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ESTUDO DE ARTIGO
 Entre continuidades e rupturas: uma investigação sobre o ensino e aprendizagem da História na transição do quinto para o sexto ano do Ensino Fundamental. 
O estudo foi feito num contexto em que a transição do quinto ano para o sexto ano do ensino fundamental significa a mudança do ensino público municipal para o Estadual, no estado do Paraná, o objetivo do estudo foi descobrir por qual motivo isso é feito e suas consequências, a desarticulação entre essas duas estruturas distintas.
Diante de indicadores estatísticos do INEP sobre o rendimento dos alunos na quinta série é responsável por pelo menos 30% da distorção idade/série na continuidade do ensino fundamental, além de uma porcentagem grande de desistentes.
Durante as entrevistas feitas percebeu-se que trabalhos de parceria e continuidade do ensino praticamente não existem.
O processo de municipalização do ensino fundamental de 1ª à 4ª série teve início na década de 50 do século XX, o qual se efetivou com a lei 5.692/71 e culminou com a lei 9.394/96. Durante esse processo não foi pensado em uma forma de articulação entre município e Estado.
Diante dessa situação o aluno transita entre dois sistemas diferentes sem nenhuma preparação, ainda sofrendo com a desconfiança dos professores acerca da educação municipal. Além disso, a relação professor/aluno muda, nas séries iniciais o professor conhece e mantém contato maior, e com maior afetividade, algo que muda nessa transição, muitas vezes devido ao maior número de alunos que dificulta manter essa postura.
Foi feita uma pesquisa com 7 alunos durante esse processo de transição, constatou-se que nas séries iniciais as aulas de história se mostravam mais demoradas e mais instigantes, também notou-se um fator a respeito da formação profissional, nas séries iniciais os professores não tiveram contato com a História ciência, visto sua formação em Letras e Pedagogia.
Outra pesquisa feita foi com os professores de 5ª série, formados em História, constatou-se que as aulas desses se concretiza por aquilo que está no texto, ou seja, no livro didático. O livro didático é responsável pelo ritmo da aula, exercícios e conhecimento a ser ensinado.
O livro didático é bem manipulado pelas crianças e serve de suporte textual, o professor poucas vezes utiliza o recurso da lousa para fazer anotações extras. Os alunos fazem cada um sua leitura e o professor organiza as informações do livro na lousa, colocando títulos dos tópicos, faz perguntas sobre o que foi lido, discutindo e acrescentando informações ou reformulando as ideias de alunos que tiveram um entendimento parcial do texto lido.
A estrutura da aula toda se baseia no livro didático, a partir dele que o professor se posiciona de acordo com a organização feita na lousa e a discussão com os alunos. O professor determina o conteúdo que os alunos iram reter determinando os textos para fazer a discussão posterior sobre o mesmo.
As atividades desenvolvidas quando não estão no livro estão relacionadas à consulta do mesmo ou às anotações feitas em sala.
A dependência do livro traz a tona situações em que durante a correção de um exercício o professor reforça que as respostas são de acordo com os textos do mesmo e não de acordo com a cabeça do aluno. O que desconstrói a possibilidade da formação de um pensamento histórico, ou seja, somente o livro está correto, não é possível construir uma ideia própria a respeito do assunto estudado.
O ensino de história acontece desta forma, através de acontecimentos que são fatos históricos, eventos localizados no tempo e no espaço. Nesse sentido o ensino acontece através de uma narração de fatos pré-demarcados. Com isto o professor perde a dimensão que “só com o mínimo de anterioridade ou posteridade se consegue a unidade de sentido que forma um acontecimento a partir dos incidentes”.
Essa metodologia de ensino ignora a capacidade dos alunos fazerem inferências com base nos seus conhecimentos e nos dados fornecidos pelo texto e professor, forçando o aluno a sempre adequar a sua ideia àquela predefinida no texto.
O professor das séries iniciais, pelo fato de não ter formação na área também se utiliza do material didático como instrumento principal. O que remete ao argumento de Rüsen que não vê possibilidade de uma aprendizagem histórica em “mera absorção de conhecimentos positivos sobre o passado”. Outro fator a ser levantado é que o livro é uma síntese do conteúdo a ser ensinado, às vezes resumindo um século da história em um capítulo, ou numa página, não sendo autossuficiente para o aprendizado de história.
A autora do artigo entende que o desenvolvimento do pensamento histórico precisa ser objeto do ensino de história desde os anos iniciais do Ensino Fundamental.
A autora conclui afirmando que ensinar história como algo pronto e acabado, com conteúdos predefinidos e sem levar em conta o contexto e os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem, pode levar a um ensino que não desenvolve o que é mais importante enquanto função do ensinar história, que é orientar os problemas da vida prática.
O objetivo inicial se tratou da ruptura do ensino da quarta série para quinta série do ensino fundamental, se destacou como ocorreu esse processo, detalhando-se as problemáticas causadas e a influência desse professo no aluno.
Foram feitas entrevistas e pesquisas com os alunos e professores de ambas as situações (quarta série e quinta série), foram levantas questões sobre as diferenças de formação entre os professores e o relacionamento dos mesmos com os alunos. Por fim a autora se deteve na metodologia de ensino dos professores de quinta série do Paraná, focados na utilização do material didático para o ensino.
Concluiu-se que é necessário repensar o ensino desde o início do Ensino Fundamental para que o aluno possa formar um pensamento histórico e se orientar para resolver problemas cotidianos a partir do mesmo.

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