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Aula 01 - Introdução

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Direito Internacional Público – Aula 01 – 03/02/09
Valério Mazzuolli
Bibliografia:
I – Curso de Direito Internacional Público – RT/ 3ª Edição
II – Parte Geral de Direito Internacional Público (Livro Fininho – antes de prova)
1 – Teoria Geral do Direito Internacional Público
1.1 – O que é o Direito Internacional Público (DIP)?
Desde o momento que o homem passa a perceber que nasce num seio familiar, da conjugação de um homem e uma mulher, que depois vai se evoluindo em clã, tribo, até uma sociedade.
Após muita evolução, nas Cidades-Estado Italianas, o homem percebe que passa a ter uma maior autonomia no contexto social. Ele ocupa uma região geográfica e passa a perceber que em razão disso há um sentimento de fixação, de grupo, sendo que nesse espaço surge um sentimento de soberania.
Mas com o tempo, como homem passa a querer conhecer outras terras, os seus regulamentos passam a não ser mais suficiente, pois em outro contexto (modernamente em outro Estado) eles não mais se afiguram válidos.
Sente-se, assim, a necessidade de uma vontade de se criar normas gerais de conduta entre povos, um regulamento comum, que estivesse acima das legislações internas.
O DIP é, num 1º momento, o direito que uniformiza as relações interestatais, normas que regulam as relações entre estados.
1.2 – Comunidade e Sociedade Internacional
Esse ponto dos editais pede uma crítica àqueles autores que entende que há uma comunidade internacional, pois não há, o que se tem é uma sociedade.
O DIP rege e disciplina, prioritariamente, as relações da sociedade internacional, que por sua vez, é formada pelos Estados, Organizações Internacionais e os Indivíduos.
 
Alguns dizem que o indivíduo não seria sujeito de DIP, mas isso é pacífico na doutrina e nos Tribunais internacionais, pois se é garantido em tratados, sendo possível se visualizar isso na Corte Interamericana em que pode ser deflagrada uma ação de responsabilização dos Estados contra uma violação dos Direitos Humanos. 
 
Os sujeitos clássicos do DIP são:
- Estados
- Organizações Internacionais
- Sujeitos
As relações internacionais são baseadas em regras societárias, ou seja, contratos que os países celebram entre si, buscando em regra, ou seja, o cunho é comercial, quase que unanimemente. Sempre um benefício para Estado, por isso não existe conceito de comunidade.
Isso não existe, pois a comunidade exige laços comuns, um enlace cultural, social, etc.. Marcelo Caetano diz: “na comunidade os seus membros estão unidos não obstante tudo que os separe, sendo que na sociedade os membros não estão unidos, não obstante tudo que os une”. 
Em muitos tratados ou textos internacionais o equívoco e relação ao emprego da expressão de Comunidade Internacional. Exemplo disso seria a Convenção de Viena, que traz normas que estão acima de qualquer lei interna (jus cogens), e que fala em Comunidade Internacional.
Deve-se, assim, em pergunta de prova se afastar o uso dessa expressão, não obstante os textos, alguns deles, utilizarem a expressão.
1.3 – Ordem Jurídica da Sociedade Internacional
Como pode existir uma ordem jurídica dentro de um sistema normativo incapaz de centralizar o poder?
R: No plano do direito interno podemos dizer que existe, pois a CR põe abaixo todas as outras normas (Artigo 59 da CR). Trazendo esse problema para o DIP, é que não existe uma centralização.
Mas essa ordem jurídica existe, sendo essa Ordem descentralizada, uma vez que no âmbito externo, ao contrário do interno, não existe centralização do poder. Sendo que se uma norma internacional for superior a outras, é por vontade dos Estados que se submetem ao tratado (como se submeter às cortes internacionais), o que demonstra a voluntariedade dos Estados. (ex.: o artigo 103 da Carta da ONU, em que diz que as obrigações assumidas nessa carta prevalecem sobre qualquer outro tratado assinado pelos países – norma de superioridade).
A mais, não se vê poderes Executivo, Legislativo e Judiciário internacional, pois sempre dependem de aceite dos Estados Pactuantes. Mas tudo que não se pode entender é que essa descentralização conote um liberalismo na ordem jurídica internacional, não há bagunça. 
1.4 – Das origens históricas do DIP
A doutrina está convencida, ainda que não existisse propriamente um DIP na antiguidade clássica, o DIP é fruto de vários fatores políticos, econômicos, religiosos da Idade Média.
Hugo Grossius (do direito e da guerra) foi quem deu um importante passo para que o DIP virasse ciência, sendo que seguido por Vitório Soares. Porém, foi somente após a Guerra dos 30 anos, após o Tratado de West Fallia, em que nascem os Estados Modernos conhecidos, com povo, governo soberano (Jean Bodin) e território, com uma finalidade.
Aqui se joga fora a autoridade do Papa sobre a terra e se implanta o poder por eleição quando então o povo fala quem quer no poder, ou seja, “fala” Parlamentos (poder legiferante). Isso com a reforma protestante, que desmontou o domínio da Igreja Católica na Europa Medieval.
Aqui o Estado se separa da Igreja (no Brasil foi com o decreto de Rui Barbosa).
1.5 – Tendências evolutivas do DIP
São 08 as tendências que mostram a evolução do DIP ao logo da história (essa seleção é de Jorge Miranda):
Universalização
O Direito que é internacional se universaliza, ou seja, passa a dizer respeito ao mundo inteiro, pois a gênese do DIP nasce na Europa, depois EUA (em razão dos Protestantes), sendo que era considerado um direito Euro-Americano (Euro-Americanismo = o DIP era restrito à Europa e EUA, dos fortes).
O artigo 38, §1º, ‘c’, da Corte Internacional de Justiça traz um ranso desse euro-americanismo, que deve ser retirado na interpretação (“a corte reconehcerá os princípios gerais de direitos reconhecidos pelas nações civilizadas”, que em caso eram os EUA e a Europa). 
Regionalização
Que depois de se universalizar, o DIP vai se fortalecer criando blocos particulares, principalmente blocos econômicos (União Européia, União dos Países Africanos, MERCOSUL, etc.).
Formam blocos regionais para competir no plano internacional.
Institucionalização
A institucionalização é a fase de formação ou surgimento das organizações internacionais, que se dá nos primeiros anos do século XX, principalmente após 1918, após a 1ª guerra mundial, e depois de 1945, com a 2ª guerra mundial.
Importante: as ONGs não entram aqui, sendo que a instituição mais complexa é a ONU, que tem sede em NY nos EUA. O raciocínio aqui é que, quando os Estados não conseguem resolver seus problemas comuns sozinhos, eles se reúnem e forma uma organização para que permita (ex.: para melhorar as regras do comércio, forma a organização do comércio, o que traz maior segurança jurídica no plano internacional).
 Bruxelas hoje é a capital mundial dessas organizações.
Funcionalização
O DIP se funcionaliza, ou seja, passa a versar assuntos que até então eram de competência das organizações internas dos Estados, mas o professor disse que sempre eram, mas que os estados não permitiam a ordem internacional agir.
Exemplo disse seriam os direitos humanos latu sensu, sendo que depois os direitos trabalhistas. Diziam os Estados que nesses aspectos somente eles regulavam, mas isso acabou, por exemplo, com a OIT. Veja-se hoje a questão desarmamentista. Outro exemplo mo caso da Bombardier com a Infraero.
Humanização 
 
O DIP se humaniza, ou seja, até então o DIP regulava apenas metas relações entre os Estados, que denotava uma conotação material, econômica, de interesses comerciais.
Com o tratado de West Wallia, depois diversos tratados, como a formação de direitos humanos regionais, no caso da Declaração Americana de Direitos do Homem. O DIP assim protege um Estado em relação ao outro, bem como o indivíduo em relação ao Estado; o meio ambiente ao Estado.
Passa, assim, a proteger aquele que deu a tônica do DIP, o serhumano, sendo que Cansado Trindade diz que ele retorna aos valores humanos, ao indivíduo como sujeito internacional de DIP.
Objetivação 
Tenta cada vez mais trazer regras que estejam acima da vontade dos estados, a impedir que esta mesma vontade atue de forma contrária à vontade internacional. 
Tenta se mostrar a superioridade da vontade internacional sobre a vontade dos estados. A grande regra do DIP é a “pacta sunt servanda” (o tratado deve ser observado, mas de boa-fé, que está ínsita à regra).
Os civilistas pegaram emprestada essa regra do DIP, pois um estado celebrar um tratado com outro, é semelhante a dois indivíduos celebrando um contrato. Isso caiu bem, para justificar as obrigações civilistas (será visto com calma depois). 
Codificação
O DIP passa ou deixa de ser costumeiro e vai sendo positivado, codificado/consolidação. Mas essa tendência deve ser vista com ressalva, pois é praticamente impossível se codificar tudo, mas houveram tentativas.
O que há é uma reunião ou agrupamento por assunto ou matérias de que são objeto os tratados (consolidação), como de meio ambiente, armas, direito de asilo, etc..
O artigo 13, §1º, ‘a’ d Carta da ONU demonstra isso, na busca por inecentivar o crescimento progressivo do DIP e sua codificação.
Jurisdicionalização
É a fase dos Tribunais Internacionais, sendo que hoje se discute muito os Tribunais Penais, sendo que quanto a estes tivemos 03 fases:
1ª Fase – Tribunais Primitivos:
 Nuremberg
Tóquio 
Tribunais de vencedores contra vencidos (1945, 1946)
2ª Fase – Tribunais “ad hoc”: (de exceção, mas permitido pelo capítulo 07 da carta das nações unidas)
Criados por resolução do conselho de segurança da ONU, em 1993 e 1994, para os casos da ex Iugoslávia e Ruanda.
 3ª – Fase – Tribunal de Caráter Permanente:
Que hoje é o Tribunal Penal Internacional (TPI), nascido com o Estatuto de Roma de 1998, que entrou em vigor em 2002.
1.6 – Conceito de Direito Internacional Público
Parte-se de 03 critérios diversos, segundo o professor. Sçao eles:
I – Critério dos Sujeitos Intervenientes: o DIP é a disciplina que regulam os estados, orgsnizações e sujeitos
II – Critério das Matérias: o DIP regula a paz, segurança, etc., valores essenciais da humanidade
III – Critério das Fontes: o DIP é direito formado por normas internacionais, costumeiras, etc.
O professor reúne os 03 critérios, formulando o seguinte conceito:
O DIP pode ser definido como a disciplina jurídica da Sociedade Internacional, baseada num conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras ou convencionais*) que disciplinam a conduta dos sujeitos internacionais (especialmente os Estados, as Organizações internacionais e os indivíduos) visando a alcançar as metas comuns da humanidade, em especial a paz e a estabilidade das relações internacionais. 
*(convencional não de comum, mas de convenções, texto de tratados).
 
Se vier somente a expressão Direito Internacional, isso pressupõe o DIP, se quiser falar em Direito Internacional Privado (DIPr), terá que falar expressmente. DIP também é conhecido como Direito das Gentes.
2 – Relações entre o DIP e o Direito Interno
2.1 – Propositura do Problema
Podemos entender essa matéria olhando o direito de fora pra dentro, ou vice-versa. O problema é que ao mesmo tempo em que o Estado assume tratado, ratifica, participa dessa dinâmica internacional, o Estado possui também as suas leis.
Ou seja, o Estado participa de 02 ordens jurídicas, uma interna e uma internacional. 
Aqui se entende mais as relações negativas, não as positivas (direitos humanos, em regra), são estudadas depois. O que se estuda aqui são os problemas que decorrem dos conflitos entre normas internas e internacionais.
Ex.: imagine-se que uma lei interna estatal coloque o mar territorial em ‘x’ milhas marítimas, sendo que uma lei internacional, ratificada pelo Estado coloca, mar territorial em ‘x’ – ‘y’. Nessa hipótese, imaginemos um ato infracional em que na norma interna condena, por estar dentro do mar territorial por ela considerada e a norma internacional não condena, por considerar que está fora do mar territorial do país.
Aqui vai depender da norma a ser acatada. Concedendo-se primazia a uma ordem. Teorias:
 
I – Doutrina Dualista:
O DIP e o Direito Interno são duas ordens jurídicas distintas que não e tocam ou mistura, são estanques. O DIP regularia questões externas do Estados e o Direito Interno regularia questões de alçada domésticas. 
Assim, o juiz nacional somente estaria autorizado a aplicar a norma interna, a não ser que essa norma internacional seja puxada para o âmbito do Direito Interno e “transformada” em direito interno.
Assim, o juiz aplicaria os critérios tradicionais de hermenêutica. Os critperios cronológico ou especialidade (hierarquia não há que se falar, pois são normas de ordenamentos diversos). 
Aqui se diz que a doutrina dualista peca ou falha, pois não admite a aplicação imediata da norma internacional, sem antes ser recepcionada legalmente pelo ordenamento interno.
Outro erro é considerar que são ordens distintas, que não se tocam (desenho de 02 círculos separados), sendo que o conflito seria entre normas internas apenas, pois entre duas normas internas.
Dualismo radical: o DIP somente pode ter valor no ordenamento interno se transformado em lei interna, sendo que nenhuma Constituição Brasileira exigiu essa dupla recepção do ordenamento.
A única hipótese que há é de manifestação do CN sobre a ratificação ou não do tratado, mas trata-se de aprovar a ratificação ou não, mas jamais determinar que ela seja transformada no plano interno. Veja-se o artigo 49, I da CR/88:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Dualismo moderado: dizem que não precisa transformar o tratado em lei interna, mas pelo menos um decreto de execução presidencial para que o tratado tenha valor no plano interno.
 
O STF adotou esse posicionamento num acordo do Brasil com a Argentina, pois não obstante ratificado, esse tratado não foi promulgado por Decreto Presidencial. Isso implica que os países que ratificam aos Tratados não querem saber das praxes internas de seus parceiros, levando a sérias crises nas relações dos países.
II – Doutrina Monista: (ou monismo)
Para a corrente monista a ordem jurídica internacional e a ordem jurídica interna, ao contrário do que pensam os dualistas, compõem um mesmo sistema jurídico, que pode ser representado graficamente por dois círculos superpostos (concêntricos) em que o maior é representado pelo DIP e o menor é representado pelo Direito Interno.
Como, para os monistas, as ordens jurídicas, nacional e internacional, integram um sistema único normativo, a simples ratificação de um tratado já possui efeitos de gerar no plano jurídico interno uma aplicação imediata da norma internacional.
Que não mais necessita, nesse enfoque, de transformação em lei interna. Assim, aceita a tese monista da unidade das ordens jurídicas, surge um problema hierárquico a ser resolvido, qual seja, o de saber qual ordem jurídica deve prevalecer em caso de conflito. Se a ordem interna ou se a ordem internacional, sendo que neste sentido os autores monistas se bifurcam em 02 correntes:
1ª Corrente – Monismo Internacionalista (Kelsen): sustenta a unidade do sistema jurídico sobre o primado do direito internacional sobre a ordem interna. Dizem que se o DIP nasceu para regular, dentre os critérios dos sujeitos intervenientes (as relações dos estados entre si), as relações estatais, estes estados devem obediência a ele, os quais, assim, se sobrepõem as normas internas (Ministro Celso de Melo).
O detalhe é que este monismo internacionalista entende que toda e qualquer norma internacional prevalece sobreo ordenamento interno. Exemplo disso o artigo 27 da Convenção de Viena (diz que o direito interno, inclusive a norma máxima que é a Constituição, sendo que assim seria um caso de primazia absoluta do DIP, de Supranacionalidade – aqui há uma discussão que vamos estudar depois); artigo 98 do CTN; artigo 1º do CPP.
2ª corrente – Monismo nacionalista: sustenta que a ordem que vai prevalecer, interna ou internacional, será o que o ordenamento interno dizer que vai prevalecer. Para o monismo nacionalista, a prevalência da norma internacional ou interna reponta como uma faculdade discricionária da ordem estatal.
Em outras palavras, o monista nacionalista não quer dizer que o direito internacional sempre vai prevalecer sobre o interno, mas sim que a prevalência de uma ou outra ordem será dada pelo Direito Interno, sendo que essa prevalência será inclusive da ordem interna ou internacional.
No ordenamento interno Brasileiro essa norma não existe, ou seja, a CR/88 não trouxe nada a respeito. Se discute em relação à norma do artigo 5º, §3º da CR. Mas isso é em relação a tratados comuns (o STF não tem uma linha clara), mas em direitos humanos parece adotar a corrente monista internacionalista (RE 466.343/SP – dar olhada nos votos de Celso de Mello e Gilmar Mendes).
**Doutrinas Conciliatórias: existem autores que pretendem unir o monismo internacionalista e o nacionalista, mas essas doutrinas não funcionaram, pois são muito polêmicas. 
2.2 – Relações do direito internacional com o direito interno nos textos constitucionais
São 03 os tipos de constituições que prevêem essa relação:
1ª – Cláusulas de adoção das regras do DIP pelo direito interno, sem disposição de primazia (resolve-se pelo critério hierárquico, especialidade e cronológico) (Constituição da Áustria, Estônia, Espanhola de 1968, Peruana de 1993);
2ª – Cláusulas de adoção das regras do direito internacional com o direito interno, com a primazia do primeiro (DIP) (Alemanha, Constituição Russa, de Honduras de 1982, etc).
3ª - Cartas constitucionais que não contém cláusulas acerca das relações do direito interno e internacional (CR/88 do Brasil – salvo no que diz respeito aos TDH, Constituição de Israel). 
Aula 02 – dia 28/04/09
3 – Fontes do Direito Internacional Público
As fontes do direito internacional não são fáceis de serem encontradas. O estatuto da corte internacional de justiça, do Tribunal de Haia. Em um momento da confecção deste estatuto eles precisaram criar uma regra, sendo que a doutrina passou a entender que o artigo 38 deste estatuto seria a regra quanto às fontes do DIP.
Este dispositivo diz que a corte julga com base em tratados, princípios, etc. Esse artigo 38 do Corte Internacional de Haia é meramente exemplificativo. Sendo que esse artigo 38 não estabelece hierarquia, sendo que o tratado não é mais importante que o costume, como o costume não revoga os princípios gerais de direito.
Em seus incisos, o artigo 38 dispõe:
- art. 38, 1., a – diz que as convenções internacionais ou os tratados estabelecidos entre as partes conflitantes são as fontes principais, pois trazem segurança jurídica;
- art. 38, 2., b – fala sobre o costume, que diz que é o costume é a prática reiterada de atos dos estados durante um certo período de tempo e no mesmo sentido, sendi que quem alega costume tem que prová-lo, mas é importante que essa prática precisa da crença na obrigatoriedade dos costumes.
Ressalte-se os elementos:
Elemento material: é a prova de uma prática geral. 
Elemento Subjetivo (psicológico): aceitação de que a prática geral é obrigatória, ou seja, de que aquilo que se pratica pertence ao mundo jurídico.
O costume não somente uma prática geral (mundial), sendo que uma doutrina mais antiga dizia isso, sendo que hoje se diz que se aceita costume regionais (ex.: de um continente, costume latino, africano, etc.).
Um costume regional da América Latina é o asilo diplomático. Essa prática nasceu no Peru, sendo que embaixador peruano ficou 05 anos asilados na embaixada colombiana.
Esse costume hoje é aceito em outras regiões.
- art. 38, 1., c – os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas.
Esses princípios gerais de direito são do direito interno. Diferença:
Princípios gerais de direito: são internos, sendo que nascem no ordenamento interno e transpõem para o patamar nacional;
Princípios gerais do direito: são princípios que nascem no patamar universal e se aplicam desde o começo a todos os países.
Essas são as fontes primária do DIP:
Tratados
Costumes
Princípios gerais de direito 
Para além dessas fontes primárias temos as fontes secundárias e novas fontes, uma vez que o estatuto não taxativo.
O estatuto ainda fala na doutrina e jurisprudência, que não são fontes primárias e nem outras fontes, isso porque a jurisprudência não cria direito para o DIP, pois ela apenas pacifica e concretiza um direito já existente.
Na AGU se fala muito em doutrina dos juristas mais qualificados, sendo que isso hoje deve ser entendido de forma ampla, coletiva e não somente o jurista pessoa física (art. 38, 1, d). (exemplo dos anais das convenções, etc).
No §2º traz a hipótese de equidade (aequo et Bono), que cabe quando o direito não traz hipótese para a questão ou as partes abrem mão da aplicação do tratado. 
O DIP não utilizar ou não tem muita afinidade com a analogia (ex.: Iraque invadiu outro país, o EUA pode invadir, etc).
Fontes não elencadas pelo art. 38 (novas fontes do DIP):
Atos unilaterais dos estados
São todos os atos que os estados praticam com o seu ius imperem (soberania nacional), emanados de autoridade legitimamente investida e com publicidade
A 1ª vez que a Corte Julgou um caso desse foi quando a França fez teste nucleares com no pacífico sul, sendo que ela mentiu que estava fazendo pesquisa oceanográfica, sendo que a Austrália requereu a suspensão dos atos. Assim, após pressões, a França emitiu ato unilateral dizendo que iria cessar os testes, sendo um ato unilateral que a responsabilizou pela interrupção.
Decisões das organizações internacionais
As decisões nem sempre são chamadas de decisões, sendo chamadas de diretrizes, ou diretivas como na União Européia, sendo no conselho da ONU são chamadas de resoluções, etc.
Convenção de Viena (art. 53 e 64):
“Jus cogens”: é nulo um tratado que no momento de sua concliusão conflite com uma norma imperativa de direito internacional geral, que é aquela norma aceita e reconhecida como um todo pela comunidade internacional.
Se um tratado conflitar com uma norma imperativa de direito internacional geral ele tem que ser nulificado (art. 53)
“Soft Law”: a superveniência de normas de jus cogens e norma de tratado anterior, ou seja, aqui o tratado está antes e o jus cogens vem depois, ao contrário do caso anterior.
Aqui, qualquer tratado anterior será revogado. As normas de jus cogens não tem uma definição concreta, sendo que a grande norma de jus cogens é o Tratado dos Direitos Humanos (Declaração dos Direitos Humanos).
Dentro do rol das fontes o jus cogens viriam antes dos Tratados Internacionais. Ocorre uma reavaliação das fontes do DIP.
Veja-se que do Jus cogens, seja posterior ou anterior, há hierarquia com relação às demais fontes do DIP.
4 – Fundamento do direito internacional
Este estudo complementa o estudo das fontes. São duas as correntes que fundamentam o DIP:
1ª corrente – doutrina voluntarista: baseia o fundamento do DIP na vontade do estado, ou seja, justifica a obrigatoriedade do DIP na vontade dos estados, de modo que a partir do momento que o estado não desejar, o DIP deixa de ser obrigatório.
Apesar de toda a crítica a essa corrente, não é possível extirpar o voluntarismo de todas as relações internacionais, pois o estado para aceitar os tratados precisa da sua vontade.
2ª corrente – doutrina objetivista: o DIP tem um fundamento objetivo, queé baseada na cláusula do pacta sunt servanda.
Na Convenção de Viena sobre tratados, artigo 26, que fala que todo tratado em vigor obriga as partes.
Para Mazuolli o Pacta Sunt Servanda já se desgarrou da doutrina objetivista, passando a ser um fundamento autônomo. Um terceiro fundamento.
5 - Teoria dos Tratados Internacionais 
5.1 – Convenção de Viena sobre o direito dos tratados
A primeira preocupação da convenção de Viena foi conceituar tratado internacional, que está no artigo 2, 1. O conceito é longo, sendo dividido em 06 partes:
1ª – Tratado é um acordo internacional: significa que deve ter vontade de contratar, de gerar por meio do acordo um vínculo jurídico exigível, sendo que se não tiver sanção jurídica não será tratado. (ex.: dos empréstimos do Brasil com o FMI, pois não há sanção jurídica).
2ª – concluído por escrito: significa que não existem tratados celebrados de forma verbal, sendo que o tratado demanda escritura, com o objetivo de dar mais certeza e segurança às relações jurídicas internacionais.
3ª – celebrado entre estados: a convenção de Viena (de 1969, que entrou em vigor em 1980, pois exigia quórum de 35 ratificações) apenas previu os tratados celebrados entre estados, mas entre estes e as organizações internacionais e entre estas, essa convenção de Viena de 1969 não previu.
De modo que foi elaborada uma convenção de Viena de 1986, para prever os tratados celebrados entre estados e organizações internacionais, mas essa convenção de Viena de 1986 é um clone da primeira. Ainda não entrou em vigência, mas é respeitada como um costume.
Obs.: os territórios não autônomos não podem ser celebrados, apenas os estados autônomos. A palestina pode celebrar tratados, apesar da ONU não reconhecer, mas isso não impede, pois ele tem povo, território e poder. 
4ª – regido pelo direito internacional: para ser tratado a regência das normas dos tratados devem ter como fundamento a regência de normas internacionais (arbitragem internacional ou corte internacional), se deixar a cargo do direito interno dos países celebrantes será contrato internacional, mas não tratado.
5ª – quer conste de um instrumento único ou de dois instrumentos conexos (multiplicidade de instrumentos): há 03 pontos:
- tratados não precisam ser assinados imediatamente;
- os tratados permitem a adesão por outros estados, ou seja, a adesão por meio de documentos dos países aderentes;
- acordo por notas diplomáticas (ex.: ano do Brasil na França, etc.) também são tratados, mas ele são meio questionados pois afastam a apreciação do legislativo.
Mas a luz da Convenção de Viena são constitucionais, podendo ser perfeitamente concluídos.
6ª – qualquer seja a sua denominação específica (ausência de denominação própria): os tratados não têm nome próprio, ou seja, tratado é um termo genérico, que pode ser chamado de tratado, de acordo, de pacto, etc. Existe uma exceção no mundo, tratados constituídos com o Vaticano, prevendo privilégios para católicos, que são chamados de Concordatas. (O vaticano quis celebrar uma concordata com o Brasil – queria colocar a religião católica como oficial -, mas que não foi aceito, pois o Brasil é um país Laico, mas isso não significa que não pode celebrar contrato com o Vaticano, por exemplo, para exposição de obras sacras, etc.).
 
Convenção: são grandes tratados multilaterais abertos, celebrados em conferências internacionais
Pacto: normalmente para tratados que tem natureza política. (ex.: o Pacto de São José da Costa Rica, que é uma convenção, mas é de natureza política).
Acordo: tratados de cooperação técnica, cultural, financeiro, etc.
Protocolo: é protocolar ou agregar a alguns tratado
Carta: conota aqueles tratados que criam Organizações Internacionais, sendo que no DIP não se utiliza a expressão constituição.
Acordos Executivos (Executive Agreements) e Acordos de Cavaleiros (Gentlemens Agreements): os acordos de cavalheiros são acordos morais, fundados sobre a honra dos chefes de estado, sendo que não são tratados.
Os acordos do executivo são tratados, em forma simplificada, mas são tratados, sendo que esses acordos de executivo tem como principal características o fato de não passarem pelo Congresso Nacional.
Esses acordos de executivo são chamados de Fast Track, sendo que há grande dúvida da constitucionalidade desses acordos em nosso país, uma vez que o artigo 49, I da CR exige que todos os acordos sejam aprovados pelo CN, aprovação congressual.
O raciocínio é que se tratam de matérias que não precisam de passar pelo Legislativo, porém no plano interno essas matérias tem uma base legal, de modo que seriam revogáveis, enquanto no plano internacional isso não ocorre.
6 – Classificação dos Tratados
6.1 – Quando ao número de partes
Bilateriais: são aqueles constituícos por duas partes (estados, estado e organização internacional ou Org. e Org).
Multilaterais: constituídos entre 03 ou mais partes.
Os grandes tratados multilaterais hoje existentes são as convenções quadros ou molduras (Guarda-chuva).
6.2 – Quando ao procedimento utilizado para a sua conclusão
- Forma simplificada: são aqueles constituídos após a assinatura, ou seja, entram em vigor a partir da sua assinatura, não passam pelo CN, são aqueles de consentimento breve, acordos executivos;
- Devida Forma: demanda um procedimento mais complexo, com mais fases para a ratificação. Esses possuem 04 fases:
Negociações e assinatura
Aprovação pelo CN (aprovação congressual)
Ratificação
Promulgação e publicação no diário oficial 
6.3 – Quanto à natureza jurídica
- Tratados lei: são aqueles que estabelecem normas gerais de DIP, ou seja, a vontade das partes é paralela, é conforme, todas as partes tem o mesmo fim;
- Tratados contratos: as vontade das partes é oposta, mas pata fins de objetivos mútuos, como num contrato, é como se fosse uma relação contratual 
6.4 – Quando à execução no tempo
- Transitórios: são aqueles cuja execução se dá no momento no certo, criando situação jurídica estática (ex.: tratado de cessão de território, de demarcação de fronteira, etc.);
- Permanentes: são aqueles cuja execução se protrai no tempo, criando uma situação jurídica dinâmica (ex.: tratados de direitos humanos)
- Mutalizáveis: são aqueles cuja inexecução por parte de um Estado não impedem o cumprimento pelos demais estados. Aqui se um estado sai prejudica todos os outros;
- Não-Mutalizáveis: são aqueles cuja inexecução por parte de um estado acarreta a inexecução por parte dos demais. 
6.5 – Quanto à possibilidade de adesão 
Adesão é o meio que o estado tem de ingressar em tratado internacional de cujas negociações ele não participou. Podem ser:
- Abertos: permitem a adesão 
Limitados: são abertos apenas à alguns estados partes, em regra se trata de limites geográficos (ex. Mercosul)
 
Ilimitados: podem ser aderidos por qualquer um (ex.: TIDH)
- Fechados: tratados que concluídos ninguém mais adere.
7 – Estrutura dos Tratados
7.1 – Título: traz o nome do tratado
7.2 – Preâmbulo: cuidado porque não pode confundir com o preâmbulo constitucional, pois aqui traz apenas os nomes dos países que celebraram os tratados;
7.3 – Considerandos: são os propósitos que o tratado almeja, os princípios dos tratados, a filosofia dos tratados. (seria o preâmbulo Constitucional)
7.4 – Dispositivos: cláusulas de operatividade do tratado
7.5 – Fecho: data e assinatura 
7.6 – Selo de lacre: aquele selo tradicional de cartas antigas. (de cera)
8 – Processo de Formação dos tratados internacionais
Os tratados de procedimento longo tem 04 fases de celebração. Mas é importante saber que o tratado deve ser celebrado por quem tenha competência para tanto, que no Brasil é o Presidente, sendo que ele pode delegar.
Os tratados devem ter objeto lícito e possível, senão será ilegítimo. A convenção de Viena regula duas fases e a CR/88 regulamenta outras duas, com o auxílioda legislação infraconstitucionais.
Fases 01 e 03 são internacionais e Fases 02 e 04 são nacionais (internas).
Fase 01 – Negociações que culminam com a assinatura
Fase 02 – Referendum Parlamentar ou congressual (não é ratificação, cuidado)
Fase 03 – Ratificação 
Fase 04 – Publicação e promulgação no Diário Oficial da União (D.O.U) 
Fase 01 – Negociações Preliminares
É o primeiro momento em que as partes deliberam sobre os termos do tratado. Normalmente, quando é bilateral é no seio de um dos países celebrantes. Nos multilaterais, em regra, hoje, são assinados na sede da ONU em NY. 
No art. 7º, prevê-se que para a celebração do tratado o representante deve ter plenos poderes, ou seja, para a adoção ou autenticação do tratado.
- autenticar: é a assinatura
- adoção: depois de negociar e antes de assinar, existe uma fase intermediária que se chama adoção, que é a confirmação de que aqueles estados não passaram negociando por muitos anos um porcaria, ou seja, é necessária que 2/3 dos estados presentes adotaram o tratado, sendo que depois vai para a assinatura.
Adotado o texto do tratado passa-se à assinatura:
Conceito: assinatura é a rubrica de próprio punho do Chefe de Estado ou de seu representante, sendo que assinatura serve para iniciar o procedimento de ratificação do tratado.
Natureza jurídica: assinatura é um aceite precário e formal por meio da qual, os chefes de estados ou seus representantes, iniciam o processo de formação e celebração do tratado. A assinatura tem natureza jurídica dúplice.
- precário: pois depende de ratificação ulterior (confirmação ratificatória). Sendo que se o estado não ratificar o tratado não existe.
Cuidado: há livros que dizem que o CN ratifica, mas isso é um erro. 
- formal: ela não atesta a materialidade ou conteúdo, ela apenas atesta que o documento não tem vício de forma, de modo que o tratado está apto a prosseguir seu trâmite até o final.
A autoridade competente para assinar o tratado está no artigo 84, VIII da CR:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
O artigo 84, VIII diz que é da competência privativa do Presidente da República celebrar tratados. Essa competência privativa é delegável, sendo que o presidente pode nomear pessoas para assinar por ele.
A pessoa que recebe essa delegação, pode nomear pessoas para praticar o ato, ou seja, recebe uma carta de plenos poderes. O instrumento que delega é a carta de plenos poderes, sendo que quem recebe é o pleno ponteciário (que somente pode adotar e autenticar, ou seja, ele não pode ratificar).
Fase 02 – Referendo Congressual
Artigo 49, I da CR:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Esse dispositivo é muito criticado pela doutrina. Essa é a fase em que o CN vai aceitar o tratado e autorizar a ratificação que é ato exclusivo do Presidente. Cuidado, pois após a aprovação do CN, além da ratificação, tem que haver o depósito.
 
- resolver definitivamente: seria uma expressão inútil, pois o CN não resolve. Mas se diz que o CN:
Resolve: mas quando rejeita o tratado e não quando aprova, pois nesse caso passa para ratificação. Deve ser interpretada no sentido de rejeição.
Destaque-se que nos artigos 49, I e no art. 84, VIII usam 04 expressões diversas para denominar tratados, mas que no fundo são a mesma coisa, apenas demonstrando um cochilo do legislador, pela falta de sistematização. 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional: há uma antinomia na CR, pois se fosse assim apenas os tratados de natureza financeira passariam pelo CN.
Deste modo, todos os tratados devem ser autorizados pelo CN e não somente aqueles que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
Fase 03 - Ratificação
A ratificação é um aceite definitivo. A sua natureza jurídica é aceite definitivo.
Conceito: é o ato unilateral do estado, por meio do qual o presidente da república engaja definitivamente o estado no acordo anteriormente assinado.
Esse aceite definitivo tem 03 características básicas:
- Ratificação é discricionária: não é porque o CN autorizou que tem que ratificar.
- Efeitos “ex nunc” ou “pro-futuro”
- Irretratável
 Pode sair do tratado por meio da denúncia, sendo que não existe retratação da ratificação.
Fase 04 – Promulgação e publicação
O que se dispensa é o decreto executivo presidencial para que o tratado entre em vigor no plano do direito interno.
Saiu na Ajuris revista de março da Magistratura do RS um artigo dele sobre o controle e convencionalidade (ver).
Aula 03 – dia 25/05/09
9 – Hierarquia dos Tratados Internacionais no Brasil
Depois do processo de celebração dos tratados (acima), o tratado entra em vigor no território nacional, sendo que qualquer Juiz ou Tribunal pode aplicar o tratado no plano interno, concedendo os direitos nele previstos às partes.
Para analisar a hierarquia o estudo será dividido em 02:
Hierarquia dos Tratados Internacionais comuns: são todos aqueles que não versam sobre os direitos humanos 
Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos (TIDH)
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Hierarquia dos Tratados Internacionais comuns:
Existem duas correntes:
I – Doutrina Internacionalista: (professor adota, Celso de Albuquerque Melo) situam-se no nível supralegal no Brasil, ou seja, acima das leis e abaixo da CR. Os motivos aduzidos são:
Artigo 27 da Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados: esse artigo diz que um aparte não pode invocar disposições de direito interno para descumprir o tratado;
Fazendo uma pesquisa legislativa no Brasil, se chega à conclusão de que a legislação brasileira adota a teoria da supralegalidade (ex.: art. 1º, I do CPP; art. 98 do CTN) dos tratados internacionais. 
Sobre este ponto, muito já se questionou sobre o revogado artigo 594 do CPP, que impedia a interposição da apelação sem o recolhimento anterior à prisão. Mas o Pacto de São José estabelece que não pode ser exigido o recolhimento à prisão para o exercício do direito ao duplo grau de jurisdição.
No que toca às provas objetivas, não adotar essa corrente, mas na prova aberta deve mencioná-la. Para essa corrente, se se entende que tem status de lei ordinária, permite-se que o estado revogue de forma unilateral o pactuado no tratado, consistindo em má-fé, que causa responsabilidade internacional do estado (o Brasil acaba por ser condenado, pois o artigo 27 da Convenção de Viena prevalece para a corte internacional).
II – STF: os tratados internacionais comuns possuem hierarquia de lei ordinária (posição que prevalece).
TIDH
Temos 04 correntes sobre esses tratados:
I – Posição antiga do STF: para essa posição antiga, sejam os tratados comuns, sejam os TIDH, qualquer tratado teria status de lei ordinária; (não cai mais em prova)
II – Posição nova do STF: é a tese da supralegalidade dos TIDH nasceu com o RE 466343/SP – 03/12/08. 
O raciocínio do voto (que foi do Ministro Gilmar Mendes) é que se a CR na reforma do judiciário se dignou um §3º no artigo, dizendo que se o TIDH, se aprovado na forma determinada, poderá ser equivalente à uma EC, não posso entender que os TIDH seriam leis ordinárias, pois não se poderia pular do âmbito ordinário para o constitucional. Desse modo, em razão dessa prevalência, os TIDH deveriam estar numa posição acima, de modo que estaria num patamar supralegal.
Celso de Melo nesse recurso não concordou com a tese da supralegalidade, sendo que entende que é constitucional.
III – Doutrina Humanista (atente-se em provas, pois o entendimento da doutrina é esse).
Para Mazzuolli todos TIDH temstatus constitucional, aduzindo que são materialmente constitucional, não podendo o estado mexer ao seu alvedrio nesse status. Desde a revolução francesa, com a declaração dos direitos humanos, qualquer constituição deve conter direitos e garantias fundamentais (direitos humanos), de modo que sempre sejam matérias constitucionais (entraria pelo Bloco de Constitucionalidade).
Por outro, lado poderia se ter uma incoerência, em que um protocolo (tratado subsidiário) seria constitucional, em razão do cumprimento da formalidade, e o tratado principal, que teria o mesmo valor, seria infraconstitucional.
Veja-se que seriam tratados com o mesmo fundamento axiológico e ético tratados de forma diferentes, o que viola o princípio da isonomia. 
 
No caso, se diz que os TIDH têm nível de norma constitucional, independentemente de quórum qualificado (recepção pelo art. 5º, §2º da CR).
Daqui o professor extraiu a sua tese de Controle Difuso de Convencionalidade, dizendo que esse neologismo teria sido proferido primeiro na França, em julgado sobre uma lei que autorizou o aborto, em que violaria um tratado da União Européia, mas o Tribunal Constitucional Francês não julgou, sob a alegação de que somente estaria a seu julgo o controle da constitucionalidade.
Se diz difuso, pois como a matéria seria apenas material, e não formalmente, constitucional, de modo que se faria um controle sobre a convencionalidade de uma norma que teria previsão constitucional, ou seja, não seria inconstitucional, mas que desrespeita um TIDH. (??? Olhar se fundamentei direito)
Neste sentido, diz o professor que o próximo passo seria aceitar o controle concentrado de convencionalidade, para tanto teria que se aceitar que o TIDH teria status constitucional material.
IV – Celso de Albuquerque Mello (posição isolada): seria supraconstitucional, estando acima de qualquer norma interna, inclusive da Constituição.
Para o professor, se a CR se conflitar com algum direito reconhecido em TIDH, prevalecerá o princípio do pro homine. Com isso aduz que o sistema tradicional legalista (de Kelsen) já morreu (ler texto do LFG sobre esse ponto). Esse entendimento positivista viola princípios axiológicos.
Notícia: há 10 dias atrás, depois de 37 anos (a convenção de Viena foi elaborada em 1969, sendo de que 1995 até hoje estava para ser aprovada no CN), a Convenção de Viena foi aprovada pela Câmara (depois vai para o Senado), sendo que fez reserva a 02 artigos ou dispositivos –artigo 25, que trata da aplicação provisória do tratado até a sua ratificação, sendo que faria tabula rasa da posição parlamentar (seria como uma MP internacional), assim o Brasil não ratificou, e o artigo 66, que seria um aceite para que em todos os casos de litígio a Corte Internacional de Justiça seria o tribunal apto para julgar, mas o Brasil não aceito. 
10 – Controle da Convencionalidade das Leis no Brasil 
(email: mazzuoli@terra.com.br – pedir o artigo que ele escreveu sobre o tema).
Para o professor todos os TIDH tem nível constitucional, quer materialmente (art. 5º, §2º) ou formalmente (art. 5º, §3º). Se o TIDH já tem status material constitucional, qualquer juízo pode compatibilizar as leis ordinárias nacionais ao TIDH, sendo que aqui seria o controle de convencionalidade difuso (qualquer tribunal ou juízo, sendo que o STF pelo meio do RE).
O caso do depositário infiel foi isso. Para o professor somente os TIDH ratificados na forma do artigo 5º, §3º poderiam ser o objeto de ADI, por exemplo, ações constitucionais.
Mas para o Professor, em sua tese, defende que também se poderia ajuizar ações constitucionais com base em TIDH materialmente constitucional, ou seja, um controle de convencionalidade concentrado. 
Deste modo, para que a lei vigente seja válida, a pirâmide normativa revolucionou, a legislação infraconstitucional terá que respeitar, além da constituição (1ª compatibilidade vertical – que se compatível será vigente), e os TIDH (2º compatibilidade vertical – que se incompatível não será válida). 
Portanto, nesse sentido com essa teoria pode se falar em norma vigente, mas inválida, pois segundo essa teoria da dupla compatibilidade vertical, a norma vigente é que está de acordo com a CR, mas não será válida se desrespeitar.
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Sujeitos do Direito Internacional
São 03 os sujeitos clássicos no Direito Internacional:
I – Estados
II – Organizações Internacionais
III - Indivíduos
II – Organização Internacional
As organizações internacionais se dividem em 02 tipos, sendo que somente as organizações interestatais ou intergovernamentais são sujeitos de direito, sendo que as não-governamentais (as ONGs), que não são sujeitos de direitos.
A diferença entre estas organizações (técnicas):
- Intergovernamentais: são criadas por Estados, por meio de tratado; 
- Não-governamentais: criadas por ato constitutivo, por meio de particulares, contratos;
III - Indivíduos
São as pessoas físicas, que depois do TPI não existe dúvida de que os indivíduos são sujeitos passivo e ativo do direito internacional.
Esses seriam os sujeitos formais, sendo que diz-se haver sujeito pro-tempore:
- Beligerantes 
- Insurgentes
 Os dois são movimentos de levante da sociedade civil com a finalidade de mudar o governo institucionalizado, sendo que a sociedade tenta por meio do exercício do direito de oposição mudar o governo. 
O movimento beligerante é mais ríspido, sério, sendo que os insurgentes tratam de uma inconformidade mais pacífica. Assim, se diz que quando os beligerantes na prática passam a governar o país, os sujeitos internacionais começam a com ele contratar.
Por isso que se diz que são pro-tempore, pois por determinado tempo os beligerantes governam, na prática, e se efetivam como sujeitos de direito. (ex.: sandinistas na Nicarágua, que são beligerantes).
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Imunidades à jurisdição e à execução estatal
É princípio corrente que o estado tem jurisdição sobre todos aqueles que assentam sobre o território, o estado diz o direito a todos aqueles adstritos a seu território.
Com o passar do tempo se percebeu que, num novo contexto da sociedade, os estados colocam nos territórios de outros as suas representações, que instalam as embaixadas, para melhor gerir os seus direitos e interesses.
A partir do momento que isso passou a acontecer, a cortesia a reciprocidade necessária à mantença das relações internacionais foi obrigada a atribuir privilégios aos funcionários destes países, para estes possam exercer suas funções sem o temor das regras e interesses locais.
Nascem aqui as imunidades, que garantem a essas pessoas agir de acordo com o seu direito interno e não conforme o direito interno do país em que esteja acreditada.
Essa imunidades, posteriormente, também foram estendidas à Organizações Internacionais (temos a Convenção de Viena sobre relações diplomática de 1961 e Convenção de Viena sobre relações consulares de 1963).
A relação diplomática é realizada na embaixada (interesses dos estados), sendo que a consular é no consulado (interesses individuais, dos particulares).
- Diferença entre Diplomacia de relação consular: no Brasil o concurso para ocupar estes cargos é único, mas em outros países se difere a forma de ingresso.
A diferença básica entre as duas, em termos de imunidades, está na extensão dos efeitos das imunidades:
As imunidades da Convenção de Viena de 1961 (diplomática) são amplíssimas (inclusive a imunidade penal é absoluta, sendo que, por exemplo, se um embaixador mata alguém aqui no Brasil, somente o país dele pode puni-lo) 
As imunidades da Convenção de Viena de 1963 (consular) são restritíssimas. 
A pergunta de concurso é: como no Brasil o concurso é único, dependendo da função que exerce no momento, a sua imunidade vai depender do cargo que ocupa no momento, sendo que questiona se um jovem diplomata queesta lotado na embaixada do Brasil em Nairobe está abrangido por todas estas imunidades dos diplomatas, ao passo que o cônsul geral do Brasil em NY não tem quase nenhuma imunidade. 
- Prerrogativas e imunidades diplomáticas:
I – Da missão: das imunidades relativas à missão destacam-se:
Inviolabilidade dos locais de trabalho (sem permissão não pode ser adentrada), deste modo, lá dentro pode exercer a sua soberania, mas não é uma extensão do território (por exemplo, se for descoberto petróleo embaixo da embaixada é do país e não do país da embaixada);
Os bens não podem ser apreendidos, inclusive os meios de transporte não podem ser objetos de busca e apreensão.
(**antes os carros das embaixadas não eram cadastrados no Renavam, sendo que a resolução do Contran vai para o Renavam, sendo que multado vai ter que pagar, mas do ponto de vista jurídico, segundo o professor, não surtirá efeito, pois não pode sofrer qualquer embargo, restrição etc., sendo que nem com execução fiscal, pois eles são imunes à nossa jurisdição).
Arquivos, documentos e correspondência oficial da missão são invioláveis.
II – Dos Agentes
Inviolabilidade pessoal e domiciliar
Não pode entrar na casa de diplomata, ele não pode ser obrigado a depor. Pergunta: festa no AP de um embaixador da Holanda, sendo que na festa de bandeja se servem entorpecentes, etc., contando com a presença de muitos brasileiros. O que a autoridade pode fazer é esperar os brasileiros saírem e prendê-los, pois a embaixada não é extensão de território, de modo que o crime foi praticado em território brasileiro, pois a imunidade é cortesia.
O embaixador ou sua família não poderá ser presos, pois tem imunidade à nossa jurisdição. 
Imunidade Jurisdicional
Os membros da missão diplomática têm imunidade civil e penal à jurisdição brasileira.
- Penal: a imunidade penal dos membros da missão da diplomática é absoluta, não comporta exceções; (vai ser processado no estado de origem, mas se lá for crime).
Mas se atentar contra a vida do Presidente da República? R: a imunidade penal é absoluta, sendo que responde pelo crime em seu país de origem
Se o Presidente da República cometeu crime comum no estrangeiro, ele será julgado pelo STF.
- Civil: é quase absoluta.
Exceções: a imunidade à jurisdição civil não opera nos seguintes casos:
Ações sucessórias em que o agente diplomático esteja envolvido a título exclusivamente privado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário;
Na reconvenção (quando é o autor reconvindo – ex.: bate-se no carro do diplomata e ele ajuíza ação, sendo que na reconvenção não cabe imunidade);
No exercício de atividade privada, profissão liberal ou atividade comercial, sendo que no caso dos diplomatas brasileiros isso é proibido, não se encaixando nessa exceção;
- Fiscal: possuem isenção fiscal, que há algumas exceções, mas que serão dadas posteriormente.
Tem isenção dos Tributos Municipais, Estaduais e Fiscais (ex.: não paga IPTU, IPVA, etc.). O Diplomata deve respeitar os costumes locais.
- Prerrogativas e imunidades consulares: convenção de Viena de 1963
Elas somente existirão no que tange aos atos praticados no exercício estrito da profissão (no exemplo do uso de drogas em festa no consulado, não possuem imunidade).
Se o cônsul comete crime, em exercício não ligado à suas atribuições, responde à jurisdição brasileira.
Ex.: emissão de passaporte falso por funcionário consular e no mesmo dia praticou outro crime, o Brasil pode demandar apenas o furto, sendo que quanto ao crime de falsificar passaporte é imune, pois ligado às suas funções. 
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Aula 04 – dia 01/06/09
Nacionalidade
Jurisdição do Estado
O estado é quem diz o direito, impõe o direito a todos aqueles que assentam o seu domínio. 
Além disso, o Estado exerce a sua jurisdição sobre os estrangeiros que estão em seu território, mas há casos de imunidade.
2 – Conceito de Nacionalidade
Nacionalidade é um vínculo jurídico-político que une determinadas pessoas a determinado Estado.
Desse conceito pode ser abstraído duas vertentes:
I – Vertical: significa que os indivíduos estão ligados por esses laço de nacionalidade a determinado estado;
II – Horizontal: transforma os indivíduos que assentam o domínio do estado em um dos elementos constitutivos do Estado, que é o elemento povo. 
A figura do nacional contrapõe-se à do estrangeiro. Nacional é todo aquele que não é estrangeiro, sendo que conseqüentemente estrangeiro é todo aquele que assentam o território, mas não são nacionais do estado.
A nacionalidade provém prioritariamente do Direito Constitucional, sendo que o direito internacional é quem vai manejar a matéria da nacionalidade.
O tema nacionalidade é um tema de direito fundamental. A nacionalidade está no artigo 12 da CR, sendo que este artigo está dentro do título II da CR, que é intitulado “dos direitos e garantias fundamentais”.
Além disso, a nacionalidade consta de todos os tratados internacionais sobre direitos políticos:
1º - Art. 15 da Declaração Internacional dos Direitos Humanos;
2º - Pacto de São José de Costa Rica (art. 20); 
3º - Pacto Internacional dos Direitos HUmanos
Assim, no que tange a nacionalidade, o direito internacional vai se aplicar subsidiariamente ao direito constitucional.
- Nacionalidade x Naturalidade
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une um cidadão a determinado estado. A naturalidade tem a ver com o vínculo com o lugar de que ela nasceu, assim, pode ser nacional brasileira e natural de Paris por exemplo (ex.: um romano pode ser presidente do Brasil).
Cai muita pegadinha, sendo que a naturalidade é ligada à cidade em que nasceu.
3 – Nacionalidade originária e nacionalidade adquirida
I – Nacionalidade originária: é aquela que o indivíduo se vê atribuir ao nascer, seja pelo fato do nascimento em determinado território (jus soli), seja em decorrência da nacionalidade dos pais à época do nascimento (jus sangüinis). 
Essa nacionalidade originária é também chamada de nacionalidade primária ou atribuída.
A doutrina moderna denomina o jus soli de critério territorial, sendo que o juz sanguinis a doutrina chama de critério da filiação.
II – Nacionalidade derivada ou adquirida (secundária): é aquela que se obtém mediante naturalização e que demanda obrigatoriamente um ato de vontade do indivíduo. 
Por isso é que na maioria das legislações se exige a maioridade civil para se adquirir a nacionalidade.
No Brasil já existiu a Nacionalidade por vontade da lei (Constituição de 1891), em que a lei concedia a nacionalidade, sendo que fez parte da grande nacionalização, para o caso dos Portugueses, que se não se manifestassem pela nacionalidade brasileira, à época da fundação da República, passariam a ser considerados Brasileiros. 
Dentre estes critérios podem haver conflitos.
4 – Conflitos de Nacionalidade
Podem ser de duas formas:
I – Conflito positivo: leva à polipatria (ou dupla nacionalidade, mas pode ser mais de duas nacionalidades)
Ocorre quando a pessoa nasce num país cuja regra da nacionalidade é a regra do jus soli, sendo filho de pais estrangeiros (de pai ou mãe, ou de ambos) cuja regra constitucional de origem é jus sanguinis (ex.: caso dos filhos de Italianos nascido no Brasil).
II – Conflito Negativo: é chamado de apatria (apatridia ou Heimatlose)
Ocorre quando uma pessoa é nascida num país cuja regra da nacionalidade é o jus sanguinis (Japão, Alemanha e Suíça) sendo filho de pais estrangeiros, cuja constituição de origem adota o jus soli.
(ex.: Nasceu na suíça, mas seus pais são Franceses, sendo que a frança adota somente o jus soli).
São os apátridas, sendo que quem resolve é o Direito Internacional. A regra do Pacto de São José é de que o Estado tem que atribuir a nacionalidade pelo menos do território onde ela nasceu.
- Casos:
1º caso: serviçomilitar 
Uma pessoa com dupla nacionalidade que já respondeu ao serviço militar em seu país é obrigado a responder pelo serviço militar no outro país, em que possui nacionalidade. 
No caso do Brasil e da Itália há um tratado que libera da prestação do serviço militar.
2º caso: é possível a triplanacionalidade, nos casos em que o estado em que nasceu adota o jus soli e seus pais tem nacionalidade diversa uma da outra, e que os países adotam o jus sanguinis.
É possível ter até quatro, no caso de se casar com pessoa em que a nacionalidade é conferida pelo casamento.
Casos que constam do Edital da Magistratura Federal: (envolvem os limites à polipatria)
Caso Canevaro (Rafael) (1912)
Esse sujeito era filho de Italianos nascido no Peru, possuindo dupla nacionalidade, peruana pelo jus soli e italiana pelo jus sanguinis, sendo que ele ficou muito rico no Peru, mas não pagava impostos, sendo que ele começou a sofrer restrições patrimoniais.
Como tinha dupla nacionalidade, resolveu apelar para a Itália alegando que estava sendo violado em seus direitos, fazendo o Pedido de Proteção Diplomática, sendo que a Itália acolheu e resolveu processar, ela se torna substituto processual (legitimidade extraordinária,) o Peru na corte permanente de arbitragem (CPA).
A Itália perdeu a ação, sendo que a corte diz que todo nacional do estado tem direito de usar a seu favor a proteção diplomática desse estado contra o estado que o afeta, mas nesse caso não, pois o estado que lhe prejudicava também era de sua nacionalidade.
Decidiu-se que não pode usar a proteção diplomática em face do estado de qual também é nacional, configurando um abuso do direito de nacionalidade (1º limite). 
Caso Nottebohn (Frederich) (1955)
Era Alemão e que se mudou para Guatemala, ficando rico, mas não pagando impostos. A Guatemala com o processo tributário começou a expropriá-lo dos seus bens.
Em 1939 ele resolve pedir a proteção diplomática para a Alemanha. Isso ocorreu em 1939, quando estava em início da 2ª guerra mundial, sendo que a Alemanha não deu bola. Ele pegou e se naturalizou em Liechtenstein, requerendo a esse governo a Proteção Diplomática, em 1955, sendo que ela ingressa contra a Guatemala na Corte de Haia.
A corte também não acolheu a ação, entendendo que o direito de nacionalidade não pode ser objeto de abusos, sendo que Nottebohn somente se naturalizou para se beneficiar de direitos eminentemente escusos, não havendo nenhum âmbito de vontade de pertencer ao lugar.
A corte entendeu que não pode ser utilizada a proteção diplomática quando a pessoa somente se naturaliza para atender a interesses particulares, configurando-se a hipótese em abuso do direito de nacionalidade. 
5 – Nacionalidade de origem
Jus soli: o critério do jus soli é comumente utilizado em Constituição de Países de imigração.
 
 Exemplo o Brasil, em que houve grandes movimentos de imigração, como no caso da imigração Japonesa.
Jus sanguinis: é típico de países de emigração, de onde sai muita gente, como no caso da Itália, Alemanha, Japão, etc.
	É uma maneira de re-vinculação dos seus nacionais, pois se importam com a possibilidade de êxodo de pessoas do seu Estado, que numa hipótese extrema poderia virar res derelict, permitindo aos países vizinhos se apoderarem de seu território.
Assim, o país tem sempre nacionais, ainda que estejam fora.
Sistema Misto: o Brasil aceita tanto a regra do jus soli, quanto a regra do jus sanguini.
O Brasil tem a tendência hoje de se tornar um país de Jus Sanguini. Pelo artigo 12, I da CR temos 03 alíneas:
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
Nas alienas temos:
Jus soli
Jus sanguinis + serviço
Jus sanguinis + registro ou opção (EC 54, 20/09/07)
6 – Aquisição da nacionalidade
Existem duas maneiras de adquirir a nacionalidade, sendo apenas uma aceita no Brasil:
Naturalização: é o instituto por meio do qual o estrangeiro aufere a nacionalidade Brasileira, atendidos as requisitos presentes na lei 6815/80 (estatuto do estrangeiro).
Depois de passado o provimento, o juiz federal confere o certificado.
Casamento: é uma modalidade secundária, mas que não existe no Brasil (mas na Itália é aceito, só que a regra é machista, sempre ser uma mulher estrangeira casada com o homem italiano).
7 – Nacionalidade Brasileira
É brasileiro nato aquele que se enquadra nas hipóteses previstas no artigo 12, I da CR.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Para efeitos de estudo deste artigo, nascer na república federativa do Brasil significa 05 coisas:
- Nascido em território brasileiro;
- Nascido no espaço aéreo brasileiro; (abordo de aeronave o comandante tem competência registral para nascimento e óbito).
- Mar territorial Brasileiro, com 12 milhas marítimas.
- Nascido abordo de aeronave ou embarcação privada em território neutro, vai pelo princípio da bandeira;
-Nascido abordo de aeronave ou navio de guerra brasileiro, em qualquer espaço que se encontre;
“Ainda de que pais estrangeiros”: a interpretação é de que a referência a pais significa que ambos devem ser estrangeiros, bastando um está serviço e ou acompanhando. 
Verifica-se que o critério é do jus solis. Mas se os estrangeiros estiverem a serviço do seu país de origem, o filho dele terá a nacionalidade do país de origem dos seus pais. 
Mas e se o casal sendo nacional de um país (exemplo Itália), mas estando a serviço de outro país (Portugal), ele será brasileiro nato, pois o estrangeiro não está trabalhando para o seu país de origem. Cuidado: se os pais estrangeiros, lembrando que pode ser qualquer um, não estiver trabalhando para o seu país de origem , o filho dele será brasileiro nato.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
Hipótese diferente: mulher brasileira e pai argentino, sendo que o Argentino está a servido do Governo Brasileiro, mas neste caso, quando a CR diz que “qualquer deles”, essa expressão deve ser o cônjuge brasileiro, ou seja, o cônjuge brasileiro deve estar a serviço do Brasil e não o estrangeiro (no exemplo não seria Brasileiro nato).
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda Constitucionalde Revisão nº 3, de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente OU venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
- Alterações sofridas pelo artigo 12, I, “c” da CR:
>> 1988: o texto original da constituição previa que uma 3ª hipótese de ser brasileiro nato era registrar o filho no consulado (registro consular);
>> 1994: aboliu-se a possibilidade de registro consular (sem qualquer justificativa – EC 03/94), exigindo a residência no Brasil, devendo fazer a opção em um procedimento de jurisdição voluntária. Isso fez com que milhares de pessoas que morassem nesses países fossem apátridas. 
>> 2007: a EC 54/07 faz um retorno à regra original, somando-se com a EC de revisão de 1994, todavia esquecendo de adaptar algumas coisas. 
Diz que devia optar pela nacionalidade brasileira, sendo que o entendimento era que a opção deveria ser a partir da maioridade (STF). Assim, é em qualquer tempo a partir da maioridade, desde que venham a residir no Brasil.
Mas isso dá uma incongruência, pois se por qualquer motivo não se fez o registro no consulado, a criança terá que esperar completar a maioridade para adquirir a nacionalidade do Brasil.
Perda da nacionalidade Brasileira
Toda pessoa detentora de uma nacionalidade pelo modo originário ou derivado pode eventualmente perdê-la. Não somente o naturalizado pode perder a nacionalidade brasileira, assim como o nato também pode, nas hipóteses do artigo 12, §4º da CR.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Essa perda do inciso I se dará somente após procedimento judicial, com contraditório e ampla defesa, perante o juiz federal. 
No caso do inciso II o brasileiro perde a nacionalidade, salvo no caso de reconhecimento de nacionalidade pela lei estrangeira (caso da Itália), sendo que isso ocorre sempre por meio de tratado internacional, constituindo uma signalamaticidade apta a ensejar essa exceção.
No caso da letra “b”, em que a norma impõe a naturalização para condição de permanência em outro estado ou para exercer direitos civis.
As hipóteses do §4º do artigo 12 são absolutamente taxativas, não sendo possível ao brasileiro renunciar à sua nacionalidade. A renúncia a nacionalidade brasileira não está contemplada dentre os seus dispositivos. 
**Mas e se o indivíduo arrepende de se naturalizar em outro país, como fazer? Reaquisição da nacionalidade brasileira:
Trata-se de hipótese não regulada pela CR/1988 e que diz respeito à possibilidade de os brasileiros natos ou naturalizados, que perderam a nossa nacionalidade, voltarem a tê-la.
Duas dúvidas surgem em relação a este tema:
I – Onde está o regulamento de tal possibilidade?
R: Não está na CR, no Estatuto do Estrangeiro atual, estando no antigo Estatuto do Estrangeiro (lei 818/49), que foi revogada, mas o seu artigo 36 trata da hipótese, menos esse artigo foi revogado. 
A regra é que deve ser feito um pedido dirigido ao Presidente da República, que será processado pelo Ministério da Justiça, sendo que por uma portaria do ministro da justiça ou uma ordem presidencial, se readquire a nacionalidade.
II – Com qual status volta aquele que readquiriu a nacionalidade?
R: A posição do professor José Afonso da Silva, que não é seguida, é de que se é brasileiro nato volta como nato, se naturalizada volta com naturalizado, ou seja, com o mesmo status que possuía antes.
A doutrina majoritária diz que existe um terceiro gênero, sendo que o Brasileiro nato volta como naturalizado, mas uma naturalização facilitaria. O motivo, segundo o professor, é político, pois se trata de um brasileiro que virou estrangeiro, mas não pode voltar nato. 
O Brasileiro nato vai voltar como naturalizado sui generis, facilitada, pois não se exige passar pelo processo de naturalização. Sendo que o Brasileiro naturalizado, segundo Pontes de Miranda, volta como re-naturalizado. 
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Condição Jurídica de estrangeiro
1 - Conceito:
Estrangeiro é todo aquele que não tem vínculo de nacionalidade com determinado estado. É a pessoa que assenta em nosso estado e nçao tem vínculo de nacionalidade conosco.
 2 – Admissão de estrangeiro em território nacional
Há vários títulos de entrada:
I – A título permanente: 
O estrangeiro que entra a título permanente é chamado tecnicamente de imigrante (imigrar = entrar; emigra = sair).
Para se ter o título de permanência é exigido o visto de permanência. Esse visto de permanência é atribuído aos estrangeiros pelo departamento de polícia federal.
II – A título provisório:
O estrangeiro é chamado de forasteiro, que é quem não vem com animus definitivo. O título provisório também exige visto de entrada. 
- O forasteiro mais comum é o turista, exigindo-se dele o visto de turista.
Alguns países dispensam visto por meio de do princípio da reciprocidade.
- Visto de trânsito: muitos países abolem. No Brasil há a previsão no estatuto do estrangeiro, mas o Brasil não obriga. É o caso do viajante internacional que faz ponte aérea em algum país. Os EUA exigem visto até de trânsito.
- Visto especial para missionários:
- Visto Diplomático:
- Visto Especial para Desportistas, Jornalistas/Eventos Científicos: 
Para o estudo da condição jurídica do estrangeiro é importante o estudo de estrangeiro permanente. (lei 6815/80).
3 – Direitos e Deveres dos estrangeiros no Brasil
3.1 – Direitos
No caput do artigo 5º da CR se confere um tratamento discriminatório aos brasileiros e estrangeiros residentes no país.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País (aqui o STF já entendeu que deve ser estendido essa garantia aos estrangeiros não residentes no país, posto a dignidade da pessoa humana ter caráter universal – Celso Bastos diz que devem atingir todos aqueles que tocam o nosso ordenamento jurídico. **divergindo José Afonso diz que estes seriam regrados por normas de direito internacional) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
O estrangeiro forasteiro não teria neste sentido os mesmos direitos. A CR disse menos aqui o que queria, ela usou impropriamente a expressão “residente”, pois qualquer estrangeiro tem todos os direitos previstos no artigo 5º.
O estrangeiro não tem direitos políticos no Brasil, ou seja, não podem votar e ser votados, salvo se forem portugueses e amparados pelo Estatuto da Igualdade Brasil/Portugal (art. 12, §1º).
Emprego ou função pública (cargo em comissão) em regra não, mas a lei pode disciplinar, conforme artigo 37, I da CR.
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O que se busca evitar é que o estrangeiro participe da administração do país, por uma questão de soberania. Mas neste inciso I abriu-semuito o acesso, pois se a lei permitir pode ter acesso a cargos da Administração Direta (ex.: a lei pode estabelecer a possibilidade de ser Ministro da Fazenda, salvo Ministério da Defesa, de todos os demais poderia ser).
3.2 – Deveres
Têm todos os deveres de uma cidadão normal. Ele é dispensado do serviço militar, sendo que se o estrangeiro desrespeitar os direitos impostos à todos, ele podem ser compulsoriamente retirados do país.
4 – Meios compulsórios de retirada de estrangeiros do território nacional
São 03 os meios compulsórios:
Deportação
Expulsão
Extradição
Deportação
É a medida por meio da qual se retira do país um estrangeiro que aqui entrou ou permaneceu de forma irregular.
I – Entrou irregular
Cuidado: não confundir com entrada irregular e prática de crime. A entrada irregular é irregularidade administrativa, em que falta condições administrativas para o estrangeiro entrar no país.
II – Entrou regular e permaneceu irregularmente
Entrou com visto de 03 meses e está a 03 anos.
A autoridade competente para deportar no Brasil é o Departamento de Polícia Federal. Deste modo, a deportação tem efeitos imediatos, diferentemente da expulsão e da extradição.
Assim, uma vez ocorrida a causa da deportação, ela pode ser efetivada imediatamente.
Se esse estrangeiro deportado conseguir fazer as condições de reingresso, ele consegue voltar para o país entra numa boa. Ele não é “persona non grata”.
Expulsão
É a medida político-administrativa, portanto não é judiciária, que retira do território nacional o estrangeiro que viola a moral, os bons costumes, as leis locais ou atenta contra a ordem ou soberania nacionais.
Pode ser que esse atentado contra os bons costumes, ordem e soberania não configure crime (ex.: mendicância). Mas se configurar crime, exemplo furto, ele é julgado, condenado, cumpre pena e depois do cumprimento é expulso.
O reingresso de estrangeiro expulso é crime, nos termos do artigo 338 do CP. Desse artigo 338 do CP se origina a expressão “persona non grata”. 
Ele será expulso para o país de onde veio e se ele não for aceito lá por não ser seu originário, ele será expulso para o país de origem dele, que não pode recusar.
A competência para expulsão é do Presidente da República, que o faz por meio de decreto expulsório. A competência é ato privativo.
A autoridade competente para expulsar também é competente para revogar o decreto de expulsão, sendo que nesse caso, se o estrangeiro reingressar no país, não haverá crime.
Extradição
É medida político-jurisdicional de cooperação interestatal para a repressão internacional de delitos, constituindo matéria de direito processual penal. Não é exclusivamente judiciária. 
Conceito: é o ato pelo qual o estrangeiro é entregue de um país a outro, por meio de processo específico, pelo fato de ter esse estrangeiro sido demandado na justiça penal do país requerente (sofre ali um processo penal, ou já foi condenado ou ali deva cumprir pena).
Requisitos para a extradição:
I - Haver processo penal em andamento no estado requerente, sendo que se houver Inquérito policial apenas não é passível de extradição;
II – Haver compatibilidade de tipos penais entre o estado requerente e o estado requerido; (não há necessidade de haver o mesmo nome, mas o tipo penal deve ser o mesmo)
Se o crime pelo qual está se solicitando a extradição nõ existir em paralelo no Brasil, o STF sequer vai conhecer da ação.
O extraditado, após cumprir pena, 
III – A pena imposta ao crime similar no país estrangeiro, não pode ser desproporcional à pena imposta por esse mesmo crime no Brasil. (ex.: furto, no país corta a mão);
E no caso de pena de morte, prisão perpétua? R: O STF extradita com a condição de comutação de pena, que deverá ser no máximo de 30 anos. 
Procedimento de extradição
A extradição é procedimento político jurisdicional, porque envolve setor político, executivo, e o PJ.
O pedido passa por 03 fases (procedimento tríplice):
I – Executiva:
Ministério das relações exteriores: ele recebe o pedido do país estrangeiro, pelo que após notifica o Ministério da Justiça;
Ministério da Justiça: dá notícias à presidência da república
Presdência da República: decide-se enviar o pedido ao STF.
II – Judiciária
O STF vai verificar se estão presentes os requisitos do processo extradicional. Atente-se que não compete ao STF analisar o mérito da acusação ou condenação.
O STF tem duas possibilidades:
- Negar a extradição: enviando uma mensagem à presidência da república. (Um português amparado pelo estatuto da desigualdade, que é entre Brasil e Portugal, não pode ser extraditado)
A CR diz que nenhum brasileiro nato pode ser extraditado, sendo que o naturalizado, mas somente em 02 exceções (art. 5º, LI, CR):
Crime cometido antes da naturalização;
Em qualquer tempo, por tráfico ilícito de entorpecentes.
- Aceitar a extradição: pelo regimento interno do STF quem decide pela extradição é o pleno, sendo que se aceita o STF devolve ao Executiva, sendo que vai direto para o Presidente da República, não é para a presidência.
III – Executiva
O presidente terá duas possibilidades, pois é ato discricionário do Presidente:
Enviar o estrangeiro
Não enviar:
Se entender que não é conveniente ou oportuna a entrega do estrangeiro;
 
Exceção: é obrigatório o envio no caso de haver tratado de extradição entre os países. Sob pena de responsabilidade internacional do Estado por ato do poder executivo.
Então cuidado, pois o STF não extradita, mas sim defere ou não o pedido de extradição.
Diferenças entre Asilo e Refúgio
	Refúgio
	Asilo
	- Não é previsto na CR, mas apenas no estatuto dos refugiados
	- previsto na CR, como asilo político, nos termos do artigo 4º, X.
	- Para proteger o perseguido por questões de raça, nacionalidade, religião, opiniões políticas. (tem um contexto coletivo – ex.: bósnios e palestinos, etc.)
	- Serve para proteger perseguidos políticos, que têm medo de perder sua vida num regime de exceção. (envolve situação política)
Asilo político é gênero que possui duas espécies:
- Asilo Diplomático: é um asilo temporário
- Asilo Territorial: é a regra o asilo político ser territorial, ou seja, quando o asilado ingressa no país que lhe dá asilo.
Ocorre quando um estado recebe uma pessoa, o asilado, em seu território. Esse asilo territorial tem a característica de ser definitivo.
Mas hoje é muito difícil se conseguir que o asilado saia do seu país, em razão da perseguição. O que o asilado faz é entrar na embaixada do país do país de asilo.
Esse costume nasceu nos países latino-americanos, isso porque a embaixada em inviolável. Neste sentido, a partir do momento em que os governos negociam, o asilado consegue um salvo conduto para viajar. É comum na história ocorrer a execução do asilado no trajeto.
Concluiu-se neste ponto um tratado, em que permite ao asilado que está dentro de uma embaixada do país asilante. O embaixador do país asilante deve pedir o salvo-conduto, sendo que a autoridade do país deve conceder o salvo-conduto.
Quando o asilado chega aqui esse asilo se transforma em asilo territorial.
Caso Haya de La Torre: um caso envolvendo peru e Colômbia. José Victor Haya de La Torre chefe de que partido político no Peru, sendo que ele entrou na embaixada da Colômbia em Lima.
Os militares peruanos tentaram invadir a embaixada colombiana para resgatá-lo. A Colômbia ingressou com uma ação contra o Peru, como os dois são membros da ONU, no Tribunal de Haia, sendo que essa ação se prolongou por 05 anos, sendo que nesse período o Haya de La Torre ficou na embaixada. Ele acaba indo para o México e em 1989 ele faz a Constituição Democrática no Peru e depois morre.
Vale lembrar que o asilo territorial é definitivo.
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Controle de Convencionalidade

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