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ANÁLISES CLÍNICAS ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL VOLUME ÚNICO Governador | Eduardo Campos Vice-Governador | João Soares Lyra Neto Secretário de Educação | Anderson Stevens Leônidas Gomes Secretário Executivo de Educação Profissional | Paulo Dutra Gerente Geral da Educação Profissional | Luciane Pulça Gestor de Educação a Distância | Marcos Paulo de Assis Castro Coordenador do Curso | Manoel Vanderley dos Santos Neto Professor Conteudista | Carlan Gomes Pacheco Equipe Central de Educação a Distância Andréia Guerra | Augusto Andrade | Eber Gomes | George Bento | Jannine Moreno | Marcos Vinícius Clemente Maria de Lourdes Cordeiro Marques | Maria Helena Cavalcanti Mauro de Pinho Vieira | Pedro Luna Imagem da capa: http://www.crfsp.org.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=956:liminar-legitima-exame- citopatologico-assinado-por-farmaceutico&catid=40:noticias&Itemid=60 4 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único SUMÁRIO PROGRAMA DA DISCIPLINA .................................................................... 6 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .................................................................. 7 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................... 9 UNIDADE 1 ................................................................................................ 12 1. MORAL E ÉTICA ................................................................................... 13 2. CONCEITOS DE BIOÉTICA E SAÚDE ................................................. 18 3. RESPONSABILIDADE BIOÉTICA ........................................................ 25 UNIDADE 2 ................................................................................................ 28 4. A ÉTICA PROFISSIONAL, CONCEITOS E PRINCÍPIOS .................... 29 5. O PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS32 6. OS DIREITOS E DEVERES DA PROFISSÃO ...................................... 39 UNIDADE 3 ................................................................................................ 48 7. NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL, SANITÁRIA E TRABALHISTA .......................................................................................... 49 8. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .......................................... 59 9. CÓDIGOS E LEIS DO CONSUMIDOR LEI 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. .................................................................................................... 61 UNIDADE 4 ................................................................................................ 67 10. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): HISTÓRIA, EVOLUÇÃO E CONCEITO ................................................................................................ 69 11. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ............................................................... 84 UNIDADE 5 ................................................................................................ 95 12. DIRETRIZES OPERACIONAIS DOS LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA ................................................................................................... 96 13. PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL ...................... 103 UNIDADE 6 .............................................................................................. 108 14. NORMA REGULAMENTADORA 17 ou NR 17 ................................ 109 5 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 15. NORMA REGULAMENTADORA 32 ou NR 32 ................................ 113 16. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA DO COLEGIADO 50 ou RDC 50 ... 116 RDC 50 - http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf ... 122 17. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA DO COLEGIADO 302 ou RDC 302 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 126 ANEXO I ................................................................................................... 134 ANEXO II .................................................................................................. 137 ANEXO III ................................................................................................. 145 6 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa Legislação pertinente à área de atuação, desde as responsabilidades pessoais até a correta composição física de um laboratório de análises. Objetivo Geral Nessa disciplina você tomará conhecimento das relações sociais com a saúde e dos princípios éticos; do estudo dos direitos trabalhistas e dos direitos relacionados com a profissão e ainda ao código de defesa ao consumidor. Objetivos Específicos 1. Entender os conceitos, princípios Éticos e Morais e fundamentos básicos que regem e organizam a profissão de Técnico de Análises Clínicas; 2. Compreender a aplicação prática nos processos de suprimentos do Técnico de Análise Clinicas, baseando-se em normas e leis específicas; 7 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE ÚNICA 1. MORAL E ÉTICA 2. CONCEITOS DE BIOÉTICA E SAÚDE 2.1 O que é Bioética? 2.2 O conceito de Saúde 3. RESPONSABILIDADE BIOÉTICA 4. A ÉTICA PROFISSIONAL, CONCEITOS E PRINCÍPIOS 5. O PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS 5.1 Sigilo Profissional 6. OS DIREITOS E DEVERES DA PROFISSÃO 6.1 Resolução nº 485 de 21 de agosto de 2008 7. NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL, SANITÁRIA E TRABALHISTA 7.1 Legislações do Conselho Federal de Farmácia 7.2 Legislações e Normas Técnicas da ABNT 7.3 Normas Sanitárias 8. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 9. CÓDIGOS E LEIS DO CONSUMIDOR LEI 8.078, de 11 de setembro de 1990. 9.1 O Código de Defesa do Consumirod e o Técnico de Análises Clínicas 8 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 10. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): HISTÓRIA, EVOLUÇÃO E CONCEITO 10.1 O SUS, sua História e Evolução 11. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 11.1 Princípios e Diretrizes pertinentes ao SUS 12. DIRETRIZES OPERACIONAIS DOS LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA 13. PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL 13.1 Conselhos de Saúde 14. NORMA REGULAMENTADORA 17 ou NR 17 15. NORMA REGULAMENTADORA 32 ou NR 32 16. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA DO COLEGIADO 50 ou RDC 50 17. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA DO COLEGIADO 302 ou RDC 302 9 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Olá Cursistas, Sejam bem-vindos e bem-vindas a nossa disciplina de Ética e Legislação Profissional no curso Técnico de Análises Clínicas. É com muito prazer que iremos juntos construir a nossa aprendizagem nesta disciplina. Neste fascículo você entrará em um mundo de muitas novidades. Para começar, gostaria de lhe fazer uma perguntinha. Pode ser? Vamos a ela? O que você acha que iremos estudar nesta nossa disciplina? O que seria ética para você? E Legislação no que remete ao ramo profissional na escolha de seu curso? E agora, você parou e pensou no que iremos estudar? Pois bem! E para iniciar a nossa disciplina estaremos trazendo Edu! Você sabe quem é ele? Vamos conhecê-lo? Vamos deixar ele se apresentar.Vamos lá! Olá, tudo bem? Meu nome é Edu e eu estarei acompanhando vocês bem de pertinho. Serei um auxiliar para suas leituras! Aparecerei sempre que houver uma novidade, notícia, curiosidades, chamando atenção e dando relevância para os temas que vamos conhecer. Sou formado no curso Técnico de Análises Clínicas e já fui aluno assim F 1 10 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único como vocês. Por isso poderei ajudá-los com muito carinho. Sejam todos bem-vindos e bem-vindas a disciplina de Ética e Legislação Profissional de Análises Clínicas. E para começar, a primeira dica que eu dou será sobre estes sinais ai em baixo, que você encontrará durante toda sua leitura. Estes símbolos chamarão sua atenção para: ¹ Dicas do Edu – quanto este símbolo aparecer você encontrará as melhores dicas para você aprender com descontração. Servirá como uma nova luz aos seus conhecimentos. ² Alertas do Edu – aqui você deverá reduzir a velocidade da leitura e dar uma ênfase maior ao que estiver sendo dito, ok? ³ Gracinhas do Edu – divirta-se com charges, piadas e tudo que possa trazer uma leve descontração ao seu aprendizado. Vamos começar? 11 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único ¹Fonte:httpwww.google.com.brimgresimgurl=http4.bp.blogspot.com_jpg&imgrefurl=httpnosbastidoresdocristiani smo.blogspot.com200907desabafo-iii- ² Fonte: httpwww.google.com.brimgresimgurl=httpwww.mis-sp.org.usg=__2lbLrKW8URS5wQ9NSQRru3C71Co ³ Fonte: httpwww.google.com.brimgresimgurl=http page=6&ndsp=12&ved=1t429,r5,s64&tx=88&ty=71.jpg 12 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único UNIDADE 1 Prezado cursistas, nesta gostosa jornada que se inicia neste capítulo, você encontrará debates tão interessantes, mas tão interessantes que sua vida de estudante vai mudar pra melhor. Iremos debater sobre coisas que estão em nosso dia-a-dia, mas que, por vezes, passam despercebidos. Aqui você irá encontrar a oportunidade certa para poder deixar suas dúvidas no e acrescentar muitos conhecimentos para sempre. Vou até antecipar um pouco o que iremos estudar, ok? Nesta Unidade veremos: Os conceitos de: Moral, Ética, Bioética e Saúde. Além de entendermos bem o que é uma responsabilidade Bioética. Inicia-se agora a nossa aventura. Aperte o cinto, o avião do conhecimento vai decolar... Fonte: httpwww.google.com.brimgresimgurl=http page=6&ndsp=12&ved=1t429,r5,s64&tx=88&ty=71.jpg 13 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 1. MORAL E ÉTICA Primeiramente, surgiro que você leia esta notícia publicada no site http://correiodoestado.com.br em 27/01/2009. Vamos lá? O Distrito Federal foi condenado a pagar R$ 20 mil a paciente com diagnóstico errado de HIV. O governo do Distrito Federal foi condenado a indenizar em R$ 20 mil uma grávida que recebeu equivocadamente um diagnóstico de HIV positivo. A decisão é do juiz da Sexta Vara da Fazenda Pública do DF, que considerou que o erro no resultado do exame causou danos morais à vítima. Ainda cabe recurso contra a decisão, tomada em primeira instância. As informações contidas no processo apontam que o diagnóstico foi feito em fevereiro de 2001, quando a autora da ação iniciou o pré-natal. Segundo o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), entre os exames realizados estava o de sangue, que deu positivo para o HIV – fato que a obrigou a fazer uso de medicamentos indicados para a doença. O que lhe chamou atenção neste caso? O que é um dano moral? O que é moral? Moral tem haver com ética? O que é ética? Pois bem. Precisamos distinguir e conhecer alguns termos. Veja por exemplo o que a filósofa Marilene Chauí fala sobre estes temas. Vamos ao texto? 14 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética. Você notou que ela não separou os dois termos? Notou, também, que primeiro ela fala em conduta ética e depois em consciência moral? Vamos entender melhor: Ética pode ser entendida como um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral) (GOLDIM, 2000.) Moral tem origem no latim morus e significa os usos e costumes. Moral é o conjunto das normas para o agir específico (de um grupo, sociedade, cultura) ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas (GOLDIM, 2000). 15 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Para você entender melhor as diferenças entre Ética e Moral veja este quadro abaixo: ÉTICA MORAL é o principio são aspectos de condutas especificas é temporal é temporária é universal é cultural é a prática é a teoria Com isso preste atenção no exemplo abaixo e entenda bem estas diferenças: Você sabia que enquanto a Ética conduz a princípios universais, por exemplo, não matar, que é uma regra respeitada em todas as culturas e sociedades. A Moral é uma criação cultural e que pode até abrir exceção para uma regra universal, por exemplo, nos Estados Unidos a regra não matar (princípio ético) pode ser “quebrada” e as próprias autoridades deste país podem matar uma pessoa se esta for condenada a cadeira elétrica, por ter feito um ato que para aquela cultura feriu suas leis. Voltando ao nosso recorte de jornal. Quando uma pessoa é ferida quanto aos seus princípios morais, quando ela sente-se constrangida, ameaçada ou humilhada diante das condutas estabelecidas na cultura onde ela vive, no nosso caso acima, por 16 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único exemplo, ela (a mulher grávida) foi levada a tomar medicamentos e ser tratada como uma pessoa doente e isto feriu seus princípios éticos e morais, ela se sentiu ameaçada pelo diagnóstico dado, até mesmo porque na nossa cultura ter o diagnóstico de HIV+ é ruim, é vergonhoso, chato, e gera muito sofrimento psíquico. Por isso ele pediu indenização e ganhou a causa judicialmente. Foi uma reparação pelos maus sofridos. Para assistir: Que tal agora rir um pouco? Veja a charge abaixo: 4 E por falar em AIDS. Que tal estes vídeos? http://www.youtube.com/watch?v=g0CF2bRkMvI http://www.youtube.com/watch?v=eiUI_OmYXos&feature=related 17 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_knpTnjxHxEg/THQXOL0gV1I/AAAAAAAABCc/hbKYwNPEyEM/S640/logo_doutoresdaalegria.jpg&imgrefurl=http://um-cantodemar-pra-se- viver.blogspot.com/2010/08/doutores-da-alegria.html&usg=__mbc73- ZEn728iDmLnZPTqWvPpg8=&h=150&w=290&sz=17&hl=pt- br&start=16&sig2=rAVAEuIXnrKGlIAlhhCEPQ&zoom=1&tbnid=Nhlv_Y44SlmchM:&tbnh=99&tbnw=191&ei=pen ding&prev=/images%3Fq%3Ddoutor%2Bda%2Balegria%26um%3D1%26hl%3Dpt- br%26biw%3D1259%26bih%3D624%26tbs%3Disch:11%2C493&um=1&itbs=1&biw=1259&bih=624&iact=rc&d ur=109&oei=kxmWTbKUIa-C0QGoosn6Cw&page=2&ndsp=18&ved=1t:429,r:6,s:16&tx=92&ty=73 4 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com/- MCVcF4vNueE/TWUUbe2grCI/AAAAAAAABqQ/dY22fwPSxMc/s1600/auto_ivan_etica.jpg&imgrefurl=http://cic2 013.blogspot.com/2011/02/codigo-de-etica- contabil.html&usg=__0FcfTWxzWDWUZr4CHiOWaLgspRM=&h=360&w=450&sz=52&hl=pt- br&start=0&sig2=tTGEPMHR87pEVv6_PYWXBw&zoom=1&tbnid=KKc7SJP_tdY0xM:&tbnh=150&tbnw=188&ei =VhuWTeYnsbPRAYaO2YAM&prev=/images%3Fq%3D%25C3%25A9tica%26um%3D1%26hl%3Dpt- br%26biw%3D1259%26bih%3D624%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=203&oei=VhuWTeYnsbPRA YaO2YAM&page=1&ndsp=18&ved=1t:429,r:3,s:0&tx=98&ty=102 18 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Agora vamos acrescentar ainda mais os seus conhecimentos entendendo e aprendendo alguns novos conceitos. 2. CONCEITOS DE BIOÉTICA E SAÚDE 2.1 O que é Bioética? A palavra bioética é recente, surgiu no ano de 1978 pelo médico ondologista Van R. Potter, em um artigo com o nome de Bioethies: The science of survival (BOFF, 2003). Para entender melhor essa palavra e o seu conceito, prezado cursista, quero que você preste atenção nesta separação que vou fazer agora: Bio / Ética Você notou alguma coisa familiar na separação que eu fiz? Será que você acertou? Ótimo! Parabéns pela sua percepção! É isso mesmo! O nome bioética é nada mais nada menos que a fusão de duas palavras: BIOS que significa e representa o conhecimento biológico, a ciência dos sistemas viventes. 19 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único ÉTICA que significa e representa o conhecimento dos sistemas dos valores humanos, ou seja, a mesma coisa que você estudou na unidade passada. Agora que você já entendeu o que significa a palavra Bioética, agora é preciso entender um pouco mais sobre o conceito e para que ela serve: Segundo o Professor Paulo A. C. Fortes (1994), Bioética pode ser compreendida como "o estudo sistemático de caráter multidisciplinar, da conduta humana na área das ciências da vida e da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais" Mas ai você me pergunta: Edu, o que significa multidisciplinar? Você sabe o significado? Não? Vamos a ele? Fique por dentro. A multidisciplinaridade é um conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente, sem fazer aparecer as relações que possam existir entre elas, destinando-se a um sistema de um só nível e de objetivos únicos, sem nenhuma cooperação. A multidisciplinaridade corresponde à estrutura tradicional de currículo nas escolas, o qual encontra-se fragmentado em várias disciplinas (MENEZES, 2002). F 7 20 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Voltando ao assunto... O surgimento da bioética como disciplina acontece como um retorno do interesse da parte da ética filosófica pela ética prática. À ela atribui-se a função fascinante de dar plenitude de sentido aos conhecimentos no campo das ciências da vida e da saúde e orientar a expansão dos conhecimentos técnicos e científicos para o bem autentico e integral da pessoa humana. E com isso podemos subdividir a Bioética em 3 tipos (BOFF, 2003, p. 69): Bioética Humana: bioética medica ou ética biomédica; Bioética Animal: que se ocupa com direitos dos animais, problemas éticos relacionados com a experimentação biomédica, ética das intervenções sobre o patrimônio genético das espécies, etc; Bioética Ambiental: que se interessa com as questões de valor relacionados com o impacto do homem sobre o ambiente natural (ecologia e justiça, desenvolvimento sustentável, biodiversidade, alimentação transgênica, etc.). 21 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Olha que engraçado essa ai!!! Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://brasil.indymedia.org/images/2003/02/248199.gif& imgrefurl=http://pjedmundoqueiroz.blogspot.com/2009/09/geografia-pesquisa-sobre- produtos.html&usg=__wZ1EbMQinayqNlWatq83v-W2Fpo=&h=316&w=392&sz=59&hl=pt- br&start=0&sig2=hUUSt97- JRXveo4pHhxg1A&zoom=1&tbnid=SeSOkqXwhmzl6M:&tbnh=144&tbnw=179&ei=kRuWTZr2O- if0AGWlIXyCw&prev=/images%3Fq%3Dtransg%25C3%25AAnico%26um%3D1%26hl%3Dpt- br%26sa%3DX%26biw%3D1259%26bih%3D624%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=187&oei=kRu WTZr2O-if0AGWlIXyCw&page=1&ndsp=18&ved=1t:429,r:4,s:0&tx=53&ty=90 22 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Com todas estas preocupações acerca de uma ética voltada para os cuidados de todos, precisamos falar sobre as responsabilidades da bioética. E é o que vamos ver nesse próximo capítulo. O conceito de Saúde Você já notou que algumas coisas mudam de conceito, significado ao longo do tempo? Sabia que isto é fruto das mudanças culturais e sociais? Deixa-me te dá um exemplo simples: a palavra filé. Antes a palvra filé era usado para designar um tipo de corte da carne ou até a qualidade da carne, exemplo: - Eu comprei um filé mignon para o almoço. E hoje esta mesma palavra pode ser usada como sinônimo de pessoa bonita, interessante. Exemplo: - Nossa João, mas aquela tua colega de sala é um filé. É linda! ou - Maria, como vai o filé do Paulo, seu irmão? Engraçado, não é? Assim também acontece com outras palavras e coisas. Saúde também é uma palavra que já teve vários sentidos, e que conforme o tempo, as culturas, as sociedades, o seu entendimento vai mudando. O significado da palavra saúde não é mais o mesmo de 100 anos atrás e, provavelmente, não será daqui a mais 100 anos. Outra coisa interessante sobre o conceito de saúde é a relação que esta palavra tem com a doença. Algumas vezes saúde e doença andam bem juntinhas e outras bem distantes. Doença já foi dita um castigo ou maldição, um sinal de desobediência e a cura ou a saúde, o merecimento daquele que era fiel. Em outro momento os 23 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único conceitos voltaram-se para o corpo humano, onde a culta pelas doenças ou adoecimento era dos fluidos corporais, principalmente os da bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Depois vieram as idéias dos Miasmas ou “maus ares” que era o significado deste nome em latim. Aqui a doença e a saúde estavam relacionados com os surgimentos no ar de agentes transmissores de patologias. E assim os conceitos foram mudando até que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o que para esta instituição é o conceito de saúde e, consequentemente, o que é estar doente. Vejamos este conceito (SEGRE, 1997, p. 539): “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. Você sabia que... Este conceito existe desde 7 de abril de 1948 e já foi acrescentado por muitos estudiosos.Um destes foi o Marc Lalonde, que em 1974 criou uma idéia mais ampla, que diz que saúde depende de quatro fatores (SCLIAR, 2007): a biologia humana, que compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento; o meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, a moradia, o local de trabalho; 24 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único o estilo de vida, do qual resultam decisões que afetam a saúde: fumar ou deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios; a organização da assistência à saúde. A assistência médica, os serviços ambulatoriais e hospitalares e os medicamentos são as primeiras coisas em que muitas pessoas pensam quando se fala em saúde. No entanto, esse é apenas um componente do campo da saúde, e não necessariamente o mais importante; às vezes, é mais benéfico para a saúde ter água potável e alimentos saudáveis do que dispor de medicamentos. É melhor evitar o fumo do que submeter-se a radiografias de pulmão todos os anos. É claro que essas coisas não são excludentes, mas a escassez de recursos na área da saúde obriga, muitas vezes, a selecionar prioridades. E assim, discutir saúde, até hoje, é complexo, amplo e interessante. Envolvem saberes multidisciplinares, acrescimentos e exclusão de sentidos, nomes, idéias. Concorda? Saúde é mesmo um tema difícil de limitar. Se a gente for perguntar a cada um de nossos amigos e colegas, por exemplo, o que estar saudável, vamos receber tantas respostas que ao final não sabemos bem se estamos saldáveis ou não (brincadeirinha). 25 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Agora vamos entrar em um assunto bastante interessante e que tudo tem haver com os nossos debates sobre Ética. Vejamos qual é... 3. RESPONSABILIDADE BIOÉTICA Mas antes de entramos neste novo tópico, gostaria que você refletisse sobre essa palavra tão importante: Responsabilidade. Segundo o dicionário Houaiss, ela pode ser entendida assim: s.f. dever ou capacidade de responder pelos atos (próprios ou de alguém). Pare e reflita... Tire um minutinho para pensar sobre este significado e suas utilizações no nosso dia-a-dia. Pois bem! Agora que você refletiu, vamos entender melhor. O senso de responsabilidade é uma das primeiras coisas que devemos destacar neste novo tópico. Principalmente ao se tratar de um senso de responsabilidade ético/moral, sobre tudo naquilo que está e estará regendo (como uma maestro rege sua orquestra) toda nossa atuação profissional. Isso porque, caro cursista a responsabilidade bioética está justamente ancorada com os princípios profissionais de nossa profissão. Elas são as responsabilidades dos profissionais que atuam na profissão, embasados, justamente, nos códigos morais que ele construiu e constrói na sua prática. 26 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Uma vez chamado à responsabilidade (agora vocês devem reler o que o dicionário fala sobre esta palavra) o profissional de análises clínicas, não mais poderá se eximir das atribuições morais a ele dirigidas. Este profissional deverá responder sempre pelos atos cometidos, sejam os certos atos como os incorretos, onde este último lhe acarretará danos e punições cabíveis. Segundo José N. Heck (2005, p. 132) “Responsabilizar-se por algo significa, originariamente, responder em juízo por seus atos, defendendo e/ou justificando comportamentos oficialmente questionados”. E é por causa de seu caráter responsável que a bioética tem uma tríplice função (SCHRAMM, 2002): Descritiva: que consistente em descrever e analisar os conflitos em pauta; Normativa: com relação a tais conflitos, no duplo sentido de proscrever os comportamentos que podem ser considerados reprováveis e de prescrever aqueles considerados corretos; e Protetora: no sentido, bastante intuitivo, de amparar, na medida do possível, todos os envolvidos em alguma disputa de interesses e valores, priorizando, quando isso for necessário, os mais “fracos”. 27 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Ai você me pergunta: Mas Edu, quais não as responsabilidades de um Técnico de Análises Clínicas? Como saber se estou agindo certo ou errado? Há algum lugar ou alguma coisa que me faça esta regência? Se sim, o que é? Pois bem querido cursista, é o que vamos ver nesta nova Unidade. 28 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único UNIDADE 2 Aqui você vai acrescentar aos seus conhecimentos mais alguns conceitos. Mas agora será bem diferente, pois nos utilizaremos os conceitos aprendidos na Unidade passada. Vou mostrar um pouco do que vamos estudar agora: Os conceitos e Princípios da Ética Profissional. Qual o perfil profissional do Técnico de Análises Clínicas. O que é e significa o Sigilo Profissional. Quais os direitos e deveres profissionais que nos compete e onde encontramos as diretrizes que precisamos Vamos lá? Até mesmo porque um pouco mais de conhecimento não nos fará mal... 29 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 4. A ÉTICA PROFISSIONAL, CONCEITOS E PRINCÍPIOS Uma das melhores definições para a ética profissional é: conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce (). Você notou que esta definição já foi trabalhada no tópico anterior? Pois bem, é isso mesmo! A ética profissional é a prática concreta das responsabilidades das atuações nas profissões. E o que embasa a ética profissional são as normas estabelecidas pelo Código de Ética Profissional. Uma curiosidade interessante: Você sabia que todo Código de Ética Profissional na verdade é um código moral? Lembra que já falamos sobre isso? Ética é universal, e Moral é específico, ou seja, se o Código de Ética Profissional é justamente restrita a uma profissão, ele não é universal a todas as profissões, e sim, apenas aquela que ele rege, portanto, é específico ao grupo de profissionais daquela atuação, porém, chama-se de Código de Ética porque nele estão contidos preceitos que orientam todos os Códigos, por exemplo, a preservação da própria saúde. 30 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único A maioria das profissões tem seu Código de Ética Profissional. Este Código contem um conjunto de costumes que prevalecem na sociedade e que devem ser aplicadas profissionalmente. Eles oferecem orientações, estabelecem regras, diretrizes, normas, para um nível digno e satisfatório da conduta profissional. No Código de Ética Profissional, as pessoas encontram respostas, soluções e aprendem sobre como devem se comportar adequadamente frente há vários aspectos específicos de sua atuação profissional. A maioria dos Códigos de Ética Profissional trazem alguns princípios básicos, tais como: - honestidade no trabalho; - lealdade para com a empresa; - execução do trabalho no mais alto nível de rendimento; - respeito à dignidade da pessoa humana; - segredo profissional; - discrição no exercício da profissão;- hierarquização; - observações das normas administrativas da empresa; - apoio a esforços para aperfeiçoamento da profissão; Assim como, trazem considerações sobre faltas contra a dignidade do trabalho e/ou profissão exercida, tais como: 31 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único - utilizar informações e influências obtidas para conseguir vantagens pessoais; - fazer declarações que constitua perigo de divulgação; - oferecer serviços ou prestá-los sem qualificação adequada; - negar-se a prestar colaboração nas distintas dependências da entidade para quem trabalhe; - prestar serviço de forma deficiente ou abandonar o trabalho sem motivo algum; - delegar a outras pessoas a execução de trabalhos que em forma estritamente confidencial lhe tenha sido solicitado; - fomentar a discórdia; - não prestar ajuda aos companheiros; - ter conduta egoísta na transmissão de experiências e conhecimentos; - fazer publicações indecorosas e inexatas; Estes princípios devem contribuir para entendimento das obrigações estabelecidas por cada profissão. Toda formação profissional, abrangendo o aprendizado das competências e habilidades que se referem à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, ou seja, fazer a coisa certa (JORGE, 2008). 32 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 5. O PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS Quando escutamos dizer que o Técnico em Análises Clínicas executa análises em produtos biológicos, depois de ter recebido ou feito colheitas de amostras, parece que esta profissão resume-se apenas a estas tarefas. Essa afirmação não está incorreta, mas aparentemente nos remete apenas a profissionais isolados, que trabalha atrás de um microscópio, coletando, recolhendo e analisando materiais diversos. Algo aparentemente frio. Concorda? Mas o que vamos ver exatamente agora são as qualidades existentes no perfil do Técnico de Análises Clínicas e que estas incluem uma até uma participação social efetiva, voltando seu trabalho para o bem, também, coletivo. Vejamos agora quais são as características esperadas para o nosso perfil: -bom relacionamento interpessoal; -senso crítico e autocrítico; -iniciativa; -flexibilidade; -senso de observação; -capacidade de abstração e de raciocínio lógico; -resolução de problemas; 33 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único -enfrentamento de desafios; -comunicação de idéias; -tomada de decisões; -trabalho em equipe. Você notou o quanto o perfil ampliou-se? Isso é muito interessante, não é? Você notou, também, o quanto é importante para nós o fato de nos relacionarmos bem com os demais colegas de profissão? E você sabia que em nosso trabalho não apenas vamos nos relacionar com os profissionais de nossa área? Não? Você não notou isso? Pois bem, deixa-me explicar melhor: Quando eu falo, por exemplo, em relacionamento interpessoa, estou falando na capacidade de nos relacionarmos com os outros que nos cercam. Estes outros podem ser desde a atendente/recepcionista de onde trabalhamos, até os colegas que estão exercendo as suas funções, ali, no balcão ao nosso lado, assim como, os médicos, enfermeiros e, até mesmo, os pacientes/clientes que vamos manter contato 34 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único em algum momento (tanto na coleta quando na entrega de resultados etc.). O bom profissional precisa ampliar seus conceitos e não se restringir apenas as suas funções técnicas. E além de tudo isso, não podemos esquecer da ética, onde devemos coloca-la em primeiro lugar, pois, algum exame feito de modo errado, pode resultar em prejuízos a saúde dos seus cliente/pacientes. Nós devemos sempre nos manter atualizados profissionalmente, informando-se sobre novas técnicas, procedimentos para diagnósticos de doenças e acompanhar as pesquisas sobre as curas das doenças. Onde: “O técnico de análises clínicas é um profissional que tem uma responsabilidade imensa: baseado nos dados fornecidos por ele, o médico confirma suas dúvidas, diagnósticos ou exclui suspeitas de determinadas doenças”, diz o Professor Joaquim Venâncio que trabalha na Fiocruz (LEAL, 2010, p. 22). Preste atenção nestas características interessantes que compõe ainda mais o nosso perfil: Compreender e valorizar os métodos de investigação científica e de sua função na produção do conhecimento. Conhecer a relação entre estrutura e funcionamento do organismo humano, agentes patológicos e princípios básicos dos tratamentos curativos e ações preventivas. 35 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Desenvolver o senso crítico e atuar de forma ética, comprometendo- se com a organização democrática da vida em sociedade. Desenvolver a capacidade de auto-gestão. Formar um raciocínio dinâmico na solução de problemas na sua área de atuação. Assimilar as constantes mudanças conceituais e a evolução tecnológica, apresentadas no contexto mundial. Desenvolver um comportamento ético dentro do laboratório. Aplicar o senso de observação, a comunicação de idéias e o trabalho em equipe. Preocupar-se com a biossegurança dentro das áreas físicas onde desenvolve atividades de acondicionamento de reagentes químicos e amostras biológicas. Obedecer às regras de biossegurança para o transporte de substâncias infecto-contagiosas e substâncias químicas, bem como a manutenção de qualidade e validade desses produtos. Desenvolver com precisão ás técnicas laboratoriais tais como: coloração, espectrofotometria, colorimetria enzimáticas, fotometria de absorção atômica, fotometria de chamas e outras. Nossa... viu quantos conhecimentos você tem agora? Claro, eu sei que muita destas características você já tem e que algumas outras só o curso e as experiências poderão lhe propiciar. Ok? 36 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Vamos rir um pouco? Sobre o perfil de um profissional Fonte Fontehttpwww.google.com.brimgreshttpcafebossanova.files.wordpress.com200802trabalho-x- produtividade-rafael-senra.png 5.1 Sigilo Profissional A exigência do sigilo profissional é encontrada em vários Códigos de Ética e Deontológicos de várias profissões, mas especificamente, nas profissões da área de saúde, e não seria diferente para o Analista Clínico. 37 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único A este profissional é obrigatório guardar segredo profissional no que diz respeito a todos os fatos existentes desde o momento da colega até a entrega do resultado de exames. O sigilo perpassa todas as áreas do conhecimento e atuação dos Analistas. Vamos a um exemplo? Você está coletando sangue de um paciente, e em certo momento da coleta ele diz que está com medo do resultado, pois ele estáfazendo exames para sorologia de sífilis, o VDRL, e lhe confessa que pediu ao médico o exame por suspeitar que a última pessoa com que ele fez sexo (sem preservativo) está com a doença. O que você faria ao saber desta informação? Você saberia assinalar corretamente a seguinte questão sabendo que apenas uma está correta? a) Você correria para a recepcionista para comentar? b) Você comentaria com os outros colegas enquanto esta analisando a amostra? c) Você ficaria na sua e não comentaria com ninguém, pois isso não diz respeito a você e aos seus colegas? d) Nenhuma das alternativas? Se você assinalou a letra “c” você está completamente correto. Pois a confissão ou desabafo do paciente não deve ser levado em consideração, a não ser no que você como profissional da área de saúde poderia orientá-lo ao uso do preservativo e pronto. Pois é isso, o sigilo profissional ele é uma exigência profissional, além de ser uma questão de ética pessoal do profissional. Você verá no próximo 38 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único capítulo que há um órgão e um Código de Ética que deixa bem claro esse dever. Vamos conhecer melhor? Para rir: Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_QEoJtbXOWg8/TIjxCQQR6ZI/AAAAA AAACGs/wKRjmlFzaBY/s400/sigilo.jpg&imgrefurl=http://jasielbotelho.blogspot.com/2010/09/sigilo- fiscal.html&usg=__tIEVvwo74d7SN04yZWLkQ7jXbVs=&h=386&w=288&sz=28&hl=pt- br&start=74&sig2=YK9cPCWRYtNPOWgQvBM- SA&zoom=1&tbnid=x9Y4OW__WHDJYM:&tbnh=149&tbnw=111&ei=_huWTeXcOsnEgQeRxKGuCA&prev=/im ages%3Fq%3Dsigilo%26um%3D1%26hl%3Dpt- br%26biw%3D1259%26bih%3D624%26tbs%3Disch:10%2C1872&um=1&itbs=1&biw=1259&bih=624&iact=rc& dur=1938&oei=7RuWTa2ZLMe-0QGI2OWADA&page=5&ndsp=19&ved=1t:429,r:3,s:74&tx=70&ty=58 Você achou interessante estas características? Sim? Que bom! Mas você vai se surpreender ainda mais com que vamos debater agora. Presta só atenção a esse novo tópico! 39 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 6. OS DIREITOS E DEVERES DA PROFISSÃO Cada profissão tem suas regras, isso você já viu. Mas agora eu vou apresentar um debate muito, mas muito interessante sobre a regulamentação de suas atribuições. E este debate vai ajuda-lo a entender como anda as discussões sobre sua profissão no âmbito nacional. A partir de agora você verá que seus direitos e deveres estão descritos em várias resoluções, leis, Códigos e Éticas. E que ao final você precisará saber direitinho onde procurar e reivindicar a qualidade de sua profissão. Todas as vezes que terminamos um curso e nos formamos, devemos procurar um órgão regulamentador para nos inscrevermos, fazermos um cadastro ou até mesmo uma carteirinha de profissional pertencente a “tal” profissão que nos formamos. A esse órgão regulamentador chamamos de Conselho. Os Conselhos podem ser Federais e Regionais, onde o primeiro (Conselho Federal) é um órgão maior, que organiza e regula os Conselhos menores (Conselhos Regionais), e estes últimos chamam-se assim porque em sua maioria, se localizam e são divididos por regiões. Deixa-me dar um exemplo: A pessoa que se forma no Curso de Farmácia, ele deve procurar o Conselho Regional de Farmácia (CRF). Se ele se formou aqui em Pernambuco, especificamente em Recife, ele deve procurar o CRF-PE. Daí ao se inscrever nesse conselho, que é regulado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), ele a partir deste momento tem o dever e a obrigação de seguir todas as normas estabelecidas por esse Conselho. Não é interessante? 40 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Ai eu pergunto a você? Quanto você terminar o seu curso para que conselho você deve ir? É respondendo esta pergunta que eu vou te dizer como anda a regulamentação de sua profissão. Você sabia, por exemplo, que o Conselho Federal de Farmácia, Biologia, Química e Biomedicina publicam resoluções regulamentando a profissão de Técnico de Análises Clínicas? Pois é. Mas deixa-me explicar melhor. É que os Conselhos Federais e Regionais acima citados publicam portarias dizendo que os profissionais formados devem ser orientados por estes órgãos. Veja agora o que falam os representantes de algumas destes conselhos retirados da edição 9 da Revista Poli: Jesus Adad, presidente do Conselho Federal de Química, explica que a instituição condiciona o registro dos técnicos em análises clínicas a uma avaliação do currículo dos profissionais: “As análises clínicas são análises químicas também. Avaliamos a formação: pedimos o programa das disciplinas, avaliamos o currículo. Se o saldo geral indicar para a química, fazemos o registro”. Ele defende que tanto o Conselho de Farmácia como o de Química podem registrar os profissionais: “O decreto 20.377, de 1931, define as atribuições dos farmacêuticos e inclui as análises clínicas. A 41 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943, diz que são também atividades do químico as análises reclamadas pela clínica médica. E o Decreto 85.877, de 1981, que estabelece normas para o exercício da profissão de químico, também permite a atividade”, diz. No entanto, a avaliação não é consensual entre os químicos. O setor de fiscalização do Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro e Espírito Santo e a área técnica do Conselho Regional de Química do Estado do Rio Grande do Sul informam que não fazem registro do profissional técnico em análises clínicas (LEAL, 2010, p. 23). Agora veja o que fala o Presidente do Conselho Federal de Farmácia: Paulo Oracy, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, questiona: “Defendemos o registro apenas junto ao Conselho de Farmácia, para preservar a qualidade do trabalho executado pelo técnico: ele deve ser supervisionado por um profissional habilitado, e não por um profissional como o químico, que não pode ser responsável técnico por laboratórios de análises clínicas”, diz (LEAL, 2010, p. 23). Agora você me pergunta: Mas Edu, para onde devo me dirigir após me formar? Conselho Regional de Farmácia ou de Química? Eu lhe respondo: 42 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único A maior parte dos cursos orienta os técnicos em análises clínicas a se registrarem no Conselho de Farmácia. Em agosto de 2008, depois da instituição do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, o Conselho Federal de Farmácia publicou a Resolução n° 485, que define as atividades permitidas e vedadas aos Técnicos em Análises Clínicas. Ou seja, quem, hoje, de fato tem uma resolução regulamentando os Analistas Clínicos é este Conselho. E é o Código de Ética e Deontológico desta profissão que os Técnicos de Análises Clínicas seguem. 43 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 6.1 Resolução nº 485 de 21 de agosto de 2008 E para um melhor entendimento, vamos explorar esta Resolução. Mas antes... Esta Resolução dispõe sobre o âmbito profissional de Técnico de Laboratório de Nível Médio em Análises Clínicas, isso quer dizer que ela vai dizer quem pode ou não se afirmar como profissional desta profissão; quais as atividades você poderá exercer ao se formar, assim como, o que você não poderá fazer.Vamos há alguns destaques. Preste atenção nas minhas dúvidas que também podem ser as suas. Ok? E preste bem atenção para o que vou destacar com um grifo, pois são coisas bem importantes. Para ler: segue no anexo deste volume, lá no final, esta resolução na integra, para que você possa ler e entender melhor. Vá lá, faça uma leitura gostosa e volte para este capítulo. Não se preocupe, a Resolução é pequena e bem interessante de ler. Além disto, estou deixando o link para você acessar na internet. Boa leitura. http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/res485_2008.pdf 44 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Quem pode ser considerado como Técnico de Análises Clínicas? Artigo 1º. Considera-se Técnico de Laboratório em Análises Clínicas, o Auxiliar Técnico em Laboratório de Análises Clínicas a que se refere à alínea “a” do artigo 14 da Lei nº 3.820 de 11 de novembro de 1960, tendo em vista as modificações ocorridas na legislação educacional do País no que diz respeito as terminologias dadas ao técnico de nível médio. Parágrafo único. Para efeito desta Resolução, são considerados também como Técnico de Laboratório em Análises Clínicas, os portadores de certificado de Técnico em Patologia Clínica e Técnico em Biodiagnóstico, considerando as características similares de formação profissional de nível médio. Mas espera... antes de continuar falando da Resolução nº 485, deixa eu explicar o que diz esta a alínea “a” da Lei n° 3.820 (BRASIL, 1960)? Art. 14 - Em cada Conselho Regional serão inscritos os profissionais de Farmácia que tenham exercício em seus territórios e que constituirão o seu quadro de farmacêuticos. 45 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Parágrafo Único. Serão inscritos, em quadros distintos, podendo representar- se nas discussões, em assuntos concernentes às suas próprias categorias: a) os profissionais que, embora não farmacêuticos, exerçam sua atividade (quando a lei o autorize) como responsáveis ou auxiliares técnicos de laboratórios industriais farmacêuticos, laboratórios de análises clínicas e laboratórios de controle e pesquisas relativas a alimentos, drogas, tóxicos e medicamentos; Voltando para a Resolução... Quais as atividades que um Técnico de Análises Clínicas PODE REALIZAR? Artigo 2º. Os Técnicos de Laboratório de Análises Clínicas sob a direção técnica e a supervisão do Farmacêutico que atua na área das Análises Clínicas deverão realizar as seguintes atividades: a) Coletar o material biológico empregando técnicas e instrumentações adequadas para testes e exames de Laboratório de Análises Clínicas; b) Atender e cadastrar pacientes; c) Proceder ao registro, identificação, separação, distribuição, acondicionamento, conservação, transporte e descarte de amostra ou de material biológico; d) Preparar as amostras do material biológico para a realização dos exames; 46 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único e) Auxiliar no preparo de soluções e reagentes; f) Executar tarefas técnicas para garantir a integridade física, química e biológica do material biológico coletado; g) Proceder a higienização, limpeza, lavagem, desinfecção, secagem e esterilização de instrumental, vidraria, bancada e superfícies; h) Auxiliar na manutenção preventiva e corretiva dos instrumentos e equipamentos do Laboratório de Análises Clínicas; i) Organizar arquivos e registrar as cópias dos resultados, preparando os dados para fins estatísticos; j) Organizar o estoque e proceder ao levantamento de material de consumo para os diversos setores, revisando a provisão e a requisição necessária; k) Seguir os procedimentos técnicos de boas práticas e as normas de segurança biológica, química e física, de qualidade, ocupacional e ambiental; l) Guardar sigilo e confidencialidade de dados e informações conhecidas em decorrência do trabalho. E o que o Técnico de Análises Clínicas NÃO PODE FAZER? Artigo 3º. É vedada ao Técnico de Laboratório de Análises Clínicas a execução de exames e assinatura de laudos laboratoriais, bem como, assumir a responsabilidade técnica por Laboratório de Análises Clínicas e postos de coleta, pelos seus departamentos especializados, inclusive nas unidades que integram o serviço público civil e militar da administração direta 47 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios e demais entidades paraestatais. Viu como há bastante coisa a ser feita após sua formação? Viu quantas responsabilidades? E que você não está só, que tem vários documentos que vão te ajudar na hora de alguma dúvida? Pois é! Esta Resolução, por exemplo, deve estar com você para onde você for trabalhar. Para acessar: Neste capítulo estudamos tantas coisas interessantes, não foi? Quem é o profissional Técnico de Análises Clínicas; seus direitos, deveres. Mas há muito que se conhecer, ainda. Tantas coisas novas e interessantes. Debateremos no próximo capítulo quais são as principais normas e instituições que regem a profissão de Analista Clínico. Vamos aos novos conhecimentos... Prezado cursista e futuro Técnico de Análises Clínicas, você deve deixar este site que vou colocar aqui em baixo entre os seus favoritos. É o site da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. www.sbac.org.br Nele você encontra muitas informações referentes às legislações, notícias, cursos, etc. Acesse agora e fique informado! 48 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único UNIDADE 3 Prezado cursista, como já dito antes, agora teremos alguns tópicos bem interessantes! Você vai gostar bastante dos conteúdos desta Unidade. Sabia? Pois é! Vou até antecipar um pouco o que você verá adiante: Noções e Legislação Profissional, assim como, Sanitária e Trabalhista; As legislações dos Coselho Federal de Farmácia, da ABNT e Sanitárias; O que diz o Código de Defesa do Consumidor e conhecer e a relação deste Código com o profissional de Análises Clínicas. Vamos nessa. Estou com vocês... 49 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 7. NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL, SANITÁRIA E TRABALHISTA Você lembra do que estudamos na Unidade 1? Que as lei regem desde os relacionamentos, segurança, direitos, deveres do empregado. Neste capítulo específico iremos estudar as leis profissionais, que devem ser divulgadas para orientação de todos, tanto de empregados, quanto empregadores e, também, consumidores. No caso dos Técnicos de Análises Clínicas, as legislações trabalhistas estão contidas nas observações feitas pelo Conselho Federal de Farmácia, pelas Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sobre as funções exercidas em laboratórios, Legislações Sanitárias e Trabalhistas. Agora vou destacar algumas legislações importantes: 7.1 Legislações do Conselho Federal de Farmácia Este Conselho, que é o maior dentro desta categorial profissional, é a instituição que determina, cria e disponibiliza as legislaturas, ou seja, as leis das profissões de farmacêutico e técnico de análises clínicas, lembra? De temposem tempos, quando necessário, este Conselho vai apontando, como nos destaques abaixo, orientações para os profissionais. Estas orientações devem ser seguidas por todos que exercem as profissões e o não cumprimento destas, podem acarretar em multas, suspensão temporária do exercício da profissão, até, a perda do direito de exercer a profissão. Vejamos agora algumas legislações deste Conselho: 50 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Lei nº 3.820 de 11 de novembro de 1960. DOU de 21/11/1960 - que cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras Providências (BRASIL, 1960). Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973 - que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Resolução nº 276 de 30 de outubro de 1995 - que dispõe sobre a inscrição, o registro e a averbação no Conselho Regional de Farmácia, e dá outras providências. Resolução nº 485 de 21 de agosto de 2008 - que dispõe sobre o Âmbito Profissional de Técnico de Laboratório de Nível Médio em Análises Clínicas. Legislações e Normas Técnicas da ABNT Você sabia que no Brasil existe uma instituição que organiza uma bagunça enorme? Pois é, e não estou falando do Congresso Nacional, não! Estou falando da ABNT. Você conhece? Não? Mas vai conhecer agora! Vamos a ela? Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. 51 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Está vendo? Agora que você conhece a ABNT, vamos ver como é que tudo funciona. É tudo simples assim. Vamos a um exemplo? A ABNT em certo dia viu que os laboratórios estão desorganizados, sem nenhuma estrutura que assegurasse a saúde de quem trabalha neles, assim como, não dava garantia de qualidade aos trabalhos exercidos nele. Vendo esta um certa bagunça, vendo que não havia em nenhum papel, site, lugar algum normas que organizasse, mandasse, falasse como tudo poderia ser feito e garantindo que todos os laboratórios trabalhassem iguais, ela lançou algumas Normas Técnicas ou NBR (Normas Brasileiras) dando uma organizada em tudo. Vejamos agora alguns exemplos: NORMAS DESENVOLVIDAS PELO CB-36: Para gerenciar melhor esse conjunto de ações foi criado, em 18 de setembro de 1998, o ABNT/CB- 36 Comitê Brasileiro de Análises Clínicas e Diagnóstico in vitro, representante oficial e exclusivo da ISO no Brasil, incluindo o ISO/TC 212. Segundo o ex- presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e ex- superintendente do ABNT/CB-36, Dr. Humberto Marques Tibúrcio, a certificação é o único caminho para o aprimoramento contínuo da qualidade dos laboratórios clínicos e dos fabricantes de produtos para o diagnóstico in vitro. Essa conquista permite a comunidade o acesso a serviços mais eficientes e precisos. NBR 14711:2001 : DIAGNÓSTICO IN VITRO – RECOMENDAÇÕES E CRITÉRIOS PARA AQUISIÇÃO, RECEPÇÃO, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS. 52 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único NBR 14785:2001: LABORATÓRIO CLÍNICO – REQUISITOS DE SEGURANÇA. NBR 14864:2002: DIAGNÓSTICO IN VITRO – PROCEDIMENTOS PARA VALIDAÇÃO DE REAGENTES OU SISTEMAS DE DIAGNÓSTICO. NBR 14866:2002: LABORATÓRIO CLÍNICO – MEDIÇÃO DE QUANTIDADES EM AMOSTRA DE ORIGEM BIOLÓGICA – RASTREABILIDADE METROLÓGICA DE VALORES PARA CONCENTRAÇÃO CATALÍTICA DE ENZIMAS REFERIDA A CALIBRADORES E MATERIAIS DE CONTROLE. NBR 15051:2004: LABORATÓRIO CLÍNICO – GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS. NBR 15268:2005: LABORATÓRIO CLÍNICO – REQUISITOS E RECOMENDAÇÕES PARA EXAME DE URINA NBR 15340:2006: LABORATÓRIO CLÍNICO – EXAMES PARASITOLÓGICOS DE FEZES NORMAS DESENVOLVIDAS PELO CSM-20: Em reunião realizada em março de 1999, em Montevideo-Uruguai, a Associação Mercosul de Normalização – AMN, deferiu a solicitação que lhe foi encaminhada pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para a criação e implantação do Comitê Setorial Mercosul – CSM, abrangendo os setores do laboratório clínico e da indústria de produtos para o diagnóstico clínico. AMN ISO/TS 22367:2009: LABORATÓRIO CLÍNICO – REDUÇÃO DO ERRO ATRAVÉS DA GESTÃO DE RISCOS E MELHORIA CONTINUA (ISO/TS 22367:2008, IDT) 53 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único NBR NM 289:2004: LABORATÓRIO CLÍNICO – PROCEDIMENTO PARA A COLORAÇÃO PELO MÉTODO DE GRAM-HÜCKERNBR NBR NM 296:2005: ANÁLISES CLÍNICAS – MÉTODOS PARA A VERIFICAÇÃO DA CALIBRAÇÃO DOS FOTÔMETROS E ESPECTROFOTÔMETROS NBR NM 305:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – TERMINOLOGIA (Segunda Edição) NBR NM 306:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE EM ENSAIOS QUANTITATIVOS NBR NM 307:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – RECOMENDAÇÕES PARA JULGAMENTO DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS DO CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE E DA AVALIAÇÃO EXTERNA DA QUALIDADE NBR NM 308:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – EQUIPAMENTOS PARA USO NO LABORATÓRIO – CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE FORNECEDORES NBR NM 309:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – REATIVOS PARA USO NO DIAGNÓSTICO "IN VITRO" – CONSERVAÇÃO DA CADEIA DO FRIO – ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO NBR NM 310:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – REQUISITOS DE ELABORAÇÃO DOS LAUDOS DE EXAMES NBR NM 311-1:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – PRÉ- ANALÍTICO – PARTE 1: FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO 54 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único NBR NM 311-2:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – PRÉ- ANALÍTICO – PARTE 2: PREPARAÇÃO DO PACIENTE NBR NM 318:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – INFORMAÇÃO PROPORCIONADA PELO FABRICANTE COM OS REATIVOS DE DIAGNÓSTICO IN VITRO PARA USO PROFISSIONAL NBR NM 319:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – INFORMAÇÃO PROPORCIONADA PELO FABRICANTE COM OS REATIVOS DE DIAGNÓSTICO IN VITRO PARA USO PROFISSIONAL NBR NM ISO 15189:2008: LABORATÓRIO CLÍNICO – REQUISITOS ESPECIAIS DE QUALIDADE E COMPETÊNCIA NBR NM 320-1:2008: LABORATÓRIO CLÍNICO – PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO EXTERNA DA QUALIDADE – PARTE 1: GUIA PARA O PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO AMN ISO/TS 22367:2009: ABORATÓRIO CLÍNICO – REDUÇÃO DO ERRO ATRAVÉS DA GESTÃO DE RISCOS E MELHORIA CONTINUA (ISO/TS 22367:2008, IDT) NBR NM 296:2005: ANÁLISES CLÍNICAS – MÉTODOS PARA A VERIFICAÇÃO DA CALIBRAÇÃO DOS FOTÔMETROS E ESPECTROFOTÔMETROS NBR NM 305:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – TERMINOLOGIA (Segunda Edição) NBR NM 306:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE EM ENSAIOS QUANTITATIVOS NBR NM 307:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – RECOMENDAÇÕES PARA JULGAMENTO DOS RESULTADOS 55 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único QUANTITATIVOS DO CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE E DA AVALIAÇÃO EXTERNA DA QUALIDADE NBR NM 309:2006: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – REATIVOSPARA USO NO DIAGNÓSTICO "IN VITRO" – CONSERVAÇÃO DA CADEIA DO FRIO – ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO NBR NM 310:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – REQUISITOS DE ELABORAÇÃO DOS LAUDOS DE EXAMES NBR NM 311-1:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – PRÉ- ANALÍTICO – PARTE 1: FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO NBR NM 311-2:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – PRÉ- ANALÍTICO – PARTE 2: PREPARAÇÃO DO PACIENTE NBR NM 318:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – INFORMAÇÃO PROPORCIONADA PELO FABRICANTE COM OS REATIVOS DE DIAGNÓSTICO IN VITRO PARA USO PROFISSIONAL NBR NM 319:2007: LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – INFORMAÇÃO PROPORCIONADA PELO FABRICANTE COM OS REATIVOS DE DIAGNÓSTICO IN VITRO PARA USO PROFISSIONAL NBR NM ISO 15189:2008: LABORATÓRIO CLÍNICO – REQUISITOS ESPECIAIS DE QUALIDADE E COMPETÊNCIA NBR NM 320-1:2008: LABORATÓRIO CLÍNICO – PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO EXTERNA DA QUALIDADE – PARTE 1: GUIA PARA O PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO NBR NM 322:2008: LABORATÓRIO CLÍNICO - RECIPIENTES DE USO ÚNICO PARA COLETA DE SANGUE HUMANO 56 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Dentre as estas normas apontadas acima iremos estudas algumas delas no Volume 2 desta apostila. Aguardem... Normas Sanitárias Prezado cursistas, você deve ter muito ouvido falar em programas de TV, Rádio e Internet, o nome ANVISA. Mas talvez o que você não saiba é pra que ela existe e o que significa esta sigla. É isso mesmo, você pensava que ANVISA seria o nome de alguma instituição, não é? Mas ela significa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. E, só pra lembrar, sanitária não tem nada haver com vaso sanitário ou água sanitária, ok? Esta Agência existe para é promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Você sabe o que isso significa na realidade? Vou explicar... A ANVISA é mais um órgão governamental que regula (cria leis e normas) as atuações de profissionais e instituições em todo o Brasil, incluindo os laboratórios, e é por isso que estamos estudando ela agora. Vejamos agora uma das mais importantes Resoluções criadas por esta Agência: Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 57 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Esta resolução diz que para construção, reforma ou adaptação na estrutura física do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial, deve-se primeiro passar por aprovação da ANVISA. Das especificidades existentes, destacam-se: O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir alvará atualizado, expedido pelo órgão sanitário competente. O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir um profissional legalmente habilitado como responsável técnico. Todos os profissionais do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial devem ser vacinados em conformidade com legislação vigente. Para acessar: Você notou quantas coisas interessantes? Viu como as NBRs abrangem áreas enormes, organizando e legislando tudo com muito cuidado? Mas agora vamos falar de uma das organizações de leis mais importantes encontra-se em um Código de Defesa de extrema importância para todos os cidadãos. Este sim, aparece quase todos os dias em programas de TV, muito, mas muito mais que a ANVISA. Sabem de que Código estou falando? Do Código de Defesa do Consumidor. Ficou de boca aberta? Eu acho que sei o Aqui está o link desta resolução, para consulta e pesquisa: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf 58 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único por que você está de assim? Você deve está se perguntando o que o Curso Técnico de Análises Clínicas, a ética, as normas e leis tem haver com o Consumidor, ou melhor, com o Código de Defesa do Consumidor. Mas vamos lá. Vamos desvendar tantos mistérios... 59 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 8. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Vamos começar por partes. E vou começar destacando o que o dicionário Houaiss, traz sobre a palavra: consumidor: adj.s.m 1 (o) que consome 2 que(m) compra para usar. Agora você me pergunta: E o que isto tem haver com o Técnico de Análises Clínicas? Eu não vou vender nada, nem muito menos oferecer algo para ser consumido! Calma... vou explicar. Lembram na Unidade 2, no tópico 5, intitulado de: o perfil profissional do Técnico em Análises Clínicas? E que lá falamos sobre os pacientes/clientes com quem nos relacionamos tanto na coleta quanto na hora de apresentar resultados, etc. Pois bem... Ele volta neste capítulo como um Consumidor de um serviço, ou seja, aquele que solicita seus serviços profissionais e para quem você irá apresentar resultados. E o Código de Defesa do Consumidor é onde todos nós encontramos normas, como o próprio nome já diz, que defendem os consumidores. Este Código é fruto de uma Lei de 1990 que para melhor detalhes vamos estudar agora. 60 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Para Acessar: Um vídeo muito esclarecedor sobre o Código de Defesa do Consumidor: http://www.youtube.com/watch?v=z_0lysrWwYk 61 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 9. CÓDIGOS E LEIS DO CONSUMIDOR LEI 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Para um entendimento melhor, irei apresentar o Código e o que ele diz. Vamos a esta leitura, mas tem que ser com bastante atenção, pois essas informações tanto servem para sua profissão quanto para sua vida pessoal como consumidor. Vamos as disposições gerais... CAPÍTULO I - Disposições Gerais Art. 1° O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Você notou que no Art. 2° ele define consumidor e que esta definição tem tudo haver conosco que, prestamos serviços para alguém ou alguma instituição? E em que parte deste Código encontramos especificações em relação a nossa profissão? Você me pergunta... 62 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único É o que vamos ver agora neste novo capítulo. Sigam-me... O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIROD E O TÉCNICO DE ANÁLISES CLÍNICAS A relação entre o Código de Defesa do Consumidor e o profissional de Análises Clínicas está nas especificidades das seguintes normasencontradas nos capítulos dos códigos. Prestem bem atenção nas partes sublinhadas que eu fiz: CAPÍTULO II Da Política Nacional de Relações de Consumo ART. 4º – A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios. Vejamos outro capítulo... CAPÍTULO III Dos Direitos Básicos do Consumidor ART. 6º – São direitos básicos do consumidor: 63 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Notou quais as relações? Viu que, por exemplo, a análise de uma amostra de sangue é um serviço prestado? Que se um profissional cometer um erro no momento da coleta de sangue pode afetar a segurança do cliente? Que se o resultado de um exame for divulgado para outros que não o cliente solicitante isso também acarreta em insegurança para o cliente? Relembrou o quanto é importante o sigilo profissional? Que, também, um resultado de análise errado é um agravo que pode levar a processos? Pensem nisso... Para conhecer, acessar e pesquisar: Estes são sites muito importantes para sua futura profissão: Conselho Federal de Farmácia: http://www.cff.org.br/ ABNT: http://www.abnt.org.br/ ANVISA: http://www.anvisa.gov.br Código de Defesa do Consumidor: http://www.emdefesadoconsumidor.com.br/codigo/codigo-de- defesa-do-consumidor.pdf 64 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Prezado cursista, chegamos ao fim do nosso capítulo. Mas nossos conhecimentos não terminam aqui. Eles apenas estão começando. Viu como está gostoso estudar comigo? É que eu já fui um aluno, assim como você, e sei que estudar sozinho é muito ruim. Lembre-se, você nunca está só. Você tem a mim, aos livros e apostilas, aos seus colegas de curso lá no AVA, os tutores e professores que estão a sua disposição sempre. Sempre que precisar, vá até o AVA e acrescente algo interessante que você achou durante seus estudos. Participe dos Fóruns e atividades. Eles vão sempre acrescentar seus conhecimentos. Lembre-se, também, você é quem faz seus horários de estudos. Seja Ético com você mesmo. Respeite seus limites, tempo, organize seus horários de estudos. Você está no caminho certo, o caminho da educação, dos estudos. Você está a cada dia dando passos importantes para alcançar uma profissão. Parabéns!!! Abraços e até já já, Edu. 65 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Prezado Cursista, que coisa boa encontrar com você mais uma vez. Fico muito feliz! Juntos vamos caminhas mais uma vez neste entre muitos saberes, conceitos. Só que desta vez será diferente, sabe por quê? Ah...claro que você sabe. Não? Será diferente porque você já aprendeu muitas coisas e agora você não está mais leigo nos assuntos referentes a Ética, Saúde, Normas etc. Agora você está um degrau mais perto de um integro profissional Técnico de Análises Clínicas. Você deverá aplicar todos os conhecimentos adquiridos até agora neste novo capítulo, isso tudo com uma certeza ainda maior, sairás ainda mais instruído ao final deste fascículo, destas unidades e desta apostila. Preparado para mais essa jornada de intensos conhecimentos? Sim? Ótimo...vamos lá... 66 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único Ah, mas antes quero te relembrar aquelas dicas que você vai encontrar durante todo o fascículo: Dicas do Edu – quanto este símbolo aparecer você encontrará as melhores dicas para você aprender com descontração. Servirá como uma nova luz aos seus conhecimentos. Alertas do Edu – aqui você deverá reduzir a velocidade da leitura e dar uma ênfase maior ao que estiver sendo dito, ok? Gracinhas do Edu – divirta-se com charges, piadas e tudo que possa trazer uma leve descontração ao seu aprendizado. 67 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único UNIDADE 4 Para começar esse nosso momento de aprendizado, preciso fazer algumas perguntas para você, ok? Posso começar? Pare, pense e responda... Você tem quantos anos? Você acha que com a idade que você tem, em algum momento, já precisou de atendimento em algum hospital público ou, até mesmo, em um posto de saúde? Você se recorda de ter usado algum serviço público de saúde? Não? Você tem certeza que nunca usou nenhum serviço público? Ah... você tem plano de saúde! É isso, não é? Mas pare e pense... Você, mesmo com plano de saúde, não usa nada na saúde pública? Tudo que você usa em relação a sua saúde é privado, pelo plano? E se eu disser que você está enganado? Você não vai ficar chateado, não é? Por favor, ok? Deixa-me explicar... 68 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único A saúde pública em nosso país é organizada dentro de um Sistema. Este Sistema está em todos os lugares em que a nossa saúde precisa ser cuidada e preservada, repito, todos os lugares. Os cuidados estão desde o ar que a gente respira, a água que a gente bebe, a roupa que a gente usa, os hospitais, o posto de saúde, até no que deve ser feito depois que as pessoas morrem, em fim, em todos os lugares que você talvez nem tenha notado, mas que vai notar jajá... Daí eu posso afirmar algo: Você sempre está utilizando o Sistema Público de Saúde de nosso país, mesmo tendo plano de saúde! Vamos entender melhor! 69 Análises Clínicas | Ética e Legislação Profissional | Volume Único 10. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): HISTÓRIA, EVOLUÇÃO E CONCEITO Você vai andando distraído no meio da rua. Vai pensando na “morte da bezerra” (expressão que utilizamos quando vemos alguém distraída e pensativa). De repente um colega seu vem por trás de você e grita seu nome. Você dá aquele pulo e grita: QUE – SUS –TO... Eita... você notou que ai no meio tem um SUS? Mas não será desse SUS que vamos tratar aqui, muito menos de separação silábica. O que vamos entender agora é o Sistema Único de Saúde: o famoso, falado, esculhambado e/ou elogiado pela mídia, SUS. O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Isso nós podemos nos orgulhar, porque muitos países vêm ao nosso Brasil estudar a implantação deste Sistema público de saúde. Ele foi criado em 1988 após a regulamentação de nossa Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 2000, p. 5). O SUS, sua História e Evolução Como acabamos
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