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Relatório Estágio Básico II Psicologia CONSUMO E EMOÇAO

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FACULDADE PITÁGORAS 
PSICOLOGIA 
MYRTHES MARIA MATOS DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poços de Caldas 
2013 
MYRTHES MARIA MATOS DANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO II 
 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado ao curso de 
Psicologia da Faculdade Pitágoras, 
campus Poços de Caldas, como 
requisito para obtenção de crédito na 
disciplina Estágio II, ministrada pela 
Profa. Carolina de Siqueira Coutinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poços de Caldas 
2013 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO....................................................................... 03 
 
1. Referencial Teórico ............................................................. 04 
 
2. Realidade Observada .......................................................... 06 
 
3. Diagnóstico ........................................................................ 07 
 
4. Proposta de Intervenção...................................................... 08 
4.1 Objetivo .............................................................................08 
4.1.2 Objetivos Específicos ..................................................... 09 
4.2 Público – alvo .................................................................... 09 
4.4 Conteúdo ........................................................................... 09 
4.5 Carga – horária .................................................................. 10 
4.6 Proposta pedagógica .......................................................... 10 
4.7 Material didático ................................................................ 14 
4.8 Avaliação de resultados ...................................................... 15 
 
Referências Bibliográficas 
 
Anexos 
Anexo I – Planilha de consumo 
Anexo II – Cartilha 
Anexo III – Consumo e Emoção (.ppt) 
Anexo IV – Formulário de Avaliação 
Anexo V – Certificado de participação 
Anexo VI – Produtos de consumo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
Com o propósito de contribuir para o processo de construção da autonomia 
discente e sedimentação da capacitação do estagiário para atuação profissional de 
qualidade no momento oportuno, iniciou-se o Estágio Supervisionado ora registrado, 
sob a supervisão da Professora Carolina de Siqueira Coutinho. 
O objetivo da atividade foi desenvolver habilidades relativas à construção de 
diagnóstico com fundamentação teórica que envolvesse, entre outras, políticas públicas 
e psicologia social e comunitária, apresentando possibilidades de intervenção. 
Com carga horário semanal de 4 horas e meia, conforme registro de presença, 
anexo, desenvolvido no período de a 23 ABR a 21 JUN 13 o estágio ofereceu a 
oportunidade de se aplicar as habilidades e os conhecimentos científicos e pedagógicos 
construídos aos ao longo do curso de Psicologia, e, ainda, possibilitou a reflexão, crítica 
e capacitação para o exercício da atividade de psicólogo com o adequado grau de 
iniciativa, auto - direção e maturidade. 
 As atividades desenvolvidas e os conhecimentos adquiridos durante o período de 
Estágio contou com a indispensável colaboração e generosidade da professora 
orientadora e dos profissionais da Unidade Centro do CRAS – Centro de Referência em 
Assistência Social de Poços de Caldas, MG cujo apoio foi incondicional e cuja 
competência profissional e elevado espírito público ficaram como exemplo a ser 
seguido. 
Foram levantados dados bibliográficos relativos à PNAS – Política Nacional de 
Assistência Social e indicadores socioeconômicos da população assistida, conforme 
adiante descrito e, com base nas informações colhidas foi feita a proposta de 
intervenção ora apresentada. 
 A observação realizada permitiu constatar, pelo diagnóstico realizado, a 
pertinência e utilidade de uma ação relativa à educação financeira da população 
assistida pela Unidade, sugestão prontamente acolhida pelos responsáveis pela Unidade 
onde a intervenção se realizará na etapa sequencial do presente Estágio, no segundo 
semestre de 2013. 
 
 
 
 
 
4 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 A formação do psicólogo exige oferecimento de oportunidades para a construção 
do conhecimento através da observação, análise, síntese e aproveitamento das 
possibilidades de intervenção, além do exercício da criatividade e cidadania, orientando 
as ações discentes de forma consciente e democrática, aproveitando os conhecimentos 
prévios dos alunos, transformando a aprendizagem em algo significativo e prazeroso. 
Nesse sentido, o ambiente onde se realizam as atividades do Estágio 
Supervisionado II, que inclui a observação, diagnóstico e apresentação de uma proposta 
de intervenção que possibilite alterações positivas na realidade observada se reveste de 
importância extrema ao se dirigir a uma instância significativa como a de execução de 
políticas públicas, caso da atuação do CRAS – Centro de Referência em Assistência 
Social. 
Atrelado à execução das determinações da Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993 
que dispõe sobre a organização da Assistência Social – LOAS (Lei Orgânica da 
Assistência Social) e de acordo com as propostas da PNAS – Política Nacional de 
Assistência Social de 2004 tem-se o SUAS – Sistema Único de Assistência Social, onde 
se materializam as diretrizes da LOAS e cuja atuação se dá em frentes como a defesa do 
direito à renda, à segurança alimentar e à assistência social. 
Através do Pacto Federativo foram detalhadas as atribuições e competências dos 
três níveis de governo na provisão das ações sócio-assistenciais, conforme preconizado 
na LOAS e NOB¹ - Norma Operacional Básica, com o que se pretende garantir a 
efetividade da Política Pública de Assistência Social através da proteção social, que 
deve garantir as seguranças de sobrevivência (rendimento e autonomia), de acolhida e 
de convívio ou vivência familiar. Na esfera estadual tem-se a Lei 12.262 de 23 de julho 
de 1996 que dispõe sobre a política estadual de assistência social, cria o Conselho 
Estadual de Assistência Social – CEAS e dá outras providências (MG – Diário do 
Executivo – 24 de julho de 1196 – Pág.1 – Col. 1 – Microfilme) 
Neste contexto legal se insere o CRAS – Centro de Referência em Assistência 
Social que se constitui uma unidade pública estatal de base territorial, localizada em 
áreas de vulnerabilidade social e que executa serviços de proteção social básica, 
organizando e coordenando a rede de serviços sócio-assistenciais locais da política de 
assistência social. 
Como condição para a prática da democracia é indispensável que os indivíduos 
sejam capazes de buscar soluções para os problemas sociais através da prática cotidiana 
5 
 
da cidadania, advinda da educação e da participação livre na sociedade em que se 
insere. Interligados, os conceitos de participação e cidadania referem-se à apropriação, 
pelo indivíduo, do direito de construção democrática de seu próprio destino sendo que, 
nesse sentido, ser cidadão independe de cultura ou camada social. 
Em um Estado Democrático de Direito, fundamentado na soberania, na 
democracia e na dignidade da pessoa humana, ser cidadão é estar incluído na 
comunidade, ter garantida a igualdade de participação, poder expressar ideias, interagir, 
enfim, deliberar sobre os problemas que a comunidade apresenta e ter desenvolvidasua 
capacidade de lidar com esses problemas. É nos espaços de participação construídos 
através da mediação pelo CRAS que as pessoas conseguem aprender e vivenciar a 
cidadania plena porque é nesses espaços que encontram terreno propício para o 
desenvolvimento da dignidade humana e da inclusão social. 
Valores e direitos previstos na Constituição Federal de 1988, tais como a vida, a 
liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade, que o Estado deveria efetivar, não 
são providos de forma igualitária, o que mantém comunidades inteiras sujeitas à alta 
vulnerabilidade social, além de carentes de educação e sem assistência adequada do 
Poder Público. 
É diante desta realidade que se desenvolve o trabalho do CRAS Centro, que 
busca instrumentos capazes de promover a participação da comunidade na solução de 
seus problemas e necessidades, seu empoderamento e a construção de sua autonomia. 
 
1.2 AUTONOMIA E EMPODERAMENTO 
 
 Ao se buscar o conceito de autonomia, depara-se com definições como 
“independência”, “capacidade de se governar sozinho”, entre outros. A extensão desse 
conceito para a análise de trabalhos sociais que pretendam promover a inclusão social, a 
emancipação e o empoderamento da comunidade, como é o caso da proposta de atuação 
do CRAS remete-nos a Paulo Freire, que em sua obra “Pedagogia da Autonomia – 
Saberes Necessários à Prática Educativa” (1996) afirma: “O respeito à autonomia e à 
dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não 
conceder uns aos outros.” 
 Sob esse ponto de vista, mais do que resolver os problemas sociais imediatos 
carreados para o CRAS, o serviço busca proporcionar aos moradores do Bairro São José 
a oportunidade de desenvolverem sua autonomia, ao promover seu desenvolvimento 
pessoal e o aumento de sua autoestima e autoconfiança. Tal possibilidade se realiza ao 
6 
 
construir-se, através do desenvolvimento das ações ali desenvolvidas, a base de 
condições facilitadoras do desenvolvimento da autonomia dos membros da comunidade 
ao dar-lhes condições mais dignas de sobrevivência. 
No CRAS a autonomia é buscada através de atividades práticas, palestras, 
informações, etc., sobre variados assuntos que interferem diretamente no dia a dia da 
comunidade, tais como saúde, afetividade, direitos e deveres, etc. 
 
2. REALIDADE OBSERVADA 
 
 O CRAS tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da população 
assistida, buscando alternativas que fortaleçam os laços familiares e promovam a 
autonomia e a cidadania e, com esse fim, proporciona atividades onde as pessoas podem 
ampliar sua rede de amigos através de reuniões e grupos de convivência, conhecer seus 
direitos como cidadão, melhorar sua autoestima e obter o apoio de profissionais para si 
e suas famílias. O CRAS Centro desenvolve as seguintes ações: 
 Cadastro Único 
 Cadastramento para Zona Azul 
 Tarifa Social de Energia Elétrica 
 Tarifa Social de Água e Esgoto 
 Casamento Coletivo 
 Passe Especial 
 Encaminhamento para cursos profissionalizantes através de parcerias 
 Encaminhamentos para documentos pessoais 
 Encaminhamentos para Cesta Básica 
 Acompanhamento Familiar 
 Programa SOS Construção 
 Programa Bolsa Família 
 Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima 
 Projovem Adolescente 
 Programa Jovem Cidadão 
 Programa Frentes de Trabalho 
 Programa Futuro 
 Visitas domiciliares 
 Serviços de Fortalecimento de Vínculos 
7 
 
 Articulação com a Rede Socioassistencial 
 Orientação sobre BPC (Benefício de Prestação Continuada) 
 Orientação sobre aposentadoria 
 Grupo de Convivência de Idosos 
 Carteira do Idoso 
Dentre as ações desenvolvidas pelo CRAS Centro, encontra-se o Programa de 
Garantia de Renda Familiar Mínima, adiante chamado apenas Renda Mínima, instituído 
pela Lei 6.236 de 19 de junho de 1996 do município de Poços de Caldas, reformulada 
em 29 de dezembro de 2006 pela Lei 8.339, que, segundo o texto legal: 
 
“...beneficiará famílias em situação de vulnerabilidade social, 
com filhos e/ou dependentes legais menores de 16 anos com 
renda per capta de até 1/2 (meio) Salário Mínimo vigente, que 
residam no município de Poços de Caldas há, no mínimo, 2 (dois) 
anos.” 
Este programa foi o escolhido para intervenção, pelos motivos que adiante se 
expõe. A quantidade de mulheres atendida pelo programa Renda Mínima está assim 
distribuída entre os CRAS existentes: 
CRAS Sul: 31 
CRAS Leste: 17 
CRAS Oeste: 23 
CRAS Centro: 19 
 
3. DIAGNÓSTICO 
 
 O CRAS Centro atende, através do programa Renda Mínima, mulheres cuja 
faixa etária varia de 19 a 66 anos, em sua maioria de baixa escolaridade, sem formação 
profissional definida, sendo que o valor dos benefícios recebidos pelas mulheres 
atendida nesta Unidade é, atualmente, de R$236,16. 
8 
 
Ao longo do período de observação foi possível constatar, através de entrevistas 
com as pessoas assistidas e com os profissionais que atuam na Unidade, que as 
mulheres assistidas pelo programa rotineiramente efetuam gastos de valores acima 
daquele ali auferido, o que resulta em situações de angústia pessoal e, muitas vezes, em 
carência de elementos básicos à sua sobrevivência e de sua família, situação refletida 
em suas falas durante as entrevistas realizadas. 
O endividamento dessas pessoas é comum, contribuindo para este 
endividamento o grande estímulo ao consumo presente na atual política econômica do 
Governo Federa: o fácil acesso ao crédito; a disseminação do uso do cartão de crédito 
como instrumento de autofinanciamento; o poder de convencimento da mídia a que 
estão expostas estas pessoas; entre outros fatores que contribuem significativamente 
para o endividamento das famílias. 
Diante deste diagnóstico, corroborado pelos profissionais que atuam naquela 
Unidade e acompanham as famílias cotidianamente, é que se propõe o projeto de 
intervenção adiante descrito, já submetido à apreciação da profissional do CRAS que 
supervisiona o presente estágio e por ela devidamente aprovado. 
 
4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 
 
 A proposta de intervenção constitui-se de uma ação voltada para a “Educação 
Financeira” das pessoas assistidas pela Unidade, de forma a contribuir para a melhoria 
da sua qualidade de vida e de suas famílias, através do desenvolvimento de 
competências e adoção de atitudes que permitam uma ação mais efetiva e organizada e 
que apresente melhores resultados que os atualmente apresentados, no gerenciamento 
do orçamento doméstico. 
 
4.1 OBJETIVO 
 
 Capacitar os membros do grupo para o gerenciamento eficiente da vida 
financeira familiar. 
 
9 
 
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
4.2.1 Conhecer e implantar formas de gerenciamento do orçamento doméstico. 
4.2.2 Identificar as emoções que envolvem o consumo, de forma a exercer controle 
consciente sobre elas, tornando o ato de consumir adequado à real condição financeira 
da família. 
4.2.3 Adotar atitudes cotidianas de redução de gastos e otimização dos recursos 
financeiros disponíveis. 
4.2.4 Adotar comportamento de poupar para atingir objetivos futuros de aquisição de 
bens de consumo duráveis e outros. 
 
4.3 PÚBLICO-ALVO 
 
 Mulheres assistidas pelo programa “Renda Mínima” no CRAS – Unidade 
Centro. 
 
4.4 CONTEÚDO 
 
 O conteúdo a ser trabalhado inclui: orçamento doméstico (conceito e exemplos 
práticos); dicas para economia doméstica (água, energia elétrica, telefone, 
supermercado, produtos recicláveis, entre outros); consumo e emoção (identificação das 
emoções que podem influenciar o consumo inadequado e como lidar com elas) e 
informações sobrepoupança. 
 
 
 
10 
 
4.5 C ARGA HORÁRIA 
 
 A ação será desenvolvida em 04 módulos semanais com duração de 01:30 hora 
cada, durante o período de 04 semanas consecutivas, sendo possível, a critério dos 
gestores do CRAS, que tal atividade se estenda às outras 03 Unidades mantidas no 
município, o que será avaliado ao final das atividades no CRAS Centro. 
 
4.6 PROPOSTA PEDAGÓGICA 
 
 Definiu-se, para sustentação do modelo pedagógico proposto, a concepção 
interacionista de Desenvolvimento Humano, cujas ideias principais são: 
- O ser humano é entendido como uma integração dinâmica e constantemente 
transformada de fatores internos e externos. 
- O sujeito é um ser que se constitui ativamente nas interações com o meio, com os 
objetos e, principalmente, com as outras pessoas. 
- A história das pessoas e suas interações com seus grupos sociais influenciam o modo 
como se desenvolvem e como vão transformando a realidade pela sua ação. 
- O desenvolvimento e a aprendizagem são processos construídos dinâmica e 
interativamente, durante toda a vida: esses processos não estão prontos ao nascer e nem 
são adquiridos passivamente. 
 Para a concepção interacionista, a ênfase do desenvolvimento psicológico 
humano tem foco nas relações sociais que são estabelecidas no contexto vivenciado 
pelo sujeito. A construção do mundo e de si ocorre por meio das interações sociais e da 
transformação cultural que ocorre nessas relações. 
Com a escolha da concepção interacionista de desenvolvimento humano, 
pretende-se sustentar as atividades pedagógicas propostas nos seguintes conceitos e 
autores: 
4.6.1 AUSUBEL, citado por Moreira (1999), para quem aprendizagem significativa se 
traduz como: 
“...processo por meio do qual uma nova informação se relaciona, de 
maneira substantiva e não arbitrária, com um aspecto relevante – e 
11 
 
já existente – da estrutura cognitiva do indivíduo, isto é, nesse 
processo a nova informação interage com uma estrutura de 
conhecimento específica, o “subsunçor”, existente na estrutura 
cognitiva de quem aprende.” (Moreira, 1999) 
 
 
 Para Ausubel, a aprendizagem significativa ocorre da seguinte forma: 
 
 Com base neste pressuposto pretende-se, ao longo do desenvolvimento do 
trabalho como facilitador da aprendizagem, identificar os subsunçores presentes no 
repertório das pessoas atendidas e, através da organização prévia desse conteúdo, tornar 
as novas informações significativas e potencialmente interiorizáveis. 
 
4.6.2 CARL ROGERS, que em sua obra Liberdade para Aprender afirma: 
 “... a qualidade do processo de aprendizagem passa, por um lado, pela 
construção de uma relação pedagógica, com base na aceitação e compreensão 
da pessoa do aprendiz e, por outro, pelo pressuposto de que o aluno contém 
em si potencialidades para aprender.”. 
 De sua obra apropria-se, ainda, dos conceitos de aceitação positiva 
incondicional, não- diretividade e compreensão empática, como se segue. A aceitação 
positiva incondicional do aprendiz pelo facilitador, como o aprendiz é, sem juízo de 
valor ou críticas permite-lhe sentir-se livre – liberdade de experiência – para reconhecer 
12 
 
e elaborar suas próprias experiências da forma como entender e não como julgar ser 
conveniente para o outro. A não-diretividade, assim compreendida a crença do 
facilitador na autonomia, na capacidade do aprendiz e no seu direito de escolher qual a 
direção a tomar no seu comportamento e conhecer sua responsabilidade por ele, pode 
ser transmitida mediante respostas e sentimentos do facilitador, sem que este dirija o 
processo de aprendizagem. O facilitador acompanha o aprendiz, não a partir do seu 
próprio quadro de referência, mas a partir do quadro de referência que tem o aprendiz. 
Finalmente, a compreensão empática, que Rogers define como a 
“capacidade de imergir no mundo subjetivo do outro e de 
participar de sua experiência, na extensão em que a comunicação 
verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar 
verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o 
vê.”. 
 
A compreensão empática é um processo dinâmico que significa a capacidade de 
o facilitador penetrar no universo perceptivo do aprendiz, sem julgamento, tomando 
consciência dos sentimentos dele, sem, no entanto, deixar de respeitar o ritmo de 
descoberta de si próprio que tem o aprendiz. A pessoa sente-se não apenas aceita, mas 
também compreendida como pessoa, na sua globalidade. 
 
4.6.3 VYGOTSKI 
 
 Segundo Vygotsky, à medida que se partilha socialmente os significados das 
coisas e do mundo, constrói-se internamente o sentido. O Sentido é a compreensão que 
a pessoa, individualmente, constrói a partir de um significado posto socialmente. A 
construção do sentido passa pela vivência e experiência de cada pessoa, por isso é 
sempre individualizada. 
Ainda, segundo ele, o processo de internalização é sempre mediado pelo 
contexto, por meio dos signos e instrumentos, os quais se apresentam na relação com as 
pessoas e esse contexto. Ou seja, existe uma construção social de cada indivíduo, 
influenciada e mediada pelo seu contexto cultural. A pessoa tem uma participação ativa 
na construção do seu desenvolvimento e vai formando e transformando o conhecimento 
de si e do mundo por meio da interação que estabelece com as outras pessoas de seu 
grupo social. 
13 
 
 Quando a pessoa internaliza um significado, ela volta a agir no mundo de forma 
diferente, porque o sentido que ela construiu, que passa a ser compartilhado com as 
outras pessoas, a faz compreender o mundo de forma diferente. Assim, acontece um 
movimento de vai e vem: a construção de conhecimentos de si e do mundo. 
 Embasada nesses pressupostos teóricos, a presente proposta constitui-se de 
atividades lúdicas, apresentadas lógica e sequencialmente organizadas, de forma a 
proporcionar a construção do conhecimento sobre os assuntos abordados de forma 
interativa, favorecendo a construção de mentes capazes de estabelecer paralelos entre o 
conhecimento e a prática cotidiana, objetivando a busca de alterações comportamentais 
sustentáveis. 
 Nesse sentido, as atividades a serem desenvolvidas são: 
- simulação de situações de consumo, com utilização de material lúdico – objetos 
representativos dos produtos de consumo normalmente adquiridos pelo grupo, quais 
sejam, alimentos, vestuário, calçados, cosméticos, eletrodomésticos, aparelhos 
eletrônicos, etc.; 
- disponibilização de valores para aquisição destes produtos, através da utilização de 
“dinheiro” simbólico, na quantia equivalente ao benefício recebido; 
- reflexão sobre os desejos e as possibilidades reais de consumo, com base nas situações 
hipotéticas propostas e os sentimentos vivenciados; 
- construção de “cartilha” com dicas de economia doméstica construídas pelo grupo, 
com base em sua própria realidade; 
- orientação sobre a composição do orçamento doméstico e formas de controle; 
- exposição dialogada sobre a capacidade que cada pessoa tem de assumir o controle 
sobre suas despesas – emoção livre arbítrio e consciência. 
 O cronograma de desenvolvimento das atividades que se propõe é: 
Encontro 1 - apresentação pessoal, exposição dos objetivos da ação, proposta de 
aprendizado sobre finanças domésticas e simulação de aquisição de bens de consumo – 
Anexo IV, neste momento, sem limite de valor de compras (para se trabalhar o desejo 
de consumo como impulsionador dos gastos, sem o controle orçamentário). Será 
utilizada planilha – Anexo I - para anotação dos produtos “comprados” para 
comparação posterior. Em seguida, simulação de situação de consumo com limite de 
valor para os gastosequivalente ao valor do benefício recebido, com anotação dos 
produtos adquiridos, com registro em planilha. Na sequencia comparar-se-á as duas 
planilhas de gastos para discussão sobre a diferença entre gastar com e sem limite de 
14 
 
valor. Os sentimentos expressos serão base para reflexão e conscientização sobre a 
realidade vivida. 
Encontro 2 – Breve retrospectiva do encontro anterior, para resgate de sentimentos 
vivenciados; levantamento, pelo grupo, de possibilidades de economia no dia a dia da 
família, quando serão trabalhados os gastos com água, energia elétrica, telefonia, 
alimentação, cuidados pessoais, etc. As informações levantadas subsidiarão a 
construção da cartilha – Anexo II - que será entregue a cada participante no encontro 
seguinte, cuja capa será confeccionada pelas próprias mulheres, neste mesmo encontro. 
Será disponibilizado material apropriado (cartolina, lápis de cor, cola, canetas 
hidrográficas e revistas para recorte de figuras que ilustrem tal capa). 
Encontro 3 – Construção de modelos de orçamentos domésticos que sejam práticos e 
funcionais para a realidade vivenciada pelas famílias (caderneta, planilha, cartelas, etc., 
conforme sugestões do grupo). Orientação sobre os itens a serem registrados, as 
interferências das despesas imprevistas, o endividamento consciente, entre outros 
conceitos econômico-financeiros. Orientação sobre renegociação de dívidas, serviços de 
proteção ao crédito e ao consumidor. 
Encontro 4 – Abordagem interativa sobre emoção e sua influência no consumo e 
fortalecimento de vínculos familiares como estratégia de controle orçamentário, 
conforme palestra – Anexo III. Solicitação de avaliação da ação educacional para 
melhorias – Anexo IV. Encerramento com entrega da cartilha e de certificado de 
participação na ação educacional – Anexo V. 
 
4.7 MATERIAL DIDÁTICO 
 
 Serão utilizados os seguintes materiais didáticos: 
- planilha conforme Anexo I; 
- objetos representativos dos produtos de consumo, conforme Anexo II; 
- apresentação sobre Consumo e Emoção conforme Anexo III; 
- avaliação da ação educacional conforme Anexo IV; 
- certificado de participação conforme Anexo V; e 
- cartilha conforme Anexo VI; 
 
 
 
15 
 
4.8 AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 
 
 O resultado da ação educacional será obtido através do questionário de avaliação 
aplicado – Anexo IV, cujas respostas serão tabuladas e servirão de subsídio para 
melhoria da ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
ANEXO I 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA - PLANILHA DE CONSUMO 
MARQUE NA PLANILHA ABAIXO OS PRODUTOS QUE GOSTARIA DE 
ADQUIRIR 
Produto Quantidade Valor R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valor total dos produtos adquiridos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
ANEXO I 
EDUCAÇÃO FINANCEIRA - PLANILHA DE CONSUMO 
 
MARQUE NA PLANILHA ABAIXO, OS PRODUTOS QUE SERIA POSSÍVEL 
ADQUIRIR, ENTRE OS QUE VOCÊ DESEJOU, GASTANDO O VALOR MÁXIMO 
DE R$ 265,00: 
Produto Quantidade Valor R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Total dos produtos adquiridos 
 
 
 
 
18 
 
ANEXO II 
Materiais representativos de objetos de consumo: dinheiro para a compra de produtos de 
alimentação (supermercado e feira); eletrodomésticos; móveis, utensílios domésticos; 
cosméticos e material de beleza feminina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
ANEXO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
ANEXO III – Apresentação sobre a influência da Emoção no consumo 
Será montada apresentação em power-point com as manifestações mais recorrentes das 
participantes no que se refere à dificuldade de controlar o orçamento doméstico. Com 
base nestas falas construir-se-á com o grupo o diagnóstico das principais emoções que 
levam ao consumo excessivo ou motivado por questões emocionais, afetivas, etc., 
aproveitando-se, aqui, as informações colhidas na atividade descrita no Anexo I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
ANEXO IV 
Avaliação da ação educacional, conforme questionário abaixo, a ser preenchido pelas 
participantes. 
1-Você ficou satisfeito com a forma como a ação educacional Educação Financeira foi 
desenvolvida? 
a-( ) sim b-( ) não 
 
1 a - Se sim, em que grau de satisfação? 
a) muito satisfeito 
b) satisfeito 
c) parcialmente satisfeito e parcialmente insatisfeito (regular) 
d) insatisfeito 
e) muito insatisfeito 
 
2) Na sua opinião, o conteúdo da ação educacional foi: : 
a) muito bom 
b) bom 
c) razoável 
d) ruim 
e) muito ruim 
 
3) Entre as opções abaixo, qual foi mais útil na preparação para lidar melhor com suas 
finanças pessoais? 
a) simular situações de consumo para perceber as influências e limitações envolvidas no 
ato de comprar 
b) ser informado sobre a influência da emoção sobre o consumo e como lidar melhor 
com elas 
c) receber e dar dicas de economia doméstica 
d) receber certificação do conhecimento adquirido 
e) Outro. Especifique: ________________________________________________ 
 
4) Na sua opinião, a ação educacional lhe ajudou a lidar elhor com o dinheiro e com o 
orçamento doméstico? 
a) sim 
b) não 
c) sim, em parte 
d) não sei responder 
 
5) Você recomendaria a participação nesta ação educacional a outras pessoas? 
a) sim 
b) não 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO V – CERTIFICADO 
Será oferecido a cada participante um certificado de participação no curso, como forma 
de reconhecer seu esforço e contribuição para o aprendizado de todos. Tal certificado 
terá como plano de fundo um mosaico com fotos tiradas durante o desenvolvimento do 
treinamento, sendo assinado pela concluinte, pela supervisora da ação e pela 
ministrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO VI 
Cartilha a ser construída com as informações advindas do trabalho com o grupo, 
relativas às dicas de economia de água, luz, telefonia, alimentação, etc., cuja capa terá o 
lay out abaixo e cujo conteúdo será digitado e posteriormente impresso, sendo entregue 
um exemplar a cada participante, no módulo seguinte ao da sua construção. 
 
 
DICAS DE ECONOMIA 
DOMÉSTICA DO CRAS – 
CENTRO 
POÇOS DE CALDAS 
 
 
Autoria: participantes do grupo de mulheres do Programa Renda Mínima do CRAS 
Centro – Poços de Caldas, MG como parte da capacitação em Educação Financeira. 
 
 
 
 
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ANEXO VI – Dentre as dicas que se pretende construir juntamente com as participantes 
do grupo poderão estar: 
- Fazer um levantamento de todos os gastos, até mesmo aqueles que parecem 
insignificantes e de suas receitas (salários, bicos, etc.). Anotar os valores. 
Supermercados: 
Planejar as compras, se possível tendo em vista ao cardápio que será servido dia a dia. 
Controlar os supérfluos.Não ir às compras com fome, com pressa, nos horários de pico 
- perde-se a paciência e compra-se mal. 
Feira: 
Descobrir o horário ou dia em que os preços tendem a baixar. Substituir produtos - se o 
alface está caro, leve acelga, e assim por diante. Procurar pelas verduras e legumes da 
época. Não utilizar apenas de uma barraca, diversificar. Se possível evitar montes ou 
bacias em ofertas. Evitar comprar grande quantidade de uma só fruta, porque está 
barata. Poderá perder boa parte dela. 
Água: 
Lavar a louça em dois turnos. Primeiro molhe-a bem. Feche a torneira e ensaboe tudo. 
Então abra a torneira e enxágüe. Se você mora numa casa regule o numero de vezes em 
que a calçada é lavada. Seja drástica com os vazamentos: uma torneira pingando 
desperdiça mais de 40 litros de água por dia, ou seja, mais de 1.200 litros por mês. 
Energia elétrica: 
O chuveiro elétrico na posição verão, consome perto de 40% menos energia do que na 
posição inverno. Máquinas de lavar que utilizam água quente gastam quase dez vezes 
mais energia do que as que lavam com água fria. Lâmpadas comuns podem ser trocadas 
por florescentes, que economizam 80% de energia e duram muito mais. 
Telefone: 
Aproveitar os horários de tarifas menores para fazer seus interurbanos. Informar-se 
sobre qual é o critério para os horários à noite, aos sábados após as 14 horas e aos 
domingos e feriados. Verificar por quantos minutos é cobrado um impulso. Administrar 
esse tempo e os múltiplos dele. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Lei 8339/06 de 29 de dezembro de 2006 de Pocos de Caldas, MG –Reformula o 
Programa de garantia de Renda Familiar Mínima e dá outras providências. 
Disponível em 
http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica/servicos/protecao-e-
atendimento-integral-a-familia-paif/servico-de-protecao-e-atendimento-integral-a-
familia-paif acesso em 04 04 13 às 09:45 horas. 
 
Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/david-ausubel-
aprendizagem-significativa-662262.shtml acesso em 24 04 13 às 09:00 horas 
 
MOREIRA, Marco Antônio; Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1995. 
 
Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. – 1 ed.- Brasília: Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009.

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