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Tipos de Argumentos 
 
Argumentos são recursos linguísticos que visam à persuasão, ao convencimento. O argumento não é uma prova 
inequívoca da verdade. Argumentar não significa impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. O 
argumento implica juízo do quanto é provável ou razoável. 
 
 A variedade de tipos de argumentos dinamiza os textos e aumenta a possibilidade de convencimento, uma vez 
que explora estruturas lógicas diferenciadas. 
Em âmbito geral, assevera-se que o argumento constitui uma espécie de construção verbal – quer seja na 
modalidade oral, quer seja na modalidade escrita da língua - cuja finalidade precípua é a persuasão do auditório 
(interlocutor, ouvinte, leitor, telespectador, etc) a respeito de uma tese que ocupa o centro de um debate ou de 
uma polêmica, gerando, portanto, dois partidos contrários. Ao proceder de tal forma, paga-se evidente tributo 
aos pressupostos da teoria da argumentação perelmaniana, igualmente denominada de Nova Retórica. Isso 
porque, conforme fazem notar, o objeto da teoria da argumentação “é o estudo das técnicas discursivas que 
permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que se lhes apresentam ao assentimento”. 
1. A FORTIORI (COM MAIS RAZÃO AINDA) 
 Apresentação de algo numa escala pequena para depois projetá-la numa escala maior. 
 Se de um simples vereador de uma cidadezinha qualquer, exige-se que seja competente e honesto, que dirá, 
então, de um senador da república! 
Exemplo perfeito de argumento a fortiori é esta conhecida passagem encontrada na Bíblia, especificamente no 
Evangelho de São Mateus: 
 Se até os passarinhos merecem cuidados do Pai, com mais razão, os homens os merecem. 
 Trata-se, em geral, de um argumento muito eficaz, visto que seu arcabouço lógico é incontestável. 
O argumento a fortiori divide-se em dois tipos fundamentais: o argumento a minori ad maius e o argumento a 
maiori ad minus. Como exemplo do primeiro caso, atente-se na seguinte passagem: 
 Se uma lei prescreve que não se pode trafegar de noite com os faróis do veículo apagados, a fortiori deve-se 
entender que é proibido trafegar de noite com um veículo sem faróis. Se a lei proíbe o menor, evidentemente deve 
proibir o maior. 
 Quanto ao segundo tipo, seu funcionamento resume-se na expressão quem pode o mais pode o menos. 
2. CAUSA E CONSEQUÊNCIA 
 O raciocínio aqui é: boas causas geram boas consequências. Assim você pode apresentar as consequências boas 
que a aceitação da tese provocaria. 
 Relaciona conceitos de causalidade e efeito com o objetivo de evidenciar as consequências imediatas de 
determinado ato (retirado das provas) praticado pelas partes. 
 
 Excelente opção para estabelecer nexo causal entre condutas e resultados, quando se trata de 
Responsabilidade Civil e de Direito Penal. 
O rápido crescimento demográfico e a falta de planejamento levaram algumas de nossas cidades a uma 
infraestrutura totalmente desorganizada. Isso é fácil de notar em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde 
bairro com grandes mansões convivem com grandes favelas. Essa aproximação dos contrários aumenta as 
diferenças e reforça o sentimento de exclusão. 
3. ARGUMENTO DE AUTORIDADE 
 Reforça-se a própria tese mostrando que alguém, de reconhecida sabedoria ou competência, defende o nosso 
ponto de vista. 
 No essencial, o argumentador usa o argumento de autoridade quando se vale do ensinamento de uma 
personalidade reconhecida e prestigiada em determinada área do saber para confirmar uma tese. Justifica-se, 
pois, uma afirmação baseando-se no valor de mestres que pensam semelhantemente à proposição apresentada. 
O argumento de autoridade extrai grande parte do poder persuasivo em virtude da presunção de imparcialidade 
e da presunção de conhecimento. A citação da doutrina, da legislação e da jurisprudência representa o emprego 
mais comum do argumento de autoridade no discurso forense. Segundo lembra Fetzner (2009, p.72), mesmo não 
tendo formação acadêmica, um indivíduo pode exercer o papel de autoridade. Provavelmente, um agricultor terá 
os conhecimentos necessários para saber se o solo de uma propriedade é ou não adequado ao plantio de 
determinada cultura. De semelhante maneira, alguém se torna autoridade quando é sustentado pela 
representatividade social que detém. Incluem-se nesse caso um líder comunitário, um pastor de uma igreja, entre 
outros exemplos possíveis de assinalar. 
Chegados a este ponto, é lícito questionar: como é possível refutar o argumento de autoridade? 
 O advogado ou o crítico literário, por exemplo, que deve contestar o poder de persuasão de um especialista 
em certo assunto poderá lembrar que tal experto pode ter falhado. Tanto isso é razoável que não é fato incomum 
encontrar intelectuais reconsiderando suas opiniões e suas teorias depois de as terem formulado num passado 
distante ou não. Dito de outra forma: os cientistas, os filósofos, os juristas, os intelectuais em geral mudam de 
opinião como qualquer pessoa. Além do mais, deve-se colocar em debate de onde provém o crédito do 
especialista: é originário da academia ou dos meios de comunicação de massa? Artifício outro é questionar o 
próprio prestígio da pessoa invocada. Estratégia bastante razoável para combater o argumento de autoridade 
usado por um orador é apresentar-lhe outro argumento de autoridade, advogando tese contrária, de maneira 
que, no final das contas, é a palavra de um contra a palavra do outro. 
“ A utopia de uma sociedade sem violência só pode ser alimentada por quem não conhece a natureza humana. 
Tinha razão Hobbes, filósofo inglês do século XVII, quando dizia que “o homem é um lobo para outro homem”. 
“A Constituição é muito clara quando diz que a vida é um bem inviolável. Uma sociedade democrática defende 
esse direito e recorre a todos os meios disponíveis para que a vida seja sempre preservada e para que qualquer 
atentado a esse direito seja severamente punido. No caso em questão, Tereza foi atacada de maneira covarde e 
violenta, porque não dispunha de meios para ao menos tentar preservar sua vida. Portanto o réu desrespeitou a 
Constituição Brasileira e incorreu no crime de homicídio doloso previsto no artigo 121 do Código Penal Brasileiro”. 
4. ANALOGIA 
 É um outro tipo de raciocínio, além do indutivo e do dedutivo. Em alguns casos pode ser útil, embora seja visto 
por muitos especialistas como um método fraco. 
 Os argumentos analógicos em vez de usarem exemplos que apoiam uma tese/conclusão. Argumentam a partir 
de um caso ou exemplo específico para provarem que outro caso semelhante ao primeiro em muitos aspectos, 
é também semelhante em um outro aspecto determinado. Em suma, usamos pontos em comum entre duas 
situações para concluir algo novo sobre uma delas. 
São muito usados por professores e cientistas quando explicam algo complexo. Assim, é possível entender o fluxo 
de elétrons em um fio de cobre como que ocorre quando a água flui em uma tubulação. 
É aquele que tem como fundamento estabelecer uma relação de semelhança entre elementos presentes tanto no 
caso concreto analisado quanto em outros casos já avaliados, ou seja, após apresentar as provas do caso 
concreto, desenvolve-se um raciocínio que consiste em aplicar o tratamento dado em outro caso ou hipótese ao 
caso ora avaliado. 
 O objetivo dessa estratégia é aproximar conceitos ou interpretações a partir de casos concretos distintos, mas 
semelhantes. A analogia é também procedimento previsto no Direito como gerador de norma nos casos de 
omissão do legislador. 
“Qualquer pessoa tem dificuldade de negar que utilizaria qualquer meio para defender alguém que ama. Em 
casos de um assalto, por exemplo, uma mãe está perfeitamentedisposta a matar o assaltante para defender a 
vida de seu filho. Para fugir de uma perseguição, o motorista de um carro é plenamente capaz de causar um 
acidente para evitar que algo de mal aconteça aos caronas que conduz. O que há de comum nestes e em tantos 
outros casos de que se tem notícia é que existe um sentimento de amor ou bem querer que impede que uma 
pessoa dimensione racionalmente as consequências do ato que pratica em favor da proteção de alguém.” 
O presidente Lula argumentou uma vez que o papel do vice-presidente é o de apoiar as políticas do presidente, 
concordando ou não com elas, “porque ninguém quer meter gols na própria trave”. 
5. ARGUMENTO PRÓ-TESE 
 Caracteriza-se por ser extraído dos fatos contidos no relatório. Deve ser o primeiro argumento a compor a 
fundamentação. A estrutura adequada para desenvolvê-lo seria: TESE + PORQUE + E TAMBÉM + ALÉM DISSO. 
Cada um desses elos coesivos introduz fatos distintos favoráveis à tese escolhida. 
Anísio cometeu um crime doloso inaceitável, repudiado com veemência pela sociedade, porque desferiu três 
facadas certeiras no peito de sua companheira, e também porque agiu covardemente contra uma pessoa 
desarmada e fisicamente mais fraca. Além disso, ele já estava desconfiado do caso extraconjugal da mulher, o 
que afastaria a hipótese de privação dos sentidos”. 
6. ARGUMENTO DE SENSO COMUM 
 Consiste no aproveitamento de uma afirmação de goza de consenso; está amplamente difundida na sociedade. 
 “A sociedade brasileira sofre com a violência cotidiana em diversos níveis e não tolera mais essa prática. 
Certamente a violência é o pior recurso para a solução de qualquer tipo de conflito. Uma pessoa sensata pondera, 
dialoga ou se afasta de situações que podem desencadear embates violentos. Não foi essa a opção de Anísio. 
Preferiu pegar uma faca e, como um bárbaro, assassinar a mulher, evitando todas as outras soluções pacíficas 
existentes, como a imediata separação que o afastaria definitivamente de quem o traiu. Aceitar sua conduta 
desmedida seria instituir a pena de morte para a traição amorosa”. 
São raros em Direito, porque sempre há possibilidade de interpretação divergente. Existem em casos mais 
genéricos: o juiz deve ser imparcial, por exemplo. 
 
7. ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO 
 Apoiada no uso de operadores argumentativos concessivos, essa estratégia permite antecipar as possíveis 
manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para 
o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta. 
 Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, 
admitindo-a como a possibilidade de conclusão para, depois, apresentar, como argumento decisório, a 
perspectiva contrária. 
Embora se possa alegar que Tereza tenha desrespeitado Anísio, traindo-o com outro homem em sua própria casa, 
uma pessoa de bem, diante de situações adversas, reflete, pondera, o que a impede de agir contra os valores 
sociais. Eis o que nos separa dos criminosos. É certo que o flagrante de uma traição provoca intensa dor, porém, o 
ato extremo de assassinar a companheira, por sua desproporção, não pode ser aceito como uma resposta cabível 
ao conflito amoroso.

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