Buscar

APOSTILA 4 - ANTIMICROBIANOS INESPECÍFICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacologia e Toxicologia 
 
 
1. Antimicrobianos / Antibióticos – Conceitos Gerais 
Os antimicrobianos ou anti-infecciosos são substancias químicas usadas para combater os 
microorganismos. Estes agentes podem ser específicos ou inespecíficos. 
Antimicrobianos Inespecíficos: atuam sobre microorganismos em geral, quer sejam patogênicos ou 
não; pertencem a este grupo os antissépticos e os desinfetantes. 
Antimicrobianos Específicos: atuam sobre microorganismos responsáveis pelas doenças infecciosas 
que acometem os animais; são os quimioterápicos. 
Quimioterápicos: substância química definida (produzida por síntese laboratorial) que, introduzida 
no organismo animal, age de maneira seletiva sobre o agente causador do processo infeccioso, sem 
causar efeito nocivo sobre o hospedeiro. 
Atualmente, o uso do termo quimioterápico foi ampliado, sendo empregado também com outra 
conotação, referindo-se a medicamentos usados no tratamento das neoplasias. Por isso, nos dias de 
hoje, há uma tendência de se abandonar o emprego do termo quimioterápico quando se tratar do 
combate a agentes infecciosos. 
Antibióticos (ATB): substâncias químicas (medicamentos) produzidas por microorganismos e seus 
equivalentes sintéticos que têm a capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento ou 
destruir microorganismos causadores de doenças. 
• ATBs biossintéticos: obtidos a partir de cultura de microorganismos, a qual acrescentam-se 
substâncias químicas capazes de alterar a sua estrutura molecular. Ex: penicilina. 
• ATBs semissintéticos: obtidos em laboratório acrescentando-se radicais químicos ao núcleo 
ativo de um ATB isolado de um meio de cultura no qual cresce um microorganismo. Ex: 
amoxicilina. 
• Sintobióticos: obtidos exclusivamente por síntese laboratorial. Ex: cloranfenicol. 
 
 
O uso de antimicrobianos em medicina veterinária é feito com finalidades mais amplas, o médico 
veterinário indica antimicrobianos inespecíficos, por exemplo, os desinfetantes, para auxiliar na 
limpeza e desinfecção das instalações zootécnicas, de equipamentos e materiais que entram em 
contato com produtos de origem animal, equipamentos cirúrgicos, entre outros. 
Em relação aos antimicrobianos específicos, o medico veterinário, além de usá-los terapeuticamente 
e profilaticamente, emprega ainda na metafilaxia e como aditivo zootécnico melhorador do 
desempenho. 
• Uso terapêutico: é administrado a um animal que apresenta uma doença infecciosa, visando 
controlar a infecção. 
• Uso profilático: é uma medida preventiva, para garantir a proteção contra uma possível 
infecção. 
• Uso metafilático: é feito quando num rebanho há alguns animais com uma determinada 
doença infecciosa e o antimicrobiano é administrado em todos os animais do grupo, visando 
prevenir a instalação da doença em todo o rebanho. 
• Aditivo zootécnico melhorador do desempenho: visa diminuir a mortalidade, melhorar o 
crescimento e a conversão alimentar. Os antimicrobianos de uso terapêutico não devem ser 
usados como aditivo, pois favorece o desenvolvimento da resistência bacteriana. 
 
a) Ação Biológica dos antimicrobianos 
Em pequenas doses, os antimicrobianos podem ser Bactericidas ou Bacteriostáticos. 
• Bacteriostático: quando inibe a multiplicação da bactéria, mas não a destrói, com a 
suspensão da exposição ao antimicrobiano, a bactéria volta a crescer. 
• Bactericida: exerce efeito letal sobre a bactéria, sendo esse efeito irreversível. 
Da mesma forma são empregados os termos fungistático, fungicida, virustático e viricida. 
A atividade bacteriostática e bactericida do antimicrobiano depende de sua concentração no local. 
• CIM ou MIC: Concentração Inibitória Mínima – alguns antimicrobianos inibem o crescimento 
bacteriano em uma determinada concentração, a concentração inibitória mínima. 
• CBM ou MBC: Concentração Bactericida Mínima – necessitam de uma concentração maior 
para matar o microorganismo. 
Quanto maior a distancia entre esses valores, diz-se que o antimicrobiano tem atividade 
bacteriostática. 
Por outro lado, quanto mais próximos forem esses valores, diz-se que o antimicrobiano tem 
atividade bactericida. 
 
 
 
b) Atividade Concentração-dependente e Tempo-dependente dos ATBs 
Os antimicrobianos podem ser classificados em: 
• Concentração-dependente: são aqueles em que, quanto maior o nível sérico acima da CIM, 
maior a taxa de erradicação das bactérias, a qual, por outro lado, cai na medida em que 
diminui o nível do antimicrobiano. A administração desses agentes em doses elevadas com 
intervalos longos faz com que se alcancem concentrações máximas no local da infecção, 
produzindo efeito bactericida máximo. Ex: aminoglicosídios, fluorquinolonas e metronidazol. 
A posologia adequada desses antimicrobianos envolve administração de altas doses e longos 
intervalos entre as doses. 
 
• Tempo-dependente: o fator de maior importância para determinar a eficácia é o período de 
tempo em que a concentração plasmática fica acima da CIM de uma dada bactéria. O fato de 
se aumentar a concentração do antimicrobiano várias vezes acima da CIM não promoverá 
aumento significativo na capacidade de destruir o microorganismo. Ex: betalactâmicos, 
macrolídios e tetraciclinas. 
A posologia adequada envolve administrações frequentes desses antimicrobianos. Portanto, para os 
antimicrobianos tempo-dependentes, o tempo que a bactéria fica exposta ao agente é mais 
importante que a concentração do antimicrobiano necessária para matar o microorganismo. 
 
Há ainda antimicrobianos que têm características de atividade tempo-dependente e concentração-
dependente, são exemplos desses agentes, os glicopeptídeos (vancomicina, avoparcina) e rifampim e 
algumas fluorquinolonas. 
 
 
 
 
c) Classificação dos ATBs Específicos 
Os antimicrobianos específicos podem ser divididos em três categorias considerando sua atividade 
sobre: 
• Bactérias – antibacterianos; 
• Fungos – antifúngicos; 
• Vírus – antivirais. 
 
Os antibacterianos podem ser classificados segundo vários critérios, como: 
• A estrutura química, 
• A ação biológica (bactericida, bacteriostático), 
• O espectro de ação bacteriano (largo espectro, curto espectro, atuação sobre bactérias Gram 
negativas ou positivas), 
• E mecanismo de ação. 
A estrutura química e mecanismo de ação são os critérios empregados para apresentação dos 
diferentes grupos farmacológicos dos antibacterianos. 
 
 
Espectro de ação: é o percentual de espécies sensíveis (número de espécies/ isolados sensíveis); 
 
 
d) Fatores determinantes na prescrição de antimicrobianos 
A prescrição de um antimicrobiano envolve a tríade: agente etiológico, antimicrobiano específico e 
paciente. 
 
 
O agente etiológico (microorganismo) deve ser identificado, sempre que possível. Quando não for 
possível, deve-se presumi-lo, considerando dados como quadro clínico, localização do processo 
infeccioso, faixa etária, achados epidemiológicos e laboratoriais. Indica-se então o antimicrobiano 
que sabidamente é capaz de atuar sobre ao agente etiológico. 
A susceptibilidade de algumas bactérias ao antimicrobiano pode variar bastante, como, por exemplo, 
para a maioria das bactérias gram-negativas que adquirem facilmente genes de resistência, 
comprometendo a eficiência do tratamento. 
Seria desejável determinar a sensibilidade do agente etiológico aos antimicrobianos através do 
antibiograma, porém este procedimento requer tempo para se obter o resultado (cerca de 48 horas), 
e nem sempre se pode aguardar este período para dar início ao tratamento. Na grande maioria das 
vezes não há necessidade do antibiograma pelo fato de se conhecer o agente etiológico ou presumi-lo com segurança. 
Os resultados da susceptibilidade de uma bactéria aos antimicrobianos obtidos in vitro são expressos 
qualitativamente e quantitativamente. Os resultados qualitativos apontam se a bactéria é sensível, 
intermediária ou resistente ao antimicrobiano. Nos resultados quantitativos são apresentados os 
valores da CIM. 
 
 
 
 
 
 
A escolha do antimicrobiano deve ser fundamental no conhecimento de suas propriedades, as quais 
devem se aproximar daquelas do antimicrobiano ideal: 
• Destruir o microorganismo (bactericida, fungicida) em vez de inibir o seu desenvolvimento 
(bacteriostático, fungistático); 
• Possuir amplo espectro de ação sobre os microorganismos patogênicos; 
• Ter alto índice terapêutico; 
• Exercer atividade em presença de fluidos do organismo (exsudato, pus, etc.); 
• Não perturbar as defesas do organismo (síntese de anticorpos, migração de células de 
defesa); 
• Não produzir reações de sensibilização alérgica; 
• Não favorecer o desenvolvimento de resistência bacteriana; 
• Distribuir-se por todos os tecidos e líquidos do organismo, em concentrações adequadas; 
• Poder ser administrado por diferentes vias (oral, parenteral e local); 
• Ter preço acessível. 
A posologia, que inclui a dose, a frequência de administração e a duração do tratamento, é um fator 
ligado ao antimicrobiano que deve ser cuidadosamente considerado na terapêutica. Não se deve 
suspender o tratamento imediatamente após remissão dos sintomas. 
 
 
Portanto, na escolha do antimicrobiano devem ser considerados: 
• Características farmacocinéticas: via de administração, propriedades físico-químicas, 
distribuição e eliminação, volume de distribuição, meia-vida, taxa de depuração e barreiras 
para penetração. 
• Características farmacodinâmicas: CIM, CBM, atividade concentração-dependente e tempo-
dependente e efeito pós-antibiótico. 
• Riscos ligados ao uso: toxicidade para o hospedeiro, interações medicamentosas, destruição 
da flora do hospedeiro, promoção de resistência bacteriana, dano tecidual no local da 
administração, resíduos em animais produtores de alimento, interferência nos mecanismos 
de defesa do animal; 
• Custos: do tratamento, valor zootécnico do animal e perda na produção. 
As condições do paciente são também fundamentais para a escolha do antimicrobiano. De fato, 
idade, condições patológicas previas (nefropatias, hepatopatias, etc.), prenhez e fatores genéticos, 
dentre outros, devem ser considerados quando da escolha de um antimicrobiano. 
 
e) Causas do insucesso da terapia antimicrobiana 
São causas do insucesso: 
• Tratamento de infecções não sensíveis, como a maioria das viroses; 
• Tratamento de febres de origem desconhecida, onde o agente causal pode não ser 
infeccioso; 
• Erro na escolha do antimicrobiano e/ou na sua posologia (dose, intervalo entre doses, 
duração do tratamento); 
• Tratamento iniciado com atraso, quando o microorganismo já causou as lesões no organismo 
animal; 
• Presença de focos infecciosos encistados, pus, tecidos necróticos, corpos estranhos, cálculos 
renais e sequestros ósseos que dificultam a ação do antimicrobiano; 
• Processos infecciosos em tecidos não atingidos pelo antimicrobiano ou, quando o fazem, as 
concentrações são insuficientes; 
• Ocorrência de persistência, isto é, o agente infeccioso é sensível ao antimicrobiano in vitro, 
porém nos tecidos do animal o microorganismo pode encontrar-se em uma fase do seu ciclo 
na qual é refratário ao medicamento; 
• Ocorrência de resistência bacteriana. 
 
f) Mecanismos de resistência bacteriana 
A resistência bacteriana pode ser natural ou adquirida, a resistência natural não perturba a 
terapêutica porque o medico veterinário já sabe que um determinado microorganismo é 
naturalmente resistente ao antimicrobiano. 
Por outro lado, a resistência adquirida é uma propriedade nova adquirida por uma determinada cepa 
de microorganismo, tornando-o resistente ao antimicrobiano. A resistência bacteriana adquirida 
pode ser por mutação (ocorre por acaso) ou por transferência de genes de resistência. 
Quando ocorre a resistência bacteriana, o antimicrobiano atua como agente seletor, isto é, age 
sobre as bactérias sensíveis e se observa, consequentemente, a proliferação das resistentes. 
A resistência adquirida por ser a um único antimicrobiano, a alguns agentes dentro de uma mesma 
classe, ou até mesmo aos agentes de diferentes classes. 
Vários mecanismos de resistência aos antimicrobianos foram identificados nas bactérias e 
classificados em quatro categorias: 
• Redução da permeabilidade da célula bacteriana ao antimicrobiano devido à redução da 
formação de porina (proteína transmembrana que permite a passagem de substâncias para o 
interior da bactéria); 
• Bomba de efluxo, que lança para fora da célula bacteriana o antimicrobiano; 
• Inativação do antimicrobiano antes ou após sua penetração no microorganismo; 
• Modificação do alvo no qual age o antimicrobiano ou aquisição de uma vida alternativa. 
 
g) Associação de antimicrobianos 
Sempre que possível deve-se evitar a associação de antimicrobianos, porém, em algumas situações 
esta se faz necessária, como: 
• No tratamento de infecções mistas, onde os microorganismos são sensíveis a diferentes 
antimicrobianos; 
• Para evitar ou retardar o aparecimento de resistência na bactéria; 
• Para maior efeito terapêutico, em alguns processos infecciosos, como, por exemplo, na 
infecção por Pseudomonas aeruginosa, na qual pode-se empregar gentamicina + 
carbeniciclina; 
• No tratamento de infecções graves de etiologia desconhecida. Realiza-se antibiograma e 
inicia-se o tratamento com associação de antimicrobianos enquanto aguarda o resultado do 
laboratório; 
• Para se obter sinergismo, isto é, quando a atividade antimicrobiana da associação é maior do 
que a obtida quando usado isoladamente; 
• Em processos infecciosos em pacientes imunodeprimidos. 
Quando a associação de antimicrobianos torna-se necessária, é fundamental que se respeite a 
posologia de cada um dos integrantes da associação, devendo-se, pois, administrá-los como se cada 
um deles fosse usado isoladamente. 
O uso de associação de antimicrobianos no passado já mostrou que pode ocorrer tanto antagonismo 
como sinergismo ou efeito aditivo. 
• Antagonismo: é observado quando o efeito da combinação é significativamente inferior aos 
efeitos independentes de cada um deles. 
• Sinergismo: é observado quando o efeito da associação é significativamente maior do que 
aquele de cada um isoladamente. 
• Efeito aditivo: quando os efeitos da combinação é igual à soma de suas atividades 
independentes. 
 
h) Período de Carência 
Os animais de produção tratados com antimicrobianos devem receber atenção especial, visando 
impedir que os resíduos presentes nos produtos de origem animal venham a atingir a espécie 
humana, causando dano à saúde. Deve-se, portanto, obedecer ao período de carência. 
Período de carência, de retirada, de depleção ou de depuração é o tempo necessário para que o 
resíduo de preocupação toxicológica atinja concentrações seguras. Ou, ainda, é o intervalo de tempo 
entre a suspensão da medicação do animal até o momento permitido para o abate ou coleta de ovo, 
leite, mel, etc. 
Vários fatores contribuem para a determinação do período de carência, dentre eles os constituintes 
da fórmula farmacêutica, a dose administrada, a via de administração e a espécie animal. 
 
 
2. Antimicrobianos Inespecíficos – Antissépticos e Desinfetantes 
Antimicrobianos Inespecíficos atuam sobre microorganismos em geral, quer sejam patogênicos ou 
não; pertencem a este grupo os antissépticos e os desinfetantes. 
Comoas infecções resultam do desequilíbrio entre os microorganismos existentes no organismo e as 
defesas naturais ou adquiridas pelo mesmo, são utilizadas substância antissépticas e desinfetantes 
para destruir ou diminuir a quantidade de microorganismos nos tecidos e materiais em geral, a fim 
de prevenir a infecção. 
Os antissépticos e desinfetantes são importantes para a saúde dos animais em diferentes sistemas de 
criação e de manejo (baias, galpões, estábulos, granjas, incubatórios, canis, etc.) ou, ainda, como 
auxiliares em certos esquemas terapêuticos neles adotados. 
Um programa racional de limpeza e desinfecção, nos mais diversos sistemas de criação e manejo 
animal, favorece o aumento da produtividade animal pela redução na incidência de doenças 
infecciosas e parasitárias e no número de animais refugados (debilitados), bem como a diminuição 
dos gastos com medicamentos por animal/ano e nos gastos com a mão de obra envolvida. 
 
a) Conceitos Gerais 
Assepsia: é o conjunto de medidas empregadas para impedir a penetração e o crescimento de 
germes em um determinado ambiente, material ou superfície, tornando-os livres de agentes 
infectantes. 
Antissepsia: está relacionado à eliminação de microorganismos da pele, mucosa ou tecidos vivos, 
com auxilio de antissépticos. 
Desinfecção: é o conjunto de medidas empregadas para eliminação de microorganismos, exceto 
esporulados, presentes em materiais, objetos ou superfícies inanimadas, por meio de processo físico 
ou químico, com auxilio de desinfetantes. 
Esterilização: refere-se ao processo de destruição absoluta ou remoção de todos os 
microorganismos, inclusive esporos. 
Os vários métodos de esterilização e desinfecção são classificados em físicos e químicos. Os principais 
métodos físicos de esterilização são: calor, irradiação ultravioleta ou gama e filtração. Os métodos 
químicos incluem o uso de líquidos ou gases. 
A esterilização física, em especial pelo calor, é mais eficaz do que a esterilização química, realizada 
com o uso de certos desinfetantes. 
Desinfetantes: são substâncias utilizadas para destruir todas as formas vegetativas de 
microorganismos em superfícies ou objetos inanimados, mas este processo não promove 
necessariamente a esterilização do material. 
Antissépticos: são utilizados no tratamento e na profilaxia antimicrobiana em tecidos, pele e 
mucosa, inibindo a reprodução ou a velocidade de crescimento dos microorganismos nestes locais. 
Fumigação: é bastante útil no controle de certos agentes microbianos, pois utiliza certos gases (como 
o formaldeído) em associação com outros agentes desinfetantes (dentre eles, o permanganato de 
potássio). 
Germicidas: são agentes biocidas que inativam microorganismos e que apresentam atividades 
antissépticas, desinfetantes ou preservativas. 
Biocida: terminologia genérica usada para descrever um agente químico, geralmente de largo 
espectro, que inativa microorganismos. 
Os esporos bacterianos são particularmente resistentes a muitos antissépticos de desinfetantes; 
todavia, existem alguns biocidas que apresentam atividade esporocida. 
Preservação: está relacionado ao uso de um agente biocida com a função de prevenir a multiplicação 
de microorganismos em produtos formulados, incluindo alimentos e produtos farmacêuticos. 
Limpeza: refere-se à remoção mecânica e/ou química de material estranho de uma superfície. 
 
b) Usos terapêuticos dos antissépticos e desinfetantes 
Os antissépticos têm amplo uso em procedimentos pré-operatórios, sendo aplicados sobre o campo 
cirúrgico e na antissepsia das mãos e braços do cirurgião em cirurgias assépticas. 
São também usados em vários procedimentos relativos ao manejo dos animais, bem como em várias 
ações de natureza clinica dos mesmos, tais como injeções, introdução de cateteres intravenosos, 
antissepsia de feridas, preparação de curativos e lavagem de mucosas. Todavia, é importante 
enfatizar que a maioria dos antissépticos não auxilia na cicatrização das feridas, ao contrário, 
frequentemente pode prejudicar. Quando da escolha de um antisséptico, deve-se levar em 
consideração: 
• Sua eficácia; 
• Sua capacidade de eliminação total de bactérias residentes e transitórias; 
• Sua rapidez na ação antimicrobiana; 
• A persistência da sua atividade; 
• A facilidade para seu manuseio; 
• E a ausência de irritação cutânea durante seu uso. 
 
Os desinfetantes são usados em recintos onde vivem os animais para controlar doenças nos 
rebanhos ou criações. Além disso, a desinfecção de instrumentos, roupas e equipamentos médicos, 
objetos, edificações, veículos de transporte, etc., com substâncias adequadas permite até mesmo 
controlar infecções virais. 
As técnicas de desinfecção empregadas em medicina veterinária dependem dos objetos e dos 
materiais a serem desinfetados, levando-se em consideração as necessidades e facilidade de 
aplicação. Dentre as principais técnicas utilizadas, destacam-se: 
• Pedilúvio: utilizado à porta das instalações para desinfecção dos calçados das pessoas que 
circulam no local. 
• Rodolúvio: utilizado na entrada das criações para desinfecção dos pneus dos veículos que 
adentram a propriedade. 
• Imersão: procedimento de mergulhar objetos e instrumentos cirúrgicos em solução 
contendo desinfetante. 
• Pulverização: pulverização de desinfetante por meio de bombas costais ou sob a forma de 
spray. 
• Aspersão: o desinfetante é aspergido sobre o material a ser desinfetado. Difere da 
pulverização porque as partículas são menores. 
• Fumigação: emanações gasosas antissépticas obtidas, por exemplo, com a queima de 
pastilhas ou pó de diversas composições, como formol e permanganato de potássio. 
O lixo e materiais de refugo devem ser removidos dos recintos onde vivem os animais e queimados 
ou desinfetados quimicamente. 
Os profissionais envolvidos nos procedimentos de limpeza, desinfecção e descontaminação, bem 
como aqueles envolvidos na inspeção sanitária em estabelecimentos de saúde devem fazer uso de 
equipamento de proteção individual (EPI), tais como: luvas, avental descartável, botas de borracha, 
máscara facial e protetores oculares. 
 
 
c) Agentes antissépticos e desinfetantes 
 
� Alcoóis 
As preparações mais usadas são o álcool etílico ou etanol (álcool de cereais) e o isopropílico ou 
isopropanol; estas substâncias são empregadas isoladamente ou em combinação com outros 
agentes, por exemplo, os antissépticos cirúrgicos. 
Mecanismo de ação: promovem a coagulação ou desnaturação das proteínas celulares solúveis e 
diminuem a tensão superficial com remoção de lipídios, inclusive dos envelopes de alguns vírus. 
Alguns microorganismos sofrem lise na presença de alcoóis. 
Espectro de ação: são potentes bactericidas contra micobactérias e formas vegetativas de bactérias 
gram positivas e negativas, vírus envelopados e fungos, porém, não apresentam ação contra esporos 
e vírus não envelopados. A presença de água é essencial para os alcoóis, daí serem usados em 
soluções 50 a 75%. 
Usos Principais: são utilizados como solventes e antissépticos, e também como desinfetantes, 
sozinhos ou em combinação com outros agentes, sendo amplamente usados na antissepsia cirúrgica. 
Vantagens: são ótimos solventes para outros agentes germicidas, aumentando a eficácia bactericida 
dessas soluções; têm baixo custo e são praticamente atóxicos quando usados topicamente. 
Desvantagens: têm baixa atividade fungicida e viricida; baixa penetrabilidade; são muito 
desidratantes, ressecando a pele e os tecidos; e não devem ser usados para limpeza de ferimentos 
abertos. 
 
� Halógenos e compostos halogenados 
São usados como germicidas, por suas propriedades oxidantes. Os mais importantes são o iodo, ocloro e seus respectivos derivados. 
 
• Iodo e derivados 
O iodo livre é muito pouco solúvel em água, por isso é usado em certas preparações contendo 
substâncias que aumentam sua solubilidade. São elas: 
− Tintura de iodo (2% livre + 2,4% de iodeto de sódio em 50% de álcool etílico); 
− Tintura de iodo forte (7% livre); 
− Solução de iodo (2% livre + 2,4% de iodeto de sódio); 
− Solução concentrada de iodo ou solução de lugol (5% livre + 10% de iodeto de potássio em 
solução aquosa); 
− Solução de iodo-propilenoglicol (para evitar o ressecamento da pele); 
− Iodofórmio; 
− Iodocresol; 
− Iodóforos (iodo-povidina e iodofor) 
 
Mecanismo de ação: causam desnaturação e precipitação de proteínas e oxidação de enzimas 
essenciais, interferindo nas reações metabólicas vitais do microorganismo. Interage ainda com ácidos 
graxos insaturados, alterando as propriedades da membrana. 
Espectro de ação: apresentam atividade bactericida contra bactérias gram positivas e negativas, 
além de serem viricidas e fungicidas, são efetivos contra esporos bacterianos, quando em exposição 
prolongada. 
Usos Principais: são usados como antissépticos tópicos antes de procedimentos cirúrgicos ou para 
desinfecção de tecidos. Quando combinados com detergente formam os iodóforos, que são 
utilizados como desinfetantes de material cirúrgico, para limpeza de chão e utensílios em geral. 
 
• Tinturas ou soluções de iodo 
As soluções de iodo podem ser alcoólicas ou aquosas, variando a concentração entre 1 e 7%. São 
usadas como antisséptico. 
Desvantagens: podem causar dermatite em indivíduos hipersensíveis; são corrosivas para utensílios 
de metal e são irritantes para pele e tecidos, pode atrasar o processo de cicatrização. 
 
• Iodóforos (iodo-povidona) 
São combinações de iodo com detergentes, agentes umedecedores, solubilizantes e outros 
carreadores. São utilizados tanto como antissépticos como desinfetantes, porém as soluções 
utilizadas como antissépticos contêm menos iodo livre. 
Espectro de ação e usos principais: são normalmente utilizados para lavagem de feridas, por seu 
amplo espectro de ação antimicrobiana. 
Vantagens: quando comparados às tinturas e às soluções de iodo, os iodóforos (em especial, a iodo-
povidona) são menos irritantes para a pele e tecidos do animal, se forem usados de forma 
apropriada. 
Desvantagens: tem limitada ação residual, daí a necessidade de repetir as aplicações diárias, em 
feridas, a cada 4 às 6h. Também pode ser absorvido sistemicamente através da pele e mucosas, pode 
ser prejudicial para a cicatrização de feridas. 
 
� Cloro e derivados 
O cloro elementar não tem uso clinico, mas alguns compostos geram o acido hipocloroso. Os 
derivados do cloro podem ser orgânicos (cloramina) ou inorgânicos (hipoclorito de sódio ou cálcio). 
Mecanismo de ação: o cloro elementar reage com a água e libera o ácido hipocloroso que tem a 
capacidade de penetrar na célula bacteriana e liberar o oxigênio nascente, o qual oxida componentes 
essenciais do protoplasma bacteriano, causando a morte desta célula. 
Espectro de ação: o cloro tem boa ação fungicida, algicida, protozoocida, viricida e contra formas 
vegetativas de bactérias, mas não é efetivo contra esporos bacterianos. 
Usos Principais: os compostos clorados são usados na cloração da água de bebida e de água para uso 
industrial, na antissepsia de feridas, na lavagem de mucosas, equipamentos, ambientes, etc. 
Vantagens: é relativamente barato; tem ação rápida; é efetivo em altas diluições contra ampla 
variedade de microorganismos; é relativamente não tóxico; facilidade na preparação e aplicação. 
Desvantagens: é corrosivo para metais e roupas; descolorante; o vapor liberado é forte e 
desagradável e pode irritar os olhos e outras mucosas; é inativado na presença de matéria orgânica 
(fezes, sangue, pus, leite, etc.) calor e luz. 
 
• Cloraminas 
Têm maior poder desinfetantes sobre bactérias aeróbias e anaeróbias do que outros desinfetantes. 
Além de bactericida, também é viricida, fungicida e esporocida. 
Usos Principais: o maior uso de dá na desinfecção de roupas hospitalares, equipamentos leiteiros, 
lavagem de úberes ou mesmo para irrigar porções do sistema urinário; podem também ser usadas na 
antissepsia da pele e de ferimentos. 
Vantagens: são menos irritantes e mais estáveis que as soluções de hipoclorito. 
Desvantagens: são instáveis em água e liberam lentamente o cloro. 
 
• Soluções de hipoclorito de sódio (líquido de Dakin) 
É bactericida, viricida e desodorizante. 
Usos Principais: podem ser antissépticas, desinfetantes e esterilizantes. Podem ser usadas para 
tratamento de tecidos necrosados e irrigação de abscessos ou feridas, com a finalidade de promover 
limpeza e antissepsia; esta solução tem poder bactericida e liquefaz o tecido necrótico das feridas. 
Vantagens: são soluções pouco toxicas, pouco irritantes e de baixo custo. 
Desvantagens: têm odor forte, são corrosivas para metais e parcialmente inativadas na presença de 
matéria orgânica. 
 
• Cal clorada 
Consiste em uma mistura de cloreto de cálcio e hipoclorito de cálcio, que libera 30% de cloro, útil 
para a desinfecção de instalações e alojamentos. 
Vantagens: é ideal para a destruição de carcaças infectadas e de microorganismos patogênicos em 
matéria orgânica. 
Desvantagens: é altamente irritante, instável a exposição ao ar e pela evaporação do gás de cloro. 
 
� Aldeídos 
Vários aldeídos possuem atividade bactericida, tuberculocida, fungicida, esporocida e viricida e são 
usados como desinfetantes e esterilizantes. 
 
• Formaldeído 
Também conhecido como aldeído fórmico, formalina, formol ou oximetileno, levemente solúvel em 
água até 40% em peso. 
Mecanismo de ação: em baixas concentrações exerce ação toxica direta contra microorganismos, ao 
passo que em concentrações mais altas, precipita proteínas. 
Espectro de ação: em baixas concentrações é bacteriostático, em soluções mais fortes é bactericida, 
esporocida e fungicida. 
Usos Principais: não deve ser usado como antisséptico; o principal uso é para desinfecção de 
aparelhagem de hemodiálise e áreas contaminadas; usado na preparação de vacinas; e também na 
fixação de peças histológicas. 
Vantagens: não é corrosivo para metais, tintas e tecidos; tem baixa toxicidade sistêmica; forma uma 
solução incolor e tem baixo custo. 
Desvantagens: tem ação muito lenta contra esporos bacterianos; é menos eficiente na presença de 
matéria orgânica e é um gás irritante para pele e mucosas. 
 
• Glutaraldeído 
É um dialdeído saturado com alta capacidade desinfetante e esterilizante. 
Mecanismo de ação: atua nos ácidos nucleicos da célula bacteriana e também pode interferir nas 
proteínas da membrana e do citoplasma das bactérias. 
Espectro de ação: é eficaz contra todos os tipos de microorganismos, inclusive vírus e esporos 
bacterianos. 
Usos Principais: ideal como esterilizante químico para artigos de borracha, plástico, metal e 
instrumentos delicados que não podem ser submetidos à autoclave. 
Vantagens: em relação ao formaldeído, é menos irritante e menos corrosivo; menos volátil; de odor 
menos desagradável; de mais fácil penetração; mais potente; mais ativo na presença de matéria 
orgânica e de espectro bactericida mais amplo. 
Desvantagens: são inativadas pela matéria orgânica, não deve ser usado para limpeza de superfícies 
não criticas por ser muito toxico e caro. 
 
� Compostos Fenólicos 
 
• Fenol 
Existem várias preparações contendo fenol, tais como: 
− Clorofeno; 
− Ortofenil-fenol; 
− Timol; 
− Triclosana. 
Mecanismo de ação: atua sobre o protoplasma bacteriano, causando a desnaturação e precipitação 
de proteínas. 
Espectrode ação: tem amplo espectro de atividade, exercendo ação bactericida (principalmente 
contra bactérias gram positivas), fungicida e viricida (somente contra vírus envelopados). Tem ação 
antisséptica nos tecidos. Também pode estar presente em sabões antissépticos. 
Usos Principais: são indicados para limpeza, desinfecção e desodorização de áreas críticas, com pus, 
sangue, urina, fezes e outras secreções. 
Vantagens: em geral, não são voláteis, e, depositados sobre as superfícies, reagem com a umidade e 
passam a exercer ação antimicrobiana residual. 
Desvantagens: costumam ser irritantes e corrosivos dependendo da concentração; tem odor muito 
forte; pode causar lesões de pele e há maior absorção através da pele de animais jovens. 
 
• Cresol 
Mecanismo de ação: em altas concentrações atua sobre o protoplasma bacteriano, causando a 
desnaturação e precipitação de proteínas. 
Espectro de ação: tem ação bactericida, viricida limitada e não tem atividade esporocida. O ideal é a 
sua utilização em água quente. 
Vantagens: é mais bactericida, menos cáustico e menos toxico do que o fenol; tem baixo custo e é 
um eficaz desinfetante. 
Desvantagens: é irritante e até corrosivo na sua forma concentrada. 
 
• Outros compostos fenólicos 
Existem várias preparações e especialidades contendo outros compostos fenólicos, tais como: 
− Ortofenilfenato de sódio; 
− Emulsão de ortoclorofenol; 
− Ortofenilfenol; 
− Hexaclorofeno; 
− Triclosana. 
Desvantagens: são corrosivos para a pele; causam intoxicação sistêmica aguda, principalmente em 
gatos; podem causar desconforto respiratório grave ou até fatal e queimaduras de contato; são 
pronta e rapidamente absorvidos pela pele. 
 
� Biguanidas 
 As preparações e especialidades contendo biguanidas mais comuns são: 
− Clorexidina 
− Hexamidina 
Mecanismo de ação: a clorexidina liga-se à membrana celular mediante a adsorção à sua superfície, 
o que resulta em desorganização da membrana bacteriana e leva à perda de seus componentes 
intracelulares. Tem um efeito antibacteriano cumulativo e contínuo, permanecendo na pele, no 
mínimo por 6 horas, e apresenta excelente ação residual quando associada ao álcool. 
Espectro de ação: tem ação contra bactérias gram positivas e negativas, contra leveduras e fungos; 
não tem ação sobre o bacilo da tuberculose, esporos bacterianos e fungos filamentosos, e tem fraca 
ação viricida. 
Usos Principais: a clorexidina é empregada para a limpeza de gaiolas de animais e tratamento de 
infecções de tetos em vacas, é bastante usada para irrigação de feridas; enquanto a hexamidina é 
usada para higienização oral em animais de companhia. 
Vantagens: tem baixa capacidade de provocar irritação de mucosas e outros tecidos; sua ação é 
dependente da concentração; é menos inativada por matéria orgânica; não é absorvida através da 
pele e mucosas e tem importante ação residual por mais de 24h. 
Desvantagens: a presença de água dura (mineralizada pesada) pode diminuir alguns dos efeitos da 
clorexidina e a mistura com solução salina pode causar sua precipitação e inativação. Além de ser 
ototóxica, deve-se evitar o contato com os olhos, pelo risco de produzir conjuntivite e lesão de 
córnea severa, e com tecidos nervosos (cérebro e meninges), durante procedimentos cirúrgicos. 
 
� Surfactantes 
São compostos químicos que diminuem a tensão superficial de uma solução aquosa, classificados 
principalmente como sabões (surfactantes ianiônicos) e detergentes (surfactantes catiônicos) ou, 
ainda, surfactantes não iônicos. 
Mecanismo de ação: diminuem a tensão superficial da água facilitando sua penetração em 
superfícies úmidas, formam emulsão com as secreções sebáceas contendo as bactérias, o que facilita 
a remoção de sujidades com o processo de lavagem; removem da área contaminada as células 
epiteliais de descamação; dispersam manchas e emulsificam a graxa ou a gordura. 
Espectro de ação: a potência antibacteriana dos sabões e detergentes pode aumentar pela inclusão 
de antissépticos como o iodeto de potássio e o hexaclorofeno. 
Usos Principais: são amplamente utilizados como antissépticos e desinfetantes, também são usados 
como agentes umedecedores, sabões, detergentes e emulsificantes. 
 
• Surfactantes aniônicos (sabões) 
As preparações e especialidades mais comuns são: 
− Octilfenoxietil éter sulfonato de sódio (Fisoderm); 
− Lauril éter sulfato de sódio (Tergenvet); 
− Triton; 
− Tergitol; 
− Associações: Biofor, iodolan, Virodine e outras. 
Espectro de ação: tem fraca ação contra bactérias gram negativas e acidorresistentes. 
 
• Surfactantes catiônicos (detergentes ou compostos quaternários de amônia) 
As preparações mais comuns são: 
− Cloreto de benzalcônio; 
− Cloreto de benzetônio; 
− Cloreto de metilbenzetônio; 
− Cloreto de cetildimetil-benzilamônio; 
− Cloreto de cetilpiridínio; 
− Cetrimida. 
Mecanismo de ação: causam desnaturação e precipitação de proteínas da membrana celular e do 
citoplasma bacterianos liberando nitrogênio e potássio das células; além disso, quebram os 
complexos lipoproteicos da célula bacteriana liberando enzimas autolíticas. 
Espectro de ação: são bastante efetivos contra uma grande variedade de bactérias gram positivas e 
negativas, são bacteriostáticos em baixas concentrações e bactericidas e fungicidas em altas, além de 
terem grande atividade contra vírus envelopados; não são eficazes contra esporos e micobactérias. 
Usos Principais: são desinfetantes de superfícies, materiais inanimados, utensílios e equipamentos 
para processamento de alimentos e para higienização de ovos para controle da salmonelose. 
Vantagens: em geral, não são irritantes para a pele e tecidos nem corrosivos para metais; tem baixa 
toxicidade; são inodoros; podem ser usados em soluções com água e álcool; tem ação residual; 
podem ser usados em temperaturas altas e tem boa atividade germicida em pH alcalino. 
Desvantagens: são neutralizados pelos surfactantes aniônicos (sabões), portanto, devem ser usados 
em separado; não agem na presença de matéria orgânica; tem menor eficácia na presença de água 
dura; podem causar irritação quando em contato prolongado com a pele, as mucosas e o trato 
respiratório. 
 
� Metais pesados 
Os compostos de metais pesados mais empregados como antissépticos são os de mercúrio, prata e 
zinco. 
Mecanismo de ação: os sais destes metais pesados atuam inibindo os grupos sulfidrílicos de certas 
enzimas, o que impede as reações de oxirredução vitais para a célula bacteriana. 
 
• Compostos de prata: são bacteriostáticos, bactericidas e adstringentes. O mais utilizado é o 
nitrato de prata na forma de solução, usado como antisséptico para a profilaxia da oftalmia 
neonatal e em queimaduras extensas; na sua forma solida, é empregado para remoção de 
tecido de granulação de verrugas e na cauterização de ferimentos. 
 
• Zinco: forma compostos levemente antissépticos, exercendo sua ação por precipitação de 
proteínas. São usadas na forma de soluções, pomadas, colírios, talcos e unguentos, para 
tratar afecções como psoríase, conjuntivite, eczema, acne, etc. 
 
� Agentes ácidos 
 
• Ácidos Orgânicos: todos tem uso tópico, dentre as preparações e especialidades podem ser 
citados: 
− Ácido benzoico: é empregado como conservante de alimentos, cosméticos e de certos 
medicamentos; 
− Ácido propiônico: usado nas infecções dermatofíticas; 
− Ácido salicílico: usado nas infecções fúngicas superficiais; 
− Ácido undecilênico: usado como antifúngico tópico. 
− Ácido acético: para irrigar feridas. 
 
• Ácidos inorgânicos: dentre as preparações e especialidades pode-se citar o ácido bórico 
(água boricada). É um germicida muito fraco, com açãobacteriostática e fungistática. 
 
� Agentes alcalinos ou álcalis 
 
• Hidróxido de sódio (soda cáustica): pode ser usada em água quente ou fervente como 
desinfetante de baias, estábulos e veículos de transporte de animais. 
• Óxido de cálcio (cal, cal virgem ou cal viva): desinfetante barato e bastante usado em 
instalações e ambientes abertos ou em veículos de transporte de animais. Em excesso, pode 
ressecar a pele e os cascos dos animais e causar erosões dérmicas e pododermatites 
infecciosas. 
• Hidróxido de cálcio (cal hidratada): desinfetante para áreas contaminadas com excretas, 
quando em contato, por no mínimo 2h. 
 
� Agentes oxidantes 
Têm ação antimicrobiana por suas propriedades oxidantes. 
 
• Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada: é um biocida amplamente utilizado para 
desinfecção, esterilização e antissepsia, devido as suas propriedades bactericidas, viricidas, 
esporocidas e fungicidas. 
• Ácido peracético: é considerado um desinfetante de alto nível e mais potente que o 
peróxido de hidrogênio, sendo esporocida, bactericida, viricida e fungicida em baixas 
concentrações. 
• Permanganato de potássio: age principalmente nas lesões cutâneas exsudativas, tem breve 
ação antisséptica, antimicótica e desodorizante. 
 
� Outros agentes 
 
• Nitrofuranos: são usados como antissépticos em feridas superficiais ou lesões de pele e em 
curativos cirúrgicos. 
• Sulfiram: usado na forma de banhos ou em soluções para profilaxia e como adjuvante no 
tratamento de parasitoses que afetam a pele, como a sarna e o piolho. 
• Corantes: o agente mais comum é o cloreto de metilrosanilina (violeta de genciana 1%), tem 
uso tópico contra infecções cutâneas mucocutâneas e vulvo-vaginais. 
• Sulfonamidas: tem ação antisséptica, sendo usada para a assepsia de feridas e queimaduras. 
• Extrato de semente de grape fruit: desinfetante natural, com ação fungicida e bactericida.

Outros materiais