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UNIVERSIDADE PAULISTA
CIÊNCIAS JURÍDICAS
DISCIPLINA: INSTITUIÇÕES JURÍDICAS E ÉTICA
	NOME
	MARCIO COSTA RUZON XAVIER
	RA
	B66EAD5
TEMA: A ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL NAS CARREIRAS JURÍDICAS
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2014
Universidade Paulista - UNIP
2014
Campus São José dos Campos
Ciências Jurídicas
Disciplina: Instituições Jurídicas
Atividade Prática Supervisionada
Trabalho desenvolvido paras a disciplina de Instituições Jurídicas, apresentado à Universidade Paulista como exigência para a avaliação na Atividade Prática Supervisionada, sob orientação do professor Alexandre. 
UNIVERSIDADE PAULISTA
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2014
SUMÁRIO
Apresentação............................................................................................................ 05
Desenvolvimento...................................................................................................... 07
Conclusão................................................................................................................. 14
Referências Bibliográficas e Webgráficas............................................................... 20
APRESENTAÇÃO
Diante da situação do mundo atual, verifica-se que há um desvirtuamento da conduta humana, identificado na perda de valores morais, sendo assim, para uma convivência harmônica do indivíduo em sociedade, é preciso que haja uma reformulação dos conceitos do comportamento humano. Através da Ética, o homem usa sua consciência para apoiar e direcionar suas ações, almejando uma sociedade mais justa. O papel da Ética na área jurídica é muito importante, pois são estes profissionais que trabalham para o alcance de uma sociedade mais democrática; o que garante acesso mais amplo aos seus direitos, e, não excluindo os seus deveres. Haja vista que um profissional bem orientado tornar-se-á não apenas competente, mas, sobretudo, ético.
2. Conceito de Ética
A palavra “Ética” vem do grego ethos, que significa caráter, conduta, estando mais ligada à consciência individual, Assim sendo, ela busca distinguir o bem do mal, orientando sempre as ações humanas para o lado positivo.
Resumindo: a) A Ética observa o comportamento humano e aponta seus erros e desvios; b) formula os princípios básicos a que deve subordinar-se a conduta do homem; c) a par de valores genéricos e estáveis, a Ética é ajustável a cada época e circunstância. (ACQUAVIVA, 2002, p. 27).
2.1 Ética Jurídica
Em Direito, Ética jurídica, o que se entende é ética profissional, ou seja, para os operadores do Direito, a ética é um conjunto de regras de conduta que regulam a atividade jurisdicional, visando à boa prática da função, bem como a preservação da imagem do próprio profissional. A Ética jurídica é, portanto, formulada a partir da prática profissional do Direito.
3. Deontologia
Deontologia é a disciplina de Filosofia do Direito que versa sobre deveres, direitos e prerrogativas dos operadores técnicos do Direito, bem como de seus fundamentos éticos. Esse termo deriva do grego deontos (dever) e logos (tratado). É expressão criada pelo filósofo inglês Jeremy Bentham
Esta disciplina é estudada nos primeiros períodos do Curso de Direito para que sejam incutidas nos estudantes as ideias as quais nortearão seu futuro profissional.
Ética e o Direito caminham juntos, sempre buscando encontrar a harmonia da sociedade, assim os profissionais do Direito agindo pautados pelos preceitos éticos participaram ativamente da construção de uma sociedade mais democrática. Haja vista que os operadores do Direito, enquanto estiverem desprovidos do devido cuidado ético acarretarão prejuízos à categoria, portanto, devem sofrer sanções disciplinares; é válido ressaltar que, para cumprir o seu papel com dignidade, honestidade e presteza, um jurisconsulto põe em prática seu saber aliado, e isso é o mais importante, a preceitos éticos, deixando evidente o seu compromisso com a justiça social.
A Ética é aquela virtude que todo mundo sabe o que é, mas inexplicáveis quando se pergunta seu conceito.
Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. 
Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a Ética? Tratando de normas de comportamentos, deveria chamar-se uma ciência normativa. Tratando de costumes, pareceria uma ciência descritiva. Ou seria uma ciência de tipo mais especulativo, que tratasse, por exemplo, da questão fundamental da liberdade? 
Que outra ciência estuda a liberdade humana, enquanto tal, e em suas realizações práticas? Onde se situa o estudo que pergunta se existe a liberdade? E como ela deveria ser definida teoricamente, e como deveria ser vivida, praticamente? Ora, ligado ao problema da liberdade, aparece sempre o problema do bem e do mal, e o problema da consciência moral e da lei, e vários outros problemas deste tipo. 
Começaremos a tratar, desde então, da Ética dentro da carreira jurídica, a que seria (ou deveria ser), quase uma redundância, pois o Direito sem Ética é manco, e a Ética, sem o Direito, é vazio. 
Como o profissional do Direito se vê como agente ético? Melhor dizendo, como o operador do Direito “enxerga” a Ética em si e no próximo? É possível ser ético e ser justo ao mesmo tempo, ou terei que abrir mão de um ou de outro em cada caso? 
São assuntos que se abordarão no curso do presente trabalho. 
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL NAS CARREIRAS JURÍDICAS 
Conforme visto anteriormente, Ética não é um assunto para se encerrar aqui, nem em outro tempo/espaço. Como fenômeno social, é orgânico; logo, não é estático. O que se trouxe aqui foi um erro “tangenciar” de conceitos, um vislumbre, um “chão”, para que possamos inserir a Ética dentro de um contexto jurídico. 
Se por Ética entendemos um conjunto comportamental dentro de situações específicas (diferentemente da Moral, que é o mesmo comportamento só que latu sensu), como deve proceder a um operador do Direito quando estiver diante de um caso concreto? 
Legalidade e moralidade se tornam extremos opostos. Diante de cada lei, de cada ordem, de cada costume, o sujeito está obrigado, para ser um homem livre, a perguntar qual é o seu dever, e a agir somente de acordo com o seu dever, e isto, exclusivamente, por ser o seu dever. 
Vamos a um aprofundamento: 
Toda vez que nos referimos ao termo - ÉTICA, vem-nos à mente a ideia de definição do vocábulo. Antes que isso possa ocorrer, pensemos no trinômio - Agir, Competir e Produzir. Desdobrando-se esses vocábulos em cada elemento significativo, vamos ver que: Agir significa - atuar, desenvolver esforço; enquanto que, Competir, vem-nos a ideia de lucro, de ganho pessoal. Por outro lado, Produzir, vem-nos a certeza de desenvolver uma atividade, sendo que, para isso, o homem sempre está preparado para, de qualquer maneira, superar o outro que teima em não ficar para trás. Nesse caso, verificando-se esse entrechoque de interesses, para manter-se o equilíbrio das relações entre os indivíduos de uma sociedade, veio a necessidade de estabelecer-se como regra, o conceito de ética (profissional).
                                 Ante tais cogitações, desde que o homem começou a se organizar em sociedade, já se preocupava com o ideal de lucro no que se refere às suas atividades. Portanto, para que essa interação de interesses não ocorra em meio aos competidores, veio a ideia do equilíbrio entre as atividades que iam surgindo no campo das explorações novas. Aí, então, como mediadora de tais anseios, cogitou-se do princípio que se chamou de ÉTICA, que se define como sendo: “O estudo dosjuízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal”.
                                 Portanto, partindo-se desse princípio e, tomando-se como verdade a evolução social e política do homem, as diversas  profissões vêm tendo adesões de indivíduos ou grupos sociais em contínuas competições, o que fazem, sem a necessária observância dos exigidos princípios éticos. Com tais cuidados, para que essas competições tornem-se equilibradas, necessário seria tomar-se como meta prioritária, a observação daqueles princípios éticos, sem dúvida nenhuma, ponto de equilíbrio das diversas atividades humanas.
                                 Baseado em tais princípios, cabe-nos aqui, agora, neste esboço, abordar apenas sobre o tema escolhido - A ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO.
                                 Falar sobre a Ética Profissional, já não é uma prática cotidiana e tão simples, ou mesmo corriqueira.
                                 Mas falar sobre a Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - é responsabilidade incomensurável,         pois ela se amplia, em vários cuidados, ponderações, sensibilidades e responsabilidades.
                                 Em sendo, pois, a ética “Ciência da Moral” e, como toda instituição tem por obrigação pugnar por essa moral, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - viu-se, na obrigação de instituir, aprovar e editar, através da Lei 8.906, de 04 de julho de 1994, e de acordo com as atribuições conferidas, nos artigos 33 e 54, V, o Código de Ética e Disciplina, as normas erigidas para nortear a conduta profissional do advogado que são:
a) A de lutar sem receio pelo primado da Justiça;
b) Pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei fazendo com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum;
c) Ser fiel à verdade para poder servir à justiça como um dos seus elementos essenciais;
d) Proceder com lealdade e boa fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício;
e) Empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao Constituinte o amparo do Direito, proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos interesses;
f) Comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos;
g) Exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho;
h) Aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo, a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal;
i) Agir, em suma, com a dignidade das pessoas  de  bem e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
                                 Inspirados nesses postulados, através do Conselho Federal competente, e na conformidade dos dispositivos legais antes invocados, é que estão inseridas em nosso Código de Ética e Disciplina, as exigências ali estabelecidas, e por isso mesmo sentimo-nos plenificados por ter sido seu primeiro presidente (e ainda sê-lo) do Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional piauiense da OAB.
                                 Voltando-nos para o que dizem os filósofos a respeito da ética, moral e moralidade, vamos encontrar em KANT, em sua monumental Crítica da Razão Pura, onde sustenta que o senso moral é inato a todo ser humano, não derivando, portanto, da experiência. Logo, uma ação pode ser classificada boa se resulta da obediência a esse sentido interior de dever, e não em virtude de apresentar apenas bons resultados, concluindo-se, dessa afirmação que, no campo da moralidade, não tem aplicação a parêmia imediatista segundo a qual os “fins justificam os meios”, pois o que importa é seguir a lei moral, sem preocupação com lucros ou perdas materiais.
                                 As expressões moral e moralidade são usadas em diferentes contextos. Quando se fala em moralidade, logo surge a ideia, em sua concepção filosófica, da Ética, entendendo-se moral como conjunto de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada. Vê-se, assim, a moral como integrante do acervo espiritual do ser humano.
                                 Como expressou Anatole France, “cada época tem sua moral dominante, que não resulta nem da religião nem da filosofia, mas do hábito, única força capaz de reunir os homens num mesmo sentimento, pois tudo que é sujeito ao raciocínio os divide; e a humanidade só subsiste com a condição de não refletir sobre aquilo que é essencial para sua existência”.
                                 A Moral sempre reservou um significado oculto e deliberadamente omitido no desenvolvimento da sociedade. Não há um conceito unívoco pois, segundo aquele mesmo autor, “a moral é a ciência dos costumes, e com eles muda. Ela difere de país em país e em nenhum lugar permanece a mesma no espaço de dez anos”.
                                 A moralidade surgiria, consequencialmente, como a qualidade dessa “ciência dos costumes”. Como a moral, padece pela extrema fluidez de sua matéria essencial - a antimatéria, o costume - da ausência de qualquer uniformidade ou unanimidade não apenas conceitual, mas principalmente na aplicação ou no julgamento dos valores. A moral é uma sensação e a definiu HEMINGWAY como aquilo “que nos faz sentir-nos bem depois e imoral aquilo que nos faz sentir-nos mal depois”.
                                 Sem qualquer precisão técnica ou conceitual, vislumbramos, contudo, na representação ideal de Ética uma tentativa de uniformização dessas sensações morais, buscando senão materializá-las - o que seria impossível - ao menos dela retirar um sentido convergente de aspirações e valores sociais. A Ética representaria uma abordagem sobre as constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou menos permanente ao tempo e uniforme no espaço.
                                 Ora, muitas determinações de moral são imposições que se encontram também no direito, não que o direito e a moral se confundam, o que há é uma distinção, não uma separação, em ambos os campos. Direito e moral são coisas distintas. BOBBIO, examinando a obra de EMMANUEL KANT, fez uma clara e nítida separação entre elas ao fixar alguns critérios de distinção. KELSEN, de forma mais vigorosa, pretendeu dissuadir por completo qualquer pretenso relacionamento que pudesse ser travado entre o conceito de norma jurídica e a norma moral onde proveio. Mas há também  correspondências cuja amplitude nunca foi  totalmente averiguadas pela doutrina.
                                 Sobre as imbricações entre Direito e Moral, HART propõe quatro questões de grande relevância para compreensão do quadro correlacional. A primeira é histórica e causal: “Teria sido o desenvolvimento do Direito influenciado pela Moral”? A resposta é afirmativa, o que não significa, de modo algum, que uma resposta também afirmativa possa ser dada à pergunta inversa: “Foi o desenvolvimento da Moral influenciado pelo Direito”.
                                 Assim, quando se fala do princípio da moralidade administrativa, p. ex., fala-se numa recíproca influência exercida pela Moral e pelo Direito, um sobre o outro, num sistema permanente de realimentação em direção a avanços cada vez mais firmemente orientados num sentido positivista da Moral e da disseminação de um sentimento ético do Direito.
                                 A segunda questão pode ser considerada analítica e conceptual. “Deve alguma referência à Moral integrar uma adequada definição do Direito ou do Sistema Legal”? Para HART, a resposta aqui também é positiva, pois “é um fato contingente que Direito e Moral frequentemente se justapõem (como na proscrição da violência e da desonestidade)e compartilham um vocabulário comum de direitos e obrigações”. O único limite incidente que observamos - e que não foi objeto de análise por HART - prende-se às concepções morais exageradamente pessoais, objeto de juízos de valor extremamente pessoais, ainda que razoavelmente disseminados, mas desprovidos de uma concreta utilidade social. O Direito tem uma preocupação urgente com a Moral, mas não com uma moral.
                                 A terceira questão diz respeito à possibilidade e às formas da crítica moral ao Direito. “Está o Direito sujeito à crítica moral”? Ou será que “a admissão de que uma norma é uma regra legal válida e impede que esta norma possa ser condenada segundo os padrões e princípios morais”? Aqui se enfeixa a adequação do utilitarismo como uma crítica moral de instituições sociais, complementando o raciocínio anterior.
                                 A quarta questão está relacionada com a coerção legal da moralidade. “O fato de que determinada conduta seja considerada imoral, de acordo com os padrões comuns, é suficiente para justificar sua punição pela lei”? “É moralmente tolerável a imposição da moralidade, em si mesma”? “Deve a imoralidade ser tratada como uma ilicitude”? A essa questão JONH STUART MILL, em seu ensaio sobre a liberdade, deu vigorosa resposta negativa.
                                 Na exata medida em que a moral deixar de residir em superstições ou cerimoniais quando a moral perder suas ligações com os dogmas, e que “a moral é a mesma em todos os homens que usam a razão” e se extrair dela um mínimo ético, pode-se pretender fazê-la ingressar pela porta da frente do sistema legal, mormente quando decorrer do sentido de direção indicando a rota Sociedade-Estado e não a inversa. A moral é ditada pelo Estado que a reconhece (ou mais sinceramente, às vezes, não reconhece coisa alguma) e tutela. No sentido que indicamos - que é o do Direito Administrativo - a sociedade, com a sua moral, impõe padrões de conduta à Administração.
                                 Em outra linha, a partir do pensamento de KANT e KELSEN ficou algumas distinções que marcaram fundo o evoluir desta temática. Em primeiro lugar a ideia de que a moralidade é gratuita, isto é, o comportamento moral é cumprido por mera reverência à moralidade e não por interesse. Já o Direito contenta-se com a mera conformidade da ação à lei, sem qualquer perquirição sobre os motivos ou interesses que levaram o agente a atuar.
                                 Ao fazer esta análise/reflexão sobre tão complexo assunto, esperamos ter atendido as expectativas, apesar da abordagem simples a respeito do tema por demais complexo, o que exigiria uma profundidade mais detida e acurada, rogando, por conseguinte, com o enorme furor que o caso requer que os conceitos e opiniões aqui emitidos permaneçam nas condutas pessoais e, especialmente, profissionais de todos, quando do exercício da profissão-sacerdócio que tudo exige dentro dos padrões éticos, ou seja, com o surgimento de choques de interesses - entre os profissionais envolvidos, ou entre o profissional e seus clientes -, devem estes ser resolvidos sem que o conceito da ética seja esquecido.
Falar de ética significa falar de liberdade. Num primeiro momento, a ética nos lembra das normas e a responsabilidade. Mas não tem sentido falar de norma ou de responsabilidade se a gente não parte da suposição de que o homem é realmente livre, ou pode sê-lo. 
Pois a norma nos diz como devemos agir. E se devemos agir de tal modo, é porque (ao menos teoricamente) também podemos não agir deste modo. Isto é: devemos obedecer, é porque podemos desobedecer, somos capazes de desobedecer à norma ou ao preceito. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ética pode ser conceituada como a "ciência do comportamento moral dos homens em sociedade". Extrai-se, pois, que a moral é objeto da ciência ética, embora a etimologia das duas palavras seja muito próxima (mores = hábitos – latim; ta êthé = costumes – grego).
É muito comum – e necessário – que o Direito, entendido como o conjunto de normas gerais (princípios) e positivas (regras) que regulam a vida social - abrace valores morais e os normatize para alcançar a manutenção e desenvolvimento sociais, bem como a pacificação com justiça. Em que pese constituírem normas de comportamento, a moral é mais ampla ou difusa, é destituída de coerção (sanção) e abrange os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com seu semelhante. O Direito, por sua vez, tem campo mais restrito, é constituído de sanção como forma de coerção à observância da norma e abrange os deveres do homem para com seu semelhante. É célebre, assim, a comparação de Bentham ao utilizar dois círculos concêntricos para representar o Direito e a moral, dos quais a circunferência da moral se mostra mais ampla.
Assim, no Direito Constitucional, encontramos a dignidade da pessoa humana como princípio da República Federativa do Brasil (art.) 1º, III, CF -  a construção de uma sociedade justa, livre e solidária como objetivo da República Federativa do Brasil (art. 3º, I, CF), a indenização (melhor seria compensação) pelo dano moral sofrido (art. 5º, V, CF); no Direito Administrativo, a moralidade como princípio informador (art. 37, caput, CF), sem embargo da Lei de Improbidade Administrativa. Quanto ao Processo Civil e Penal, há o princípio da lealdade processual. No Direito Civil, por sua vez, os bons costumes e a boa-fé servem como forma de interpretação do negócio jurídico (art. 113, CC), e a boa-fé e a probidade, como princípios contratuais (art. 422, CC).
Mas, de nada adiantaria a previsão de inúmeras regras carregadas de inegável substrato moral se não fossem observadas pela sociedade e, principalmente, pelos operadores do Direito. Desta forma, o princípio maior que deve conduzir a atuação do profissional é o da ação segundo ciência e consciência. Com efeito, toda pessoa humana é dotada em sua alma de uma bússola natural que a predispõe a discernir o que é certo e o que é errado, o que é justo e o que é injusto, o que é moral e o que é imoral. Obviamente que isso está ligado intimamente à criação, à educação e ao desenvolvimento de cada indivíduo, uma vez que não existe um padrão humano.
Para José Renato Nalini, de "pouco vale o conhecimento técnico, sem o compromisso ético. Quais os valores que o profissional deve ter em conta? 'A retitude da consciência é mil vezes mais importante que o tesouro dos conhecimentos. Primeiro é ser bom; logo ser firme, depois ser prudente; e, por último, a ilustração e a perícia'. (...). Não se concebe consciência ética que se não devote ao permanente estudo. Ele é processo fundamental na consecução do crescimento humano, a caminho da perfectividade. Já o conhecimento técnico ou científico desacompanhado de vontade moral é vão conhecimento. A cultura divorciada da moral pouco ou nada poderá fazer para tornar mais digno o gênero humano".
A primeira conclusão que se extrai é que somente com o aperfeiçoamento ético do profissional do Direito é que alcançaremos o desenvolvimento social escorreito, a garantia da dignidade da pessoa humana e a construção de uma sociedade justa, livre e solidária.
Por outro lado, diminuir os efeitos dos inevitáveis condicionamentos comportamentais do passado também contribuirá para o exercício límpido e justo da profissão jurídica, pois todos possuem as suas pré-noções que os guiarão para determinado caminho.
Nessa mesma linha, a formação equivocada, errônea, desviada das lições éticas trará resultados indesejáveis à sociedade. Ora, temos que partir do pressuposto de que a profissão jurídica é uma das poucas mencionadas na CF (art. 92 usque 135), o que sinaliza claramente o seu valor perante a sociedade. Não é demais reconhecer, assim, a esperança que a sociedade deposita nos operadores do Direito, os quais, em última análise, aplicarão o que se entende por certo e/ou por justo e decidirão o destino de vidas e de patrimônios em caráter definitivo, pelo que deverão observar a frieza da técnica jurídicailuminada com o fogo da moral em todos os momentos da deliberação, resolução e ato acompanhado das suas consequências. São, pois, elementos indissociáveis e necessários para a manutenção e desenvolvimento de qualquer sociedade sob a ótica do bem.
Por fim, vale à pena mencionar um dos Mandamentos do Advogado de Eduardo J. Couture, o qual acredita que deve ser aplicado para todos os operadores do Direito: "teu dever é lutar pelo Direito, mas, toda vez que o Direito se encontrar em conflito com a Justiça, lute pela Justiça".
Em suma, se o sentimento ético é indissociável do exercício da advocacia, é imponderável que a Ética e o Direito também estejam em perfeita harmonia para encontrar a pacificação social, onde o cidadão, de forma geral, também deveria prestar a sua contribuição pelo simples fato de estar inserido nesta mesma sociedade. Desse modo, se cada um fizer, isoladamente, a sua lição de casa, estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais democrática e ética. Nesse diapasão, o profissional do Direito que atua segundo os preceitos éticos e pauta a sua vida pessoal coerente com a sua profissão, estará também cumprindo seu papel com dignidade, honestidade e presteza, que à luz da justiça social se põe em evidência.
A Ética faz parte da vida e está presente em todas as situações. Agir com pro atividade, coleguismo, responsabilidade e cooperação no trabalho em equipe, principalmente executando as tarefas que propôs realizar no ato da contração, mesmo quando estiver longe dos olhos do supervisor, é ser congruente com a sua consciência. É preciso estar ciente de que pertence a um sistema maior o qual depende do seu desempenho, e de uma classe profissional pertinente ao trabalho que desenvolve, onde há regras e deveres a cumprir. Agindo dessa maneira, significa que está exercitando desde cedo a Ética profissional, procurando se transformar em um ser melhor a cada dia, independente da atividade profissional que exerce hoje.
Na área jurídica, a Ética desempenha um papel de imensurável valor, tanto que se fez necessário a edição de normas para nortear o exercício das atividades dos operadores jurídicos, dado o prestígio que tem o advogado perante a sociedade. Para que estas existam, o homem, enquanto cidadão deveria conscientizar-se que a garantia de acesso aos seus direitos é, sem dúvida, não excluir-se de seus deveres.
A Ética Jurídica expressa a sua extrema relevância para o exercício profissional da advocacia, onde o advogado irá deparar com diversas situações que exigirão dele, além de capacidade técnica, um mínimo de formação moral capaz de orientá-lo no sentido da justiça. A Ética Jurídica é, portanto, formulada a partir da prática profissional.
Para reforçar o conceito de Ética, é necessário ressaltar que a Deontologia é a disciplina de Filosofia do Direito que versa sobre deveres, direitos e prerrogativas dos operadores do Direito, bem como seus fundamentos éticos. Deontologia vem do grego deontos, que significa dever e logos, que significa tratado. Essa expressão foi utilizada pela primeira vez pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, que em sua obra Deonthologie or Science of Morality, atribui o conceito de ciência dos deveres do homem em geral, cidadão ou profissional.
Em relação ao estudante do direito, Ética, como já foi mencionado no início desse artigo, deveria ser uma disciplina obrigatória a ser tratada no ingresso à faculdade até o final do curso de formação de Direito. Assim, ano após ano o estudante acumularia os princípios que nortearão seu futuro, para que se transforme em um profissional que saiba tratar dos deveres morais de quem lhe diz respeito.
A base formadora de ideias que fortalecem a honestidade e a conduta esmerada do profissional começa nos meios acadêmicos. O estudante de direito que depreda as instalações da sua universidade, que não respeita professores, colegas e funcionários, que em vez de visitar a biblioteca da escola prefere reunir-se com os amigos no barzinho da esquina, deve repensar sobre seu futuro na seara do direito. Com isso não há de abrir mão do direito ao lazer, o qual é imprescindível constar do quadro de suas escolhas, porém, não menos importante é manter o foco na sua proposta profissional de se transformar em um advogado. Para tal, deveria espelhar-se em exemplos de conduta profissional e empenhar-se para o aprimoramento e enriquecimento de seus conhecimentos jurídicos.
Para construir o alicerce de sua formação técnica e moral mais sólido, o estudante de direito deve atentar-se para esses aspectos, com os quais construirá uma carreira sólida e promissora, tornando-se, futuramente, um espelho para a nova geração que adentra às universidades todos os anos.
Em relação ao advogado, a lei é clara. Instituída pela Constituição Federal em seu artigo 133, reza que o advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Está claro que o profissional da advocacia tem um elevado grau de compromisso com a sociedade, prestando-se à justiça gratuita e a defender o indivíduo isentando-se de opinião própria sobre o caso e fundamentando-se sempre na justiça e na verdade.
Para regulamentar a atividade da advocacia, os deveres do advogado foram editados no Código de Ética e Disciplina, alicerçadas nos princípios formadores da consciência dos operadores do direito que refletem nos imperativos de sua conduta, com o seguinte texto: lutar sem receio pelo primado da justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à lei; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boa fé em suas relações profissionais; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio; comportar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica; exercer a advocacia com senso profissional, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade social do seu trabalho; agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e com a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe, resultando, portanto, em uma maneira íntegra de agir.
BIBLIOGRAFIA
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Notas Introdutórias à Ética Jurídica. São Paulo: Desafio Cultural, 2002.
MENESES, Geraldo Magela e Silva. Suprema Importância da Ética para os Profissionais do Direito. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano VII, n. 147, p. 54-56, fev. 2003.
RIBEIRO, Wanderley. Ética, Justiça e Direito: trinômio para uma sociedade mais democrática. O Neófito. Bahia, 07 ago. 2000. 
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética? 9. Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1996.
ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético no Brasil. 4ª Edição. Ed. Gryphus. São Paulo. 2001. 
JÚNIOR, Marco Antônio Araújo Júnior. Elementos do Direito: Ética Profissional. 1ª Edição. Ed. Dpj. São Paulo. 2004. 
http://fabiananegro.blogspot.com.br/2012/12/a-importancia-da-etica-profissional.html, último acesso em 03/05/2014.

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