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Capitulo I - A Teoria do Agir Comunicativo

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Capitulo I – A Teoria do Agir Comunicativo 
A Teoria da Ação Comunicativa - TAC desenvolvida por Jurgen Habermans é uma teoria de ação social, baseado na análise das regras universais de funcionamento da linguagem e da comunicação, que permite que a sociedade aja sobre si mesma de maneira eficaz e controlada, são conceitos do direito moderno, fazem parte da TAC conceitos da Teoria do Direito e conceitos de Democracia para introduzir a racionalidade comunicativa e a prática nas instituições. 
Baseia-se nas competências de linguagem do individuo, nas conceituações idealizadas de forma pragmática, pelas discussões, na expectativa de que a sociedade seja capaz de agir sobre si mesma, de se outorgar leis, normas que sejam racionalmente aceitáveis pela força da linguagem.
A palavra humana é o “demiurgo”, aquela que constrói espaços sociais, subverte-os ou, ao contrário, estabiliza-os, a linguagem é ação, portanto dizer é fazer.
O ser humano é um ser de linguagem, porque a linguagem é o meio e o produto espontâneo da vida social que sustenta a filosofia e a teoria crítica de Habermas. A linguagem é o princípio da razão e razão em ato, sem o que, não haveria sociedade justa possível, e uma racionalidade possível, racionalidade advinda da vida em sociedade, de normas constituídas por nossas instituições.
A grande preocupação n proposta de Habermas é demonstrar que a ordem social e política não esta vinculada ao inesperado da História ou de um salvador da pátria, e encontrar modos para a razão moral.
Habermans afirma que é na democracia deliberativa e pelo “consentimento” que há definição da ordem social e política, de forma justa, que critica a si mesma crítica, abre espaço para a deliberação ouvindo a opinião e a vontade política dos cidadãos e a busca de verdade.
Sua proposta é o amadurecimento de toda a sua experiência vivida e a visão dos fatos ocorridos na Alemanha no século XX, a razão prática humana foi destruída pelo irracional levado ao extremo, o nazismo alemão, misturando mito, superstição, manipulação, propaganda, pseudo verdade, delírio coletivo. Apesar disso há a possibilidade de uma conduta razoável, justa e solidaria entre os seres humanos, baseada na democracia deliberativa. São pressupostos de uma sociedade capaz de agir coletivamente sobre si mesma e passar as práticas e normas, os poderes as instituições, pelo filtro de uma discussão crítica.
É pela filosofia da linguagem que Habermans desenvolve uma teoria moral e do conhecimento utilizando da psicologia que propõe o desenvolvimento e do aprendizado evolucionário, na construção de uma teoria moral uma garantia cientifica, orientada por princípios universais, que ultrapassem nossos horizontes temporais e locais e obtenção das competências mentais e cognitivas para o aprendizado.
Habermas propõe uma reconciliação entre os conceitos de Kant de desempenhos morais e os conceitos de Darwin do desenvolvimento de nossas competências cognitivas e a evolução da espécie humana.
É na proposta da teoria do agir comunicativo que se desenvolve os conceitos próprios de Habermans de “atividade comunicativa”, “razão comunicativa”, ”sistema”, ”mundo vivido”, “colonização do mundo vivido” são parte do universo conceitual da filosofia contemporânea. 
Manfredo Araujo Oliveira comenta em seu livro A grande virada linguística na filosofia, que Habermans busca uma “lógica das ciências sociais”, utilizando do conceito de mundo vivido de Husserl, da hermenêutica de Dilthey e da filosofia analítica de Apel aplicada a partir da teoria dos jogos de linguagem do segundo Wittgenstein, como pesquisa pragmático-formal que busca tematizar as estruturas do mundo vivido, como mudança para um novo paradigma para além da filosofia transcendental. A comunicação é feita por um grupo de conceitos interpretativos que se articulam linguisticamente, definidos pelos sujeitos que são participantes da ação comunicativa, é o mundo da vida que exerce a mediação de validade e a função de Constituinte, com a normatização dos resultados de todas as experienciais realizadas pelos processos da ação, é o mundo da vida como tradição, a interpretação feita previamente por gerações anteriores, formando a base do saber fundamentado nas convicções de consenso, admitidas e compartilhadas.
 “Concretamente Habermans vai pensar a vinculação entre a “teoria dos atos de fala” e o conceito de “mundo vivido”[...]na perspectiva de uma fenomenologia e psicologia da percepção, mas na perspectiva linguística da significação, onde o mundo vivido é considerado a partir do processo de entendimento no qual diferentes pessoas se entendem a partir de um pano de fundo comum sobre algo no mundo objetivo dos fatos, no mundo social das normas de ação e mundo subjetivo das vivências” (Oliveira, 2010, pag. 334) [3]
Com uma virada linguística ou virada pragmática que a TAC sistematiza uma teoria crítica da sociedade visando proporcionar os meios para o distanciamento reflexivo e crítico, para o “seu saber”, relativo às suas ações e às “suas práticas”, diante dos contextos que se apresentam, é somente com o distanciamento e a reflexão crítica que é possível julgar com racionalidade, é o saber prático.
“É no horizonte do mundo vivido do entendimento “em que” e “sobre o que” os agentes se entendem, o mundo vivido se constitui como horizonte de possibilitarão no qual já sempre se situam os que agem comunicativamente: ele é o pano de fundo não explicado do agir comunicativo, e enquanto tal o depósito cultural de convicções de uma comunidade humana, o lugar onde se movimentam os que agem comunicativamente. ”(Oliveira, 2010, pag. 335) [3]
Nunca a reflexão será verdadeira e crítica por um monólogo interior e a manutenção de uma posição autocentrada, é na experiência do diálogo com o outro, o diferente, o contrario, e pela troca dinâmica de perspectivas, das opiniões, crenças, certezas, e o deslocar-se mutuamente que possibilita o descentramento e recuo crítico.
A identidade humana é construída nas interações mediadas por símbolos da linguagem, é o processo de constituição da identidade, a individuação é parte da socialização.
TAC é construção de consciência e do conhecimento, e pela ciência fundada na autorreflexão, e a utilização de modelos da psicanálise, para o conhecimento dos limites e a definição de suas autocensuras por meio cooperativo da verdade. A autorreflexão numa concepção intersubjetiva, como uma obrigação comum e coletiva para experimentar e validar daquilo que se tinha até então como verdades pessoais ou de um grupo.São verbalizadas as praticas e as experiências , como processo de restabelecimento da comunicação, de uma ciência emancipatória cientifica proposta pela filosofia.Uma filosofia social crítica capaz de detectar quando a comunicação não está ocorrendo,com conflitos, onde interesses particulares ou grupos sufoquem minorias ou direitos legítimos, colocando-se como os únicos universais e verdadeiros pela condição de maioria. Em relação a essa condição que a teoria crítica assume a forma de uma crítica das ideologias. É a comunicação orientada para o entendimento e a emancipação da vida e para a vida social estruturada e definida mediante o uso e regras da comunicação, da lógica argumentativa e da cooperação centralizando a vida e na atividade comunicativa do entendimento. 
“Nesse sentido Habermans pode dizer que os sujeitos da ação comunicativa estão dispensados da síntese constituidora do mundo, uma vez que já desde sempre se situam no contexto de um mundo vivido que tanto possibilita suas ações comunicativas, quando se conserva pela mediação de processos de entendimento socializados. Essas evidencias de fundo constituem para Habermans uma “totalidade” implícita e pré-reflexiva.” (Oliveira, 2010, pag. 335) [3]
Habermans afirma que compreender enunciados é compreender as razões que o tornam aceitável, é estar de acordo com elas. Compreender significa efetivamente “entender-se sobre” o entendimento a respeito de alguma coisa do mundo da vida. Nãoé utópico e ausente de conflitos, mas espaço de requestionamentos permanentemente e adquirindo força pela progressão e validação do melhor argumento, na argumentação o poder militar, o constrangimento, a tradição revelação divina não se impõem como únicas vozes possuidoras da verdade. 
Habermas não nega a comunicação pode ser fonte de manipulação, instrumentalização, ela também é fonte de conflitos e de incompreensão, melhor compreender não é o ponto de partida, mas de chegada, passa pelo conflito e pelo erro, mas é pela troca de argumentos que se restaura a comunicação, é o processo de aprendizagem que amplia o horizonte cognitivo, e a linguagem tem a função formadora e cognitiva. Na ética da discussão é a dimensão de inclusão, disposição de integração de todos os participantes e inclusão de todos os pontos de vista, o estudo de todos os argumentos, valorizando a razão comunicativa, respeitando os pressupostos pragmáticos e efetivamente o desejo de inclusão.
O radicalismo não inclui todos os pontos de vista, sobretudo científicos, este fechado em si, para tudo o que seja exterior ao grupo, mantém suas próprias opiniões e recusa a inclusão, pela força inerente da linguagem condena-se a exclusão da sociedade, pois se distancia do potencial crítico e emancipador.
A linguagem é em sua própria estrutura dirigida ao entendimento, à intercompreensão, mesmo que também possa ser manipulada e ou direcionada para certos fins.
É pela reconstrução e observando as condições formais e lógicas do porque da incompreensão é possível de forma pragmática mostrar que a linguagem pode ser desconstruída para demonstrar que o entendimento que gerou a incompreensão esta baseado na má fé e sobre pretensões de validade falsas, e a pretensão de verdade é inválida, conhecer as regras de funcionamento da linguagem permite uma abertura para a crítica, criando o processo normativo para buscar a verdade das afirmações e chegar a um consenso, é através de cooperação racional, eficaz e bem sucedida, que enriquece todos os pontos de vista, amplia a visão, leva ao aprendizado pelos os erros, é a formação da verdade compartilhada e experimentada como resultado final de um esforço comum de um objetivo.
“Para Habermans são as estruturas simbólicas do mundo vivido que se reproduzem pela continuação do saber valido, da estabilização da solidariedade grupal e da formação de sujeitos responsáveis, formadas por três componentes do mundo vivido: “a reprodução cultural” como reservatório do saber e do conhecimento, onde se abastecem de interpretações, quando se entendem entre si de algo do mundo, a “integração social” como ordenamento legitimo a partir dos quais os participantes da comunicação efetivam sua pertença a grupos sociais e asseguram a solidariedade enquanto competências, que tornam o sujeito capaz de falar e agir, participante de processos comunicativos orientados para o entendimento e afirmação de sua própria identidade.” (Oliveira, 2010, pag. 336) [3]
É na relação compartilhada com o mundo real que efetivamente e que é possível verificar a validade das propostas, é uma ética da boa vontade, uma moral universalista baseada na racionalidade distinta em duas formas.
Por uma racionalidade instrumental, que põe em ação uma relação sujeito-objeto, responsável por um saber materializante, a busca de conhecer o uso e por uma racionalidade moral prática, baseada na racionalidade da comunicação cujo propósito é estabelecer cooperação, uma partilha, um entendimento. As duas formas devem prevalecer e não usar as ciências naturais como único modelo, pois ela não é capaz de captar a lógica das atividades rotineiras que são boa parte da existência humana.
Somente pelos dois modos de racionalidade que se evidencia as relações entre as pessoas, é a troca intersubjetiva feita pelas e as normas simbólicas da linguagem.
Habermas põe o paradigma intersubjetivo no centro de seus conceitos, as questões morais, práticas, sociais, conduzidas efetivamente por uma linguagem estruturada por símbolos e onde se constrói sentido, são suscetíveis de uma abordagem racional, os domínios de noção de verdade não é obsoleta ou inadequada e tampouco metafísica, e que o relativismo, o contextualismo ou o deciosionismo na linguagem não são a única saída.
Habermas cria uma ética da discussão é o aprofundando das reflexões acerca da ética e da moral como teoria da discussão, onde uma comunicação por pressuposições pragmáticas, denominadas idealizações. Enunciar uma asserção obriga efetivamente a satisfazer certo numero de idealizações inevitáveis como ser inteligível, ser suscetível de demonstrar validade daquilo que se diz buscar um acordo do interlocutor, postular que o interlocutor é racional e pode reconhecer e honrar ou não contestar com uma base argumentativa as pretensões à validade emitidas, em síntese, comunicar obriga imputar ao locutor e ao interlocutor um status de pessoas responsáveis, capazes de prestar contas, explicar as razões que se tem para dizer de alguma coisa isso implica uma simetria entre locutor e interlocutor, um respeito recíproco, implica também um descentramento relativamente à sua própria visão do mundo ou aos seus próprios interesses. Também afirma que o locutor que quer comunicar não pode deixar de proceder a implícita e automaticamente em relação a essas idealizações, decerto essas idealizações podem não corresponder à realidade, pois o interlocutor pode optar por ser incoerente, irresponsável, agir sob constrangimento particular, mas o locutor que quiser ser compreendido não tem escolha senão esperar essa reciprocidade e pode legitimamente protestar que o interlocutor não concede a ele, portanto toda comunicação implica em seu próprio movimento, a sua colocação em funcionamento. A projeção instantânea de uma situação ideal de palavra, isto é, de uma situação em que todas as idealizações são realizadas.
A teoria do Agir comunicativo é fundamentada da seguinte por Habermans, há dois princípios que fundam a ética da discussão:
O princípio Discussão, tem como norma somente pode pretender a validade se todas as pessoas que podem estar envolvidas estão de acordo ou poderiam estar enquanto participantes de uma discussão prática sobre a validade dessa norma.
O princípio Universalização, toda norma válida deve satisfazer a condição segundo a qual as consequências e os efeitos secundários que - de maneira previsível - provém do fato de que a norma foi universalmente observada na intenção de satisfazer os interesses de todos e pode ser aceita por todas as pessoas envolvidas.
De forma:
 Deontológica, pois significa que essa ética se apoia em normas.
 Cognitivista, porque a precisão normativa pode constituir o objeto de um conhecimento, expresso diferentemente, há uma forma de verdade, de objetividade no domínio das normas, de que se pode aproximar pelas vias da argumentação e do respeito a uma ética procedimental.
Formalista, porque sugere que essa ética se interessa pelos procedimentos graças aos quais normas são produzidas, e não pelo próprio conteúdo dessas normas, formando se assim a ética procedimental, para o cosenso sobre uma norma como boa ou justa, é necessário efetivamente assegurar-se de que as vias pelas quais ela foi produzida correspondem a critérios de imparcialidade de justiça.
O procedimento é a discussão se desenvolvendo sob certas condições de simetria, reciprocidade, ausência de constrangimento, liberdade da palavra e regidas por princípios da discussão e da universalização.
 A proposta de Habermans e formação universalista da moral e ética, as normas são morais obtidas consensualmente pelo acordo de todas as pessoas que participantes na sua elaboração, visando a reposta para as seguintes questões:
Por quais procedimentos uma racionalidade moral pode ser estabelecida?
Pode se garantir um princípio de universalidade, de imparcialidade?
Pode-se reconstruir um ponto de vista moral a partir do qual poderá decidir da precisão de uma norma?
Todos os pontos de vista tem igualvalor ou podem apresentar critérios que diferenciam pontos de vista que alcançam estatura moral e pontos de vista parciais e subjetivos, entre princípios e valores?
É aqui que intervêm os princípios de Discussão e Universal, que devem definir os critérios que permitem distinguir uma norma válida de uma norma não válida, definidos conceitualmente como:
Princípio Universal significa que na prática acerca das normas todo argumento, para ser válido, deve obter aprovação de todas as pessoas que participam da discussão.
Princípio da Discussão se refere à esfera formal da ética, estabelece um vínculo entre racionalidade moral e discussão prática.
A ética da discussão permite chegar a um ponto de vista moral, procedimental e universal atingida pelos procedimentos discursivos a valores particulares partilhados por determinado grupo, possibilidade de uma racionalidade no domínio social e definir um quadro formal em que as normas sociais podem ser submetidas a um teste de moralidade, isto é, de universalidade, de racionalidade, passando as normas sociais, jurídicas, políticas pelos canais de deliberação discursiva, não a qualquer tipo de discussão, mas as passíveis de normas e respeitadas ao menos aproximadamente como uma direção a seguir para uma teoria de democracia, um modelo de democracia procedimental.
Passa pela proposta de Habermas de integração da teoria da comunicação com as conquistas da psicologia social, constituindo uma base para uma filosofia moral, utilizando a psicologia cognitiva do pesquisador americano Laurence Kohlberg discípulo do suíço Jean Piaget, especialista em psicologia cognitiva e teórica do desenvolvimento moral. Kohlberg expõem os diferentes estágios de desenvolvimento moral e reconstrói com base em diferentes testes para a descrição da evolução dos estádios morais, desde uma visão egocentrada do mundo baseada na punição e recompensa até a ampliação do horizonte moral com a consciência capaz de liberar-se dos próprios interesses e escolher agir com referência a princípios universais.
A psicologia cognitiva de Kohlberg compreende a passagem de um para outro estádio como um aprendizado, o desenvolvimento moral significa que a pessoa em crescimento transforma e diferencia de tal maneira as estruturas cognitivas já disponíveis em cada caso que ela consegue resolver melhor do que anteriormente a mesma espécie de problemas, como a solução consensual de conflitos de ação moralmente relevantes, e a pessoa em crescimento compreende o seu próprio desenvolvimento moral como um processo de aprendizagem.
Habermans inclui a ética do discurso na concepção construtivista da aprendizagem, na compreensão de como é formada a concepção “discursiva da vontade”, na reflexão do agir comunicativo e no processo de mudança do agir para o Discurso, há uma mudança de atitude. É no processo de argumentação, que as pretensões de validade, em que as partes conflitantes se orientam, são expressamente tematizadas e problematizadas, assim no discurso prático, elas deixam em suspenso a validade de uma controversa, para uma possibilidade de regulação.
A consciência moral não é definitiva e imutável no ser humano, mas sim, suscetível de evoluir, primeiramente de forma natural correspondendo ao desenvolvimento da infância até a idade adulta e essa evolução corresponde a um processo natural de desenvolvimento que não esta fixada em nenhum estádio de consciência moral, mas oscilam constantemente entre esses diferentes níveis em função das circunstâncias e das motivações que a guiam. Uma ação pode ser determinada pela circunstancia e motivação particular conduzido por interesses momentâneos e em outra circunstância pode ser influenciada pelas motivações exteriores baseadas na normatização universal.
O nível pós-convencional traz efetivamente a confirmação científica que Habermas tenta mostrar pela via da de uma teoria da linguagem, a existência de uma racionalidade prática, o filósofo tenta, unindo filosofia moral e psicologia cognitiva evolucionária reconciliar Kant e Darwin, transplantando a moral para as nossas possibilidades biológicas como um dos fundamentos antropológicos de sua filosofia.
O conceito de pós-convencional tem implicações no campo social, político e existencial além da esfera da consciência moral, abrangendo o conjunto das atividades sociais para a construção e estabelecimento da base normativa destinada a uma teoria crítica da sociedade. A reconstrução permite precisar os vínculos que existem de expectativas de comportamento, relação de autoridade, representação da justiça e consciência moral, é possível projetar um mundo social estruturado por normas universais, e uma forte dimensão cognitiva associada à experiência do aprendizado, do erro e da retificação, permitindo conferir os conceitos de autonomia moral e de responsabilidade, sem os quais uma teoria da cidadania não seria sequer possível.
Habermas afirma de forma pragmática que o indivíduo evolui no decorrer do processo de aprendizado, implicando a experiência do erro e da retificação, aprender com os próprios erros, uma maneira de superar a repetição da história, e ter a esperança que a história não se repita usando de método racional. É a preocupação pratica com o passado histórico da Alemanha, passando da pior ditadura da história da humanidade para o presente de uma das maiores democracias ocidentais, são mudanças bruscas de regime e sistema político, como assegurar que esses novos valores políticos atuais de democracia sejam verdadeiramente interiorizados, não só admitidos factualmente, mas também fixados moralmente?
As considerações comunicativas e existenciais abordadas pela TAC objetivam a autonomia da pessoa humana, a compreensão da sua história vivida, a significação dos próprios atos, a idealização dos seus caminhos futuros é a razão apropriando-se criticamente de sua própria biografia, o de seu próprio determinismo, apesar dos determinismos sociais, afetivos, culturais, mas temos a possibilidade de realizarmos a uma volta um retorno para nossas próprias bases, trabalhando e corrigindo os erros reconhecendo os acertos da sua própria natureza.
A ética da natureza humana é a compreensão simultânea existencial e política do ser humano, a possibilidade de relacionamento consigo próprio e da apropriação de sua história por vias comunicativas, como princípio da democracia e o núcleo do princípio da igual dignidade dos seres humanos. É a linguagem como promessa da racionalidade prática, da razão prática, da realidade, também é o uso da linguagem com fins de comunicação para o conhecimento, do entendimento com o outro, da partilha, do aprendizado em comum, da abertura do próprio horizonte num espírito de participação, de cooperação, é a descoberta da obrigação comum, normas que valham para todos e a justificação por meio de razões suscetíveis e do assentimento dos participantes.
“O Homem habermasiano é um ser profundamente social”

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