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Direito Constitucional- 5 Fontes 
Aula 05 – Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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Aula 5 
Direito Constitucional 
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
Direito Constitucional- 5 Fontes 
Aula 05 – Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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Aula 00 Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a trabalhar o 
assunto que considero um dos mais importantes em qualquer concurso: os 
direitos fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos individuais, os 
sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos partidos políticos. 
Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma dessas 
espécies nesse nosso “laboratório”, veremos agora uma teoria geral desse gênero 
“direitos fundamentais”. 
Preparados? Então vamos ao trabalho! 
 
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer 
algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma liberdade positiva. 
As garantias não se referem às ações ou “posses”, mas sim às proteções que 
as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais 
pessoas, de modo que possam proteger seus direitos, ou até mesmo os meios 
para reivindicar tais direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções 
para que se possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os direitos são 
bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios 
destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se 
asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens"2. 
 
1. (FCC/ Analista Judiciário- TRE-RR/ 2015) São consideradas garantias 
fundamentais, dentre outras, 
(A) os direitos à igualdade, à fraternidade e a dignidade da pessoa humana. 
(B) a vedação da pena de morte, o direito de petição e à liberdade. 
(C) os direitos à vida, à saúde e à segurança. 
(D) a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de 
segurança. 
(E) a ação popular, o direito à crítica e a vedação de retrocesso. 
Comentários: 
 
1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
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Tá aí uma bela questão sobre a diferença entre direito e garantia... veja que 
somente na opção D há exemplos de garantias, meio de acesso a um direito fim, 
ou seja, a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de 
segurança são meios para se alcançar direitos. 
Gabarito: Letra D. 
 
2. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os 
direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias 
sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza 
criminal de forma exclusiva. 
Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e vantagens 
prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que 
asseguram o exercício de tais direitos, é isso que importa neste momento. A 
questão erra ao dizer que a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre 
nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o 
contraditório e a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
Gabarito: Errado. 
 
3. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas garantias 
fundamentais, o caráter instrumental de proteção a direitos, tais garantias 
também são direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadãos de exigir dos 
poderes públicos a proteção de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios 
processuais adequados a essa finalidade. 
Comentários: 
É isso aí... Essa é uma questão doutrinária. Nos mostra o papel das garantias 
constitucionais: “exigir dos poderes públicos a proteção de outros direitos (... e) 
reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade”. 
Gabarito: Correto. 
 
Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e Garantias 
Fundamentais? 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias 
fundamentais: 
• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 
• 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 
• 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
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• 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
• 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos 
(CF, art. 17). 
 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se constituem 
em uma relação fechada, exaustiva, mas sim em um rol exemplificativo, 
aberto para novas conquistas e reconhecimentos futuros. Vejamos: 
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
 
 A doutrina faz a seguinte classificação: 
 
Direitos Formalmente Fundamentais  São todos Direitos Fundamentais 
que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da Constituição. A 
Constituição expressamente estabeleceu tais direitos sob o título de “Direitos 
Fundamentais”. 
 
Direitos Materialmente Fundamentais  São os Direitos que, 
independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo de direito 
fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio do Estado. Exemplo: 
as limitações ao poder de tributar do art. 150 da Constituição. 
 Pessoal, guarde essa dica pois isso é bem fácil... 
Sempre que estiver na dúvida entre “formal x material”, lembre-se que “formal” 
é tudo aquilo que tem “aparência”, “jeito”, “forma” de alguma coisa! “Material” 
seria tudo aqui que tem “matéria”, “teor”, “conteúdo” inerente a alguma coisa... 
 
4. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TRT-17/ 2013) As normas 
definidoras dos direitos individuais são especificamente determinadas em 
números fechados e não admitem interpretação extensiva ou ampliativa. 
Comentários: 
Errado, o rol de direitos e garantias é aberto, e admitem interpretação extensiva 
ampliativa. Lembrando ainda que o art. 5º § 2º, os direitos e garantias expressos 
na Constituição não excluem os outros que decorrerem do regime e dos 
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princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasilseja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
5. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal compreende os 
direitos fundamentais como sendo os direitos individuais e os direitos coletivos 
previstos no artigo 5o, excluindo dessa categoria os direitos sociais e os direitos 
políticos. 
Comentários: 
Não só os direitos sociais e os políticos, mas também os direitos da nacionalidade 
e o do funcionamento e existência dos partidos políticos podem ser elencados 
como direitos fundamentais segundo a CF/88. 
Gabarito: Errado. 
 
6. (FCC/Procurador - PGE-SP/2009) Os direitos e garantias expressos na 
Constituição Federal: 
a) constituem um rol taxativo. 
b) não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
entre os quais o Estado Democrático de Direito e o princípio da dignidade 
humana. 
c) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito e do 
princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser formalmente 
reconhecida por autoridade judicial no exercício do controle de 
constitucionalidade. 
d) não excluem outros decorrentes do Estado Democrático de Direito e do 
princípio da dignidade humana, mas a ampliação deve ser formalmente 
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar arguição de 
descumprimento de preceito fundamental. 
e) somente podem ser ampliados por força de Tratado Internacional de Direitos 
Humanos aprovado em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Comentários: 
A relação não é taxativa, mas, sim um rol aberto, exemplificativo, já que a própria 
Constituição estabelece em seu art. 5º §2º, que os direitos e garantias expressos 
na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do 
Brasil seja parte. 
Gabarito: Letra B. 
 
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7. (FCC/EPP-SP/2009) Em matéria de direitos e garantias fundamentais, a 
Constituição de 5 de outubro de 1988 
a) estabelece um amplo, porém taxativo, rol de direitos públicos subjetivos. 
b) demonstrou acentuada preocupação com a efetividade de suas disposições. 
c) pouco inovou em relação às Constituições brasileiras anteriores. 
d) manteve-se atrelada ao padrão liberal clássico, refratário aos direitos 
fundamentais de cunho prestacional. 
e) é de inspiração socialista, dependendo a plena fruição dos direitos que 
consagra da planificação total da economia. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O rol é aberto, exemplificativo. 
Letra B - Correto, por isso previu expressamente que as normas definidoras dos 
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Letra C - Errada. A carta de 1988 marca a restauração da democracia no Brasil 
após longos anos de ditadura militar, desta forma, teve-se efetiva preocupação 
em estabelecer um amplo rol de direitos e garantias fundamentais e assegurar a 
sua efetividade. 
Letra D - Errada. O padrão liberal clássico é a previsão somente das liberdades 
individuais (direitos de primeira dimensão). A CF/88 previu os direitos de segunda 
e terceira dimensão. 
Letra E - Errada. A Constituição é claramente capitalista, apoiada em princípios 
como a livre iniciativa e a livre concorrência. 
Gabarito: Letra B. 
 
8. (CESPE/TJAA-STM/2011) Os direitos e as garantias expressos na 
Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a 
enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa. 
Comentários: 
Não, trata-se de um rol aberto, não taxativo, já que segundo o art. 5º §2º, eles 
não excluem outros direitos e garantias decorrentes dos regimes e princípios 
adotados pela constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o 
Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/MMA/2009) Os direitos e garantias fundamentais encontram-se 
destacados exclusivamente no art. 5º do texto constitucional. 
Comentários: 
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Primeiramente, o art. 5º da CF diz respeito apenas aos direitos e deveres 
individuais e coletivos, os direitos fundamentais estão expressamente elencados 
do art. 5º ao 17. Além disso, o rol de direitos fundamentais expressos não é um 
rol taxativo, pois por força do art. 5º §2º, não excluem os direitos e garantias 
decorrentes dos regimes e princípios adotados pela constituição ou decorrentes 
de tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Existem, inclusive, diversos outros direitos e garantias individuais que estão 
espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as limitações 
ao poder de tributar do art. 150. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) Nosso sistema 
constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, 
razão pela qual eles não podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 
5.º da CF. 
Comentários: 
O rol é exemplificativo. Pode ser ampliado. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 não previu os 
direitos sociais como direitos fundamentais. 
Comentários: 
Temos na Constituição 5 espécies de direitos fundamentais: 1- Direitos e deveres 
individuais e coletivos; 2- Direitos Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- 
Direitos Políticos; e 5- Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos 
políticos. 
Gabarito: Errado. 
 
12. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu 
cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias 
individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos 
políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
Comentários: 
A única observação é que a ESAF "escorregou" e colocou direitos e garantias 
individuais e coletivos, quando o certo seria direitos e deveres individuais e 
coletivos, o que não seria suficiente para anular a questão. 
Gabarito: Correto. 
 
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 A doutrina costuma salientar que: embora "direitos 
humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como 
sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" é de 
aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles 
direitos do ser humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na 
Constituição de um determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes direitos: 
• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que foram 
conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete 
a uma idéia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que 
nos impede de considerar tais direitos como imutáveis. 
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
• imprescritibilidade - podem ser invocados independentemente de lapso 
temporal, eles não prescrevem com o tempo; 
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, mas não 
poderão ser renunciados; 
• universalidade - são aplicáveis a todos,sem distinção. 
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não são 
absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite 
pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de 
Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os direitos 
fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como um todo, 
e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são 
complementares, se somam, concorrendo para dotar o indivíduo da ampla 
proteção; 
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1º - Em um primeiro momento levaria à noção de indivisibilidade, já que a 
garantia de um direito fundamental dependeria da garantia conjunta de 
outro direito fundamental (exemplo: não se pode querer garantir os direitos 
sociais, sem garantir os direitos econômicos); 
2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a relação que 
deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou 
infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de forma que as primeiras 
(normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos 
para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
 
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13. (FCC/TCE-MG/2007 - Adaptada) Os direitos fundamentais são 
absolutos, não sendo suscetíveis de limitação no seu exercício. 
Comentários: 
Eles são relativos e não absolutos. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) A Constituição Federal deu enorme 
relevância aos direitos fundamentais, assegurando-os de maneira quase 
absoluta, mas certas conturbações sociais podem desencadear a necessidade de 
supressão temporária de certos direitos no atendimento do interesse do Estado 
e das instituições democráticas. 
Comentários: 
Isso aí, não se pode admitir que os direitos fundamentais sejam absolutos, pois 
existem limites ao seu exercício. A questão fala ainda em "necessidade de 
supressão temporária". Essa supressão temporária de alguns direitos é 
expressamente admitida pela Constituição nas hipóteses de Estado de Sítio e de 
Defesa (CF, art. 135 e 136), quando poderão ser suspensos direitos como a 
liberdade de reunião e sigilo de comunicações para que não prejudiquem o 
objetivo de restaurar a ordem pública. 
Gabarito: Correto. 
 
15. (CESPE/OAB-Nacional/2007) Os direitos fundamentais são relativos e 
históricos, pois podem ser limitados por outros direitos fundamentais e surgem e 
desaparecem ao longo da história humana. 
Comentários: 
Exatamente. Entre as diversas características dos direitos fundamentais, temos 
a historicidade e a relatividade. 
Gabarito: Correto. 
 
16. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais se revestem de caráter 
absoluto, não se admitindo, portanto, qualquer restrição. 
Comentários: 
Nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser 
harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em 
face dos direitos fundamentais de outras pessoas. 
Gabarito: Errado. 
 
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17. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais 
não têm caráter absoluto e, por isso, não podem ser utilizados para justificar 
atividades ilícitas ou afastar as penalidades delas decorrentes. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites 
ao seu exercício. Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de 
Estado de Sítio ou de Defesa) ou quando em colisão com os direitos de outro 
particular. Além disso, é pacífico no Supremo que nenhum direito fundamental 
pode ser utilizado para acobertar atividades ilícitas, motivo pelo qual o STF 
considerou lícita a instalação de escutas ambientais em período noturno em 
escritório de advocacia que estava servindo de reduto para práticas criminosas. 
Gabarito: Correto. 
 
18. (ESAF/ATRFB/2012) O estatuto constitucional das liberdades públicas, 
ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas, permite que sobre elas 
incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a 
integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa 
das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento 
da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. 
Comentários: 
Correto. O item reafirma a relatividade dos direitos fundamentais, ao passo que 
expõe que nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser 
harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em 
face dos direitos fundamentais de outras pessoas. 
 
19. (ESAF/PGFN/2007) Entre as características funcionais dos direitos 
fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à ordem constitucional e 
o seu caráter irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da 
imutabilidade. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois 
existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional ou 
encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. Outro erro também 
é o da conversão para imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas 
históricas, com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são 
novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los como 
imutáveis. 
Gabarito: Errado. 
 
20. (TRT 14/Juiz Substituto - TRT 14/2008 - Adaptada) A universalidade 
e a concorrência são características dos direitos fundamentais. 
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Comentários: 
Exato. Eles são universais já que se aplicam a todos sem distinção e concorrentes 
na medida que se somam, concorrendo para a proteção da pessoa. 
Gabarito: Correto. 
 
 É importante salientar que estes direitos não 
se restringem a particulares, podendo, alguns, ser garantidos também a 
pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como, por exemplo, o 
direito de propriedade. 
 
 É importante que citemos ainda que a pessoa 
jurídica faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua reputação, bom 
nome... Na jurisprudência do STJ - Súmula nº 227: “A pessoa jurídica 
pode sofrer dano moral”. 
 
21. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas jurídicas, por 
serem distintas das pessoas físicas, têm direito a indenização por danos 
materiais, mas não por danos morais. 
Comentários: 
Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas: pessoa 
jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade... até mesmo 
o direito à honra. 
Gabarito: Errado. 
 
22. (FCC/ACE-TCE-MG/2007 - Adaptada) A Constituição Federal vigente 
assegura a existência de direitos fundamentais somente às pessoas físicas, mas 
não às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Dispensa comentários... 
Gabarito: Errado. 
 
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23. (CESPE/Escrivão- PC-PE/2016) Os direitos e as garantias individuais 
não são assegurados às pessoas jurídicas, uma vez que elas possuem dimensão 
coletiva. 
Comentários: 
Errado, veja que a questão fala que as pessoas jurídicas não tem proteção contra 
violações aos direitos e garantias individuais, o que não é verdade, pois alguns 
desses direitos são assegurados a tais entes, sem contar que a súmula 227 do 
STJ estabelece que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Gabarito; Errado. 
 
24. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos e garantias 
fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de direito público podem ser 
titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, alguns 
deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito 
público, como o direito de propriedade. 
Gabarito: Correto. 
 
25. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os direitos 
fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, não 
há, na Constituição Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos 
que se destine exclusivamente às pessoas físicas. 
Comentários: 
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais são as pessoas 
físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são também extensíveis as 
jurídicas. Nem todo direito fundamental, porém, pode ser exercido por pessoas 
jurídicas, como por exemplo o direito de "ir e vir" ou de "que os presos 
permaneçam com os filhos durante a amamentação". Assim, alguns direitos 
fundamentais são, logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas 
jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (CESPE/Analista TJRJ/2008) O direito fundamental à honra se estende 
às pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Exato. Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. Vá você difamar o nome 
de uma grande empresa como a Coca-cola, Pepsi e etc. para ver o que acontece... 
Gabarito: Correto. 
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27. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito público 
não podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de direito público, 
como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade, entre outros. 
Gabarito: Errado. 
 
28. (ESAF/Procurador - PGDF/2007) Pessoas jurídicas de direito público 
podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Tem horas que os concursos são muito manjados né?! Essa banca fez pelo menos 
outras 5 questões idênticas a essa. 
Gabarito: Correto. 
 
29. (ESAF/Técnico Receita Federal - TI/2006) A proteção da honra, 
prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa no direito a 
indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa física, uma vez que a 
honra, como conjunto de qualidades que caracterizam a dignidade da pessoa, é 
qualidade humana. 
Comentários: 
Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. É assegurada às pessoas 
jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
 Historicamente, estes direitos se constituem em 
uma conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do 
Estado (daí serem classificado como elementos limitativos da Constituição). 
Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos nas relações entre os 
próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
 
Eficácia horizontal 
Proteção do particular em face de outro 
particular. 
 
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30. (CESPE/ Superior- TCE-ES/ 2013) A jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal firmou o entendimento de que os direitos e garantias 
fundamentais se aplicam apenas às relações entre o particular e o Poder Público, 
e são inaplicáveis às relações privadas. 
Comentários: 
Errado, o STF já reconhece a eficácia de tais direitos nas relações entre os 
próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias fundamentais 
não se aplicam às relações privadas, mas apenas às relações entre os brasileiros 
ou os estrangeiros residentes no país e o próprio Estado. 
Comentários: 
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
32. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios de determinada 
empresa, quando motivada pela vontade dos demais, deve ser precedida de 
ampla defesa, pois os direitos fundamentais não são aplicáveis apenas no âmbito 
das relações entre o indivíduo e o Estado, mas também nas relações privadas. 
Essa qualidade é denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos fundamentais 
devem ser respeitados. 
Gabarito: Correto. 
 
33. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações 
entre particulares. 
Comentários: 
Correto, tal ideia rompe com o paradigma de que os direitos fundamentais 
somente tem eficácia nas relações entre particular e Estado, considerando que o 
STF vem reiteradamente reconhecendo sua eficácia perante particulares (eficácia 
horizontal, privada ou externa), como por exemplo, as célebres decisões nos 
casos da Air France, reconhecendo a discriminação de empregado brasileiro em 
relação ao francês na empresa, que mesmo realizando atividades idênticas 
tinham os salários diferentes, determinando assim a observância do princípio da 
isonomia (RE 161.243-6) e no RE 201.819 — exclusão de membro de sociedade 
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15 
sem a possibilidade de sua defesa — violação do devido processo legal, 
contraditório e ampla defesa. 
 
34. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais não ocorrem 
somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas 
relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os 
direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não 
apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos 
particulares em face dos poderes privados. 
Comentários: 
Isso aí, é o que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Gabarito: Correto. 
 
35. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010) As violações a direitos 
fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o 
Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas 
de direito privado (fenômeno conhecido como eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais). 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
 
 É comum a doutrina classificar os direitos 
fundamentais em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes o 
termo usado era gerações, mas atualmente o uso deste termo é repudiado pelo 
fato de induzir ao pensamento de que uma geraçãoacabaria por substituir a outra 
- o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na 
ordem exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
 
É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" para 
entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de Estado. Com a 
Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos temos o início do 
Estado Liberal, já que se asseguraram as liberdades individuais, que vieram a ser 
chamadas de "direitos de primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, 
o homem é naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
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16 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o Estado apenas 
como força de harmonização e consecução dos direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 1919, que 
nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de Constituição que 
prega não mais os direitos individuais em sentido estrito, mas uma visão mais 
ampla, do indivíduo em sociedade. Não podemos associá-la, do ponto de vista 
histórico, ao conceito de “constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. 
Ela vai além do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades 
individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos econômicos, culturais e 
sociais (direitos de segunda geração - relacionados à igualdade), surgindo então 
o conceito de “Estado Social”. Desta forma, possui como característica a 
mudança da concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da discricionariedade. Aumenta 
assim a intervenção do Estado na ordem econômica e social, dizendo-se que a 
democracia liberal-econômica passa a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos então o 
surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas iniciativas 
relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses direitos foram 
surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
 
Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independê
ncia dos 
EUA 
1ª Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891 
Estado 
Social 
Pós 1ª 
Guerra 
Mundial - 
Constituiçã
o Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
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Estado 
Democrático 
Pós 2ª 
Guerra 
Mundial. 
3ª Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos e 
difusos. 
CF/1988 
 
 
Pulo do Gato: 
• As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: 
liberdade, igualdade, e fraternidade. 
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de 
"second") são os de segunda dimensão. 
• Os direitos de “Todos” (difusos e coletivos) – seriam os de Terceira 
dimensão. 
 
A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades negativas, 
clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de libertação do povo 
em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais pois via o homem como um 
ser genérico, abstrato, todos iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças 
materiais (econômica, cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é também o que se 
chama das liberdades positivas, pois pressupõem não só uma proteção individual 
em face do Estado, mas uma efetiva ação estatal para que se concretizassem a 
igualdade econômica, social e cultural. 
A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, se 
preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo determinado de 
pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma coletividade indeterminada). 
São exemplos destes direitos o direito à paz, ao meio ambiente equilibrado, ao 
progresso e desenvolvimento, o direito de propriedade ao patrimônio comum da 
humanidade, o direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3ª dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no patrimônio 
público comum (res publica - coisa pública). Assim, o cidadão age ativamente 
para defender as instituições da sociedade reprimindo danos ao meio ambiente, 
ao patrimônio histórico-cultural, praticas de corrupção, nepotismo, e 
imoralidades administrativas. O principal instrumento deste exercício é a ação 
popular que veremos à frente. 
 
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Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e quinta 
dimensões: 
4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já existiria a 
4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se vinculam à idéia de 
democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação 
e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização 
dos direitos promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão 
a uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de forma 
diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria materializada nos 
direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio genético dos indivíduos. 
5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta dimensão dos 
direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade de se colocar em maior 
destaque o direito à paz, principalmente devido aos recentes atentados 
terroristas a partir do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Outros diversos 
autores tratam dos direitos de quinta geração como os direitos “virtuais” ou 
“cibernéticos”, ou seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, 
publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 
36. (FCC/TJAA- TRT- 23/2016) Os chamados direitos de primeira geração 
(ou dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência do modelo de 
Estado Liberal. São exemplos de direitos de primeira geração ou dimensão: 
a) direito à vida e direito à saúde. 
b) direito à liberdade e direito à propriedade. 
c) direito à igualdade e direito à cultura. 
d) direito ao lazer e direito à moradia. 
e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável. 
Comentários: 
Os direitos de primeira dimensão também são chamados como direitos negativos, 
haja vista que para que possam valer, basta a abstenção do estado, ou seja, não 
exigem por parte do estado um fazer. Das opções dadas, perceba que somente 
a letra B não exige qualquer prestação estatal. 
Gabarito: Letra B. 
 
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37. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais classificados 
como de segunda geração 
a) os direitos econômicos e culturais. 
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. 
c) as liberdades públicas. 
d) os direitos e garantias individuais clássicos. 
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
Comentários: 
Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, econômicos e 
culturais. 
Gabarito: Letra A. 
 
38. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser relacionados, 
respectivamente, com os direitos humanos de primeira, segunda e terceira 
gerações. 
Comentários: 
É isso aí... 
Gabarito: Correto. 
 
39. (FCC/Procurador-PGE-SP/200 - Adaptada) O direito à paz inclui-se 
entre os direitos humanos de segunda geração. 
Comentários: 
Não não... direito à paz não é de segunda geração não, é um direito da sociedade, 
um direito difuso, seria de terceira dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
40. (FCC/Procurador-PGE-SP/2009 - Adaptada) Os direitos humanos de 
primeira geração foram construídos, em oposição ao absolutismo, como 
liberdades negativas; os de segunda geração exigem ações destinadas a dar 
efetividade à autonomia dos indivíduos, o que autoriza relacioná-los com o 
conceito de liberdade positiva e com a igualdade. 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
 
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41. (FCC/DPE-SP/2007 - Adaptada) Os direitos republicanos têm surgido 
na doutrina como uma nova categoria onde o cidadão passa a pensar no interesse 
público explicitamente para fazer frente à ofensa à coisa pública, como o 
nepotismo, a corrupção, bem como às políticas de Estado que, a pretexto de se 
caracterizarem como públicas, na verdade podem atender a interesses 
particulares indefensáveis. 
Comentários: 
Isso aí, tratam-se de direitos de terceira dimensão. O homem pensando em 
sociedade e agindo contra as políticas chamadas de "patrimonialistas". 
Gabarito: Correto. 
 
42. (CESPE/AJAA- TRE-PI/2016) O direito ao meio ambiente equilibrado e 
o direito à autodeterminação dos povos são exemplos de direitos classificados 
como de segunda geração. 
Comentários: 
Errado... tais direitos são classificados como de terceira geração. 
Gabarito: Errado. 
 
43. (CESPE/AJAA- TRE-PI/2016) A doutrina moderna classifica os direitos 
civis e políticos como direitos fundamentais de primeira geração. 
Comentários: 
Correto... é assim que os direitos civis e políticos são considerados. 
Gabarito: Correto. 
 
44. (CESPE/AJAA- TRE-PI/2016) Os direitos sociais, econômicos e culturais 
são, atualmente, classificados como direitos fundamentais de terceira geração. 
Comentários: 
Errado... tais direitos são classificados como de segunda geração. 
Gabarito: Errado. 
 
45. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o direito à 
democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. 
Comentários: 
O CESPE, nesta questão, segue a doutrina do professor Paulo Bonavides que 
apresenta a 4ª dimensão dos direitos como sendo aqueles que se vinculam à 
ideia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à 
informação e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da 
universalização dos direitos promovida pela globalização. 
Gabarito: Correto. 
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46. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de terceira 
geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda que ainda comportam, 
não recebem tratamento constitucional. 
Comentários: 
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será aplicado no 
futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de "terceira geração" são os 
direitos coletivos e difusos e estão positivados na Constituição Federal. 
Gabarito: Errado. 
 
47. (CESPE/DPE-ES/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão 
(direitos civis e políticos) — que compreendem as liberdades clássicas, negativas 
ou formais — realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração 
(direitos econômicos, sociais e culturais) — que se identificam com as liberdades 
positivas, reais ou concretas — acentuam o princípio da liberdade; os direitos de 
terceira geração — que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos 
genericamente a todas as formações sociais — consagram o princípio da 
solidariedade. 
Comentários: 
Inverteram-se os princípios referentes à primeira e segunda gerações. A primeira 
dimensão materializa a liberdade, já a igualdade é referente à segunda dimensão. 
Gabarito: Errado. 
 
48. (CESPE/Advogado - CEHAP/2009) A evolução cronológica do 
reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é 
comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à moradia está 
inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que são os direitos 
econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX. 
Comentários: 
Opa!!! 
Obrigado Vítor não esqueço mais... Os direitos sociais, econômicos e culturais 
são direitos de segunda geração e não de terceira (esta geração é marcada pelos 
direitos coletivos e difusos). 
Gabarito: Errado. 
 
49. (CESPE/Analista - DPU/2010) Acerca dos direitos sociais, assinale a 
opção correta. 
a) O cerceamento à liberdade de expressão é uma clara afronta aos direitos 
sociais capitulados na CF. 
b) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 
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22 
c) O direito à vida e o direito à livre locomoção são exemplos de direitos sociais. 
d) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas. 
e) Os direitos sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só podem ser 
classificados como direitos fundamentais de eficácia plena, não dependendo de 
normatividade ulterior. 
Comentários: 
...Olha o SECond aí de novo... 
Gabarito é a letra B !!! 
Vamos analisar o resto: 
Letra A - Errado. Trata-se de direito individual, não social. 
Letra C - Errado. Mais uma vez, são individuais, não sociais. 
Letra D - Errado. As liberdades negativas são os direitos individuais, são uma 
proteção. Os direitos sociais são "positivos" (necessitam que se faça uma ação). 
Letra E - Errado. Os direitos sociais são em regra de eficácia LIMITADA, precisam 
que se façam leis e ações administrativas para que possam ser concretizados. 
Gabarito: Letra B. 
 
50. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são exemplos típicos 
de direitos de 3.ª geração 
Comentários: 
Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma forma que 
os civis. 
Gabarito: Errado. 
 
51. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é considerado direito fundamental de terceira geração. 
Comentários: 
Exato, trata-se de um direito difuso, preocupado com o homem em sociedade, 
sendo assim, de terceira dimensão.Gabarito: Correto. 
 
52. (CESPE/OAB-Nacional/2007) O direito ao progresso é um exemplo de 
direito fundamental de segunda geração ou dimensão. 
Comentários: 
É um direito de terceira dimensão. 
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23 
Gabarito: Errado. 
 
53. (ESAF/ATRFB/2012) Enquanto os direitos de primeira geração realçam 
o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da 
liberdade. 
Comentários: 
Errado. Os direitos de primeira dimensão compreendem as liberdades clássicas, 
negativas ou formais e não os direitos de igualdade. A igualdade seria a segunda 
dimensão dos direitos. Lembre-se que as três dimensões estão na ordem do lema 
da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 
 
54. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais de defesa geram uma 
obrigação para o Estado de se abster, ou seja, implicam numa postura de 
natureza negativa do Poder Público. Assim, impõe-se ao Estado um dever de 
abstenção em relação à liberdade, à intimidade e à propriedade do cidadão, 
permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações excepcionais, onde 
haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas 
normas. 
Comentários: 
Correto. Os direitos de defesa são os direitos negativos, as liberdades em sentido 
estrito. Tais liberdades referem-se à visão clássica dos direitos fundamentais, 
aqueles da 1ª dimensão, onde o Estado deveria "não fazer" algo contra o 
particular. Depois, com a 2ª dimensão surgiram os prestacionais, onde o estado 
além de "não fazer" certas coisas, deveria agir com prestando políticas públicas 
à sociedade. A questão falou somente dos de defesa, ou seja, da 1ª dimensão. 
Gabarito: Correto. 
 
55. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais 
de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, 
sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. 
Comentários: 
Correto. Os direitos de primeira dimensão ou geração compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais, são aqueles direitos individuais civis 
e políticos que se consubstanciam em uma abstenção do Estado em interferir na 
esfera privada. 
Gabarito: Correto. 
 
56. (MPT/Procurador do Trabalho/2007 - Adaptada) No estudo dos 
direitos humanos fundamentais, existe cizânia doutrinária em torno da utilização 
da expressão "geração", para indicar o processo de consolidação desses direitos, 
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24 
sendo que alguns preferem utilizar "dimensão". Examine as assertivas a seguir e 
selecione o argumento que, efetivamente, dá suporte à doutrina que defende a 
necessidade de substituição de uma expressão por outra. 
a) os direitos humanos fundamentais são direitos naturais e, como tais, 
imutáveis, de maneira que o vocábulo "geração" faz alusão a uma historicidade 
inexistente nessa modalidade de direitos, enquanto "dimensão" refere-se a 
aspectos relevantes de um todo, que simplesmente se destacam de acordo com 
o grau de desenvolvimento da sociedade; 
b) o termo "geração" conduz à idéia equivocada de que os direitos humanos 
fundamentais se substituem ao longo do tempo, enquanto "dimensão" melhor 
reflete o processo gradativo de complementaridade, pelo qual não há alternância, 
mas sim expansão, cumulação e fortalecimento; 
c) a idéia de "geração" leva ao entendimento de que o processo de afirmação dos 
direitos humanos fundamentais é linear e não comporta retrocessos, enquanto a 
de "dimensão" melhor expressa o caminho tortuoso desse processo, de acordo 
com as relações de forças existentes nas sociedades; 
d) O termo "geração" sugere uma eficácia restrita dos direitos humanos 
fundamentais, meramente vertical, ao passo que "dimensão" indica eficácia mais 
ampla, também horizontal; 
Comentários: 
Pelo que vimos, a resposta correta a ser marcada seria a letra B, já que o uso do 
termo gerações é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que uma 
geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os 
direitos foram conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é 
exatamente verdade em muitos países. 
Gabarito: Letra B. 
 
57. (FGV/Juiz Substituto - TJ-PA/2008 - Adaptada) A respeito dos 
direitos, assinale a afirmativa incorreta. 
a) Os direitos fundamentais de primeira geração são os direitos e garantias 
individuais e políticos clássicos (liberdades públicas). Os direitos fundamentais de 
segunda geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos 
fundamentais de terceira geração são os chamados direitos de solidariedade ou 
fraternidade, que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao 
progresso, entre outros. 
b) A doutrina assinala como espécies de direitos fundamentais (de acordo com a 
predominância de sua função): 1o: direitos de defesa - que se caracterizam por 
impor ao Estado um dever de abstenção, um dever de não-interferência no 
espaço de autodeterminação do indivíduo; 2o: direitos de prestação - que exigem 
que o Estado aja para atenuar as desigualdades; 3o: direitos de participação - 
que são os orientados a garantir a participação dos cidadãos na formação da 
vontade do Estado. 
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25 
c) Pela relevância dos direitos fundamentais de primeira geração, como o direito 
à vida, é correto afirmar que eles são absolutos, pois são o escudo protetivo do 
cidadão contra as possíveis arbitrariedades do Estado. 
d) Todas as constituições brasileiras, sem exceção, enunciaram declarações de 
direitos. As duas primeiras - a Imperial e a de 1891 - traziam apenas as 
liberdades públicas. 
Comentários: 
Letra A - Correto. 
Letra B - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados quanto a função 
que exercem. Os chamados direitos de defesa são basicamente as garantias 
individuais, aquelas liberdades negativas que servem de respaldo para o exercício 
dos demais direitos, limitando o poder estatal em face dos particulares. Os diretos 
de prestação exigem uma postura do estado no sentido de concretizar as metas 
constitucionais, reduzindo desigualdades e fornecendo as condições mínimas 
para uma vida humana digna. Elenca-se também, os direitos à participação, já 
que o Estado é formado pela vontade do povo, devendo este agir na regência das 
decisões políticas. 
Letra C - Errado. É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e 
garantias fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. 
Letra D - Correto. Embora incipiente na Constituição de 1824, todas as 
Constituições nacionais versaram sobre os direitos fundamentais, sendo 
fortalecidos ao longo das próximas constituições. 
Gabarito: Letra C. 
 
Questões sobre a evolução dos direitos fundamentais: 
58. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de redemocratização do 
país, implementado por meio da Constituição de 1946, é que tomou assento a 
ideologia do Estado do Bem-Estar Social, sob a influência da Constituição Alemã 
de Weimar, tendo sido a primeira vez que houve inserção de um título 
expressamente destinado à ordem econômica e social. 
Comentários: 
A questãoestaria perfeita se dissesse 1934 em vez de 1946. 
Gabarito: Errada. 
 
59. (MPT/Procurador do Trabalho/2005) Em face das assertivas abaixo, 
indique a alternativa CORRETA: 
I - no plano histórico, as primeiras Declarações de Direitos Humanos 
proclamaram a necessidade de um Estado de índole positivista, democrática e 
intervencionista, objetivando a garantia das liberdades fundamentais; 
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II - o princípio da igualdade constitui o principal fundamento dos Direitos 
Humanos de primeira geração; 
III - o princípio da 'prevalência dos Direitos Humanos' foi previsto, de maneira 
explícita, pela Constituição brasileira de 1988, como fundamento para reger as 
relações internacionais da nossa República Federativa; 
IV - em face do sistema constitucional brasileiro, pode ser introduzido no 
ordenamento jurídico pátrio direitos ou garantias fundamentais, por força da 
adoção e vigência de um Tratado Internacional; 
a) as alternativas I e IV estão corretas; 
b) apenas a alternativa IV está correta; 
c) as alternativas I e II estão incorretas; 
d) apenas a alternativa II está incorreta; 
e) não respondida. 
Comentários: 
I - Errado. O estado não era intervencionista, isso só passou a ocorrer no pós 
primeira guerra. O Estado Liberal pregava apenas uma abstenção do Estado, 
respeitando as liberdades individuais. 
II - Errado. O principal fundamento era a "liberdade". 
III - Correto. 
IV - Correto. Isto está embasado no art. 5º §2º da Constituição. 
Gabarito: Letra C. 
 
Teoria dos limites e o núcelo essencial dos direitos fundamentais: 
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que são 
relativos, pois estão sujeitos a restrições, tais restrições ora serão impostas pelo 
legilslador (nos casos em que a Constituição autorize, expressa ou 
implicitamente), ora serão impostas por outros direitos que poderão com eles 
colidir no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados, para descobrir 
qual prevalecerá, o intérprete (juiz) fará então uso do princípio da 
harmonização (ou concordância prática, ou ainda ponderação de 
interesses). 
Permite-se, então, para se proteger o teor de certos direitos fundamentais, que 
o legislador crie restrições a algum desses direitos. Essas restrições legais 
deverão decorrer de autorização da Constituição, porém, estas autorizações 
podem estar expressas na Constituição (limitações expressamente 
constitucionais) ou de forma implícita (limitações tacitamente constitucionais). 
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Quando a Constituição permite a restrição de um direito através de lei, surge o 
que a doutrina chama de "reserva legal". Ou seja, reservou-se à lei o direito de 
estabelecer uma limitação. Essa reserva legal será chamada de: 
• Reserva legal simples - quando a Constituição se limita a autorizar a 
restrição (Ex. Art. 5º VII - é assegurada, "nos termos da lei", a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva); ou 
• Reserva legal qualificada - quando, além de autorizar a restrição, a 
Constituição estabelece o que a lei fará (Ex. Art. 5º, XII - autoriza que a lei venha 
a trazer hipóteses de interceptação telefônica, mas somente para atender aos 
fins de investigação criminal ou instrução processual penal). 
É importante salientar que o legislador possui limites no seu exercício de limitação 
do direito fundamental, o que se tem chamado de os "limites dos limites". E qual 
seria tal limite? Seria a preservação do "núcleo essencial" do direito fundamental. 
O núcleo essencial é a essência do direito fundamental, o seu conteúdo intocável, 
protegido de forma que o direito o qual está sofrendo a restrição não fique 
descaracterizado e perca a sua efetividade. Embora não seja expresso na 
Constituição, a doutrina e a jurisprudência, adotam a proteção ao núcleo 
essencial como implícito em nosso ordenamento jurídico. Segundo a doutrina, 
podemos basicamente estabelecer 2 teorias sobre o núcleo essencial dos direitos 
fundamentais: 
• Teoria Absoluta - Independente do caso concreto, o núcleo existencial, 
ou seja, o limite imposto será sempre o mesmo, fixo. 
• Teoria Relativa - Deve-se observar o caso concreto para só então 
verificar qual será o limite de restrição. 
 
60. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) A teoria dos limites dos limites serve 
para impor restrições à possibilidade de limitação dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
É exatamente isso. Sabemos que os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos já que podem sofrer limitações. Essas limitações também sofrem 
restrições, o chamado "limites dos limites". 
Gabarito: Correto. 
 
61. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Não há hierarquia entre 
os direitos fundamentais e, portanto, havendo conflito entre eles, a solução é 
aplicação do princípio da concordância prática ou da harmonização. 
Comentários: 
Diante dessa “colisão”, indispensável será a “ponderação de interesses” à luz da 
razoabilidade, usando-se o método interpretativo da concordância prática ou 
harmonização, em que se busca o cumprimento de ambos, embora em graus 
diferentes de concretização. 
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Gabarito: Correto. 
 
62. (ESAF/ATRFB/2012) O conteúdo do princípio da dignidade da pessoa 
humana se identifica necessariamente com o núcleo essencial dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
O núcleo essencial dos direitos fundamentais é a essência do direito fundamental, 
o seu conteúdo intocável, protegido de forma que o direito o qual está sofrendo 
a restrição não fique descaracterizado e perca a sua efetividade. Embora não seja 
expresso na Constituição, a doutrina e a jurisprudência adotam a proteção ao 
núcleo essencial como implícito em nosso ordenamento jurídico. A dignidade da 
pessoa humana é um importante direcionador para se averiguar qual é esse 
conteúdo intocável dos direitos fundamentais, mas não se pode dizer que eles se 
confundem, não há relação de identidade entre eles. 
Gabarito: Errado. 
 
63. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) As restrições a direitos 
fundamentais decorrentes de cláusulas de reserva legal previstas 
constitucionalmente têm efeito retroativo. 
Comentários: 
Reserva legal é, grosso modo, situações previstas constitucionalmente para que 
leis infraconstitucionais possam disciplinar ou conter o alcance de normas 
constitucionais. Ao se elaborar estas leis com base em cláusulas de reserva legal, 
estas leis serão em regra irretroativas. Em diversas hipóteses a Constituição 
expressamente veda a retroatividade da lei, como por exemplo, no art. 5º, XL, 
“a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”; e XXXVI, “a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Gabarito: Errado. 
 
64. (ESAF/PGFN/2007) O direito de livre locomoção (é livre a locomoção no 
território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da 
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens) pode sofrer restrição, 
conforme previsto na Constituição,por meio da chamada reserva legal 
qualificada. 
Comentários: 
Seria uma reserva legal "simples" pois a Constituição limitou-se a prever que será 
"nos termos da lei" sem se preocupar em dizer quais seriam estes termos. 
Gabarito: Errado. 
 
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65. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 previu 
expressamente a garantia de proteção ao núcleo essencial dos direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Essa garantia é implícita e não expressa. 
Gabarito: Errado. 
 
66. (ESAF/ATRFB/2009) Quanto à delimitação do conteúdo essencial dos 
direitos fundamentais, a doutrina se divide entre as teorias absoluta e relativa. 
De acordo com a teoria relativa, o núcleo essencial do direito fundamental é 
insuscetível de qualquer medida restritiva, independentemente das 
peculiaridades que o caso concreto possa fornecer. 
Comentários: 
A teoria relativa é a que defende que o delineamento do núcleo essencial 
dependerá da análise do caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
 
67. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) O fenômeno da colisão 
dos direitos fundamentais não é admitido como possível no ordenamento jurídico 
brasileiro, já que a Constituição não pode abrigar normas que conduzam a 
soluções contraditórias na sua aplicação prática. 
Comentários: 
É admitido sim. Os direitos fundamentais podem "colidir", o que não pode é haver 
"contradição". Caso haja uma colisão, eles deverão ser harmonizados, para 
descobrir qual prevalecerá. 
Gabarito: Errado. 
 
Dimensão Subjetiva X Dimensão Objetiva dos Direitos Fundamentais: 
A doutrina atual do Direito Constitucional aceita uma visão dos Direitos 
Fundamentais sob duas diferentes óticas: 
• Dimensão subjetiva – é a visão clássica dos Direitos Fundamentais. 
Consiste em enxergá-los como um direito da pessoa em face do Estado, o 
qual deve exercer um papel negativo (abstenção de intervir para que não 
viole os direitos previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) 
ou positivo (prestações que o Estado faz para as pessoas de forma a 
garantir condições mais dignas de sobrevivência, notadamente os direitos 
sociais). 
• Dimensão objetiva – É a nova visão, onde os Direitos Fundamentais 
devem ser enxergados não só sob a ótica dos “direitos das pessoas frente 
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ao Estado”, mas como enunciados que contém alta carga valorativa. 
Valores, princípios, regras que norteiam a aplicação do ordenamento 
jurídico e assumem um papel central no constitucionalismo. Podemos 
desmembrá-la da seguinte forma3: 
1- Direitos fundamentais não são meros enunciados, são valores, 
princípios, possuem carga axiológica que deve ser usada para fins de 
aplicação, ainda que não estejam sendo titularizados por uma pessoa 
específica. 
2- Os direitos fundamentais se “irradiam” pelo ordenamento jurídico 
levando a uma ideia de “interpretação conforme os direitos fundamentais”. 
O Estado passa ainda a ter um dever de proteção dos valores contidos em 
tais direitos. 
3- Eles possuem aplicação imediata, devendo sempre que possível serem 
aplicados “de pronto”. 
4- Os direitos fundamentais possuem caráter mandamental, imperativo e, 
em especial aqueles de prestações positivas, como os Direitos Sociais, 
possuem eficácia dirigente, enunciando normas que impõem uma efetiva 
atuação do Estado, legislativa e administrativa, com o fim de regulamentá-
los e concretizá-los. 
5- Os direitos fundamentais podem ser reciprocamente condicionados, uns 
pelos outros, para que seja viável o convívio em sociedade. Lembrando que 
nesse condicionamento (harmonização, conformação), restringem-se 
direitos, mas devem ser preservados, ao menos, os núcleos essenciais de 
cada um. 
6- Surge a ideia de que tais direitos devem ser enxergados com eficácia 
horizontal (proteção do indivíduo em face dos outros indivíduos). 
 
68. (FCC/PGE-RO/2011) Dentre as características da perspectiva objetiva 
dos direitos fundamentais, compreende-se: 
a) o conjunto de metas traçadas com fins diretivos de ações positivas dos poderes 
públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia dirigente. 
b) a representação dos interesses individuais sob a ótica negativa perante o Poder 
Público. 
c) ter sempre a natureza princípio, nunca de regra. 
d) impossibilitar a agregação do ponto de vista axiológico da comunidade em sua 
interpretação. 
e) não há dimensão objetiva na esfera dos direitos fundamentais, os quais têm 
como característica defender de forma singular o espaço de liberdade individual. 
 
3 Sobre o tema: DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais. 2ª tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, e BONAVIDES, Paulo. Curso 
de Direito Constitucional. 21ª edição. São Paulo: Malheiros, 2007. 
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Comentário: 
Letra A – Correta. Um dos aspectos da dimensão objetiva é justamente esse, os 
Direitos Fundamentais formam um conjunto de metas traçadas com fins diretivos 
de ações positivas dos poderes públicos, com o fim de outorgar-lhes eficácia 
dirigente. 
Letra B – Errado. A representação dos interesses individuais sob a ótica negativa 
perante o Poder Público, é a visão clássica dos Direitos Fundamentais, ou seja, a 
sua dimensão subjetiva. 
Letra C – Errado. Eles passam a assumir caráter valorativo, principiológico, mas 
não podemos dizer que nunca enunciarão uma regra a ser seguida. 
Letra D – Errado. O correto seria “possibilitar” a agregação do ponto de vista 
axiológico da comunidade em sua interpretação. 
Letra E – Errado. Viajou... 
Gabarito: Letra A. 
 
69. (ESAF/ATRFB/2012) Sob a perspectiva objetiva, os direitos 
fundamentais outorgam aos indivíduos posições jurídicas exigíveis do Estado, ao 
passo que, na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais representam uma 
matriz diretiva de todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam atuação do 
Poder Público em todas as esferas. 
Comentários: 
Errado. Sempre que tivermos o uso do termo “subjetivo”, lembre-se de que 
estamos nos referindo ao “sujeito” possuidor de direitos. Assim, a questão trocou 
a perspectiva objetiva pela subjetiva, por isso erro. 
A visão subjetiva é a visão clássica dos Direitos Fundamentais. Consiste em 
enxergá-los como um direito da pessoa em face do Estado, o qual deve exercer 
um papel negativo (abstenção de intervir para que não viole os direitos 
previstos, notadamente os direitos e garantias individuais) ou positivo 
(prestações que o Estado faz para as pessoas de forma a garantir condições mais 
dignas de sobrevivência, notadamente os direitos sociais). 
Já na dimensão objetiva, estamos falando da nova visão, onde os Direitos 
Fundamentais devem ser enxergados não só sob a ótica dos “direitos das pessoas 
frente ao Estado”, mas como enunciados que contém alta carga valorativa. 
Valores, princípios, regras que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico e 
assumem um papel central no constitucionalismo. 
 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS EM GERAL: 
O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposiçõesaplicáveis aos 
direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 5º, que os direitos e 
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garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 
parágrafos: 
 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
 
O texto se refere aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo apenas 
aos direitos individuais. 
O significado essencial dessa cláusula é ressaltar que as normas que definem 
direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente 
programático. Explicita-se, além disso, que os direitos fundamentais se fundam 
na Constituição, e não na lei — com o que se deixa claro que é a lei que deve 
mover-se no âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. Os direitos 
fundamentais não são meramente normas matrizes de outras normas, mas são 
também, e sobretudo, normas diretamente reguladoras de relações jurídicas4. 
Segundo Gilmar Mendes, o art. 5º, § 1º, da CF autoriza que os operadores do 
direito, mesmo à falta de comando legislativo, venham a concretizar os direitos 
fundamentais pela via interpretativa. Os juízes, mais do que isso, podem dar 
aplicação aos direitos fundamentais mesmo contra a lei, se ela não se conformar 
ao sentido constitucional daqueles. 
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos e garantias 
fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos direitos e 
garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, esperando que venha uma 
lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial para a sua 
efetividade quando for possível aplicar desde logo o direito. 
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, 
trata-se apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim 
não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
 
70. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009) As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais não têm aplicação imediata, submetendo- se à 
regulamentação legislativa. 
Comentários: 
Isso contraria o disposto no art. 5º, §1º da Constituição. 
 
4 Miranda, Manual, cit., p. 276; Canotilho, Direito constitucional, cit., p. 400. 
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33 
Gabarito: Errado. 
 
71. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Comentários: 
É a literalidade da Constituição Federal em seu art. 5º §1º. Ressalta-se, porém, 
que esta disposição é somente um apelo para que o Poder Público busque 
efetivamente concretizar tais normas. Não podemos dizer que pela simples 
previsão de que elas tenham aplicação imediata, algumas normas venham a ser 
efetivamente passíveis de aplicação, nem que tais normas constituam, em sua 
totalidade, normas de eficácia plena. 
Gabarito: Correto. 
 
72. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas constitucionais que 
prescrevem direitos e garantias fundamentais têm eficácia contida e dependem 
de regulamentação. 
Comentários: 
Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação imediata 
refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim 
não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
73. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas definidoras dos 
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata e eficácia plena. 
Comentários: 
É errado dizer que possuem eficácia plena. 
Gabarito: Errado. 
 
74. (ESAF/Gestor-SEFAZ-MG/2005) Como regra geral, os direitos 
fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois de minudenciados 
pelo legislador ordinário. 
Comentários: 
A regra geral é que eles podem ser invocados imediatamente. 
Gabarito: Errado. 
 
75. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010) Apesar de não haver 
norma expressa na ordem jurídica brasileira, reconhece-se universalmente a 
aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. 
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34 
Comentários: 
Erra a questão devido à existência de norma expressa neste sentido. 
Gabarito: Errado. 
 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos fundamentais 
de status constitucional através da aprovação de tratados internacionais pelo 
mesmo rito de emendas constitucionais. Vamos entender melhor isso: 
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis 
ordinárias. 
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às Emendas 
Constitucionais caso cumpram estes requisitos acima, ou seja, versem 
sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele seja 
aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Constituição. 
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos 
humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar 
leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por 
exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso Nacional – por 
meio de Decreto Legislativo – resolver definitivamente sobre tratados 
internacionais (seja sobre direitos humanos ou não), referendando-os e, 
após isso, estes passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional 
entrando em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos: 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre 
direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos 
não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos 
humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos 
de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a EC 45/04. 
 
Mais observações: 
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35 
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda Constitucional o 
Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o texto da convenção sobre os 
direitos das pessoas com deficiência e de seu protocolo facultativo, 
assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. 
• Não

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