico, ou por meio de uma cauterização cervical. Visando a evitar o desenvolvimento de 
feridas no útero, mostra-se importante que todas as mulheres realizem uma consulta ginecológica anualmente. 
Além disso, sempre que houver sintomas anormais – como corrimento ou sangramento -, deve-se procurar 
imediatamente auxílio médico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Câncer de colo uterino 
O câncer de colo de útero – também 
conhecido como câncer cervical – 
caracteriza-se como uma doença de 
evolução lenta que acomete, sobretudo, 
mulheres acima dos 25 anos. O principal 
agente se mostra o papilomavírus humano 
(HPV), que apresenta a capacidade de 
infectar também os homens, estando 
associado ao surgimento de câncer 
peniano. 
A maioria dos cânceres de colo de 
útero se inicia nas células que revestem o 
órgão. As células normais do colo uterino 
podem,gradualmente, desenvolver 
mudanças pré-cancerosas que se 
transformam em câncer. Antes de se 
tornar maligno – o que pode levar alguns 
anos -, o tumor passa por uma fase pré-
maligna, denominada NIC – neoplasia 
intraepitelial cervical -, que pode ser 
classificada em NIC de grau I (lesão de 
baixo grau), de grau II e de grau III (lesão de alto grau). 
Existem dois tipos principais de câncer de colo uterino, ambos associados à infecção pelo HPV: 
Carcinomas epidemoides ou de 
células escamosas (cerca de 80% a 90% 
dos casos); 
Adenocarcinomas: estes, nas 
últimas décadas, tornam-se cada vez mais 
comuns. Eles se desenvolvem a partir de 
células glandulares produtoras de muco da 
endocérvice. 
Com menos frequência se encontram 
os cânceres com características comuns aos 
carcinomas epidemoides e aos 
adenocarcinomas. Esse tipo recebe a 
denominação de carcinoma adenoescamo-
so ou carcinoma misto. Juntamente a isso, 
outros tipos de cânceres – como melanoma, 
sarcoma e linfoma – podem se desenvolver 
no colo uterino. 
O câncer de colo uterino se qualifica 
como o terceiro tumor mais frequente na 
população feminina, atrás apenas do 
câncer de mama e do colorretal, além de ser 
a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de 
realizar diagnóstico precoce é que, na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram doença invasiva, ou 
seja, o estágio mais agressivo da doença. Atualmente, 44% dos casos se enquadram como lesão precursora do 
câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. 
Tecido neoplásico marcante na região cervical 
Amostra tecidual de um colo uterino com presença de carcinoma invasivo de 
células escamosas 
 Fatores de risco 
A infecção pelo HPV – responsável pelo aparecimento das verrugas genitais – representa o maior fator de 
risco para o surgimento de câncer de colo uterino. Podem ser citados, ainda, outros fatores: 
 Início precoce da atividade sexual; 
 Múltiplos parceiros sexuais; 
 Baixa imunidade; 
 Uso do tabaco; 
 Más condições de higiene. 
 Sintomas 
Mulheres com lesões pré-
cancerosas ou com câncer de colo de 
útero em estágio inicial geralmente se 
mostram assintomáticas. Os sintomas, 
muitas vezes, não iniciam até que o 
câncer se torne invasivo e invada os 
tecidos adjacentes. 
Dentre os sintomas mais comuns de 
displasia de colo uterino ou do câncer 
cervical, listam-se os principais abaixo: 
 Sangramento menstrual 
mais longo que o habitual; 
 Corrimento vaginal (leucorreia) de coloração escura e com mau cheiro; 
 Sangramento após a menopausa ou após relação sexual; 
 Dor durante o ato sexual. 
Tais sintomas podem também ser causados por outras condições além do câncer como, por exemplo, 
infecções. Ainda assim, caso algum deles surgirem, a paciente deve consultar um ginecologista imediatamente. 
Nos estágios mais avançados da doença, outros sinais costumam surgir, entre eles, vale destacar: 
 Massa palpável no colo uterino; 
 Hemorragias; 
 Obstrução das vias urinários e intestinos; 
 Dores lombares e abdominais; 
 Perda de apetite e de peso; 
 Diagnóstico 
A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame 
citopatológico de Papanicolau realizados regularmente se 
mostram recursos essenciais para o diagnóstico do câncer. 
Na fase assintomática da doença, o rastreamento realizado 
por meio do Papanicolau permite detectar a existência de 
Cortes histológicos do colo uterino de acordo com o grau de lesão neoplásica 
Ciclo do HPV e o seu efeito no desenvolvimento de câncer de colo uteri-
no 
alterações celulares características da infeção pelo HPV, bem como a existência de lesões pré-malignas. 
O diagnóstico preventivo, todavia, depende do resultado da biópsia. Em casos de sinal de malignidade, 
além de identificar o subtipo do vírus infectante, deve-se definir o tamanho do tumor e a existência ou não de 
metástases. 
 Prevenção 
A prevenção do câncer de colo de útero está diretamente associada ao esclarecimento e ao avanço educa-
cional da população a respeito dos fatores de risco. Dada a importância do diagnóstico precoce em relação ao 
prognóstico e tratamento da doença, as mulheres precisam ser orientadas sobre a necessidade de consultar o 
ginecologista e realizar o exame de Papanicolau periodicamente como medida profilática . 
Todavia, a vacinação de meninas nos primeiros anos de vida contra o HPV se salienta medida preventiva 
bastante eficaz, embora não proteja contra todos os subtipos do vírus. A vacinação se recomenda ainda na 
infância, em três doses, antes de iniciarem a atividade sexual. Mulheres já vacinadas devem continuar a realizar o 
exame de Papanicolau, o qual é oferecido também pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde. 
 Tratamento 
Parte das mulheres sexualmente ativas, que entra em contato com o HPV, pode obliterar a infecção espon-
taneamente ou com tratamento médico pertinente. Caso isso não ocorra, o tratamento apresenta como objetivo a 
retirada ou destruição das lesões precursoras pré-malignas. 
Uma vez confirmada a presença de tumores malignos, por outro lado, o procedimento deve levar em conta 
o estágio da doença, bem como as condições físicas da paciente, idade e desejo de ter ou não filhos futuramente. 
Recomenda-se a cirurgia somente quando o tumor – carcinoma in situ – esta confinado no colo uterino. 
De acordo com a extensão e profundidade das lesões, ela pode ser mais conservadora ou promover a retirada total 
do útero – histerectomia. A radioterapia externa ou interna – braquiterapia – tem se mostrado um recurso 
terapêutico eficaz para destruir as células cancerosas e reduzir o tamanho dos tumores. Apesar de a quimioterapia 
não apresentar os mesmo efeitos benéficos, pode ser indicada na ocorrência de tumores mais agressivos e nos 
estágios mais avançados da doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vagina 
A parede da vagina não possui glându-
las e consiste, basicamente, em três camadas: 
 Camada mucosa: a lâmina 
própria da mucosa vaginal é composta por 
tecido conjuntivo frouxo rico em fibras 
elásticas, bem como por linfócitos e 
neutrófilos. A mucosa se mostra virtualmente 
desprovida de terminações nervosas 
sensoriais, e as poucos terminações nervosas 
livres são fibras associadas a dor. 
 Camada muscular: consti-
tuída por pacotes longitudinais de fibras 
musculares lisas. Há alguns pacotes 
circulares, principalmente na parte mais 
interna e próxima à mucosa. 
 Camada adventícia: ex-
terna à camada muscular, a adventícia é composta por tecido conjuntivo denso, com espessas fibras elásticas, 
as quais concedem a grande elasticidade da vagina. Tem como principal papel unir a vagina aos tecidos vizinhos. 
Nesse tecido conjuntivo há um plexo venoso extenso, bem como feixes nervosos e grupos de células nervosas. 
O muco presente no lúmen vaginal provém das glândulas cervicais. A mucosa da vagina se reveste com um 
epitélio estratificado pavimentoso, e suas células podem conter uma pequena quantidade de queratoialina, no 
entanto não ocorre queratinização intensa. Sob o estímulo de estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e armazena 
grande porção de glicogênio, o qual é liberado no lúmen quando a célula sofre descamação. Bactérias presentes 
na vagina metabolizam esse glicogênio e produzem ácido láctico, responsável pelo baixo pH vaginal. Esse 
ambienta ácido desempenha uma ação protetora contra alguns microrganismos patogênicos. 
 Genitália externa 
Conhecida também como 
vulva, a genitália externa consiste 
essencialmente no clitóris, 
pequenos lábios e grandes lábios, 
bem como algumas glândulas que 
se abrem no vestíbulo espaço que 
corresponde à abertura externa da 
vagina. 
A uretra e os ductos das 
glândulasvestibulares também se 
abrem nos vestíbulos. As 
glândulas vestibulares maiores – 
ou de Bartholin – situam-se de 
cada lado do vestíbulo, e se 
mostram homólogas às 
bulbouretrais do homem. As 
numerosas glândulas vestibulares 
menores - ou glândula de Skene, responsável pela “ejaculação feminina” – localizam-se ao redor do clitóris e da 
uretra. Todas as glândulas vestibulares secretam muco. 
O clitóris – recoberto por um epitélio pavimentoso estratificado - é formado por dois corpos eréteis que 
terminam em uma glande clitoriana rudimentar e um prepúcio. 
Corte histológico da vagina 
Esquematização anatômica da vulva 
Os lábios menores se caracterizam como dobras da mucosa vaginal que têm tecido conjuntivo penetrado 
por fibras elásticas. Um epitélio pavimentoso estratificado com uma fina camada de queratina reveste esses 
lábios. Juntamente a isso, eles apresentam glândulas sebáceas e sudoríparas não somente na superfície externa, 
mas também na interna. 
Os lábios maiores, finalmente, formam-se como dobras de pele com elevada quantidade de tecido adiposo 
e uma fina camada de musculatura lisa . Sua superfície interna apresenta estrutura histológica semelhante à dos 
lábios menores. A superfície externa se recobre por pele e pelos espessos e ondulados. Glândulas sebáceas e 
sudoríparas espalham-se numerosamente em ambas as superfícies. 
A genitália interna recebe uma abundante rede de terminações nervosas sensoriais táteis, além de corpúscu-
los de Meissner e de Pacini, que contribuem para a fisiologia do estímulo sexual. 
 Glândulas mamárias 
Cada glândula mamária consiste 
em 15 a 25 lóbulos de glândulas túbulo-
alveolares compostas, tendo como 
função principal a secreção de leite para 
nutrir o recém-nascido. Cada lóbulo – 
separado dos vizinhos por tecido 
conjuntivo denso e muito tecido adiposo 
– caracteriza-se, na realidade, como uma 
glândula individual com seu próprio 
ducto excretor, denominado ducto 
galactóforo. A estrutura histológica das 
glândulas varia de acordo com o sexo, 
idade e estado fisiológico. 
 Glândulas mamárias durante a puberdade e na mulher adulta 
Antes da puberdade, as glândulas são compostas por poções dilatadas – os seios galactóforos – e várias 
ramificações desses seios, os ductos galactóforos. 
O aumento das mamas durante a puberdade resulta do acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de 
certo crescimento e ramificação dos ductos galactóforos, tudo mediado pelo aumento de estrógenos. 
Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula – o lóbulo – desenvolve-se a partir das extremida-
des dos menores 
ductos. Um lóbulo 
consiste em vários 
ductos intralobulares 
que se unem em um 
ducto interlobular 
terminal. Cada lóbulo 
é imerso em tecido 
conjuntivo 
intralobular frouxo e 
muito celularizado, 
sendo que o tecido 
conjuntivo 
interlobular se mostra 
mais denso e com 
menos células. 
Próximo à 
abertura do mamilo, 
Esquematização anatômica da mama feminina 
Histologia das glândulas mamárias femininas de acordo com a fase em que se encontra a mulher 
os ductos galactóforos se dilatam para formar 
os seios galactóforos. As aberturas externas 
dos ductos galactóforos apresentam um 
revestimento de epitélio pavimentoso 
estratificado. Tal epitélio sofre transição 
abrupta para epitélio colunar estratificado ou 
cuboide dos ductos galactóforos. O 
revestimento dos ductos galactóforos e ductos 
interlobulares terminais é formado por epitélio 
cuboide simples, envolvido por células 
mioepiteliais. 
Durante a gravidez, a quantidade de 
plasmócitos no tecido conjuntivo que cerca os 
alvéolos aumenta muito. Esses plasmócitos 
são responsáveis pela secreção de IgA, que 
confere imunidade passiva ao bebê. 
Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado – contínuo com o da pele adjacente – recobre externa-
mente o mamilo. Este apresenta uma 
quantidade abundante de terminações 
nervosas sensoriais. A pele ao redor do 
mamilo constitui a aréola. Sua cor 
escurece durante a gravidez – acúmulo 
de melanina -, e, após o parto, pode 
ficar com um tom mais claro, embora 
raramente retorne à sua tonalidade 
original. O epitélio do mamilo repousa 
sobre tecido conjuntivo rico em fibras 
musculares lisas. Estas se dispõem 
circularmente ao redor dos ductos 
galactóforos mais profundos e 
paralelamente a eles quando estes 
entram no mamilo. 
 Glândulas mamárias na gravidez e na lactação 
As glândulas sofrem intenso crescimento durante a gravidez por ação de inúmeros hormônios – como 
prolactina, progesterona e lactogênio placentário humano. Esses hormônios promovem o desenvolvimento de 
alvéolos – conjuntos esféricos de células epiteliais secretoras de leite - nas extremidades dos ductos interlobulares 
terminais. O número de vacúolos secretores de proteína do leite – como caseína, lactalbumina e IgA - e de 
gotículas de gordura aumenta durante a lactação. Lipídeos constituem cerca de 4% do leite humano; as proteínas, 
1,5%; e lactose, 7%. Células mioepiteliais envolvem os alvéolos. 
 Regressão pós-lactacional 
Quando cessa a amamentação, a maioria dos alvéolos desenvolvidos durante a gravidez sofre apoptose . 
Células inteiras são liberadas no lúmen alveolar, e macrófagos fagocitam seus restos. 
 Involução senil 
Depois da menopausa, a involução das glândulas mamárias se caracterizada por uma redução em tamanho 
e atrofia das porções secretoras e, até certo ponto, dos ductos. Modificações atróficas atingem também o tecido 
conjuntivo interlobular. 
Corte histológico de pouco aumento da mama 
Corte histológico de maior aumento de glândula mamária em período não secre-
tor 
 Na clínica médica 
A maioria dos cânceres de mama 
– carcinomas – origina-se de células 
epiteliais dos ductos galactóforos. Caso 
essas células iniciem metástase para os 
pulmões, cérebro ou ossos, o carcinoma 
de mama se torna uma causa 
importantíssima de morte. A descoberta 
precoce – por autoexame, mamografia, 
ultrassom e outras técnicas – e 
subsequente tratamento precoce 
reduzem significativamente os óbitos 
por câncer de mama. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Histologia mostrando mutações das glândulas mamárias e salivares, caracterizando 
tipos de neoplasias 
Referências bibliográficas utilizadas: 
- JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2008. 524p. 
- School of Anatomy and Human Biology – The University of Western Australia; Blue Histology – Male 
Reproductive System; http://www.lab.anhb.uwa.edu.au/mb140/corepages/malerepro/malerepro.htm. 
- Departamento de Histologia e Biologia Estrutural – Universidade Federal de São Paulo; 
http://www.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/ 
- Patiente.co.uk; Uterine Cervix and Common Cervical Abnormalities; 
http://www.patient.co.uk/doctor/Uterine-Cervix-and-Common-Cervical-Abnormalities.htm 
- Instituto Oncoguia; Câncer de Colo de Útero; http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-
cancer/766/128/ 
- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA); 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero/definicao

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