Buscar

Resenha - Filogenia de Cnidários

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COLLINS, Allen G. Recent Insights into Cnidarian Phylogeny. National Marine Fisheries Service 
Systematics Laboratory, National Museum of Natural History, Smithsonian Institutions, P.O., 2009. 
No texto Recent Insights into Cnidarian Phylogeny, Allen G. Collins faz um resumo dos 
conhecimentos recentes sobre a Filogenia dos Cnidários, focando nas relações entre as diferentes 
ordens. A abordagem utilizada pelo autor é a de unir os resultados de diversas análises para fornecer 
uma imagem razoável do atual conhecimento acerca das relações filogenética dos cnidários. 
Collins conclui que Cnidários constituem um clado com os Bilaterias, por, possivelmente, 
serem mais próximos entre si do que dos Ctenophora e que, provavelmente, formam um grupo irmão 
com o filo Placozoa, conclusão feita a partir do resultado de experimentos genéticos com sítios 
específicos de RNAr e de análises filogenéticas recentes. Estudos relacionados aos Marcadores de 
Sequência Expressa (EST) e ao gene 18S de Cnidários e Myxozoa, postulam a aderência da classe 
Myxozoa no filo Cnidaria. A hipótese apresentada mostra o Myxozoa como uma linhagem irmã de 
Medusozoa, mas o ramo que a contêm ainda é incerto devido ao pequeno número de dados incluídos 
nas análises. Dados ainda baseados no 18S mostram que espécies de briozoários parasitas de água 
doce da classe Malacosporea formam um pequeno clado (apenas três espécies conhecidas) irmão dos 
Myxozoa remanescentes classificados na classe Myxosporea. Classificações recentes de Myxosporea 
dividiram-no em duas novas ordens: Bivalvulida e Multivalvulida. A maioria dos Myxosporea 
encaixa-se em dois grandes clados: um de espécies que habitam hospedeiros de água doce e outro (que 
inclui Multivalvulida) que primariamente infectam hospedeiros marinhos. 
O autor afirma que a hipótese de que o clado Anthozoa, considerado subfilo dos Cnidários e 
constituído por classes irmãs (Hexacorillia e Octocorallia), é irmão do Medusozoa tem sido aceita, 
sustentada pela morfologia estrutural do genoma mitocondrial, e das sequencias de rDNA. A 
incongruência entre a taxonomia tradicional e as bases moleculares dificultou o estudo da filogenia 
dos Octocorallia, principalmente em dois clados principais e um menor. A ordem Alcyonacea, é 
polifilética. As outras duas ordens, Pennatulacea e Helioporacea, são monofiléticas, e cada uma parece 
ser independentemente descendente de Calcoxonia (subordem parafilética de Alcyonacea). Outro 
grupo de Gorgônias conhecido como Holaxonia aparece em um dos clados principais, perto de outros 
Alcyonaceos, mas não há evidência forte o suficiente que confirme os Holaxonios como 
monofiléticos. 
Evidências mostram uma relação entre as seis ordens de Hexacorallia, Scleractina e 
Corallimorpharia. Análises de genes mitocondriais, incluindo genomas mitocondriais inteiros, 
revelaram que Corallimorpharias são derivados dos Scleractinas e que formam um grupo irmão 
monofilético. Não há clareza na relação desses clados com Actinaria, Antipatharia e Zoanthieda. Nas 
classificações atuais, Medusozoa incluem quatro classes: Cubozoa, Hydrozoa, Scyphozoa e Staurozoa. 
Outro táxon, Polypodiozoa (às vezes considerado uma classe), provalvemente está dentro dos 
Medusozoa, como um parente próximo dos Hydrozoa. Os medusozoa podem ter até seis classes 
representando linhagens distintas e de evolução independente. As evidencias para assegurar que 
Medusozoa são monofiléticos, apesar da exclusão dos Myxozoa e Polypodoizoa, vem de dados de 
análise de rDNA e da morfologia. 
A posição exata do Polypodiozoa dentro do Medusozoa depende do método de análise no que 
diz respeito à inclusão ou exclusão dos representantes do Myxozoa. Ser parte do Medusozoa faz com 
que Staurozoa seja, provavelmente, a linhagem divergente mais antiga que originou o estágio pelágico. 
Junto com Staurozoa, há dois táxons principais, Cleistorcapida e Eleutherocarpida, nenhum dos dois 
são monofiléticos. 
 Outra pequena classe do Medusozoa é o Cubozoa. Apesar das dificuldades, dados sugerem 
que Cubozoa é um grupo irmão do Scyphozoa, e que juntos eles formam o clado Ascraspeda. Os 
genes 18s e 28s comprovam que o Cubozoa e seus dois subtáxons (Carydeida e Chirodropida) são 
monofiléticos. 
Hydrozoa é a maior e mais diversa classe dentro dos Medusozoa, e, por divergências, dividiu-
se em dois clados: Trachulina e Hydroidolina. As relações entre as linhagens de Hydroidolina são 
incertas, sabendo-se apenas que o clado inclui os Leptothecatas e os Siphonophora, ambos com grande 
probabilidade de serem monofiléticos. Também há os Anhoathecatas, divididos em Capitata e Filifera. 
Já os Trachylinas são compostos por quatro ordens: Actinulida, Linnomedusae (representa classe na 
base dos Trachyliras), Narcomedusae (monofiléticos) e Trachymedusae (polifilético), sendo que a 
primeira precisa de mais dados comprovativos de sua filogenia. 
 Pesquisas mostram que o Filo Cnidaria é um dos mais antigos, abundantes e diversificados dos 
metazoários. A diversidade de formas e táxons impede a determinação exata de sua origem e 
ramificações; particularidades estruturais e funcionais de cada classe que dificultam uma descrição 
linear acerca da evolução e do grau de parentesco entre elas. Para discernir sua antiguidade e como se 
deu sua origem estabeleceram-se duas principais teorias do processo evolutivo dos cnidários: a teoria 
poliploide e a teoria medusoide. 
O texto de Collins mostra que novas técnicas, como a EST, o sequenciamento e análise de 
genomas e materiais genéticos, estudos morfológicos e genéticos (exemplificados neste artigo) foram 
adotados para auxiliar na formação das relações filogenéticas dos cnidários. Essas pesquisas 
fornecerão uma imagem da relação entre as classes cnidárias quando analisadas em conjunto, pois 
vários fatores evolucionais serão considerados, tornando a classificação mais especifica. Por mais que 
os resultados apresentados pelo autor sejam convincentes, esta é apenas uma dentre várias análises 
organizacionais deste filo. Por ser uma das mais recentes, serve como modelo e parâmetro de 
comparação para as próximas hipóteses filogenéticas. 
 
Camila Gomes Cabral, mat. 14/0017879 e Izabel da Silva Napoleão, mat. 14/0022830 são 
graduandas em Biotecnologia pela Universidade de Brasília (UnB).

Outros materiais