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Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
1 
 
PDF 1: PARTE INTRODUTÓRIA 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação do professor 01 
O curso 03 
Conteúdo programático (edital AFRFB 2014) 09 
Análise: contabilidade nas 10 últimas provas de AFRFB 12 
Retrato ESAF de 2008 a 2016 15 
Teoria: núcleo fundamental da disciplina 16 
70 fatos contábeis tirados de provas de concursos 77 
Lançamento dos 70 fatos contábeis 85 
Fórmulas e classificação dos fatos 91 
Questões ESAF 92 
Gabarito 114 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são ilegais e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize nosso trabalho e adquira nossos cursos apenas pelo site www.3dconcursos.com.br! 
 
O PROFESSOR 
 Olá, Ilustres! 
 
É com grande satisfação que damos início a esse curso de 
Contabilidade Geral para AFRFB. Quero parabenizá-lo pela escolha! 
Aqui, você terá à disposição um curso que permanecerá atualizado até 
a data da prova. Esse curso passou por um cuidadoso processo de 
ampliação e reformulação, tudo para entregar todas as ferramentas 
necessárias para você botar a prova de Contabilidade Geral no bolso! 
 
Antes de falar mais sobre o curso, deixa eu me apresentar. 
 
Sou o professor Marcondes Fortaleza, ensino Contabilidade Geral e 
Avançada para concursos desde 2003, já passei por alguns dos maiores 
cursos preparatórios Brasil afora e posso dizer que tenho uma grande 
experiência em preparar alunos para a Receita Federal. ESAF é minha 
praia! 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
2 
 
� Passei na prova de Analista-Tributário da RFB (cargo que exerci com 
satisfação durante 1 ano); 
� Passei na prova de Auditor-Fiscal da RFB (cargo que exerço desde 
2002); 
� Fui instrutor do curso de formação para Analista-Tributário; 
� Fui instrutor do curso de formação para Auditor-Fiscal; 
� Fui conteudista da ESAF. “O que é isso professor?” A ESAF ministrou 
um curso à distância para Auditores Fiscais da Receita Federal e 
Procuradores da Procuradoria da Fazenda Nacional. O curso se 
chamava “Contabilidade Aplicada à Administração Tributária” e eu 
fui uma das pessoas convidadas a escrever o material; 
� Até fiscal de prova da ESAF eu fui, no concurso da Secretaria da 
Fazenda do Pará, em 2002. Participei das reuniões preparatórias, 
do processo de pegar provas, recolher, entregá-las ao coordenador 
na unidade, etc. “E isso serve pra quê no nosso curso, professor?”. 
Nada! É só pra mostrar que o Marcondinho realmente conhece as 
diversas facetas de um dos seus grandes adversários: a ESAF (o 
outro grande adversário é você mesmo; falaremos a respeito ao 
longo das outras aulas). 
 
Veja bem, sem medo de ser feliz, digo que se você acompanhar 
atentamente esse curso, ninguém, mas ninguém mesmo, irá para a 
prova conhecendo mais o jeitinho de ser da ESAF do que você. Pode 
confiar! 
 
Continuando com minha apresentação, sou formado em Ciências 
Contábeis pela Universidade Federal do Ceará e em Direito pela 
Universidade Federal do Pará. Possuo também pós-graduação em 
Direito pela Universidade de Fortaleza em parceria com a ESAF (não 
tem jeito, a ESAF me persegue...). 
 
Para encerrar, antes de entrar na Receita, estagiei em bancos e 
trabalhei mais de sete anos em uma grande empresa comercial, que 
possuía quase 40 filiais. Dentre outros setores, tive a oportunidade de 
trabalhar no contas a pagar, na tesouraria e na contabilidade dessa 
empresa, tendo passado por diversos etapas do processo contábil na 
prática. Conheço, enfim, a contabilidade na teoria e na prática. Mas 
fiquem tranquilos, esse curso será totalmente voltado para a 
preparação para o concurso de AFRFB. Só interessa o que já caiu ou 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
3 
 
pode cair na prova! Objetividade! Quem me conhece já sabe. Nosso 
negócio é ensinar a marcar o ‘x” na letra correta. 
 
O CURSO 
 Separamos o conteúdo de Contabilidade para AFRFB em duas partes: 
Contabilidade Geral e Contabilidade Avançada (englobando, também, 
a análise de balanços). 
 
O presente curso diz respeito à Contabilidade Geral e abordará, através 
de videoaulas, todo o programa descrito no cronograma. As aulas serão 
ministradas pensando no aluno que está vendo a disciplina pela 
primeira vez ou já viu a matéria e teve dificuldades. Nossa missão é 
desmitificar a contabilidade. Adoro ensinar para quem nunca viu ou 
acha contabilidade muito difícil. Deixa comigo! 
 
Cada tema será tratado passo a passo ao longo dos vídeos. Após a 
explanação teórica, iremos resolver questões da ESAF sofre o assunto. 
Depois disso, detonaremos as questões cobradas nas provas de AFRFB 
sobre o tema. Vejam bem, em meio as 400 questões que serão 
resolvidas, iremos metralhar todas (eu disse TODAS!) as de 
contabilidade geral cobradas na prova de Auditor-Fiscal nos últimos 20 
anos! O PDF com todas as questões AFRFB que serão resolvidas, da 
mesma forma que este PDF, está disponível na parte aberta do site. 
Fique à vontade para compartilhar esses PDFs das aulas 
demonstrativas com seus amigos concurseiros: 
www.3dconcursos.com.br/info_cursos.php?id=3468&nome=Contabilidade-Geral-
para-Auditor-Fiscal-da-RFB 
 
Principalmente nesse início, o curso será intencionalmente beeeeem 
cadenciado. A ideia é conduzir o aluno zerado na matéria até o debitar 
e creditar com segurança. Para isso seguiremos todo um script já 
consagrado (e aqui agradeço às diversas mensagens nos fóruns Brasil 
afora indicando o Marcondinho), um passo a passo cuidadosamente 
planejado para que você efetivamente entenda a matéria. Sempre 
pensaremos em quem está vendo o assunto pela primeira vez ou tem 
dificuldade na disciplina. Mas é bom ficar esperto! Com o passar das 
aulas o curso ganha uma dinâmica mais intensa. O aluno iniciante terá 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
4 
 
que fazer bem o dever de casa para conseguir acompanhar o curso, 
pois não ficaremos, nem de longe, em um nível superficial. Pelo 
contrário! Você ficará preparado para resolver as questões simples, as 
de nível médio de dificuldade, as difíceis e as mal feitas (vá se 
acostumando com a ESAF). Só para lembrar, estamos nos preparando 
para um dos concursos mais importantes da área fiscal (com o último 
acordo salarial fechado em 2016, o cargo de AFRFB foi confirmado no 
topo da tabela remuneratória do poder executivo). Seu sacrifício vai 
valer a pena, ah, vai... 
 
Sobre o Material de Apoio 
 
Esse é um curso de videoaulas. Sendo assim, não terá a teoria 
completa na forma de PDF (alguns cursos do 3D, notadamente os dos 
professores Pacelli e Fonte, terão PDF com teoria completa, 
constituindo-se em verdadeiros cursos “2 em 1”). Ainda assim, quem 
já estudou comigo sabe, vocês terão um belo material de apoio, com 
as informações de que precisam para conhecer a ESAF, as principais 
normas cobradas em prova e todas as questões que serão resolvidas. 
 
Para cada assunto diferente (que pode abranger apenas uma aula ou 
mais de uma aula) será disponibilizado um PDF de apoio e os slides 
com as anotações feitas em sala. Esse primeiro PDF dizrespeito à parte 
introdutória da nossa matéria (aulas 1 a 6 do curso). 
 
Novidade exclusiva para aluno 3D Concursos 
 
Mesmo sendo essencialmente um curso de videoaulas, nada impede 
que eu faça ao longo da jornada resumos teóricos destacando os 
pontos principais de alguns temas, algo que vai ajudar bastante na 
hora da revisão final. Tais destaques teóricos, quando houver, 
aparecerão sempre no início dos PDFs, sendo seguidos pelas questões 
relativas ao assunto, com gabarito no final. 
 
Nessa PDF inicial, por exemplo, vou tratar daquilo que eu costumo 
chamar de “núcleo fundamental da disciplina”. Isso porque é 
importantíssimo que todo aluno saiba: 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
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a) o que é ativo, passivo, pl, receita e despesa, diferenciando numa 
boa um grupo do outro; e 
b) debitar e creditar com tranquilidade. 
 
Questões 
 
Foco total em questões da ESAF, Ilustres! Serão 400 questões. Vai ter 
de tudo: questões recentes, questões antigas (devidamente 
adaptadas), questões clássicas, questões polêmicas, questões fáceis, 
questões mais ou menos e questões difíceis. Cada pegadinha, cada 
artimanha da banca será esquadrinhada no nosso curso. Será um 
verdadeiro passeio pelo Universo ESAF. No que diz respeito a questões 
recentes, vamos resolver, inclusive, as questões de contabilidade geral 
da ANAC 2016 e FUNAI 2016 (prova que ocorrerá apenas em agosto 
de 2016). O curso mais atualizado do Marcondinho à disposição 
no mercado será esse do 3D! 
 
Resolveremos também, quando necessário, questões de outras 
bancas, pois nem sempre há questões suficientes da ESAF sobre todos 
os assuntos. Estou atento às questões de todas as instituições 
organizadoras, Ilustres. Questões importantes para uma preparação 
top estarão no material. Podem confiar! 
 
Estrutura 
 
Antes de postar a estrutura, algumas considerações importantes. 
 
Não estou querendo ser artista, mas um curso desse pra mim é uma 
obra em constante construção. Sendo assim, nada impede que 
ocorram mudanças na estrutura do curso. Por exemplo: uma aula 
prevista para o meio do curso pode ser remanejada para o final ou 
uma aula com mais de um assunto pode ser desmembrada. O 
importante, no final das contas, é o seguinte: todos os assuntos serão 
vistos. Todas as questões serão resolvidas. Simples assim. 
 
No que diz respeito a datas, também poderão ocorrer mudanças. “Ô 
professor, pra que cronograma, se tudo pode ser alterado?” 
Precisamos de um norte, pessoal, algo para ter como referência. Cabe 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
6 
 
destacar que nos meus cursos já gravados Brasil afora, os cronogramas 
sempre foram cumpridos. 100%. Mas imprevistos acontecem. Sou 
servidor público e às vezes aparecem viagens não previstas. Enfim, é 
bom avisar (“o combinado não é caro”). 
De início, o curso está dividido didaticamente em 30 aulas, da 
seguinte forma: 
 
AULA PDF ASSUNTOS 
01 1 Contabilidade Introdutória – Parte I 
02 1 Contabilidade Introdutória – Parte II 
03 1 Contabilidade Introdutória – Parte III 
04 1 Contabilidade Introdutória – Parte IV 
05 1 Contabilidade Introdutória – Parte V 
06 1 Contabilidade Introdutória – Parte VI 
07 2 Balanço: Estrutura e Critérios de Classificação 
08 3 Regimes de Escrituração 
09 4 Operações com Duplicatas, Empréstimos e Custos de Transação 
10 5 Escrituração: Resolução CFC e Código Civil 
11 6 Princípios de Contabilidade 
12 7 CPC 00 – Estrutura Conceitual Básica 
13 8 Perdas Estimadas 
14 8 CPC 25: Provisões, Passivos e Ativos Contingentes 
15 9 Depreciação – Parte I 
16 9 Depreciação – Parte II 
17 9 Amortização e Exaustão 
18 10 Classificação de todas as contas da ESAF 
19 11 Operações com Mercadorias – Parte I 
20 11 Operações com Mercadorias – Parte II 
21 11 Operações com Mercadorias – Parte III 
22 12 Demonstração do Resultado do Exercício 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
7 
 
AULA PDF ASSUNTOS 
23 13 Reservas de Lucros, Debêntures, Doações e Subvenções Governamentais 
24 14 Dividendos 
25 15 Reservas de Capital 
26 16 Critérios de Avaliação do Ativo e do Passivo, Mensuração a Valor Justo 
27 17 Folha de Pagamento 
28 18 
Intangível. 
Tratamento dos saldos existentes do ativo diferido e da 
reserva de reavaliação 
29 19 
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro Ativo Não Circulante Disponível para Venda Operações Descontinuadas Propriedades para Investimento 
30 20 Resumão Pronunciamentos do CPC: os 50 itens mais importantes! 
 Já houve alteração em relação ao cronograma inicial. Verifique, sempre, no site, o cronograma completo atualizado. Índice dos Vídeos 
Ninguém aí tem tempo a perder não é verdade? Irei disponibilizar um índice completo com o conteúdo de todos os vídeos (a previsão é que o curso tenha 140 vídeos de 30 minutos). Com esse índice você poderá ir direto no assunto e/ou na questão de seu interesse. Eis um exemplo (fictício): 
 VÍDEO 50 
• Operações com duplicatas, Cobrança em carteira 
• Cobrança simples bancária e Desconto de duplicatas 
• Resolução das questões: 71 e 72 
 Questões AFRFB - VÍDEO 05 
• Questões AFRFB 70, 71, 72, 73, 74 e 75 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
8 
 
Além dos PDFs que serão fornecidos ao longo das aulas (previsão de 20 PDFs), com as questões relativas a cada assunto, já foi disponibilizado o PDF com as 146 questões AFRFB que serão resolvidas. No exemplo dado, houve a resolução das questões 71 e 72 do PDF 4, que trata de Operações com Duplicatas, e de seis questões AFRFB. Observe que teremos uma numeração para as questões AFRFB e outra para as questões “normais” (teremos a questão 71 dos PDFs “normais” e a 71 do PDF das questões AFRFB; da mesma forma, teremos o vídeo nº 20 relativo à teoria + questões “normais” e o vídeo nº 20 referente à resolução de questões AFRFB). Enfim, as questões AFRFB terão numeração separada. Para finalizar, lembre do seguinte (e espalhe!!!): 
� As aulas ficarão disponíveis até a data para apresentação dos recursos do próximo concurso para AFRFB. 
� Acesso ilimitado durante a vigência do curso: veja o vídeo quantas vezes quiser. Aproveite! 
� Vídeos com acelerador de velocidade. 
� Fórum de dúvidas: até o momento, 100% das perguntas respondidas. Esse é o padrão Marcondinho. 
� Garantia de atualização: se mudar algo na matéria ou algum entendimento da ESAF, gravarei uma atualização e disponibilizarei imediatamente. Você estudará por um curso totalmente atualizado até a próxima prova de Auditor-Fiscal da RFB! Qualquer dúvida em relação à matéria, dinâmica do curso ou 
comentário, estou à disposição no fórum do curso ou através do e-mail 
marcondes@3dconcursos.com.br. 
 Siga o Marcondinho nas redes sociais: Canal do YouTube: https://www.youtube.com/channel/UClumKyGeC3dmE5meO00Ni9Q Vamos, juntos, vencer a danada da contabilidade! 
Face: www.facebook/marcondesfortaleza 
Instagram: @marcondesfortaleza 
Periscope: @marcondesfortaleza 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
9 
 
CONTEÚDOPROGRAMÁTICO AFRFB 2014 
 
CONTABILIDADE GERAL E AVANÇADA: 
1. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 
2. Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, passivo e situação 
líquida. Equação fundamental do patrimônio. 
3. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. 
4. Sistema de contas, contas patrimoniais e de resultado. Plano de 
contas. 
5. Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento 
contábil – rotina, fórmulas; processos de escrituração. 
6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas e 
Passivas. 
7. Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 
8. Ativos: estrutura, grupamentos e classificações, conceitos, 
processos de avaliação, registros contábeis e evidenciações. 
9. Passivos: conceitos, estrutura e classificação, conteúdo das contas, 
processos de avaliação, registros contábeis e evidenciações. 
10. Patrimônio líquido: capital social, adiantamentos para aumento 
de capital, ajustes de avaliação patrimonial, ações em tesouraria, 
prejuízos acumulados, reservas de capital e de lucros, cálculos, 
constituição, utilização, reversão, registros contábeis e formas de 
evidenciação 
11. Balancete de verificação: conceito, forma, apresentação, 
finalidade, elaboração. 
12. Ganhos ou perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 
13. Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas 
e controladas, definição de influência significativa, métodos de 
avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência 
patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de 
lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 
14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do 
deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 
15. Redução ao valor recuperável, mensuração, registro contábil, 
reversão. 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
10 
 
16. Tratamento das Depreciações, amortização e exaustão, 
conceitos, determinação da vida útil, forma de cálculo e registros. 
17. Tratamentos de Reparo e conservação de bens do ativo, gastos 
de capital versus gastos do período. 
18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil. 
19. Tratamento das partes beneficiárias. 
20. Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e registros 
contábeis. 
21. Operações financeiras ativas e passivas, tratamento contábil e 
cálculo das variações monetárias, das receitas e despesas 
financeiras, empréstimos e financiamentos: apropriação de 
principal, juros transcorridos e a transcorrer e tratamento técnico 
dos ajustes a valor presente. 
22. Despesas antecipadas, receitas antecipadas. 
23. Folha de pagamentos: cálculos, tratamento de encargos e 
contabilização. 
24. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo e forma 
de contabilização. 
25. Operações com mercadorias, fatores que alteram valores de 
compra e venda, forma de registro e apuração do custo das 
mercadorias ou dos serviços vendidos. 
26. Tratamento de operações de arrendamento mercantil. 
27. Ativo Não Circulante Mantido para Venda, Operação 
Descontinuada e Propriedade para Investimento, conceitos e 
tratamento contábil. 
28. Ativos Intangíveis, conceito, apropriação, forma de avaliação e 
registros contábeis. 
29. Tratamento dos saldos existentes do ativo diferido e das 
Reservas de Reavaliação. 
30. Apuração do Resultado, incorporação e distribuição do resultado, 
compensação de prejuízos, tratamento dos dividendos e juros sobre 
capital próprio, transferência do lucro líquido para reservas, forma 
de cálculo, utilização e reversão de Reservas. 
31. Conjunto das Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de 
apresentação e elaboração de acordo com a Lei n. 6.404/76 e suas 
alterações e as Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas. 
32. Balanço Patrimonial: obrigatoriedade, apresentação; conteúdo 
dos grupos e subgrupos. 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
11 
 
33. Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, 
evidenciação, características e elaboração. 
34. Apuração da receita líquida, do lucro bruto e do resultado do 
exercício, antes e depois da provisão para o Imposto sobre Renda, 
contribuição social e participações. 
35. Demonstração do Resultado Abrangente, conceito, conteúdo e 
forma de apresentação. 
36. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, conceitos 
envolvidos forma de apresentação e conteúdo. 
37. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de 
apresentação, conceitos, métodos de elaboração e forma de 
apresentação. 
38. Demonstração do Valor Adicionado – DVA: conceito, forma de 
apresentação e elaboração. 
39. Mensuração a Valor justo e apuração dos ativos líquidos – 
conceitos envolvidos, cálculos e apuração e tratamento contábil. 
40. Subvenção e Assistência Governamentais – conceitos, 
tratamento contábil, avaliação e evidenciação. 
41. Análise das Demonstrações. Análise horizontal e indicadores de 
evolução. Índices e quocientes financeiros de estrutura, liquidez, 
rentabilidade e econômicos. 
Observação: Os assuntos sublinhados não serão tratados no presente 
curso. 
É importante frisar que, considerando os últimos editais, na prova de 
Auditor-Fiscal da Receita Federal não caem alguns assuntos cobrados 
para os fiscos estaduais, tais como, Consolidação de Balanços, 
Reorganização Societária (Fusão, Cisão, Incorporação), Contabilidade 
de Custos e Contabilidade Pública. 
 
 
Para AFRFB não cai: Consolidação de Balanços Reorganização Societária Contabilidades de Custos Contabilidade Pública 
 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
12 
 
 
CONTABILIDADE NAS PROVAS DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
 Até 2003, havia uma prova de Contabilidade Geral, com 20 questões, 
uma de Contabilidade Avançada, com 30 questões, e outra de 
Auditoria, também com 30 questões. 
 
Na prova de 2005, houve a unificação das provas de Geral e Avançada, 
com 20 questões. Curiosamente, nesse ano, em um concurso para 
Auditor-Fiscal, foi excluída a disciplina de Auditoria. 
 
Em 2009, ainda bem, acordaram: além da prova de Contabilidade 
Geral e Avançada, ainda com 20 questões, houve o retorno de 
Auditoria, permanecendo nos concursos seguintes. 
 
No concurso de 2012, contabilidade aumentou ainda mais sua 
importância, pois passou a ter 30 questões. 
 
No concurso de 2014, contabilidade voltou a ter 20 questões. 
O peso de contabilidade no último concurso (prova de 2014): 
� Quantidade de questões: 20/140 
� Quantidade de pontos: 40/210 => 19,04% do total 
� É a segunda matéria mais importante para fins de desempate 
(A primeira é Direito Tributário. Olha o curso do Tudão galera!). 
 
 
 
 
 
 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
13 
 
AS ÚLTIMAS 10 PROVAS DE AFRFB 
2014: 20 questões ............. 2 anuladas 
2012: 30 questões ............. todas ok 
2009: 20 questões ............. 1 anulada 
2005: 20 questões ............. 1 anulada 
2003: 20 questões ............. 2 anuladas 
2002.2: 20 questões .......... 1 anulada 
2002.1: 20 questões ..........1 anulada 
2001: 20 questões ............. 2 anuladas 
1998: 20 questões ............. todas ok 
1996: 20 questões ............. 2 anuladas 
Total: 210 questões 
Dessas 210 questões, iremos resolver, no nosso curso, 146 (quase 70%): 
Contabilidade Geral nas Provas para Auditor-Fiscal da RFB: 
� AFRFB 2014: .......................... 12/20 (60,00%) 
� AFRFB 2012: .......................... 19/30 (63,33%) 
� AFRFB 2009: .......................... 17/20 (85,00%) 
� AFRFB 2005: .......................... 08/20 (40,00%) 
� AFRFB 2003: .......................... 19/20 (95,00%) 
� AFRFB 2002.2: ........................ 17/20 (85,00%) 
� AFRFB 2002.1: ........................ 20/20 (100,0%) 
� AFRFB 2001: .......................... 13/20 (65,00%) 
� AFRFB 1998: .......................... 14/20 (70,00%) 
� AFRFB 1996: .......................... 07/20 (35,00%) 
No que diz ao conteúdo, é claro que tudo é importante, principalmente em um concurso disputadíssimo, onde cada ponto vale ouro. 
Entretanto, é muito importante dar uma atenção especial aos assuntos preferidos da banca. Vamos aos assuntos de Contabilidade Geral mais cobrados nas 10 últimas provas de AFRFB: 
 
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Teoria e Resolução de Questões 
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ASSUNTOS DE GERAL MAIS COBRADOS EM PROVAS DE AFRFB 
1º Lugar: Operações com mercadorias 
2º Lugar: Reservas 
3º Lugar: Depreciação 
4º Lugar: Contas 
5º Lugar: Fatos Contábeis seguidos de perguntas sobre o patrimônio 
6º Lugar: Demonstração do Resultado do Exercício 
7º Lugar: Dividendos 
 Critérios de Classificação 
9º Lugar: Provisões 
 Desconto de Duplicatas 
 
Mesmo o curso aqui sendo de contabilidade geral, deixa eu dar um 
aviso rápido. Na próxima prova de AFRFB teremos questões certas 
sobre os seguintes assuntos: 
 
� Análise de Balanços 
� Fluxo de Caixa 
� Equivalência Patrimonial. 
 
Sempre cai. Estudem!!! 
 
Esses e os demais assuntos de avançada serão vistos por mim, passo 
a passo, no curso de Contabilidade Avançada que será ministrado, de 
forma exclusiva, aqui no 3D Concursos. Para maiores informações: 
 
http://www.3dconcursos.com.br/info_cursos.php?id=357&nome=Con
tabilidade%20Avan%E7ada%20para%20RFB 
 
 
 
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Teoria e Resolução de Questões 
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RETRATO ESAF: 2008 A 2016 
 De 2008 pra cá a ESAF fez as seguintes provas de Contabilidade Geral: 
CONCURSO MÊS/ANO 
Contador da FUNAI (questões serão resolvidas nesse curso) 08/2016 
Especialista da ANAC 03/2016 
Auditor-Fiscal da RFB 05/2014 
Contador do Ministério do Turismo 02/2014 
Analista Técnico-Administrativo do MF 08/2013 
Contador do MF 08/2013 
Analista de Finanças e Controle da STN 03/2013 
Auditor-Fiscal da RFB 09/2012 
Analista-Tributário da RFB 09/2012 
Analista do Comércio Exterior do MDIC 05/2012 
Analista da CVM 10/2010 
Fiscal de Rendas do RJ 09/2010 
Analista Técnico da SUSEP 04/2010 
Analista de Planejamento e Orçamento 03/2010 
Auditor-Fiscal da RFB 12/2009 
Analista-Tributário da RFB 12/2009 
Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças 03/2009 
Analista de Finanças e Controle da STN 11/2008 
Auditor da Prefeitura de Natal 08/2008 
Analista de Planejamento e Orçamento 06/2008 
Analista de Finanças e Controle da CGU 03/2008 
 Vamos ver quais foram os assuntos de Contabilidade Geral mais cobrados nesses 8/9 últimos anos: 
1º Lugar: Contas 
2º Lugar: Operações com mercadorias 
3º Lugar: Lei 6.404/76 
4º Lugar: Demonstração do Resultado do Exercício 
 Depreciação 
6º Lugar: Provisões 
 Parte introdutória 
8º Lugar: Fatos contábeis seguidos de perguntas sobre o patrimônio 
 Equivalência Patrimonial 
10º Lugar:Princípios 
 Nada é mais eficiente do que resolver provas anteriores. Baixe essas provas. Resolva as questões das disciplinas que cairão no concurso, tomando o devido cuidado com as desatualizadas. Vire especialista em ESAF! 
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CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA -Núcleo Fundamental da Disciplina- 
 1.1 INTRODUÇÃO 
 
Ilustres, 
 
Nesse primeiro bate papo irei apresentar a vocês a parte central da nossa disciplina, aquela parte inegociável, sem a qual não dá para seguir adiante de modo satisfatório, que é: saber o que é ativo, passivo, pl, receitas e despesas e saber debitar e creditar. Se você entender isso direitinho, será meio caminho andado para botar a contabilidade no bolso. “E se eu não entender, professor?”. Bem se não entender, entrará na lista dos que consideram contabilidade o “fim do mundo”. Mas não será o caso. Não tem porque não entender. É fácil. De cara, uma dica importantíssima é você tirar da cabeça, desde já, essa história de que débito é ruim e que crédito é bom. Antes de avançar até o núcleo fundamental, no entanto, vamos conversar rapidamente sobre os aspectos iniciais, itens básicos que devem ser vistos porque caem em concurso. Aliás, tudo o que gente for ver aqui cai em concurso: foco total. Vamos lá, rapidinho. Conceito 
 Contabilidade é uma ciência. Afaste, de cara, qualquer alternativa que trate a contabilidade como arte, técnica ou metodologia. Enquanto ciência, obviamente, ela possui objeto próprio. No nosso querido planeta terra, onde há uma supervalorização do “ter”, chega a ser óbvia a existência de uma ciência voltada especificamente para o estudo do patrimônio das pessoas, haja vista a enorme importância que este tem no nosso dia a dia. No caso das empresas, então, o perfeito controle de tudo o que elas possuem e devem e o acompanhamento de como a riqueza aumenta ou diminui ao longo do tempo chega a ser decisivo em um ambiente de grande concorrência, onde a eficiência nos processos precisa ser aperfeiçoada constantemente. É nesse contexto que ganha importância a contabilidade, que é a ciência voltada para o estudo, registro, controle e acompanhamento do patrimônio das entidades. 
 
 
 
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Objeto 
 
 O objeto da contabilidade, ou seja, o assunto do qual ela trata, 
é o patrimônio das entidades. Mas, o que vem a ser o patrimônio? É o 
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, a saber: as 
coisas que a entidade possui para usar ou vender (móveis, 
equipamentos, veículos, mercadorias, exemplos de bens), os valores a 
receber de alguém (direitos) e as dívidas perante terceiros 
(obrigações). Quantificar exatamente esses montantes e acompanhar 
quaisquer modificações ocorridas neles. É a isso que a contabilidade se 
dedica. 
 
É importante que cada um de nós saibamos quanto possuímos e 
devemos. Você, aluno 3D, tem controle sobre seu patrimônio? Sabe 
quanto tem em bens e direitos? E em relação às dívidas, sabe quanto 
deve nesse momento? Comparando sua situação patrimonial com a do 
ano anterior, seu patrimônio aumentou ou diminuiu? Sabe os motivos 
desse acréscimo/decréscimo? 
 
A contabilidade responde a essas questões. 
 
Finalidade/Usuários 
 
A finalidade da contabilidade é fornecer informações úteis aos 
seus diversos usuários. Qualquer pessoa interessada na informação 
contábil, quer esteja dentro da entidade (gerentes, administradores, 
sócios) ou fora dela (clientes, fornecedores, bancos, governo) é 
considerada um usuário da informação contábil.Mas que tipo de 
informação o usuário quer? Qual tipo de informação a entidade deve 
divulgar? Ora, é claro que não interessam informações insignificantes 
do tipo, “em uma tarde, no escritório da multinacional X, em São Paulo, 
são utilizados, pelo funcionário Y, 50 clipes de papel”. O que interessa 
é o fornecimento de informações úteis1, aquelas que são relevantes e 
que representam fidedignamente a realidade. 
 
 
1
 Na aula 12, no estudo do CPC 00, estudaremos as características da informação contábil bem 
direitinho. 
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 Contabilidade é a ciência que controla o patrimônio (objeto) a fim de fornecer informações (finalidade) a quem interessar possa (usuários). 
Campo de Aplicação 
 
Onde a contabilidade vai atuar? Onde houver um patrimônio 
sendo gerido, ou seja, um patrimônio com alguém cuidando dele. Cabe 
destacar que essa gerência, esse ‘cuidar’, não tem nada a ver com 
eficiência. Essa gerência pode ser um desastre e ainda assim, haverá 
contabilidade. Enfim, onde houver um conjunto de bens, direitos e 
obrigações, com atos de gestão, aí haverá a contabilidade. Para a 
prova, no entanto, o mais importante é memorizar o seguinte: o campo 
de aplicação da contabilidade é a entidade econômico-administrativa, 
também chamada de azienda. 
 
 Cabe destacar que azienda ou entidade econômico-
administrativa é algo mais amplo do que empresa. Pensamos muito 
em contabilidade para empresas que prestam serviços, compram, 
fabricam e vendem com lucro, mas a contabilidade vai além. Você, caro 
aluno, é uma azienda, assim como as empresas, as associações, 
igrejas, clubes de futebol, municípios, etc. Dito isto, é bom destacar 
que no nosso curso a abordagem será focada nas empresas comerciais, 
assim como acontece nas provas de contabilidade geral. 
 
Funções 
 
Aqui mais um decorebinha para acertar aquela questão dada na 
prova. A contabilidade tem duas funções: 
 
� Função Administrativa: controlar o patrimônio 
 
� Função Econômica: apurar o resultado (ou rédito) 
 
Se a contabilidade tem por finalidade fornecer informações úteis 
sobre o patrimônio, é obvio que ela precisa conhecer ‘só tudo’ sobre o 
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seu objeto, enfim, tem que controlar e conhecer a fundo o patrimônio, 
para poder dar as informações de que os usuários necessitam (função 
administrativa). Outra coisa, não basta saber qual é o patrimônio da 
entidade em determinada data. Temos que verificar, por exemplo, se 
esse patrimônio aumentou ou diminuiu no último ano, conhecendo as 
razões desse aumento ou diminuição. Via de regra, a riqueza de uma 
entidade aumenta ou diminui por conta do chamado resultado, que é 
a verificação da ocorrência de lucro (receitas maiores do que despesas) 
ou prejuízo (despesas maiores do que receitas). Daí a importância da 
função econômica. Calma que no momento adequado iremos estudar 
o que é receita e despesa. 
 
Técnicas Contábeis 
 
Mais um assunto fácil, Ilustres. Técnicas contábeis são as 
ferramentas que a contabilidade utiliza para exercer o seu papel. 
Existem quatro técnicas: escrituração, demonstrações, auditoria e 
análise. 
 
Tudo começa com a escrituração2, que é o registro de todas as 
ocorrências que afetam o patrimônio. Sendo a ciência que controla o 
patrimônio a fim de fornecer informações, é óbvio que a Contabilidade 
deve estar atenta a todos os fatos que alteram os bens, direitos e 
obrigações de uma empresa. Houve alguma alteração, por menor que 
seja? Devemos efetuar o respectivo registro, dizer o que exatamente 
foi modificado no patrimônio. Isso também é chamado de lançamento 
que é, no final das contas, o debitar e o creditar na Contabilidade. Por 
ser o ponto de partida, é fundamental o entendimento de como se 
registra um fato, assunto que será cuidadosamente debatido adiante, 
em meio a vários exemplos. 
 
A contabilidade existe para fornecer informações úteis, que 
auxiliem na tomada de decisões por parte dos usuários. Sendo assim, 
de nada adianta dizer ao dono de uma empresa que em relação ao seu 
patrimônio houve, por exemplo, cinco mil fatos que alteraram seu 
patrimônio e passar a narrar um festival de débitos e créditos. Será 
 
2 Na realidade, chamamos de escrituração a reunião de lançamentos. Nesse primeiro momento, no 
entanto, trataremos escrituração como sinônimo de registro contábil. 
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que ele compreenderia alguma coisa? Provavelmente não! É por isso 
que, após o registro de todos os fatos ocorridos em determinado 
período, a empresa elabora demonstrativos diversos, cada um com 
uma finalidade específica, informando aos usuários, por exemplo, qual 
é o seu patrimônio em uma data determinada data (Balanço 
Patrimonial), qual foi o lucro ou prejuízo apurado (Demonstração do 
Resultado do Exercício), o que foi feito com esse resultado 
(Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados), o que tem 
acontecido com o caixa (Demonstração dos Fluxos de Caixa) e como a 
empresa gera riqueza e a distribui entre os funcionários, proprietários, 
governo e terceiros (Demonstração do Valor Adicionado). São feitas, 
enfim, tabelinhas criadas para atender a finalidades específicas. Tais 
tabelinhas são conhecidas como demonstrações contábeis3, as quais 
resumem a escrituração, tornando-a mais amigável ao usuário. 
 
A auditoria consiste, grosso modo, na obtenção de evidências 
sobre as informações contidas nas demonstrações: todos os fatos 
foram realmente registrados de forma correta? As demonstrações 
foram elaboradas de acordo com os princípios e normas contábeis? 
 
Por fim, a análise das demonstrações contábeis, também 
conhecida como análise de balanços, trata do estudo das 
demonstrações, através do qual elas são analisadas sob diferentes 
aspectos, de modo que o usuário consiga extrair diversas informações, 
tais como liquidez, endividamento, rotatividade e rentabilidade. 
 
 
 
3
 Há outras demonstrações contábeis. Neste curso iremos estudar detalhadamente o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. As demais demonstrações (inclusive 
as não citadas aqui) serão estudadas no curso de Contabilidade Avançada para a AFRFB. 
Escrituração
(registrar)
Demonstrações
(montar quadros 
explicativos)
Auditoria
(verificar se está 
tudo certo)
Análise
(estudar as 
demonstrações)
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1.2 PATRIMÔNIO 
 
 Já vimos que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio, 
que é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. 
Pensando, sempre, em quem está vendo a matéria pela primeira vez, 
vamos conversar um pouco sobre os termos tratados no conceito de 
patrimônio. Perceba que o senso comum vai nos ajudar bastante nessa 
tarefa. 
 
Bens (também chamados de direitos reais) 
 
Bem é algo que atende a uma necessidade humana e pode ser 
mensurado. São os elementos que podem ser utilizados ou vendidos 
e que têm valor: dinheiro nobolso, dinheiro no banco, máquinas, 
equipamentos, móveis, utensílios, veículos, terrenos, mercadorias, 
produtos, etc. A despeito dos exemplos dados, nem todo bem é 
tangível ou material. Veja o caso de um programa de computador: tem 
utilidade e é avaliável em dinheiro (custa algum valor) e, por isso, 
também é um bem, só que intangível. Há outros exemplos de bens 
incorpóreos, tais como marcas e patentes. É importante que fique claro 
que um bem pode ser material ou imaterial e que necessariamente a 
ele deve ser possível atribuir um custo. O ar, por exemplo, tem uma 
enorme utilidade, mas nós não atribuímos um custo a ele. Ninguém 
diz: “o ar da minha empresa foi comprado por tantos reais”. 
 
Cabe destacar que a contabilidade só trata de itens que possam 
ser mensurados. Se não tiver valor, não entra na contabilidade. Sendo 
assim, essa história de que precisa ter um custo vale para todos os 
elementos da contabilidade (ativo, passivo, pl, receitas e despesas). 
 
Direitos (também conhecidos como direitos pessoais) 
 
São todos os valores que a empresa tem a receber ou a 
recuperar, bem como tudo o que ela emprestou ou adiantou a alguém. 
São os créditos perante terceiros. Emprestou algo a alguém? Ficou com 
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um direito denominado empréstimos concedidos4. Adiantou salário a 
um empregado? Surgiu no seu patrimônio um direito denominado 
adiantamento a empregados. Vendeu mercadorias ou prestou serviços 
a prazo? Apareceu um direito comumente chamado de clientes ou 
duplicatas a receber. Direitos, simplificando, são os montantes que a 
empresa tem a receber ou a recuperar dos outros. 
 
Obrigações 
 
Aqui também o senso comum ajuda bastante: obrigações são as 
dívidas que a entidade contraiu junto a terceiros: contas a pagar, 
empréstimos obtidos, tributos a recolher; enfim, são os valores que 
cedo ou tarde a empresa terá de pagar a alguém. 
 
Situação Líquida 
 
Embora não esteja expresso no conceito de patrimônio, é 
importante o entendimento do que seja a situação líquida (adiante 
veremos se há diferença entre situação líquida e patrimônio líquido). 
Se uma pessoa converter todos os seus bens e direitos em dinheiro e 
pagar todas as suas dívidas, diz-se que a sobra é sua situação líquida 
(SL). A SL é, portanto, quanto efetivamente pertence ao dono da 
entidade sendo, por isso, conhecida como capital próprio (riqueza do 
proprietário). É fácil visualizar. Imagine que alguém tenha, em bens e 
direitos o valor de R$ 20 e que possua, ao mesmo tempo, uma dívida 
também de R$ 20. Essa pessoa, no final das contas, não possui recurso 
próprio, sua riqueza é zero! Ora, se ela vender o bem pelo preço de 
custo e receber o direito ficará com R$ 20 nas mãos. Só que terá de 
pagar sua dívida, também no valor de R$ 20. No final da história: nada 
no bolso! É por isso que para avaliarmos se alguém é “rico” ou não, 
não devemos focar apenas nos bens e direitos (praxe nesse mundão 
doido que adora aparências, diga-se de passagem), pois alguém pode 
ter aplicações, terrenos, investimentos e carros na casa de bilhões 
mas, do mesmo modo, pode estar devendo bilhões. Já outro, com 
apenas uma simples casa, mas sem dever a ninguém, pode ter uma 
SL maior. Vamos comparar duas situações: 
 
4
 Veremos mais adiante que há flexibilidade na nomenclatura das contas, a depender do plano 
de contas estruturado pela entidade. O que é “empréstimos concedidos” em uma empresa, pode 
ser “empréstimos a receber” em outra, por exemplo. 
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 Patrimônio 1 
 
Dinheiro--------- 100.000 Financiamentos Bancários a Pagar-----400.000 
Casa------------- 200.000 Contas a Pagar--------------------------200.000 
Terrenos--------- 300.000 
TOTAL------------600.000 TOTAL------------------------------------600.000 
 
Análise: A pessoa possui bens e direitos no valor de 600 mil, mas 
sua riqueza é zero, pois suas dívidas também chegam a 600 mil. 
 
 Patrimônio 2 
 
Dinheiro--------- 1 Contas a Pagar------- 0,50 
 
Análise: A pessoa quase não possui patrimônio, pois há somente 
um bem (dinheiro) na quantia irrisória de um real (R$ 1); entretanto, 
as dívidas são menores ainda (praticamente zero), de modo que possui 
patrimônio líquido de 0,50 centavos – quase nada, mas possui! 
 
Embora prosaicos, os exemplos servem para deixar claro, desde 
já, que: 
 
 
• Não é um Ativo (bens e direitos) grande, por si só, que vai indicar 
que alguém está “rico” 
• Não é um PASSIVO (obrigações) enorme, por si só, que vai indicar 
que alguém está “pobre”. 
 
Por fim, cabe destacar que, por convenção, quando vamos 
representar o patrimônio de alguém, os bens e os direitos ficam do 
lado esquerdo. Já as dívidas e a situação líquida ficam do lado direito. 
Em termos de valor, o lado direito sempre será igual ao lado esquerdo. 
Veremos o motivo adiante! 
 
 
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1.3 CONTAS 
 
Nesse ponto do material já deu pra perceber que a contabilidade 
trabalha com dois aspectos do patrimônio: o aspecto qualitativo (dizer 
o nome do item) e o aspecto quantitativo (mostrar o valor do item). 
Não interessa informar que uma entidade tem um terreno, sem 
conseguir indicar qual é o valor desse terreno: mil, um milhão ou um 
bilhão? Ora, tem que dizer o valor, tem que ter o aspecto quantitativo. 
Da mesma forma, não adianta nada dizer que alguém tem “algo” de 
10 mil, sem dizer o que é esse algo. É um carro, dinheiro, valor a 
receber de alguém, uma dívida? Tem que ter também o aspecto 
qualitativo. E é nesse contexto de aspecto qualitativo que a contas 
entram. 
 
Imagine que você seja o responsável pela contabilidade de 
alguém e chegou o momento de mostrar a essa pessoa qual é o 
patrimônio dela no final de determinado período. Caso você diga “seu 
patrimônio é de R$ 1 milhão”, essa informação gerará, por certo, 
outras indagações do tipo “Mas um milhão em quê? Dinheiro? Casas? 
Terrenos? Valores a Receber?” Ora, se a contabilidade existe para 
fornecer informações, deve fazer isso de modo decente. A informação 
deve ser prestada levando em consideração que o patrimônio é 
composto de diversos itens. Para fins de comparação, para ficarmos só 
nos bens, alguém pode ter “apenas” um imóvel de um milhão, 
enquanto outro pode ter dinheiro em caixa, dinheiro no banco, 
aplicações financeiras, terrenos, máquinas, móveis, veículos, 
utensílios, enfim, diversos itens que somados também cheguem a um 
milhão. Observe que embora os dois patrimônios (brutos) possuam um 
mesmo valor, eles têm uma composição muito diferente! É por isso 
que a contabilidade fornece informações indicando cada elemento que 
compõem o patrimônio de uma pessoa; e é cada elemento desse, cada 
item que forma o patrimônio de alguém, que chamamos de contas. 
 
Na contabilidade há uma infinidade de contas pois, na prática, 
cada empresa tem liberdade de criar o nome que quiser. Desse modo, 
não vá atrás de querer saber o nome de todas as contas que existem. 
Não dá! Não precisa! Para a nossa prova, vai ser importante, isso sim, 
conhecer todas as contas já cobradas em provas da ESAF (faremos isso 
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na aula 18). O que interessa, e isso você vai ter que conhecer, não tem 
jeito, é saber a qual grupo a conta que estiver diante de você pertence. 
Então vamos lá. 
 
Uma conta pode pertencer a cinco grandes grupos: ATIVO, 
PASSIVO, SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL), RECEITAS e DESPESAS. É 
importantíssimo entendermos a característica de cada um desses 
grupos. Vamos, então, estruturar nosso estudo da seguinte forma: em 
um primeiro momento, aprenderemos a identificar as contas do ativo, 
passivo e SL para, em seguida, entender como se dá o registro de fatos 
envolvendo tais grupos. 
 
Na sequência, apresentaremos os conceitos de despesas e 
receitas, com exemplos de lançamentos, mostrando cuidadosamente a 
diferença entre as contas usadas para aferir o resultado (receitas e 
despesas) e as utilizadas para evidenciar o patrimônio de alguém em 
determinada data (ativo, passivo e SL). Essa sequência foi 
cuidadosamente planejada para que você entenda – mas entenda 
mesmo! – o núcleo fundamental da disciplina: quais são os grupos de 
contas e como lançar. 
 
Preste atenção!!! 
 
 
1.4 ATIVO 
 
No ativo ficam todas as contas representativas de bens e direitos 
da entidade. Foi bem, foi direito, tá no ativo. 
 
Já vimos o que são bens e direitos. A hora agora é de ir se 
familiarizando com algumas contas famosas do ativo, sem querer 
esgotar o assunto, já que teremos uma aula específica sobre contas. 
Leia a relação abaixo. Nela constarão apenas bens e direitos, ou seja, 
contas do ativo. Veja se tem algo que vai contrariar sua lógica. 
Qualquer dúvida, entre em contato, pois estamos adentrando a parte 
central do conteúdo e cada passo é importante. Vamos começar com 
algumas contas bem fáceis: 
 
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Teoria e Resolução de Questões 
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26 
 
• Caixa: é o dinheiro em espécie; 
• Bancos conta movimento: é o dinheiro que está na conta 
corrente; 
• Mercadorias: é o que a empresa compra para revender; 
• Produtos: é o que a indústria fabrica para vender; 
• Matéria-prima: é o que a indústria compra para utilizar na 
fabricação de produtos; 
• Material de consumo: é o material de expediente utilizado pela 
empresa (papel, clipes, grampos, caneta). Pode ser também o 
material utilizado na limpeza; 
• Estoques: é gênero, do qual são espécies: mercadorias, 
produtos, matéria-prima, material de consumo, etc. Nesse curso, 
quando aparecer a palavra estoques de forma isolada, estaremos 
nos referindo a estoque de mercadorias; 
• Clientes*: quando a empresa vende a prazo, ela fica com um 
valor a receber do seu cliente. Equivale a “valor que eu tenho a 
receber do meu cliente”. É um direito, portanto; 
• Contas a receber* 
• Duplicatas a receber* 
• Títulos a receber* 
• Empréstimos concedidos: se emprestamos para alguém, ficamos 
com um direito; 
• Adiantamentos a funcionários: “Adiantamento A Alguém é Ativo” 
• Máquinas e equipamentos: geralmente equipamentos usados 
pelas indústrias 
• Móveis e utensílios: é só pensar nos móveis do escritório (mesas, 
cadeiras, etc.); 
• Veículos: veículos usados pela empresa no dia a dia (para 
entrega, por exemplo); 
• Terrenos: na contabilidade o valor do prédio (edificação) vai 
para uma conta, o do terreno vai para outra; 
• Edificações: é a parte construída do imóvel; 
• Imóveis: vá se acostumando. Pode aparecer tudo separado 
(terrenos e edificações) e pode aparecer a conta imóveis mesmo. 
No final das contas o que interessa é que são bens; 
• Investimentos: ações que compramos de outras empresas, por 
exemplo; 
• Aplicações Financeiras: CDB, RDB, Poupança, etc; 
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• Casa: não tem diferença para imóvel. É só para alertar que pode 
aparecer assim também; 
• Computadores: computadores usados pela empresa no dia a dia. 
Lembrando, se a empresa vende computadores, tais 
computadores ficam na conta mercadorias (tudo o que a 
empresa compra para revender é mercadoria, do chiclete ao 
edifício); 
• Marcas: direito de explorar comercialmente uma marca; 
• Patentes: direito de explorar, por exemplo, a fórmula de um 
medicamento por um determinado período. 
 
* Há flexibilidade na nomenclatura das contas. Ao invés de ‘clientes’, 
podemos usar: ‘duplicatas a receber’ ou ‘duplicatas emitidas’ (sinônimo 
de duplicatas a receber). Podemos até mesmo utilizar ‘contas a receber’ 
ou ‘títulos a receber’; enfim, o importante é usar uma conta que 
represente um valor a receber. Com lógica, claro. 
 
 Sinônimos para Ativo: Patrimônio Bruto, Recursos Aplicados, Capital Aplicado. Valores possíveis para o Ativo: o ativo pode ser zero ou maior que zero. Jamais o ativo será menor que zero. Ou temos bens e direitos ou não temos. Não há bens e direitos negativos. 
 
1.5 PASSIVO 
 
O passivo é formado pelas dívidas da entidade, ou seja, tudo o 
que a empresa está devendo para terceiros. Quaisquer contas a pagar 
(títulos a pagar, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar), 
empréstimos e financiamentos obtidos, adiantamentos recebidos de 
alguém, tributos a recolher, dívidas junto a fornecedores, enfim, tudo 
o que devemos fica no nosso Passivo. 
 
Lembrando o que foi dito anteriormente, não é um passivo 
grande, por si só, que vai indicar que minha situação está ruim. Por 
exemplo, se peguei um empréstimo de mil, mas possuo esse dinheiro 
no caixa (ou aplicado em máquinas, mercadorias, etc.), minha riqueza 
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não foi alterada (não fiquei “mais rico” nem “mais pobre”), pois se é 
verdade que tenho uma dívida de mil, também é verdade que esse 
valor está no meu ativo. Basta eu realizar os bens (ou seja, transformá-
los em dinheiro) e pagar a obrigação. Seguindo o mesmo raciocínio, 
não é porque tenho um ativo de um milhão que posso dizer que estou 
em uma situação confortável; isso porque posso estar com esse 
dinheirão na conta, mas ao mesmo tempo, dever igual quantia ao 
banco. Não custa lembrar, então, algo que vai ser importante para 
entendermos adiante a diferença entre passivo e despesa, bem como 
entre ativo e receita: 
 
� Não é um Ativo grande, por si só, que vai indicar que meu PL 
também é grande ou está aumentando; 
 
� Não é um PASSIVO enorme, por si só, que vai indicar que meu PL é 
pequeno ou está diminuindo. 
 
Vamos dar uma olhadinha em algumas contas clássicas do 
passivo: 
 
• Fornecedores: quando a empresa compra estoque a prazo, ela 
fica com um valor a pagar a quem está fornecendo a mercadoria. 
Equivale a “valor que eu tenho a pagar ao meu fornecedor”. É 
uma obrigação, portanto. 
• Contas a pagar* 
• Duplicatas a pagar* 
• Títulos a pagar* 
• Empréstimos obtidos, Empréstimos a pagar ou apenas 
Empréstimos: quem pede emprestado fica com uma dívida; 
• Financiamentos obtidos, Financiamentos a pagar ou apenas 
Financiamentos: 
• Adiantamento de clientes: se um cliente adiantou algum valor 
para a empresa, a empresa ficou com uma dívida. 
 
É importante destacar que quando aparece apenas a palavra 
empréstimo, sem indicar se foi concedido ou obtido, classificamos no 
passivo, ou seja, fica subtendido, que se trata de um empréstimo 
obtido. O mesmo vale para financiamentos. 
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 Sinônimos para Passivo: Passivo Exigível, Passivo Real, Capital de Terceiros, Recursos de Terceiros, Capital Alheio e Recursos Alheios. Valores possíveis para o Passivo: o passivo pode ser zero ou maior que zero. Assim como o ativo, o passivo jamais será menor que zero. Ou temos dívidas ou não temos. 
 
1.6 SITUAÇÃO LÍQUIDA 
 
Quando alguém resolve começar uma empresa deve, 
necessariamente, entregar algum recurso para que a pessoa jurídica 
comece a funcionar, afinal, a empresa precisa de algo para sair do 
papel. Pois bem, esse recurso inicial entregue pelos sócios é chamado 
de capital social, e é sobre essa conta que vamos nos deter, em um 
primeiro momento, para sacramentar a ideia de que é a SL quem vai 
evidenciar quanto do patrimônio efetivamente pertence ao sócio. 
 
Imagine que João e José resolveram abrir uma empresa tendo, 
cada um, se comprometido a entregar R$ 50 em dinheiro para a 
formação do capital (pense na conta capital social como sendo “o sócio 
colocou na empresa tanto”). Imagine que pela manhã eles abriram a 
empresa, entregando (integralizando, realizando) um capital de R$ 
100, em dinheiro. O patrimônio fica assim: 
 
ATIVO SITUAÇÃO LÍQUIDA 
Caixa--------100 Capital Social-------100 
 
Acontece que à tarde eles se arrependem e decidem liquidar a 
empresa. Como não há dívidas, tudo o que existe no ativo pertence 
aos sócios; sendo assim, cada um vai ficar com os R$ 50 que entregou 
na parte da manhã (para simplificar, desconsideramos que, na prática, 
a empresa teria gastos para concretizar a liquidação). 
 
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Agora imagine que após a integralização do Capital a empresa 
tenha obtido um empréstimo bancário de R$ 100 mil. Teríamos o 
seguinte Balanço Patrimonial5: 
 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 100 Empréstimos 100.000 
Bancos 100.000 PL 
 Capital Social 100 
Ativo Total 100.100 Passivo Total 100.100 
 
Agora, caso resolvam acabar com a empresa, quanto cada sócio 
vai botar no bolso? Simples, continua sendo o valor de R$ 50 para 
cada. Veja que o primeiro passo será pagar todas as dívidas. Ora, 
usando o dinheiro da conta corrente para pagar a obrigação bancária, 
a empresa voltará à situação de possuir apenas R$ 100 aplicados no 
caixa. Veja que o valor constante no ativo (patrimônio bruto) não 
pertence, efetivamente, ao sócio, não faz parte de “sua riqueza”. 
Devemos diminuir do patrimônio bruto todas as dívidas e, aí sim, 
chegamos ao que os sócios colocarão no bolso no final das contas. 
 
Repetindo, é a SITUAÇÃO LÍQUIDA que vai indicar: 
 
a) a riqueza da entidade; 
b) quanto, efetivamente, o titular do patrimônio possui de recurso 
próprio; 
c) quanto, no final das contas, o sócio bota no bolso caso ocorra a 
liquidação da empresa; 
d) se ao longo do tempo a pessoa “está ficando mais rica” ou “mais 
pobre”. 
 
Mas a SL não é formada apenas do capital colocado inicialmente 
na empresa. Primeiro, porque a qualquer momento os sócios podem 
aumentar esse capital mediante novos aportes, bem como diminui-lo. 
 
5 Representação gráfica do Balanço Patrimonial: por convenção, do lado esquerdo ficam as contas do 
Ativo, e do lado direito as do Passivo e PL. A Lei nº 6.404/76 (base da contabilidade) chama o lado direito 
do balanço, composto de Passivo (dívidas) e Patrimônio Líquido, de PASSIVO. Como os dois lados do 
balanço sempre terão o mesmo valor, diz-se que o ATIVO vai sempre bater com o PASSIVO. Na realidade, 
o termo PASSIVO da lei se refere ao que a doutrina chama de PASSIVO TOTAL (termo que engloba o 
Passivo Exigível e o PL). 
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Segundo, porque outros fatores também influenciam na riqueza do 
proprietário, sendo o mais conhecido deles, o lucro. Ora, se ao longo 
de suas operações, a empresa tem mais receitas do que despesas, diz-
se que houve um lucro e tal resultado aumenta sua riqueza. Caso, 
entretanto, ocorra prejuízo em determinado período (despesas 
superiores às receitas) a SL da empresa ficará menor. 
 
Outra coisa: quando ocorre lucro, a empresa pode aproveitar o 
bom momento e, por segurança ou exigência da lei, destinar parte dele 
para a constituição das reservas de lucros, guardando, assim, um 
pouco da “gordura” criada para usar, caso necessário, em 
determinadas ocasiões no futuro6. Há, obviamente, outras contas no 
Patrimônio Líquido, as quais serão estudadas no momento oportuno. 
 
Antes de citar algumas contas clássicas do patrimônio líquido, 
deixa eu tirar logo uma dúvida que deve estar encasquetando muita 
gente: “Professor, mas afinal, é situação líquida ou patrimônio líquido”. 
No geral, nos livros, na lei, nos pronunciamentos do CPC (estudaremos 
o que é isso depois) você verá o termo Patrimônio Líquido. Vou tratar 
da diferença entre os dois termos porque a ESAF (sempre ela) cobrou 
essa frescura na prova do MDIC em 2012. Eis a alternativa da 
discórdia: 
 
“b) O patrimônio líquido pode ser entendido como sendo a diferença 
entre o valor do ativo e o valor do passivo de um patrimônio”. 
 
A ESAF considerou essa assertiva errada. Para a ESAF, olha o 
que seria correto: 
 
“b) A situação líquida pode ser entendida como sendo a diferença entre 
o valor do ativo e o valor do passivo de um patrimônio”. 
 
 É o seguinte: ao contrário do ativo e do passivo, que podem 
apenas ser zero ou maior que zero, a situação líquida pode ser tudo: 
zero, maior que zero ou menor que zero7. Sendo bem rigoroso 
tecnicamente, só podemos falar em patrimônio líquido quando a 
 
6 Vamos estudar as oito reservas de lucros existentes na aula 23. 
7 Você visualizará melhor isso no assunto ‘Estados Patrimoniais’, nas videoaulas. 
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situação líquida for positiva, ou seja, patrimônio líquido é a situação 
líquida positiva. Por esse raciocínio, nem sempre ativo menos passivo 
será igual a patrimônio líquido. Será igual, isso sim, a situação líquida. 
Havia, nessa questão, uma alternativa claramente correta que foi o 
gabarito definitivo (letra c). Digo aos meus alunos: nessa questão 
(resolvida no vídeo 10), o problema da ‘b’ foi a letra ‘c’ existir. Se as 
outras quatro assertivas trouxessem absurdos, a resposta seria a ‘b’. 
Esse é o mundo dos concursos, ilustres. Temos, por vezes, que marcar 
a “mais certa” ou a “menos errada”. Enfim, “saber fazer a prova 
também é um conhecimento”. 
 
Ainda sobre o assunto, a própria ESAF, em uma prova da SEFAZ 
PI, em 2001, chamou a situação líquida negativa de patrimônio líquido. 
Ou seja, esse item cobrado em 2012 se enquadra no contexto de uma 
questão polêmica que a ESAF quis fazer (ela adora isso). Na prática, 
nos seus estudos, para simplificar, você irá tratar patrimônio líquido e 
situação líquida como a mesma coisa (a não ser que se depare com 
uma nova questão polêmica...aí, só a análise das alternativas vai 
indicar a posição a tomar). Daqui pra frente vou tratar patrimônio 
líquido como sinônimo de situação líquida, ok? Eis algumas contas 
clássicasdo PL: 
 
• Capital Social; 
• Reservas: todas as reservas ficam no PL; 
• Lucros Acumulados; 
• Prejuízos Acumulados; 
• Lucros ou Prejuízos Acumulados: é a junção das duas contas anteriores 
em apenas uma. O saldo dessa conta determinará se a empresa está com 
lucro ou prejuízo acumulado. Se o saldo for positivo, haverá lucro 
acumulado. Se o saldo for negativo, teremos um prejuízo acumulado. 
 
 Sinônimos para Situação Líquida: Patrimônio Líquido, Capital Próprio e Recursos Próprios. Valores possíveis para a Situação Líquida: a situação líquida topa tudo! Pode ser zero, menor que zero ou maior que zero. Quando a empresa tem mais dívidas do que bens e direitos, ela apresenta situação líquida negativa. 
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1.7 ENTENDENDO O QUE HÁ POR TRÁS DO LANÇAMENTO 
CONTÁBIL 
 - Origens e Aplicações e o Método das Partidas Dobradas - 
 
Origens e Aplicações 
 
A Contabilidade está toda pautada na ideia de que para toda 
aplicação, há uma origem. Se algo mexe com o patrimônio de alguém, 
podemos garantir que houve, pelo menos, uma origem e uma aplicação 
em relação ao fato; por isso, diz-se que as origens sempre serão iguais 
às aplicações – eis porque os dois lados do Balanço sempre são iguais. 
É por isso também que todo fato contábil mexe com pelo menos duas 
contas, uma indicando a origem e outra a aplicação. Não é exagero 
dizer que esse é o fundamento que está por trás de toda a ciência 
contábil. 
 
Ora, se a Contabilidade é a ciência voltada para o fornecimento 
de informações sobre o patrimônio, não basta dizer, por exemplo, que 
houve o recebimento de R$ 100 em dinheiro ou o pagamento de R$ 
200. Os R$ 100 vieram de onde? Os R$ 200 foram pagos a título de 
quê? Perceba que o fornecimento de informações deve acontecer de 
modo satisfatório. Os R$ 100, com certeza, tiveram alguma origem 
(doação, venda à vista, recebimento de um cliente, empréstimo 
obtido). Do mesmo modo, o valor de R$ 200 foi aplicado em alguma 
coisa (compra de um bem, empréstimo a alguém, pagamento de uma 
dívida). Podemos garantir, então, que quando ocorre um evento que 
altera o patrimônio, o chamado fato contábil, pelo menos dois itens são 
movimentados, existindo, assim, uma origem e uma aplicação. 
 
Embora hoje isso pareça óbvio, nem sempre foi assim. 
Antigamente o registro contábil era feito retratando apenas uma 
repercussão no patrimônio. Era a época da unigrafia. Em 1494, no 
entanto, houve o grande boom contábil: Frei Luca Pacioli documentou 
as bases da contabilidade moderna, ao incorporar à ciência contábil a 
ideia das origens e aplicações. Surgia, assim, a digrafia ou método das 
partidas dobradas. 
 
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 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS “Em cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito”. 
Inicialmente... 
 
UNIGRAFIA: registro do fato contábil levando em consideração 
que apenas um item do patrimônio era alterado. 
 
Fato 1) Houve entrada de dinheiro de R$ 100,00 
 
Fato 2) Houve saída de dinheiro de R$ 200,00 
 
Com o avanço da contabilidade... 
 
DIGRAFIA: registro do fato contábil levando em consideração 
que, a cada fato, pelo menos dois itens do patrimônio são 
movimentados. 
 
Fato 1) Houve entrada de dinheiro de R$ 100,00, porque peguei 
emprestado de alguém 
 
Fato 2) Houve saída de dinheiro de R$ 200,00, porque comprei um 
veículo à vista 
 
O ‘Método das Partidas Dobradas’, veja, significa que uma conta 
registrada (partida) terá a companhia de outra (contrapartida), por 
isso, o termo “partidas dobradas” nada tem a ver com uma mesma 
coisa sendo feita duas vezes. 
 
Já vimos que tudo na Contabilidade começa com o registro das 
ocorrências que alteram o patrimônio e que, por causa da regra das 
origens e aplicações, ocorrido um fato contábil, pelo menos duas 
contas são movimentadas, o que significa dizer que elas sofrerão 
aumentos ou diminuições. Como vamos, então, registrar os acréscimos 
e decréscimos ocorridos nas contas? 
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Será na forma de redação? 
 
“Houve entrada de dinheiro de R$ 100, porque peguei 
emprestado de alguém” 
 
“Houve saída de dinheiro de R$ 200, porque comprei um veículo 
à vista” 
 
Será na base de sinais ou setas? 
 
+ Dinheiro ↑Caixa 
 
+ Empréstimo Obtido ↑Empréstimo 
 
+ Veículos ↑Veículos 
 
- Dinheiro ↓ Caixa 
 
Nada disso! Na Contabilidade, o registro dos aumentos e 
diminuições nas contas é feito através das palavras “Débito” e 
“Crédito”. Cabe alertar, desde já, que “débito” e “crédito”, aqui, não 
possuem a conotação dada no cotidiano. São, isso sim, convenções 
adotadas para registrar os fatos (escolhidas, pense, em detrimento das 
setinhas, dos sinais e do “estilo redação”). Para que não reste dúvida, 
e mesmo que pareça estranho, imagine que ao invés das palavras 
débito e crédito poderiam ter sido escolhidas outras quaisquer (“sol e 
lua” ou “sal e açúcar”) e, mesmo assim, a contabilidade continuaria 
funcionando normalmente. Entenda, então, que para fins de 
escrituração: 
 
 a) DÉBITO não significa algo ruim (nem bom); 
 
b) CRÉDITO não significa algo bom (muito menos ruim); 
 São, simplesmente, palavras utilizadas para o registro dos aumentos e diminuições que ocorrem nas contas. 
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Seguindo o raciocínio que levará à regra para registro dos fatos, 
houve a vinculação dos débitos e créditos à ideia das origens e 
aplicações, já que tudo na contabilidade funciona com base nessa 
premissa. Ficou convencionado, então, que os créditos 
representariam as origens, e os débitos as aplicações. 
 
DÉBITOS = APLICAÇÕES 
CRÉDITOS = ORIGENS 
 
Passo seguinte foi a identificação do que seria origem e do que 
seria aplicação no patrimônio. De onde vêm os recursos? De terceiros 
(empréstimos, por exemplo), dos proprietários (capital social, 
reservas) e das receitas (uma doação recebida, por exemplo, 
representa uma fonte de recurso). Aumentos no passivo, PL e receitas 
representam, assim, as origens. Por sua vez, tais recursos são 
aplicados na compra de bens (máquinas, mercadorias, veículos), 
podem ser emprestados a alguém (direitos) ou usados para 
pagamentos de serviços ou consumos, as chamadas despesas; diz-se, 
por isso, que aumentos no ativo e despesas representam as aplicações. 
É importante fixar que: 
 
 Aumento em contas do ATIVO e DESPESAS => APLICAÇÕES 
 Aumento em contas do PASSIVO, PL e RECEITAS => ORIGENS. 
 Observe que toda conta possui uma natureza, que pode ser 
devedora ou credora. Ter natureza devedora significa gostar de débitos 
e detestar créditos. Com as contas de natureza credora acontece 
exatamente o contrário: gostam de créditos e detestam débitos. 
 
Estava, assim, aberto o caminho para o lançamento contábil. 
Como ativo e despesa representam uma aplicação, e uma vez 
convencionado que as aplicações são os débitos,temos que ativo e 
despesas possuem natureza devedora (adoram débitos). Isso significa 
que para uma conta do ativo ou de despesa ser aumentada, debitamos 
referida conta (damos a ela o que ela gosta: débitos). É por isso que 
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na contabilidade, quando entra dinheiro na empresa, debitamos a 
conta caixa (caixa é do ativo, e ativo adora débitos!). Por seu turno, 
para diminuirmos uma conta do ativo, devemos creditá-la (lembre que 
conta de natureza devedora detesta créditos). O raciocínio traçado 
para a conta caixa pode ser estendido às demais contas do ativo. 
 
Perceba que o fato de uma conta adorar débitos não significa que 
ela nunca será creditada, por favor! Significa apenas que ela 
aumentará por meio de débitos e diminuirá através de créditos. As 
contas do ativo, vamos repetir até cansar, podem ser debitadas (para 
aumentar) ou creditadas (para diminuir). Caixa, por exemplo, cada vez 
que diminui é creditada e nem por isso deixa de ser conta do ativo. 
 
Como as contas do passivo, PL e receitas representam origens, 
e uma vez convencionado que as origens são os créditos, temos que 
passivo, PL e receitas possuem natureza credora (adoram créditos). 
Dito isso, você já sabe, então, que para aumentarmos uma conta de 
tais grupos, devemos creditar referida conta (afinal elas adoram 
créditos). Como adoram créditos, diante daquilo que não gostam 
(débitos), elas diminuem. “Como assim uma conta aumenta ou 
diminui?”. Estamos nos referindo, obviamente, ao saldo das contas. 
 
Lembra que a contabilidade trata do patrimônio? Pois bem, cada 
item desse patrimônio possui um valor (se não puder ser quantificado 
em bases confiáveis, não entrará na contabilidade). Quando 
compramos um carro, o saldo da conta veículos será aumentado: se 
era zero, não é mais. Se já existia algum valor, ele agora cresceu. 
“Aumentar ou diminuir uma conta” significa, então, aumentar ou 
diminuir o saldo existente em determinada conta, afinal, se um fato 
mexeu com um item do patrimônio, o saldo dele foi aumentado ou 
diminuído (não há uma terceira hipótese). 
 
Debitar e creditar é muito simples. Basta que você saiba quais 
contas têm natureza devedora e quais possuem natureza credora. 
Repetindo: as contas de natureza devedora adoram débitos e detestam 
créditos; logo, débito para aumentar e crédito para diminuir. As contas 
de natureza credora, por sua vez, adoram créditos e detestam débitos; 
sendo assim, para aumentar, crédito, e para diminuir, débito. Ativo e 
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despesa têm natureza devedora e passivo, PL e receita possuem 
natureza credora. Pronto, você já possui todo o instrumental para 
registrar os fatos contábeis. Não esqueça: 
 Como Ativo e Despesa têm natureza devedora: 
 
� Para AUMENTAR => Débito 
� Para DIMINUIR => Crédito 
 
Como Passivo, PL e Receita têm natureza credora: 
 
� Para AUMENTAR => Crédito 
� Para DIMINUIR => Débito 
 
Pode causar estranheza, para quem está vendo o assunto pela 
primeira vez, o fato de “algo bom” (ativo) ter o mesmo funcionamento 
de “algo ruim” (despesas). A lógica, para alguns iniciantes, seria que 
toda a parte boa (ativo, PL e receitas) tivesse saldo credor e a parte 
ruim (passivo e despesas), saldo devedor. Desse modo, aí sim, coisa 
boa seria sempre registrada através de crédito e coisa ruim através de 
débito! Acontece que a contabilidade não está fundamentada em uma 
equação onde de um lado temos “coisa boa” e, do outro, “coisa ruim”. 
A lógica contábil, como dissemos, gira em torno de uma equação onde 
de um lado temos as origens (passivo, PL e receitas) e do outro as 
aplicações (ativo e despesas). Como todas as origens possuem um 
mesmo mecanismo de funcionamento (seria ilógico imaginar parte das 
origens funcionando de um jeito, parte de outro), passivo, PL e receitas 
seguem um mesmo caminho na escrituração. Da mesma forma, 
enquanto aplicações, ativo e despesas caminham juntos, ambos 
aumentando pelos débitos e diminuindo pelos créditos. É isso mesmo 
pessoal, na turma do crédito, tem coisa boa (receitas e pl) e coisa ruim 
(passivo). Na turma do débito acontece a mesma coisa: elemento bom 
(ativo) e elemento ruim (despesa). Resumindo: não dá pra pensar que 
débito é ruim, pois tem coisa boa e coisa ruim aumentando através de 
débito. Da mesma forma, não dá pra raciocinar que crédito é bom, pois 
tem coisa boa e coisa ruim aumentando através de crédito. 
 
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Chegamos a um ponto decisivo no nosso estudo. A regra para 
lançar é simples, mas como estamos acostumados à ideia de que 
débito é ruim e crédito é bom, por vezes complicamos algo 
desnecessariamente. 
 
Não confunda. Mire no seguinte: 
 
1) A contabilidade deve controlar o patrimônio; 
2) Esse controle começa pelo registro de todos os fatos que alteram o 
patrimônio; 
3) Registrar é indicar que pelo menos duas contas foram movimentadas 
(aumentando ou diminuindo); 
4) Esses aumentos e/ou diminuições são representados por débitos e 
créditos que, por sua vez, são simples convenções contábeis. Não 
representam, de modo algum, algo “ruim” ou “bom”; 
5) Cientes disso, para sabermos quando debitar ou creditar, devemos nos 
ater à natureza das contas; 
6) Contas do ativo e de despesas têm natureza devedora, as do passivo, 
PL e receitas têm natureza credora; 
7) Por terem natureza devedora, contas do ativo e de despesas são 
aumentadas pelo débito e diminuídas pelo crédito; 
8) Por terem natureza credora, contas do passivo, PL e receitas são 
aumentadas ao serem creditadas e diminuídas ao serem debitadas. 
 
Não fique brigando com a natureza das contas. Bote isso na 
cabeça e pronto! E é por isso que muitas pessoas formadas em 
engenharia, por exemplo, fecham a prova de contabilidade: assimilam 
a regrinha e praticam numa boa, sem filosofadas. Mesmo sendo isso o 
que interessa, como eu conheço meu eleitorado, vou dar uma outra 
explicação, que vai resultar na mesma regrinha. 
 
Há uma teoria na contabilidade, chamada teoria personalista das 
contas8, segundo a qual podemos pensar as contas como se fossem 
pessoas. É só imaginar que há uma pessoa específica para cuidar do 
caixa (o “sr. caixa”), outra pessoa para cuidar da conta empréstimos 
obtidos (o “sr. empréstimos obtidos”), e assim por diante. Quando a 
empresa entrega 100 reais em espécie para a conta caixa (para o “sr. 
 
8 Estudamos as teorias da contabilidade no vídeo 29. 
 Curso de Contabilidade Geral para AFRFB - 2016 
Teoria e Resolução de Questões 
PDF 1: Parte Introdutória 
 
Prof. Marcondes Fortaleza www.3dconcursos.com.br PDF 01: Aulas 01 a 06 
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caixa”), ele, o “sr. caixa”, fica devendo 100 para a empresa, concorda? 
Quanto mais dinheiro for para o caixa, mais a conta caixa ficará 
devendo para a empresa. Veja como é fácil! É por isso que a conta 
caixa tem natureza devedora (ela, a conta caixa, deve para a 
empresa!). Por seu turno, se o “sr. caixa” faz algum pagamento para 
a empresa, sua dívida diminui (se o aumento é através de débito a 
diminuição se dá por crédito). Isso vale, Ilustres, para todas as contas 
do ativo: quanto mais máquinas eu entregar para o ‘sr. máquinas”, 
mais ele ficará devendo para a empresa. Quanto

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