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solidariedade passiva 2014 1

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SOLIDARIEDADE PASSIVA
Profa. Ms. Rosane Felhauer
UniRitter
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Conceito de solidariedade passiva
Cada um dos devedores obriga-se, junto ao credor, pela totalidade da dívida, como se fora o único responsável e devedor.
Art. 264: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação, concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida toda.”
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Vantagens para o credor
Direito de demandar qualquer um dos devedores pelo todo (rapidez e garantia). 
Maior segurança da satisfação do seu crédito.
Ex1: O fiador pode assumir como devedor solidário (mais rapidez ao credor – não precisa cobrar primeiro do devedor (p.ex: locatário).
Ex.2: Empréstimo bancário para duas ou mais pessoas (mais garantia ao credor).
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Direito do credor – livre escolha
Art. 275: O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial, ou totalmente, a dívida comum;
A) Liberdade de escolher qualquer número de devedores para cumprir a obrigação
B) Liberdade de exigir o pagamento integral ou parcial.
Pagamento integral
Extingue a obrigação
Pagamento parcial
Permanece a obrigação no remanescente
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Pagamento parcial
Art. 275, “in fine” 
“se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”
Má redação: Controvérsia na doutrina
 ...os demais devedores (apenas eles?) ou (todos, inclusive aquele que pagou uma parte?)
1ª Tese: Cobrar apenas dos demais.
2ª Tese: Incluir o devedor que pagou parcialmente no resto.
Se o credor receber de um dos devedores solidários apenas uma parcela do devido, pelo saldo não pago continuam todos solidariamente responsáveis.” Fábio Ulhoa Coelho
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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 70032881625 – TJRS
Decisão pela cobrança do restante também daquela que já pagou uma parte.
Ação em que duas rés foram condenadas solidariamente ao pagamento de indenização por danos morais. Uma delas alega que compareceu aos autos e efetuou o pagamento de 50% do valor devido, acrescido de 15% de honorários advocatícios da condenação que lhes foi imposta.Disse que a cada uma das demandadas corresponde o pagamento de 50% da indenização arbitrada. Sustentou que não podia ser compelida a quitar a integralidade da condenação sem que ao menos a outra empresa ré fosse intimada para efetuar o pagamento de sua quota-parte.
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Foi negado provimento ao agravo com o fundamento de que;
“Dispõe o art. 275, do novo Código Civil (art. 904, CC de 1916):
	O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
	Assim, temos que as duas rés foram condenadas solidariamente ao pagamento da indenização, e, em tendo sido feito o parcial pagamento do débito, todos os devedores continuam obrigados pelo resto.”
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Pagamento parcial e remissão
Art. 277: “O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada”.
Sendo o pagamento parcial, o crédito está reduzido. Assim, o credor poderá cobrar daquele que pagou (2ª tese) , ou dos outros devedores (1ª tese), o saldo remanescente.
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Renúncia do credor à solidariedade
Art. 282: “O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais”.
A renúncia à solidariedade deverá ser inequívoca
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Diferença entre renúncia à solidariedade e remissão da dívida
Credor que renuncia à solidariedade continua sendo credor, mas sem a vantagem de poder reclamar de um ou de alguns dos devedores a prestação por inteiro.
Credor que remite o débito abre mão de seu crédito, todo ou parte dele, liberando o devedor ou os devedores da obrigação.
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Espécies de renúncia à solidariedade
a) Renúncia absoluta: Todos os devedores são exonerados e passam a ser devedores individuais. 
b) Renúncia relativa: Apenas um ou alguns são exonerados, mantendo-se pelo menos dois devedores não exonerados. A solidariedade passiva neles continua. 
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Efeitos da renúncia relativa
1- Em relação aos devedores exonerados:
a) continuam devedores, porém não mais da totalidade, senão de sua quota-parte no débito;
b) suportam sua parte na insolvência de seus ex-codevedores (art. 283). Veremos mais adiante.
 2- Em relação aos devedores não exonerados:
a) Permanecem devedores solidários.
b) O credor deve abater a parte correspondente aos devedores cuja obrigação deixou de ser solidária. 
A (credor) de R$ 120,00
B, C e D (devedores solidários)
A renunciou à solidariedade em relação a B
Se A quiser cobrar de C e D poderá fazê-lo apenas em R$ 80,00
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Obs: 
Art. 275, parágrafo único. 
“Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.”
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Vedações ao exercício do credor quanto a um ou alguns dos devedores
Art. 278. Qualquer cláusula, condição, ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros, sem consentimento destes.
Os vários devedores só serão responsáveis pelo que contrataram conjuntamente.
Ex: Fiança. Acordo entre locador e locatário de reajuste em 30% acima do previamente estipulado. Se o fiador solidário não consentiu, o locatário responde individualmente pelo acréscimo.
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Exceções oponíveis pelo devedor
Exceção = Defesa
Art. 281 O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando, porém, as pessoais a outro codevedor.
Exceções comuns ou reais: (recaem sobre o próprio objeto da obrigação). Qualquer devedor poderá alegar. Ex: dívida prescrita. 
Exceções pessoais: 
Somente deduzidas pelo devedor interessado. 
Não se estende aos demais codevedores (sem interesse e sem direito de opô-las ao credor). 
Pertence a uns e a outros, mas não a todos, como, p.ex, os vícios de consentimento (erro, coação...). 
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Devedor demandado – chamamento ao processo
Art. 77, III CPC
“É admissível o chamamento ao processo:
III – de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.”
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Cumprimento da obrigação por um devedor solidário - Direito de regresso
Art. 283: “O devedor que satisfaz a dívida por inteiro, tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota,...” 
A (credor) de R$ 120,00
B, C e D (devedores solidários)
Relação externa: A cobra de B o total de R$ 120,00
Relação interna: B é credor de C em R$ 40,00 e é credor de D em R$ 40,00
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Direito de regresso com devedor(es) insolvente(s)
Art. 283 “in fine”
“... dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.”
A (credor) de R$ 120,00
B, C e D (devedores solidários)
Relação externa: A cobra de B o total de R$ 120,00
Relação interna:C é insolvente. Rateia-se entre B e D a quota do insolvente C (R$ 40,00), ou seja R$ 20,00 para cada um.
Portanto, B é credor de D em R$ 60,00.
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O devedor exonerado pelo credor – efeitos na relação interna quanto à insolvência de um dos devedores 
	Ar. 284: “No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.”
		A (credor) de R$ 120,00
		B (devedor exonerado da solidariedade)
		C (devedor insolvente)	
		D (devedor solvente)
O exonerado contribui na relação interna no pagamento da quota do insolvente.
	
A poderá cobrar de D R$ 80,00 (desconta-se a quota do exonerado) e esse terá ação de regresso quanto a B, que deverá contribuir com R$ 20,00 (R$ 40,00 - parte do
insolvente dividida entre os 2 (B e D).
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Impossibilidade da coisa
Art. 279: “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.”
Equivalente: todos respondem solidariamente.
Perdas e danos: somente responde o culpado (culpa é pessoal).
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Inadimplemento da obrigação solidária
Art. 289. “Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.” 
Pelos juros:
relação externa – todos respondem solidariamente;
relação interna - são pagos exclusivamente pelo culpado.
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Morte do devedor solidário
Art. 276 : “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder a seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.”
Considerados os herdeiros isoladamente, cada herdeiro do devedor solidário responde, tão-somente, pela quota correspondente ao seu quinhão hereditário. Mas, todos os herdeiros reunidos (acionados em conjunto) serão considerados como um devedor solidário. 
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Dívida que interessa a apenas um devedor solidário – direito de regresso
Art. 285 “Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Ex:	Fiador (se devedor solidário) que paga a 	dívida do locatário (único interessado na 	locação), poderá, em regresso, cobrar 	do locatário tudo que por ele pagou.

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