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Importância do Jogo na Aprendizagem

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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA 
Rio de Janeiro- 2011
BRINCADEIRA É COISA SÉRIA?
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TEMA DA AULA
Tópico 1- O jogo na aprendizagem: importância 
Tópico 2- A atividade como metodologia
Tópico 3- Autores da atividade: Freinet , Piaget e Vygotsky.
 
 
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OBJETIVOS DA AULA
 
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Demonstrar a importância da atividade para o aprendizado.
 
 Compreender que a brincadeira como metodologia, não deve ser exclusiva da educação infantil.
 Identificar a força do jogo pedagógico como impulsor dos esquemas de pensamento do aluno .
Destacar a importância da concepção interacionista / construtivista no processo de aprendizagem .
Reconhecer a necessidade do professor conhecer as três referências do mundo educacional ( Freinet, Piaget e Vygotsky) que analisam como a criança aprende. 
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TÓPICO 1- O JOGO NA 
APRENDIZAGEM: IMPORTÂNCIA 
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As crianças vão à escola para aprender cultura e internalizar os meios cognitivos de compreender e transformar o mundo.
 
Para isso, é necessário pensar – estimular a capacidade de raciocínio e julgamento, melhorar a capacidade reflexiva e desenvolver as competências do pensar. 
A metodologia tem o compromisso com a busca da qualidade cognitiva das aprendizagens.
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Construir conhecimentos, a partir de experiências em grupo, ricas em diversidade sócio-cultural, que permitam ao aluno sentir a importância transformadora do saber, são os passos fundamentais para o desenvolvimento da prática democrática em seu diálogo com a sociedade. 
 
Assim, o jogo como metodologia de ensino é mais que uma estratégia didática, pois pressupõe o comprometimento integral do indivíduo numa atividade que une o interesse a inteligência.
Pensar o jogo remete ao lúdico, o que imediatamente nos aproxima da criança e do adolescente.
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Com suas brincadeiras, os alunos representam com o corpo, com palavras e/ou com ob­jetos as situações com os quais vivem e interagem.
 
Constroem, através destas ações, o conhecimento de si próprio, das relações humanas, de como as coisas funcionam e se caracterizam.
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No cotidiano, o jogo, em seu sentido amplo, está sempre presente, proporcionando o cresci­mento na interação com o outro sujeito, além dos momentos de alegria, descontração. 
É comum brincarmos com as palavras, movimentarmos nossos corpos e usarmos gestos recheados de conteúdo lúdico. 
Conjugar aprendizagem e ludismo é aproximar o prazer do conhecimento.
					
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Motivados por nossa certeza da importância dos jogos na vida escolar das crianças, é relevante neste momento tecer algumas considerações a respeito dos mesmos.
O jogo é uma característica do comportamento infantil.
A criança devota ao jogo a maior parte do seu tempo e este é um fato sobre o qual não paira nenhuma dúvida.
O jogo, enquanto atividade espontânea da criança, foi exaustivamente analisado, pesquisado e explicado por centenas de estudiosos das mais variadas áreas do conhecimento. 
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 AUGUSTO COMTE 
Psicólogos, psiquiatras, pedagogos, filósofos e outros pensadores se utilizaram do jogo para melhor compreender o comportamento humano.
O jogo assume proporções quase ilimitadas quando faz parte de um projeto pedagógico, aproveitando o grande interesse e afinidade que as crianças demonstram por essa atividade.
 Quando criança joga, todo o seu esquema motor é acionado, suas emoções afloram, sua socialização é mais solicitada e o esquema cognitivo é estimulado.
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O jogo permite o desenvolvimento do domínio psico-motor pois as habilidades motoras e capacidades físicas são constantemente requeridas
O caráter interdisciplinar do jogo é altamente significante, porquanto aliado ao fato indiscutível de ser a criança um todo indivisível. 
Os professores devem explorar exaustivamente o jogo, se estiverem interessados realmente na promover o desenvolvimento integral da criança, considerada como ser pensante, pois o jogo é compatível com os esquemas de pensamento dessa criança.
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O jogo é um dos meios mais propícios para a construção do conhecimento. 
Para tanto, o professor deverá oferecer uma multiplicidade de ações, desafiadoras que motivem diferentes respostas, estimulando a criatividade e a redescoberta.
 Um jogo pode açambarcar centenas de variações, gerando novas dificuldades, que quando propostas para os alunos podem levá-los a se tornar conscientes da atividade realizada.
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TÓPICO 2- A ATIVIDADE COMO METODOLOGIA 
 CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS
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Historicamente, diferentes teorias tentaram explicar como se dá o processo de desenvolvimento da criança e da aprendizagem. 
Algumas, explicando “o desenvolvimento pela aprendizagem, superestimando o papel da experiência acumulada.
 Outras, substimando a experiência, e explicando a atividade mental superior por uma organização interna, súbita e imediata e, portanto, sem uma história genética”.	
Já um terceiro grupo de teorias situa a questão do desenvolvimento da criança e da aprendizagem em função do desenvolvimento e não do contrário. 
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Isso significa que o desenvolvimento dos esquemas e das estruturas mentais dos indivíduos é o que lhes permite a aprendizagem.
Segundo esta última concepção- definida como interacionista e construtivista do conhecimento, é a atividade do sujeito, a auto-atividade, que permite a organização interna, isto é, a estrutura mental, e a adaptação ao meio. 
Essa adaptação nunca é passiva, mas sim ativa: ela modifica a organização interna do sujeito, em nível acima do esquema ou estrutura anterior.
	
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Assim entendida a atividade tem, em cada etapa do desenvolvimento uma forma própria:
manipuladora e concreta -nas primeiras etapas 
operatória- concreta nas qual as ações mentais são coordenadas em conjuntos reversíveis. 
reflexiva - feita pela manipulação verbal.
Piaget classificou os conhecimentos em três tipos, de acordo com a origem e o modo de estruturação de cada um: conhecimento físico, conhecimento lógico-matemático e conhecimento social.
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O primeiro- conhecimento físico ,está ligado às propriedades físicas dos objetos, a tudo o que se pode observar neles, a sua realidade externa. Como exemplos temos a cor, a forma e até mesmo o fato de que algo cairá se o deixarmos solto no ar.
O segundo- conhecimento lógico-matemático, refere-se às relações que estabelecemos mentalmente. Assim, quando estamos na presença de um quadrado azul e de um vermelho e identificamos sua diferença, estamos diante do conhecimento lógico matemático. A diferença não está em uma ou outra figura, mas sim na mente de cada um que a observa. Frente ao mesmo material, há outras relações que um indivíduo pode estabelecer: parecidas, da mesma forma... 
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Karl Marx
Friedrich
 Engels
O terceiro - conhecimento social, é o convencional, arbitrário, determinado pelo grupo social. Como exemplos: o nome das coisas, a utilização do garfo para levar os alimentos á boca, regras de trânsito etc.
A atividade mobiliza esses tipos de conhecimento e leva o aluno à aprendizagem.
Em História e Geografia, como em todos os componentes curriculares, deve haver o intercâmbio constante entre os conceitos espontâneos da criança, construídos através de sua experiência pessoal, e os conceitos científicos sistematizados pela escola. 
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TÓPICO 3- AUTORES DA ATIVIDADE: FREINET, PIAGET E VYGOTSKY.
Hoje em dia temos três referências importantes no mundo educacional que nos indicam como as crianças aprendem: a pedagogia do trabalho, o construtivismo e a teoria
 sócio-interativa.
CÉLESTIN FREINET
JEAN PIAGET
LEV VYGOTSKY
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JEAN PIAGET
Piaget- Afirma que o indivíduo constrói o conhecimento a partir de interações que estabelece com o mundo real.
Através dos problemas que se apresentam, o indivíduo ativa as suas estruturas mentais e aprende
Dessa teoria surge o construtivismo- forma de ensinar em que se leva o aluno a operar com os objetos, proceder às experiências, tirar as suas próprias conclusões, registrá- las e testá-las em novas experiências
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O construtivismo se baseia nos seguintes pressupostos : 
o conhecimento assim como a inteligência são
construtos mentais, produtos da relação do homem com o meio; 
o pensamento se constrói, destrói e reconstrói;
a aprendizagem é uma construção; 
a inteligência é um potencial que precisa ser
desenvolvido.
o pensamento é construído a partir de contradições, da
necessidade de argumentação; 
o pensamento resulta da ação do homem sobre o mundo.
a moral também é um construção mental a qual é socialmente determinada; 
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A prática pedagógica de escola construtivista é tal que leva o aluno a produzir o a refletir sobre sua produção.
 Em vez de respostas, deve-se levar questões aos alunos. O que cabe ser feito na escola é levar o aluno a construir o seu próprio conhecimento, experimentando e registrando o resultado de suas experimentações e observações. 
Num tal ambiente, o papel reservado ao professor é de provocador e estimulador de novas experiências e não mais repositário de todo saber. 
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CÉLESTIN FREINET
http://www.youtube.com/watch?v=B3-0zLjMwTs&feature=related
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 Indica que são essenciais à ação educativa a cooperação e o trabalho produtivo. 
Nesse trabalho produtivo deve estar presente o senso de responsabilidade, de cooperação, de sociabilidade, o julgamento pessoal, a reflexão individual e coletiva, a criatividade etc. 
Propõe que se faça aula de descobertas, auto-avaliação, correção coletiva, correspondência, fichário de consulta, jornal escolar, livro da vida, plano de trabalho. Anunciou algumas invariantes pedagógicas (princípios sobre aluno/professor e trabalho escolar).
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A pedagogia Freinet busca desenvolver o senso de responsabilidade, de cooperação, de sociabilidade, o julgamento pessoal, a reflexão individual e coletiva, a criatividade, a expressão, a comunicação, o saber fazer (Know how), os conhecimentos úteis e a capacidade de reduzir os pontos de desigualdades sócios-culturais. 
Anunciou 23 "Invariantes Pedagógicas" que dão suporte ao professor. Exemplos de três:
Invariante 6- Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção. Toda atitude coercitiva é paralisante.
Invariante 12- A memória, tão preconizada pela escola, não é válida, nem preciosa, a não ser quando está empregada no tateamento experimental, onde se encontra verdadeiramente ‘a serviço da vida.
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Invariante 18-A criança e o adulto não gostam de ser controlados e receber sanções. Isso caracteriza uma ofensa à dignidade, sobretudo se exercida publicamente.
A Pedagogia Freinet não deve ser entendida como uma camisa de força que nos amarra e impede modificações. Ao contrário, ela se preocupa permanentemente com a atualidade, em estar a serviço da compreensão e de preparação do estudante para o mundo real. 
“.. tentar modernizar os utensílios da escola , melhorar as suas técnicas, para modificar progressivamente as relações entre a Escola e a Vida, entre as crianças e os professores, de maneira a adaptar ou a readaptar a escola ao meio, para obter um melhor rendimento de nossos esforços comuns” C.F.
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LEV VYGOTSKY
A mais importante contribuição ao construtivismo Pós-Piagetiano e que deu origem no chamado Construtivismo Sócio-Interacionista
Destaca a importância da troca entre alunos para a resolução dos problemas. 
Cria os conceitos de zona de desenvolvimento real (funções mentais já estabelecidas geneticamente), nível de desenvolvimento potencial (as possibilidades latentes do indivíduo) e desenvolvimento proximal (aprendizagem que se dá na troca entre os pares).
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A linguagem tem para este autor um papel fundamental no desenvolvimento da inteligência. 
Ele diz que a criança percebe o mundo não só através dos olhos mas também da fala. Vygostsky mostra que a criança usa a fala não só para perceber , mas também para pensar. 
A fala solitária é uma forma de a criança organizar suas percepções de mundo e planejar soluções para os problemas que tem que resolver.
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AS TRÊS TEORIAS NO BRASIL
PIAGET- A partir de 1960, no Brasil , a educação segue os princípios do construtivismo baseado na epistemologia genética desse autor. Diversos estados brasileiros apresentam propostas educacionais baseadas nesses princípios
FREINET- partir de 1980, no Brasil, em pequenos grupos de estudo. Não influenciou diretamente nas propostas educacionais dos estados brasileiros. Atualmente o Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro são os centros onde estão escolas e estudiosos do autor
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VYGOTSKY- A partir de 1980, no Brasil, com a democratização do país houve uma exigência de assentar a educação numa postura mais crítica. 
As propostas educacionais são reformuladas tendo como princípios os postulados do construtivismo sócio interativo.
Surgem as propostas de Bloco Único ( Rio de Janeiro e Promoção Automática ( São Paulo).
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